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História Escassez (em revisão) - Perto demais


Escrita por: vanValentine

Notas do Autor


Oi gente

Desculpa a demora para atualizar a fanfic, mas é eu eu tive um bloqueio mental nivel Hard.

Para compensar um cap grande. Tem um pouco mais dos personagens, personagens novos e esse é o penúltimo cap desse arco da S.H.O.R.T.A.G.E o proximo sera um cap de transição, esperem muitas emoçoes!

Espero que estejam gostando e obrigado por lerem.

Capítulo 8 - Perto demais


Fanfic / Fanfiction Escassez (em revisão) - Perto demais

Cameron estava descontrolada, ela se debatia e gritava arranhando o braço de Asami sensei, que habilmente girou a faca entre os dedos e com o cabo bateu com força na região da têmpora da mulher. Vi seu corpo amolecer nos braços da sensei que a pegou, jogando-a por cima dos ombros como um saco de batatas.

 

– Vamos. – ela saiu rapidamente do complexo e foi em direção a um carro, que julguei ser seu. – Abra a porta do motorista e destrave o porta-malas.

 

– Sensei – disse hesitante – o que nós...

 

 – Apenas faça o que eu disse Adam e deixe que eu cuido do resto. – interrompe ela. – Entre no carro. – Eu obedeço e vejo quando ela joga o corpo desfalecido da mulher no porta-malas do carro entrando logo depois e dando partida. Ela me dá uma olhada rápida, como se estivesse me tranquilizando.

 

Depois de um tempo na estrada decido quebrar o silencio.

 

– Sensei, você não vai...matar ela, vai? – olho receoso para a mulher ao meu lado, Asami solta uma risada anasalada e balança a cabeça em negação.

 

– Claro que não. Apesar de tudo essa vadia é uma velha amiga, eu jamais a mataria.

 

– Então, para onde estamos levando ela?

 

– Estamos? - pergunta ela e eu rio em nervosismo.

 

– Bom, eu estou aqui não? Sou cumplice.

 

– Não cometemos nenhum crime Adam. Nós estamos indo para minha casa, tenho algo lá que nos ajudará a dar um jeito em Cameron.

 

Rodamos por uma meia hora até estacionarmos em frente a um prédio, descemos do carro e Asami sensei pediu para que eu a ajudasse a carregar Cameron. Retiramos ela do porta-malas discretamente, passei um dos braços da mulher por meus ombros e Asami faz o mesmo com o outro, entramos no hall carregando Cameron e logo o porteiro correu até nós.

 

– Senhorita Asami, o que houve? – o homem nos rodeava tentando achar uma maneira de nos ajudar.

 

– Não se preocupe Oscar, nós estávamos na balada e ela deu P.T. – Asami sorria de maneira amistosa para o homem.

 

– Tem algo que eu possa fazer para ajudá-la?

 

– Sim, poderia chamar o elevador por favor?

 

– Claro! – responde prontamente o homem. O elevador chegou rapidamente e o porteiro insistiu ainda em nos ajudar, mas Asami sensei o convenceu que tudo estava bem e que minha ajuda já era suficiente.

 

Ao chegarmos em seu apartamento ela jogou Cameron no sofá e foi em direção ao seu quarto, eu fiquei em pé ao lado da porta observando o corpo inerte caído no sofá e pensando em que merda eu havia me metido, depois de um tempo a sensei voltou com um frasco em mãos.

 

– Veja só, isso aqui ainda é um experimeto científico da agência, ainda é só um protótipo, mas acho que pode funcionar, se não, terei de pensar em algo a longo prazo. – ela agitou o frasco e borrifou o conteúdo no rosto de Cameron tapando seu rosto em seguida com um pano. – isto é uma solução secreta que a S.H.O.R.T.G.E. está trabalhando a algum tempo já, ela promete apagar a memória de curto período. Não sei se realmente funciona, não é fácil testar sabe – ela deu de ombros – mas vamos torcer que Cameron esqueça desta história por um tempo.

 

– Ninguém vai desconfiar? Quero dizer, você não acha que quem mandou ela te seguir não vai procurar a informação depois e ela meio que, não vai lembrar de nada? – ela me encarou fazendo um biquinho.

 

– Bom, tá ai um efeito colateral – disse jogando o frasco no sofá – não podemos fazer nada quanto a isso além de esperar. – Comecei a andar de um lado para outro da sala.

 

– O que exatamente você e Vincent tem para dizer a mim e April? – ela deu um longo suspiro e olhou a mulher deitada em seu sofá.

 

– Bom ela vai ficar apagada por um bom tempo enquanto o medicamento faz efeito, então acho que dá para conversamos sobre a aliança. Venha. – ela me guiou até a cozinha. – Com fome? – assenti e me sentei em um dos bancos do balcão

 

– Nós sabemos sobre o pacote que April recebeu, e sabemos que você estava com ela quando ele foi aberto. – me sobressaltei quase caindo – Não precisa ficar nervoso, eu estava lá.

 

– Espera, então era você? Nós achamos que fosse Cameron que estava nos vigiando!

 

– Sim, ela também estava vigiando vocês, mas não com o mesmo proposito que eu. Fui eu quem entregou a encomenda na casa de April, Rose o havia deixado com um velho amigo Mickey, ele me pediu que a entregasse. Naquela noite eu estava vigiando vocês, vi quando vocês estavam no telhado e deduzi que você também sabia sobre a caixa. Por Deus, April foi muito imprudente, vocês foram na, verdade. Aqui. – disse colocando um lanche na minha frente. – Coma.  

 

– Tá, mas por que diz isso, quero dizer, como assim foi você quem entregou o pacote? -

 

– Vocês leram as cartas? – assenti em resposta – Então, como disse Mickey é um velho amigo, Rose havia entregado para ele o pacote, mas todos sabem do envolvimento dele com Rose, e sabem também que ela está do lado do Doutor. Ele está na Rússia a uns dez anos, também é um agente da S.H.O.R.T.A.G.E. só que ele é vigiado, eles estão sempre de olho em Mick, acreditam que ele pode ser um traidor. Então se ele fosse visto aqui, bem quando Marcos recrutou April daria muito na cara, por isso eu fiz a entrega.

 

– Ainda não to entendendo. – ela dá um tapa na própria testa.– Olha isso é confuso ta legal?

 

– Adam, eu achei que você fosse mais esperto. Mas não te culpo, isso tudo é coisa do Doutor, por isso tem tanta gente querendo dar um pau nele. – arqueio uma sobrancelha e ela ri. – Olha, os Senhores do Tempo realmente existem, são uma das raças mais evoluídas do universo. Pelo que Rose contou a Mickey os Estados Unidos mantem contato com o Doutor a anos. O que a S.H.O.R.T.G.E. nem sonha é que o Doutor fez muito mais do que apenas “roubar” o tal meteorito. Ele tem implantado a história de outros planetas na Terra a anos, inclusive a dele. Aquele egocêntrico!

 

– Quer dizer então que a série britânica realmente conta uma história real?

 

– Sim, e não.

 

– Ok, mas onde exatamente você entra nessa história?

 

– Eu, Vincent, Mickey entre outros espalhados pelo mundo pertencemos a um grupo conhecido como a aliança do Doutor, todos somos agentes infiltrados na S.H.O.R.T.A.G.E. E não, isso não é de hoje. Desde a fundação da primeira agencia existe infiltrados, o Doutor é do tipo que pensa em tudo e sempre tem grandes aliados. Por isso nós estamos aqui, eu sou espiã desde que me entendo por gente, meu pai treinou a mim e ao meu irmão desde pequenos para sermos agentes duplos. O problema é que o objetivo inicial da agencia se perdeu com o tempo. Nós não temos apenas que achar a Bad Wolf e usa-la para recuperar o tal meteorito, a agencia é renomada no quesito pesquisa alienígena e espionagem em geral o que Curt planeja realmente é usar a Bad Wolf como uma arma de guerra e conquistar poder sobre os outros paises.

 

– Isso é insano. Então basicamente você e Vincent estão do lado do Doutor afim de proteger April da agencia. – ela assente. – Então é ela mesmo? April é a Bad Wolf? E o que faremos? Como seus supostos poderes se manifestarão? É tipo bruxos que manifestam poder quando completam 18 anos? E o que faremos enquanto isso não ocorre? Quero dizer, é muita coisa para processar!

 

– Vocês vão entender com o tempo, tenha calma. Não sabemos como funciona esse lance de Bad Wolf. O único jeito é deixar correr e ficarmos de olho. Vincent esta explicando a ela tudo o que sabemos sobre o Doutor e a minha missão é recrutar você para a aliança, o que me diz?

 

– Eu aceito, eu odeio aquele lugar, jamais ficaria do lado deles. – Asami dá um sorrido estilo gato da Alice. – Mas só pra saber, o que aconteceria se eu me negasse?

 

 – Teria o mesmo fim que a Bela Adormecida no meu sofá. – ela diz e nós rimos. – E por falar nela, temos que carregar ela de volta pro carro, preciso que você finja ser namorado dela, vamos leva-la para casa.

 

– Namorado? Sério.

 

– Pare de frescura e me ajuda.

 

E então depois de nossa conversa esclarecedora e nada confusa, carregamos uma mulher de 50 quilos de volta para o carro, contamos mais algumas mentiras para um porteiro apavorado, dirigimos por quase uma hora e meia para o outro lado da cidade até chegar em uma casa enorme, arrancamos as chaves do bolso de Cameron que já estava em um preocupante estado de quase coma, invadimos a casa dela e a colocamos delicadamente em sua cama com uma garrafa de abscinto pela metade na cabeceira e a TV ligada para – segundo Asami – criar um clima de ressaca. Depois disso ela me levou para casa e exigiu que eu dormisse pois estávamos na semana de treinos e testes e eu provavelmente seria testado algum dia dessa semana e deveria estar preparado.

 

Acabou que no dia seguinte eu realmente fui testado na etapa individual diária e graças aos céus passei, mesmo depois de sermos massacrados por um treino exaustivo que me impediu até mesmo de trocar mais de duas palavras com April – Bom dia! – foi a única coisa que falamos um para o outro durante toda aquela semana, Asami sensei disse que era melhor assim, e que Vincent estava cuidando dela. Realmente ele estava, ela chegava com Marcos, mas depois passava o resto do dia com seu sensei, almoçavam juntos em uma pequena mesa no canto do refeitório enquanto o resto de seu time se sentavam em um dos mesões que tinha no mesmo e depois ele a levava para casa.

 

No último dia da primeira semana minha equipe foi sorteada para o teste semanal, foi uma droga, velocidade, força, inteligência e trabalho em equipe. Cada equipe tem que mostrar que o treinamento da semana deu resultado e que todos estão em harmonia. A nossa quase rodou pra falar a verdade, mas surpreendentemente três equipes foram aprovadas no teste, a expectativa de Curt era que uma única equipe passasse o que o fez ficar visivelmente de bom humor pelo resto do dia. Marcos estava ocupado com seu time, mas vez ou outra vinha me encher o saco. Cheguei a sentir inveja de April por que quando ele se aproximava dela Vincent se colocava na frente ou puxava ela pela cintura e a tirava de perto dele.

 

A segunda semana começou e foi a mesma coisa, eu e April havíamos passado o fim de semana na casa dela e por conta de Marcos não tocamos no assunto “Doutor”, nós íamos estudar na mesma escola graças a persuasão de Marcos. Dormi na casa dela para que pudéssemos ir juntos para aula e meu Deus, eu nunca vi ninguém tão ranzinza na vida, tá certo era uma manhã de segunda-feira, isso é normal, mas ela era demais. Ela reclamava mais do que respirava, mas foi legal ver ela concentrada na aula e aceitando as tentativas de socialização, que normalmente eram seguidas de uma revirada de olho em minha direção, a grandiosa maneira dela me dizer que a pessoa era “um porre”. Apesar de tudo ela se enturmou rápido com meus amigos, mas sempre que o sinal para o intervalo soava April sumia, só voltava quando o sinal da próxima aula tocava. Depois das aulas íamos para agencia e treinávamos até as 8 da noite.

 

Chegou sexta-feira o dia do teste final, o time de April estava na forca então resolvi passar o intervalo da escola com ela, mas a garota saiu feito um foguete da sala, me despedi dos meus amigos e a segui. Quase cai para trás quando a vi ela sentando em uma mesa do lado de fora de um café junto de seu sensei, eles riam e conversavam animadamente, sai dali estilo Usain Bolt em prova dos 200 metros. No meio de nosso treino antes do teste final deles Asami me puxou para uma conversa, “Você está muito distraído senhor Ember” foi o que ela disse. Como eu já tinha uma amizade com minha sensei contei a ela o que eu vi e ela riu tanto que se curvou segurando a barriga.

 

– Por Deus Adam, não! – ela ria sem parar – Cara, Vincent é meu namorado! – okay por isso eu não esperava, fiquei parado me sentindo o maior trouxa do mundo enquanto via meus parceiros de time se aproximando querendo saber por que a sensei ria tanto, graças aos céus ela os mandou voltar ao treino. – Você está com ciúmes dela? Olha, Vincent é como um irmão mais velho protetor dela sabe. Ele é grande e sério, mas é gentil e carinhoso, ele se afeiçoou a April por isso está bancando o guarda costas dela. Ai meu Deus, volte ao treino vai cara. – bom, eu fiquei mudo vendo ela saindo de perto rindo.

 

O time de April passou com mérito, derrotaram todos os outros e diferente da primeira semana, dessa vez sim apenas um time passou. Depois de sermos aceitos como agentes oficiais as coisas ficaram um pouco mais fáceis. April e eu ainda estávamos em divisões diferentes – se surpreenderiam se eu dissesse que ela ficou na divisão de Vincent? – bom pra compensar eu fiquei na mesma da minha sensei, ainda trabalhávamos como um time, os quatro, mas apenas em ocasiões especiais.

 

...

 

April

 

Eu estava jogada no sofá lendo quando meu celular começou a tocar.

 

– Fala logo. – digo ríspida ao atender, já sabendo de quem se tratava, odeio quando ele interrompem minhas leituras.

– Cade a educação brutos? – reviro os olhos  para o “gênio” do outro lado da linha.

– Oi Luke! Fala logo o que você quer. – ouço-o dar um longo suspiro.

– Avisa a mãe que estamos indo para ai.

– Oi viado? Quando? – me sobressalto no sofá deixando meu livro cair.

– Chegamos amanhã, e o Phillip já chegou ai?

– Pera, o Phill também tá vindo pra cá? Como assim? Ninguém me avisou mano!

A mãe provavelmente falou e você nem ligou, como sempre. – revirei os olhos, Luke sempre foi o mais dramático, e fez questão de enfatizar o sempre.

– Tá, tá Drama Queen, eu passo o recado para senhorita Sky.

– Se prepara pirralha, eu tenho todo nosso itinerário de feriadão em mente. – solto uma risada.

– Não é querendo ser estraga prazeres Luke, querido. Mas quem organiza os melhores roles é o Phill.

– Ah foda-se então, você já começa a cagar com tudo antes de rolar, será que pode ficar do meu lado ao menos uma vez April? – como disse DRAMA QUEEN!!

– Luke, tchau! Até amanhã então, a hora que o Phill chegar eu te mando mensagem, beijos. E não me ligue mais, estou lendo!!

 

Desligo o telefone na cara dele e o coloco no modo avião. Havia acontecido muita coisa nos últimos meses. Já havia se passado dois meses desde que eu me tornara oficialmente uma agente da S.H.O.R.T.G.E. e ainda tinha a escola. Treinos, missões, trabalhos, relatórios, pesquisas. Eu estava pirando, por mais que seja péssimo ser avisada de última hora sobre algo, eu estava feliz por saber que meus irmãos viriam me ver. Esse feriado seria perfeito, minha melhor amiga também estava vindo para cá – claro que não com o mesmo objetivo, ela havia conseguido um intercâmbio aqui na cidade – mas o mais importante é que ela ia morar com a gente por um tempo.

 

 O meu irmão Luke, ou “Loki” como eu e Phill o chamávamos é meu irmão do meio, por isso é a Drama Queen da família, tem 27 anos e não tem um pingo de juízo. Phillip ou Phill simplesmente, é meu irmão mais velho, o cabeça, é um palhaço e quando o assunto é viagem ele é quem cuida de tudo, 33 anos na identidade, mas as vezes age como um guri de 17. Christina é minha melhor amiga desde, sei lá, sempre. Temos a mesma idade mas a garota é mais animada e sociável enquanto eu sou introvertida e ranzinza, mas ainda somos uma dupla dinâmica.

 

Eu estava sozinha em casa, minha mãe e Marcos haviam saído para jantar e eu não tinha nada para fazer além de ler, só que eu não estava mais conseguindo me concentrar na estória então decidi que queria companhia até segunda ordem. Então mandei mensagem para Vincent.

 

 

“Hey Vince, oq vc tá fazendo?” – 18:29

“Morrendo de tedio, e você?” – 18:30

“Idem, vem aqui em casa pra gente conversar” – 18:31

“Ok, preciso levar comida?” – 18:31

“Não kkkkkkk vo ver algo aq pra fazer pra gente” – 18:32

“E Marcos ta ai?” – 18:32

“Não, ele e minha mãe foram jantar fora. Gosta de lasanha?” – 18:33

“Ok então, caseira ou congelada?” – 18:33

“Se você vier rápido e me ajudar é caseira” – 18:34

“Chego em 20 min” – 18:34

 

 

Fui até a cozinha arrumar os ingredientes para montar a lasanha, eu sabia que Vincent era extremamente pontual e que amava comer, então deixei tudo arrumado para apenas montarmos a lasanha e levarmos ao forno. Bom, eu poderia ter convidado Adam, mas eu prefiro a companhia de Vincent. Nos tornamos muito mais próximos nesses meses, mesmo ele ainda possuindo o título de sensei sobre mim nós somos muito amigos. Diferente do que eu imaginei Vincent não era filho legitimo de Curt, na verdade ele era seu sobrinho, o pai dele morreu quando ele tinha treze anos e sua tutela ficou para Curt que o criou como filho. No dia em que fomos à biblioteca, depois do treino Vincent me chamou para uma conversa pensei em avisar Adam, mas ele me disse que Asami falaria com ele, achei estranho, mas o segui. Entrei em seu carro e ele dirigiu até seu apartamento.

 

Ao chegarmos lá ele me explicou tudo que sabia sobre o Doutor, explicou sobre a aliança que era um grupo de agentes da S.H.O.R.T.A.G.E que trabalhavam como infiltrados na agencia e me explicou sobre a Bad Wolf, ou pelo menos o que ele sabia, o que não era muito mais do que eu. – “Pelo o que o Doutor nos deixou de informação, ela nasceu com esse poder, mas não pode manipula-lo por boa parte de sua vida. Como ela passou a utiliza-lo, não sabemos” – foi o que ele disse. Depois disso nos tornamos cada vez mais próximos, eu até dava dicas para ele sobre relacionamentos – Vincent estava namorando Asami – e vez ou outra ele me tirava de uma furada na agencia no melhor estilo “irmão mais velho”.

 

Exatos vinte minutos depois a campainha toca.

 

– Oi Vince, entra. – ele me cumprimenta com um abraço e entra colocando seu casaco no cabideiro do hall de entrada.

 

– A lasanha ta pronta? – ele pergunta me olhando com um sorriso enorme e eu rio

 

– Não a gente precisa montar, e você vai me ajudar. – empurro Vincent para cozinha e ele protesta.

 

Montamos a lasanha e a colocamos no forno enquanto conversávamos, eu havia colocado um CD do Queen e nós tivemos nosso momento Mercury na cozinha. Quando eu estava retirando a lasanha do forno e Vincent arrumando a mesa ouvimos a campainha tocar, eu dei uma olhada para ele que me encarou assustado, e então eu me lembrei.

 

– Phill! – sussurrei – Espere aqui Vince. – sai e fui abrir a porta.

 

– Oi April! – “dito e feito” pensei, Phillip Hunt estava para na minha porta ao lado de sua esposa Alice – que por sinal eu não engolia – e então eu pensei, “eu estou sozinha em casa, minha mãe e Marcos foram jantar fora e tem um homem de – com certeza – mais de dois metros na minha cozinha arrumando uma mesa para jantarmos o que eu falo para o meu irmão?” Fiquei estática na porta até tomar coragem.

 

– O-oi Phill, entra! – digo enquanto abraço ele. – Alice, a quanto tempo! Entra ae gente. Já comeram? Tem lasanha!

 

– Que bom por que to morrendo de fome. De quem é isso? – ele aponta para o casaco de Vincent que era enorme. Eu sigo para cozinha como um foguete ignorando ele. Quando estava entrando na cozinha vi Vincent agachado à fechadura da porta tentando abri-la, aquilo me fez querer rir, pelo menos não era só eu que me sentia constrangida com aquela situação. Dei-lhe um sorriso tentando tranquiliza-lo.

 

– Então vamos comer? – digo me virando para Phill que chegava na cozinha, ele ficou parado alternando seu olhar especulador entre mim e Vincent. – Não olhar assim para mim jovem Jedi deve. – disse imitando a voz do mestre Yoda. – Phill, esse é Vince; Vince este é meu irmão Phill. – Eles se cumprimentaram com um aperto de mãos e Vince fez questão de dizer seu nome completo. – Vince é meu personal trainer Phillip, e tem namorada, antes que você pense merda.

 

Arrumei mais dois pratos na mesa e vi a lasanha sumir do refratário em questão de segundos.

 

– Então você é personal, mas está aqui na casa da sua aluna comendo lasanha. – Se eu não avisei, saibam: minha família ama destilar veneno.

 

– Você já viu o meu físico? – perguntei sarcástica. – Meu objetivo é criar massa, não emagrecer. Posso comer o que eu quiser desde que seja de forma controlada, não é sensei? – olho para Vince que assente com a boca cheia de lasanha, se fosse um esquilo eu chutaria que o inverno estava chegando.

 

– Quer dizer que até os profissionais da malhação põe o pé na jaca de vez em quando?

 

– São humanos Phill, eu chamei o filho de Marcos, Adam; mas ele não pode vir. A namorada de Vincent também viria mas ela precisou terminar um trabalho da faculdade. – dei aquele assunto por encerrado, Vincent estava se entupindo de lasanha pra evitar opinar e Phillip estava sendo muito inconveniente insinuando coisas a todo momento. Conversamos sobre sua viagem e depois de acabarmos deixei os rapazes com a louça e fui ajudar minha cunhada com as malas, levamos até o quarto de hospedes – meu antigo quarto – enquanto a ajudava arrumar as coisas Phill entra rindo com Vince.

 

– Então ela se cobriu achando que ninguém veria, precisava ver a cara dela quando nossa mãe viu a merda que ela tinha feito com o cabelo. – fulmino meu irmão que entrava rindo no quarto, não acredito que ele estava contado as merdas que eu fazia para Vincent. Para Vincent!

 

– Você não me disse que era cabeleireira April. – ótimo agora o Vampiro esquisitão estava me zoando.

 

– Vincent, vai dar o rabo, vai. E você Phillip ligue para Luke ele quer falar com você! – ralho com eles que riem mais ainda, deixo meu irmão no quarto e puxo Vincent pelas escadas, ele até parecia uma hiena. – Você fumou o que? Pelo o que me lembro eu coloquei orégano na lasanha, não maconha!

 

– Você era uma criança um tanto quanto excêntrica. – disse tentando se recuperar do ataque de risos.

 

 – Não enche, já disse. – dou um cutucão em seu peito fazendo minha melhor cara de “você fez merda e eu to puta de raiva”

 

– Seu irmão me convidou pra fazer trilha com vocês na sexta. – olho para ele surpresa e solto uma risada anasalada.

 

– Bom eu disse ao Luke. – Não adiantava discutir, era sempre Phill que organizava as coisas, tradição é tradição.

 

– Disse o que?

 

– Que bom que você vai Vince. Amanhã meu irmão Luke chega e eu tenho que ir ao aeroporto buscar minha melhor amiga. O voo dela chega às uma da tarde, você enrola na agencia pra mim?

 

– Claro April, e será que eu posso chamar Asami. A agencia liberou o setor dela também além do nosso sabe? – ele pergunta coçando a nuca.

 

– Claro! Ela é sua namorada, bom saber que eles também estão livres assim arrasto Adam com a gente.

 

– Então algum avanço na busca pelo Doutor? – pergunta ele. Ótimo momento para falar sobre isso, com meu irmão bancando a águia no andar de cima.

 

– Nada, eu só vou pra escola e de lá pra agencia cara, não é como se eu tivesse um grande plano de busca. Na verdade não sei nem por onde começar. – digo puxando-o de volta para cozinha.

 

– Pelo que você me falou que estava na carta, Rose não deixaria o Doutor “humano” muito longe de você não é.

 

– Se levarmos em conta que me mudei de pais ele pode estar bem longe. – Vincent franze o cenho, não era só ele que estava frustrado com essa situação eu já estava de saco cheio de tentar imaginar onde esse cara estava escondido.

 

– Ele pode estar aqui April. Você não percebeu nada de estranho? Sei lá, o cara do mercadinho, do caminhão do lixo, o carteiro. Ele deve parecer um cara normal, mas possivelmente age como um lunático.

 

– Nada. – dou de ombros. – Se bem que... – faço uma pausa e ele me olha curioso.

 

– Se bem que o quê?

 

– Eu levo o relógio de bolso que encontrei na caixa para todo lugar, na carta dizia que a consciência do Doutor estava naquele relógio. – Vincent assente e se senta em uma das cadeiras do balcão. – Um dia na escola a umas duas semanas, na aula de matemática quando o professor se aproximou de mim para explicar a matéria ele esquentou no meu bolso.

 

– Ele já fez isso antes? April devia ter me falado isso!

 

– Não, eu não achei nada demais.

 

– Que professor é esse?

 

– É o Sr. Smith. O professor que lecionava no semestre passado se aposentou e ele entrou em seu lugar.

 

– Como ele é, descreva para mim.

 

– Alto, magrelo, esquisito, meio doido pra falar a verdade. Ele fala, fala, fala e ninguém entende uma palavra. Acha que pode ser ele? – Isso seria ridículo no mínimo, Sr. Smith era bizarro, na verdade bizarro é eufemismo. Mas se fosse ele o Doutor, estava sambando de salto 15 em baixo do meu nariz a semanas e eu estava bancando o ratinho cego.

 

– Até onde sabemos pode ser ele, se o relógio não se manifestou antes e na presença dele se aqueceu há grandes chances dele ser o Doutor. – ele diz com empolgação. Fala sério naquele momento eu estava em pânico! – Você precisa dar um jeito de descobrir isso amanhã.

 

– O que!? Por que amanhã cara, amanhã é pré feriado ninguém vai pra escola.

 

– Bom você vai mocinha, eu estou te mandando nessa missão. Você vai pra escola amanhã e vai descobrir se esse cara é o Doutor.

 

– Eu passo! Você quer que que faça o que? Diga: Ah oi professor, então eu estou aqui querendo saber se o senhor é um alienígena Senhor do Tempo que me meteu na maior furada da minha vida, olha esse relógio do século XV aqui e diz se reconhece.

 

– Viu só você já tem até um plano, é por isso que é minha aluna favorita. – ele aperta minha bochecha e eu lhe dou um tapa na mão.

 

– Depois você diz que eu sou mal educada né, já se ouviu alguma vez? – ironizo e ele dá de ombros.

 

– Não vejo nenhuma outra forma de se fazer isso. Se é a primeira vez que o relógio se manifesta desde que você o recebeu então só pode ser ele. Faça o que eu disse, quanto antes acharmos ele melhor. E não se esqueça do relatório da missão. – ele só podia estar gozando com a minha cara! – Preciso ir embora miss Sunshine. – Respira April, respira. Ele é seu sensei e você adora ele, por mais tentadora que seja a ideia de socar a cara dele, se controla!

 

Vincent decide subir para se despedir de meu irmão, que me perguntou por que eu estava com cara de retardada. Eu estava em modo de processamento, tentando assimilar tudo o que teria de fazer e como diabos eu ainda não tinha me ligado no fato de que o Doutor poderia estar me dando aula de matemática. Tinha um dia para realizar uma missão, eu tinha que ser muito, muito criativa mesmo. Na hora que estávamos nos despedindo no carro de Vincent o de Marcos entrou na garagem. Eles se cumprimentam com um breve aceno e Vincent foi embora.

 

– Phill chegou mãe, ele e Alice já estão instalados. – disse.

 

– Ótimo, eu me esqueci de te avisar que eles viriam. – ela dá um sorrisinho. – Quem era? – ela me lança um olhar sugestivo.

 

– Meu personal trainer mãe, francamente eu disse que ele viria jantar aqui hoje para repassarmos o programa de exercícios da próxima semana. – vejo sua sobrancelha arquear. – Ora senhorita Sky, você nunca me ouve! – naquele momento eu me senti uma presa de águia e estava rezando para ela acreditar no que eu dizia, felizmente ela deu de ombros e entrou.

 

Fico mais alguns instantes na calçada observando a rua e sinto um arrepio percorrer minha espinha – “Lembre-se April, na espionagem quando não puder se camuflar completamente fique no ponto da visão periférica, ninguém olha pelo canto dos olhos” – lembro-me de Vincent me dizer isso em um de nossos treinamentos de campo. Disfarço e olho para esquerda pelo canto dos olhos e lá está a silhueta de alguém me observando na penumbra. – “Eles estarão vigiando você” – pensei que isso acabaria depois que eu me tornasse uma agente como eles, mas pelo visto estava enganada a S.H.O.R.T.A.G.E ainda me espionava. Entro para dentro e me arrumo para dormir, se eles estavam lá não havia muito que eu pudesse fazer, então apenas fingia que não os via, tinha algo mais importante para me preocupar.

 



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