1. Spirit Fanfics >
  2. Escassez (em revisão) >
  3. Emboscada

História Escassez (em revisão) - Emboscada


Escrita por: vanValentine

Notas do Autor


Oi gente.

Como eu havia dito, este é um capítulo de transição.

O próximo está enorme e incrível.

Vocês acham que April continuará a mesma depois de tudo? O que ela vai ser capaz de fazer para proteger sua família e amigos?

Espero que estejam gostando. Boa leitura.

Capítulo 9 - Emboscada


Fanfic / Fanfiction Escassez (em revisão) - Emboscada

A terceira aula já havia começado a um bom tempo e eu não conseguia me concentrar, por mais empolgada que a Srtª Jenkins estivesse a dinastia Tudor me pareceu tediante. Adam aquele mimado faltou hoje, por isso não tive como contar a ele sobre a conversa que tive com Vincent ontem a noite. Pouquíssima gente veio pra escola e eu estava mergulhada no tédio absoluto, o sinal do intervalo tocou e eu tive vontade de vomitar, estava muito nervosa. Sai e encontrei Vince me esperando no portão da escola, seguimos até uma cafeteria próxima onde sempre íamos pra conversar durante o intervalo.

 

– O que vai querer hoje? – ele faz sinal pra garçonete enquanto se senta.

 

– Uma passagem só de ida pra Xangai e dois pasteis de pizza pra viagem, por favor.

 

– Qual é April. – ele dá risada e faz o pedido. – Um expresso, um cappuccino e duas fatias de torta de frango. – a garçonete anota os pedidos e sai.

 

– Cara, eu não sei o que fazer! A aula dele é a última, e se você me pedir pra dizer o nome da minha mãe eu não vou saber de tão nervosa que eu estou! – Vincent corre a mão pelos cabelos e solta um longo suspiro.

 

– Olha April eu te entendo, mas se acalma. Você já abriu o relógio? – balanço a cabeça em negação. – Então esse é o primeiro passo. – enfio a mão no bolso do meu jeans e o tiro de lá, olho para Vincent e aperto o fecho.

 

– Não abre! – não importa o quanto eu tentasse não abria de forma alguma.

 

– Olha guarda isso, a gente está na rua. Tente abrir ele na presença do seu professor

 

– Olha eu estou mais nervosa com o pós do que com o pré. Se for ele eu juro que chuto o saco dele! – a garçonete havia chegado com nossos pedidos, ela olha para Vincent e dá um sorrisinho. – Então querido, o que vamos fazer hoje a noite? – Vincent que estava bebericando seu café engasga, a mulher pega a bandeja e sai de fininho.

 

– O que? – ele me olha assustado.

 

– Aquela vaca estava dando em cima de você o lerdão. – lanço meu olhar assassino pra mulher que se esgueirava pra trás do balcão.

 

– Está com ciúmes?

 

– Aprenda algo sobre mim, para mim você é como um irmão e Asami é minha salvação como cunhada legal. Eu tenho ciúmes dos meus irmãos e protejo o território das minhas cunhadas, sejam elas de consideração ou não. Portanto nem fudendo que eu vou aceitar aquela mulher dando em cima de você bem na minha cara.

 

– Então tá caçulinha ciumenta. – reviro os olhos.

 

– Escuta garanhão, você tem notícia do Adam?

 

– Não, por que?

 

– Sei lá, ele anda estranho, meio distante sabe?

 

– Asami comentou sobre isso comigo, mas não faço ideia do que está acontecendo. Vocês são adolescentes ainda, isso é normal. – mostro o dedo do meio pra ele que ri.

 

Ficamos jogando conversa fora até o sinal tocar novamente e eu ter de voltar, Vince me desejou boa sorte e foi embora. Mais duas aulas se passaram e finalmente estávamos na última aula. Quando Sr. Smith entrou na sala eu quase tive um aneurisma ao sentir o relógio se aquecer. Esperei até o final da aula, quando faltava uns vinte minutos pra acabar eu tomei coragem e tentei abrir o relógio, quando ele abriu emanou uma luz forte e o fechei rapidamente. Olhei para frente e o Sr. Smith estava me olhando fixo, o olhar perdido.

 

Aquela era a resposta, era ele. Quando o sinal da saída bateu eu me demorei para guardar o material. – Agora ou nunca April. – sussurrei.

 

 – Sr. Smith será que pode me ajudar com uma coisa? – ele me olha curioso.

 

– Está com dúvida na matéria Srtª Hunt?

 

 – Bom, não tem nada a ver com a matéria. – dou um risinho e coço a nuca. – queria saber se o senhor conhece o modelo desse relógio. – mostro a ele o relógio de bolso, ele alterna o olhar entre mim e o relógio por um tempo até decidir pega-lo. Seu olhar novamente fixo, perdido.

 

– O que, o que exatamente você quer saber?

 

– O senhor conhece esse modelo? – pergunto receosa, ele parecia perturbado. – pode abrir se quiser.

 

– Não, eu nunca vi nada igual. Não acho que deva abri-lo. – como assim “não acho que deva abri-lo?” abre logo cacete!

 

– Abra professor, não tem problema. – ele me olha, seu olhar é de pânico. – O senhor está bem?

 

– Eu não sei. – prendo a respiração quando ele começa a acariciar os relevos do relógio, passeando por cada sulco da peça contornando os inscritos. Ele chega ao fecho e mantem o polegar ali por alguns instantes, olhar vidrado. E então ele aperta, uma luz forte demais preenche a sala e me obriga a fechar os olhos. Minhas pálpebras ainda captavam a luz quando esta começou a diminuir, eu tomei coragem e abri os olhos. Meu coração estava a mil, quando meus olhos se acostumam novamente eu vejo meu professor de matemática sentado olhando as próprias mãos, e então olha para mim e abre um enorme sorriso.

 

 

– April, garota impossível! Eu sabia que podia confiar em você. – ele se levanta em um salto e me abraça. Permaneço estática. – Bom, eu preciso ir. Obrigado April, nos vemos depois.

 

– Opa, pera lá Obi-wan Kenobi você não está esquecendo de nada? – digo puxando ele pelo pulso. – Você tem uma padawan para treinar, lembra?

 

– Treinar? Você? Eu não vou treina-la. Se me der licença preciso achar a Tardis. – que? Mas que merda aquele cara estava pensando em fazer.

 

– Olha, eu estou a meses te procurando, me ferrei na S.H.O.R.T.A.G.E. tudo pra te achar teu lunático espacial. Eu quero respostas! – ele me olha assustado.

 

– Entendo April, e te agradeço por me procurar. Você não disse nada a eles sobre mim disse? – neguei e ele suspirou – ótimo, olha eu não posso te dizer nada. Não quero mudar os eventos entende? Você vai ficar bem, agora eu preciso achar a Tardis. Obrigado por tudo, mais uma vez.

 

E então ele sai correndo pela porta, e eu fico lá mais uma vez – com cara de idiota – se enrolasse o papel de trouxa que eu fiz nos últimos meses dava pra dar duas voltas na Terra. Pego minhas coisas e saio às pressas da escola e em vez de ir pra casa sigo para o apartamento de Vincent.

 

– Vince... Vince... Vince... – bato na porta no melhor estilo Sheldon Cooper.

 

– Olha cara eu tenho namorada. – ele diz ao abrir a porta, passo por ele como um foguete jogo a mochila no sofá e rumo para cozinha.

 

– Cala a boca e escuta. Ele é um idiota, ele simplesmente me olhou, agradeceu e foi embora. Foi embora! – minhas mãos tremiam entanto eu tentava colocar um pouco de água em um copo.

 

 – Pera, era ele mesmo! – assinto e vou até a geladeira em busca de açúcar. – Meu Deus April! – ele vem e me ergue em um abraço, por mais nervosa que eu estivesse senti meu rosto queimar. Vincent estava sem camisa e de bermuda ele era meu sensei e eu conhecia sua namorada, mas era inegável o quão bonito ele ficava daquele jeito, seu cabelo comprido que caia sobre os ombros, seu rosto perfeitamente desenhado, seus olhos brilhando de alegria. Ele parece perceber meu desconforto e me solta. – Desculpe.

 

– Não fique tão feliz, ele foi embora sem dizer nada. – disfarço o rubor virando de costas e me concentrando na minha água com açúcar, agora eu precisava dela mais que nunca.

 

– Como assim ele foi embora? – dou de ombros em resposta, secando o copo em dois goles. – Mas como? Por que?

 

– Estou me perguntando isso a um bom tempo! – passo por ele e vou para sala e me jogo no sofá. – Você tem conhaque ai?

 

– Você é de menor April, nada de álcool. – ele se senta na minha frente na mesinha de centro.

 

– Estamos em uma crise meu caro, não temos tempo para o politicamente correto, por favor!

 

– Me diz o que ele falou. – ele segura minhas mãos e me olha nos olhos.

 

– Já disse, ele abriu o relógio e PÁ virou a casaca, me agradeceu por ajuda-lo, disse que ele não me treinaria que tinha de encontrar a Tardis e quando eu pedi por respostas ele disse que não podia dizer nada porque não queria mudar o curso da história. Se eu não estivesse estática eu ia dar uma surra naquele filho da mãe! – Ele suspira e se senta ao meu lado me puxando para um abraço.

 

– Sinto muito. – ele diz e me aperta contra seu peito, retribuo seu abraço e me aninho nele, era quente e reconfortante, eu estava perdida e desesperada. Nunca a expressão nadar e morrer na praia fez tanto sentido.

 

– Não é sua culpa Vince. – sussurro em resposta. Não era realmente, mas eu sei o que ele quis dizer, estávamos com a corda no pescoço. Eu estava pisando em ovos na agencia, eles acreditavam que eu era a Bad Wolf e eu estava correndo riscos lá, não só eu como minha família também. Adam me disse isso uma vez, eles não tinham medo de queimar arquivos.

 

– Eu faço parte disso, você não devia passar por essa situação April, você se arriscou muitas vezes, por nada. – ele acaricia meus cabelos e puxa minhas pernas sobre as dele no sofá. Eu ainda estava tremendo, em parte por raiva e em parte por medo do que viria a seguir agora que o Doutor era ele mesmo de novo. – Escuta, não importa o que aconteça daqui pra frente, eu vou estar ao seu lado ok? Agora se acalme. – suas mãos envolvem meu rosto e ele me obriga a olha-lo, meu coração racha ao ver o olhar dele, ele estava tão decepcionado quanto eu e ainda sim estava tentando me reconfortar. Assinto em resposta e desvio o olhar, ele solta meu rosto e volta a acomodar suas mãos, uma na minha cintura e a outra nos meus cabelos. Sinto meu pulmão arder e solto o ar, não tinha notado que o havia prendido.

 

Não sei se era tudo o que eu havia passado ou se era o carinho de Vincent, só sei que senti meus olhos pesarem e percebi que estava exausta, me remexi em seu colo me aconchegando em seu peito, senti o levantar e abaixar de sua respiração sua cabeça pesando sobre a minha.

 

– Vince. – sussurrei. – Precisamos ir. – dou uma olhadela para o relógio da sala e era quase uma da tarde, ele já estava atrasado para a agencia e eu precisava buscar Christina no aeroporto. Sinto sua mão escorregando para minha nuca e a envolvendo, meu estomago borbulha e eu prendo minha respiração novamente, então eu sinto a pressão dos lábios dele na minha têmpora. Eu não me sentia atraída por Vincent e por mais errado que aquilo parecesse não havia maldade, fora que eu estava sozinha e possivelmente carente demais para me importar com aquele estranho momento de intimidade.

 

– Claro, eu te levo para buscar sua amiga. – me levanto de seu colo usando a desculpa de amarrar o cabelo para evitar olha-lo.

 

– Posso? – ele pergunta, mesmo estranhado sua atitude solto minhas mãos do meu cabelo e deixo que ele o prenda. Suas mãos o envolvem e o puxam para o alto, ele mantem uma mão segurando um bolo de cabelo e com a outra trabalha em juntar o restante dos fios soltos. – Pronto. – ele dá um sorriso terno e se levanta. – Vamos? – passo as mãos pelo meu cabelo rapidamente, analisando seu serviço então pego minha bolsa e saio.

 

– Te espero lá em baixo – grito antes de fechar a porta.

 

Não demora muito e Vincent aparece na calçada girando as chaves no dedo, entramos no carro e ele nos guia até o aeroporto, insisto dizendo que ele não precisava nos esperar, mas ele se nega a ir embora – “Eu levo vocês até a sua casa, depois vamos para a agencia, não vou deixa-la sozinha hoje” – eu ainda estava me sentindo meio desconfortável ao seu lado depois do que havia acontecido, mas ele parecia agir com normalidade e eu me senti aliviada por isso. Não importa o quão ridiculamente atraente ele era, ainda era meu amigo e sensei e tinha namorada.

 

Vejo um avião pousando na pista era 13:10, não demora muito para mim ver um rosto conhecido em meio a muitos outros que desciam as escadas da aeronave.

 

– Chris! – grito e aceno quando ela passava pela porta do saguão de desembarque, ela vem correndo em minha direção e me abraça – Viada eu estava morrendo de saudades, parabéns pelo intercambio!

 

– Cara eu não acredito que estou aqui. A gente vai morar juntas velho! – ela me pega pelos ombros me chacoalha. – Quem é esse ai? – vejo sua expressão mudar e um sorriso de canto se desenhar em sua face, sinto uma gota de suor brotar na minha testa.

 

– Chris esse é meu amigo Vincent, Vince esta é Christina. – apresento-os e Vincent a cumprimenta apenas com um aceno.

 

– Podemos ir? – ele pergunta.

 

– Vocês podem esperar um pouco? Tenho que pegar as malas e passar pelo setor de imigração, vocês sabem, burocracias! – ótimo ela estava fazendo o que eu temia, me olhando com aquele olhar sugestivo de “eu sei o que você fez no verão passado.”  Dei graças a Deus quando ela voltou e então fomos finalmente para minha casa. Depois de um interrogatório por parte de Christina que habilmente conseguiu a atenção e ajuda da Srtª Sky e de um pouco de mentiras por minha parte consegui sair de lá para a agencia antes que Vincent entrasse em colapso. Recebemos um sermão de praxe de Curt e seguimos para nosso trabalho, não nos falamos muito pelo resto do dia, na saída eu alcancei Adam no corredor e o arrastei comigo o intimando a ir na nossa pequena aventura. Ele estava muito estranho, mas concordou. Acabou que, por mais que eu estivesse secretamente tentando fugir de Vincent este brotou na minha frente dizendo que me levaria para casa.

 

Quando cheguei percebi outro carro na garagem, com certeza Luke havia chegado. A reunião familiar como sempre se seguiu de forma cômica, com uma sequência de abraços e piadas e brigas – impagável é a definição da cara de Luke a hora que Phill disse que faríamos trilha no dia seguinte. Ele protestou que já havia escolhido o passeio, mas já estava decidido. – acabou que as esposas dos dois acharam “infantil e desnecessária” a ideia de irmos fazer trilha. Então seriamos eu, Chris e Asami de garotas na nossa pequena aventura.

 

No dia seguinte mesmo não querendo sair, decidi que o melhor a se fazer era tocar o barco. Eu ia me divertir e esquecer aquele lunático do Doutor, então mandei mensagem para Adam e Vincent virem aqui para casa para combinarmos as funções de cada um no grupo. Phill conseguiu autorização para que pudéssemos ir sem um guia pela trilha, ele usou a desculpa de que já havia feito aquilo milhares de vezes e que poderia nos comandar sem problemas se tivesse um mapa da área. – eu ainda acho que ele subornou o guia. – Estudamos o mapa por um tempo e dividimos nossas tarefas. Eu, Cristina e Phill cuidaríamos do mapa, do fogo e acharíamos um lugar para passar a noite, Vincent, Asami, Luke e Adam arrumariam as barracas e cuidariam de preparar a comida.

 

Demoramos um pouco, mas chegamos. O único problema foi que estávamos esperando uma trilha de no máximo uns 7 km, essa tinha 13 km. Não preciso nem dizer que Luke virou um bicho. Adentramos a mata era umas 10:00 da manhã, paramos para almoçar ao meio dia e seguimos caminho. Nosso objetivo era chegar a metade do caminho pelo menos antes de anoitecer e montarmos o acampamento.

 

 Já era cinco da tarde, tínhamos uma hora de sol restante no máximo, como não conseguiríamos chegar no ponto que queríamos, decidimos procurar um lugar por perto mesmo para montarmos tudo.

 

 

Eu era a última da trupe e estava um tanto quanto distante deles quando escuto um barulho na mata, paro fingindo mexer nos sapatos e então eu sinto algo mortalmente gélido na minha nuca.

 

– Em pé princesa. – ele diz firme. Eu conhecia aquela voz, o homem me puxa pelos cabelos me pondo em pé e me prende em um mata leão, a arma na minha cabeça. Sinto meus olhos marejarem, os outros estavam conversando distraídos e não aparentavam ter percebido nada de errado e então eu vejo Vincent parando bruscamente a mão esquerda barrando Asami.

 

– Emboscada! – ele grita e saca sua arma, Asami puxa suas facas e se põe entre meus irmãos, Christina e os outros homens que saiam de dentro da mata.

 

– Um passo e ela morre. – o homem engatilha a arma. Fecho meus olhos tentando me acalmar, o olhar de meus irmãos, o pavor. Aquilo era tudo culpa minha, íamos morrer e era minha culpa.

 

– Dean, solte ela. – Asami diz calmamente. Então era ele, sinto meu corpo tremer quando ele ri, seu bafo quente contra minha nuca, minhas lagrimas querendo cair, o pavor. Minha adaga estava no coldre em minha coxa, mas eu não tinha coragem de pega-la, seu braço estava apertando meu pescoço cada vez mais, me sufocando.

 

– E por que você acha que ele fara isso? – era Cameron. – Estamos com a garota Bad Wolf em mãos agora, e eu vou poder fazer o que eu queria. Vou poder matar a vadia que destruiu a minha família. – ela põe a mão no meu rosto acariciando minha bochecha com um sorriso doentio moldando seus lábios, mas logo este desaparece em uma carranca e eu sinto meu rosto arder com o tapa.

 

– Não toque nela sua vadia. – Vincent rosna.

 

– Que lindo, você já os conquistou! Rapazes levem os outros para mata, daremos jeito neles mais tarde e se vocês tentarem algo eu mato ela agora mesmo. – Vejo dois caras pegando meus irmãos e Christina pelos braços e entrando na mata. Outros dois ficaram fazendo guarda sob Asami, Vincent e Adam.

 

– Adam, por que ainda não está em posição? – ralha Asami. Eu não havia reparado ainda, ele estava parado fitando o chão, ele não movera um músculo desde que tudo aquilo começou. Cameron dá uma risadinha desviando a atenção de todos.

 

– Simples meu bem, por que é graças a ele que estamos aqui. – o ar falta em meus pulmões, não pode ser, não Adam. – não é querido? – um silencio sepulcral se instala.

 

– Não! – grito – Ele jamais faria isso sua piranha! – cuspo as palavras com dificuldade e Dean me sufoca mais ainda. Quando Cameron ia se pronunciar Adam a interrompe.

 

– Me perdoem. – ele diz em meio a um soluço ele estava... chorando? – Me perdoe April, mas eles ameaçaram matar a minha mãe. – Minha mente desliga, aquilo só podia ser mentira. Asami e Vincent estavam tão surpresos quanto eu. Não, eu não poderia ficar ali parada, não poderia deixar eles morrerem. Fleches passam em minha mente e eu me lembro do dia da formação das equipes.

 

Ninguém movia um músculo sequer, então eu solto todo o peso do meu corpo sobre minha perna esquerda, Dean que havia folgado o braço que estava no meu pescoço se desequilibra tentando me segurar, quando meu joelho atinge o chão dou uma cotovelada no peito de Dean e rapidamente viro o corpo agarrando a mão dele que segurava a arma, enquanto desvio dos socos dele e tento tirar a arma de sua mão ouço tiros – a frase “sem tempo” martela em minha mente – retiro minha adaga e golpeio Dean no ombro direito, ele urra e deixa a arma cair.

 

Em seguida o grito de Vincent ecoa nos meus ouvidos e eu atiro, a bala vara o peito de Dean que cai em um baque só, olho a minha volta, o sangue fervendo nas veias, o ódio crescendo. Quando meus olhos pousam em Vincent não tenho muito tempo para assimilar nada, ele está caído no chão junto a alguém e atrás dele de dentro da mata surgem outros dois homens atirando em mim. – Não pense. – digo a mim mesma e descarrego a arma sob os caras que caem sem vida.

 

Depois de alguns minutos que me pareceram anos de assimilação eu ouço um soluço abafado e quando olho para Vincent sinto as lagrimas queimarem meu rosto, ele estava abraçado ao corpo de Asami chorando e soluçando contra seu pescoço. Caminhei até ele, meu ombro esquerdo doía muito, mas vê-la ali morta foi uma dor muito maior. Nós havíamos nos tornado amigas, almoçávamos juntas no refeitório e sempre que ela e Vince discutiam ela me procurava para desabafar. Agora todos os sonhos estavam mortos, ela tinha 21 anos e acreditava fielmente no Doutor. Se aquele desgraçado não tivesse me dado as costas ela podia estar viva. Respiro profundamente tentando manter a calma e afastar aquele pensamento, então era isso que ele queria dizer.

 

Galhos se quebram atrás de mim e eu me viro bruscamente, a arma em mãos, mas são apenas Adam e os outros. Christina estava em pânico, ela chorava muito e Phill tentava acalma-la, Luke ficou parado olhando em volta e então seus olhos pousaram em mim, acusadores. Havia ódio em seu olhar e eu só me dei conta disso quando sua mão atingiu meu rosto. Fui ao chão caindo próximo ao corpo de Asami, eu estava em estado de choque, era como se eu não tivesse sentimentos mais, tudo estava quebrado e eu jamais conseguiria consertar. Não havia mais dor, nem nada. Uma luz preencheu o lugar como se eu tivesse morrido e subindo ao céu, aquela luz nos envolveu e eu me senti leve.

 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...