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História Era uma vez Elisa - Luminárias? O que é isso?


Escrita por: Eliza1beth

Notas do Autor


Oi, e hoje, você está bem? Espero que muito sim.
Meu nome é Elizabeth, tenho trinta anos, vivo numa cidadezinha pequena chamada Luminárias e levo uma vida simples, faço questão de mantê-la assim. Nunca pensei em escrever uma história, ainda mais uma que falasse tanto de mim, uma em que eu fosse a protagonista (essa ideia ainda me soa bastante engraçada) mas resolvi deixar minha digital nas folhas de Word, tentando imprimir exatamente quem sou em cada trecho da minha história.

Capítulo 2 - Luminárias? O que é isso?


Fanfic / Fanfiction Era uma vez Elisa - Luminárias? O que é isso?

Só para não deixar nenhuma história pendente: Eu estava um dia indo dar aula e meu fusca simplesmente parou no meio da rua (primeira e última vez que ele fez isso), era uma encruzilhada, por sinal, a que costumo utilizar para saudar os Exus e Pombo Giras (se você ainda tem preconceitos, indico uma breve leitura, se informar para quebrar tabus faz muito bem à alma). Desci do carro preocupadíssima, fui até o capô como se soubesse muito sobre mecânica, olhei para todas aquelas peças e deduzi que estava tudo bem com elas, estava voltando para o banco do motorista para tentar dar mais uma partida quando ouvi um miado bem fraquinho, parecia vir de um filhote bem debilitado (coisas que a medicina veterinária ensinou), procurei por ele e o danado estava deitado em cima do cravo vermelho que eu havia oferecido para o Seu Meia Noite. Além dele, mais nenhum gato, procurei bastante por irmãos e pela mãe, mas não encontrei ninguém, o coloquei no carro e o levei para a clínica veterinária mais próxima, a Auquimia (acho esse nome ótimo), foi a Doutora Jessica quem me atendeu, acredito ser a melhor médica veterinária de gatos, diagnosticou alguns problemas no gatinho e tratou cada um deles até nascer um novo ser. Não tive dúvidas do nome que daria a ele. Meia Noite é bastante amoroso, sempre que vamos à veterinária, ele não consegue conter a gratidão que sente por ela, eles se dão muito bem, é bonito de ver. 

Ficamos bastante amigas eu e Jéssica, ontem mesmo ela estava aqui para comemorarmos meu aniversário. Acho hilário o jeito dela de dar oi para o meu gato, sempre o mesmo ritual: chega, abaixa, faz carinho na cabeça e começa o exame físico geral, seguido de algumas perguntas, dependendo da resposta ela levanta dizendo para leva-lo na clínica. Faço questão de dizer que apesar de toda a educação e vontade de ajudar, nunca deixei de pagar pelas consultas, Jessica estudou muito para chegar onde chegou e não é justo que eu tire proveito disso por tê-la como amiga (espero que a indireta, caros leitores, tenha sido entendida). Durante a graduação ouvi tanta gente dizer que veterinária se faz por amor, respondia sempre com aquele sorriso que já conhecemos e dependendo do humor soltava alguns comentários: “Quando puder pagar o aluguel com coraçõezinhos ou assinar o cheque com um I love you, prometo que trabalho somente por amor”. O nosso sistema não agrada a todos, eu sou uma das desagradadas, levo a vida simples por isso, mas ainda assim preciso pagar as poucas contas que tenho e duvido muito que em algum dia um advogado, um arquiteto ou um médico humano tenha tido que explicar isso (desabafos de uma Elisa revoltada).

Sou bastante comunicativa e extrovertida, dá para imaginar que vivendo numa cidade tão grande eu me considero bastante amiga de todos os habitantes daqui, são pessoas maravilhosas, a simplicidade e o bom coração são características dos moradores desta cidade. Conheci esse cantinho ao acaso, em uma das minhas viagens. Ainda morava com os meus pais neste mochilão, tinha acabado de fazer 19 anos e iria para Capitólio, não consegui chegar até lá por questões de falta, ausência, escassez verdadeira de dinheiro. Certo, estava em outro estado, sem sinal, sem crédito, sem dinheiro, sem comida, com algumas roupas (a maioria já continha um cheiro característico de uso frequente), uma barraca e um cobertor no meu mochilão, confesso que bateu um certo desespero mas tentei me acalmar pensando que lugar pra dormir eu tinha, costumava ouvir uma música do Francisco, el hombre sempre que ia viajar, porque ela me fazia lembrar de que eu sou o meu próprio lar, não me lembro do nome da música.

Andei pela cidade até encontrar um lugar em que eu me sentisse segura o suficiente para montar minha barraca, o lugar escolhido foi embaixo dos braços do Cristo, uma estátua bastante grande que tem aqui, não sei o número de escadas, mas sei que são muitas para chegar até ele. A paisagem é, sem dúvidas, uma das coisas mais bonitas que já vi na minha vida, um horizonte sem igual, me apaixonei pela cidade no momento em que vi o sol se pondo. Tive certeza de que ali era o lugar ideal para dormir, montei minha barraca e pedi pra que os orixás me protegessem naquela noite, o pedido foi atendido.

Ao acordar sentia bastante fome, desmontei minha barraca e fui caminhar em busca do que comer, encontrei a fazenda do Seu Joaquim a alguns quilômetros do Cristo, pedi que me desse um pouco de água e expliquei toda a minha história. Foi com o seu Joaquim que tive a primeira prova de que aquela cidade guardava anjos e não seres humanos, ele e Dona Iolanda, sua esposa, me colocaram para dentro da casa deles, passaram o café, trouxeram leite recém tirado da Mimosa, uma das vacas da fazenda, ferveram e me deram o melhor café da manhã da minha vida, junto com um pão caseiro macio, que tinha a casquinha mais dourada que já havia visto, levemente crocante e adocicada, para passar no pão uma manteiga caseira e um pedaço de queijo, produzido ali mesmo.

Dona Iolanda e Seu Joaquim não me conheciam, nunca tinham me visto, são dois idosos, confesso que estava com uma cara de louca esfomeada e mesmo assim decidiram acolher esta jovem assumidamente maluca da estrada, se isso não define anjo, não sei o que define. Foi ali que dormi naquela noite, depois de tomar um banho de caneca, com a água fervida no fogão a lenha, preparada por Iolanda, que não me deixou tomar as tarefas por ser visita. O galo cantou as cinco da manhã, junto com o sol chegou também uma vontade súbita de partir para explorar a cidade, na despedida ambos fizeram questão de dizer e repetir que a casa deles estaria de portas abertas para mim sempre que eu quisesse voltar, Joaquim me levou até a cidade de caminhão, me deu uma garrafa com água e desejou que eu fizesse boa viagem, pedindo pra que eu voltasse mais vezes, como se já fossemos grandes amigos e o mais engraçado é que eu sentia que éramos. Andando pelo centro, que contabiliza cerca de dois quarteirões, conheci o Guilherme, um estudante de turismo que estava em Luminárias por ter ouvido falar de uma cachoeira muito bonita, a Pedra Furada, fui com ele procurar por ela, sem ter a menor ideia de tudo que ainda me aguardava pela frente. 


Notas Finais


O prazer continua sendo meu.
Obrigada por lerem minha história, espero que estejam gostando. <3


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