Me viro de costas para rua e fico por um segundo encarando o nada dos tijolos brancos a minha frente. Eu queria ligar para o garoto, mas nem seu numero eu tenho. Sinto raiva por ter acreditado em suas palavras e percebo o quanto fui ingênuo por tanto tempo. Ele realmente me enganou tão friamente?
-Hyung? –Ouço a voz conhecida e me viro imediatamente. Um garoto com olhos negros e cabelos da mesma cor me olha com dois sorvetes na mão e eu sorrio.
-Admirador? –Pergunto pausadamente. Ele concorda sorrindo sem jeito.
-Me desculpe não estar aqui quando você chegou, eu estava um pouco ansioso então fui comprar sorvete para nós dois. –Ele me estende o sorvete de flocos e morde levemente o lábio inferior. –Espero ter acertado no sabor. –Concordo e fico o analisando.
O rapaz tem a pele pálida e os lábios finos e rosados. Os olhos são redondinhos e o cabelo dividido apenas na franja deixa-a com um ar doce e encantador. Os brincos tiram um pouco o ar de “certinho” que o garoto trás, e seu uniforme meio aberto na gola com a gravada folgada o deixa com um ar sexy.
-Espera, você não é o namorado do Park Jimin? –Pergunto assim que me dou conta que sempre o vejo abraçado com o outro. Ele engasga e então me olha espantado.
-O que? O Park é meu melhor amigo, apenas isso. –Começo a rir e ele fica me encarando assustado.
-Sempre achei que vocês fossem um casal. –Assumo.
-Não somos. –Sorrio.
-Ainda bem, é bom saber que um garoto bonito dessa forma é apenas meu. –Ele para vagarosamente de tomar o sorvete e me olha com as bochechas vermelhas.
-Sou seu? –Concordo. Ele sorri largo. Tem dentinhos de coelho.
-Você é mais adorável do que aparentava sentado naquele banco junto a Park Jimin, nos braços dele. – Falo irônico e ele faz careta e então me puxando pelo braço do uniforme, se sentando no meio fio e me chamando para sentar com ele.
-Sentiu ciúmes agora sabendo que era eu? –Concordo sem tirar a atenção do meu sorvete.
-Eu acho que se eu já soubesse que era você e te visse daquela forma com ele teria surtado.
-Somos melhores amigos. –Ele explica. Olho pelo canto dos olhos.
-Não me importa, você é meu... –Paro um segundo e me toco que não sei o nome do menino. Começo a rir. –Não sei seu nome. –Ele gargalha.
-Jeon Jungkook, hyung. –Concordo.
-Você é meu Jeon Jungkook, e eu quero que você fique perto de mim, e abrace meu corpo quando se sentir triste, não o de Park Jimin, seja ele seu colega, seu irmão ou seu melhor amigo. –Os olhinhos redondos me encaram por longos instantes e então voltam a olhar o sorvete.
-Te abraçarei quando estiver triste então. –Me aproxime um pouco do menino e comecei a o encarar.
-E quando estiver feliz também. –Ele começou a rir e me olhou nos olhos.
-E quando eu estiver feliz também. –Ele diz em um tom doce.
-Jungkookie. –Chamo e tomo mais um pouco do meu sorvete.
-Sim? –Ele pergunta distraído.
E sem mais nem mesmo, saindo fora de qualquer plano que eu tenha feito na noite anterior, eu me inclino para frente e toco os lábios do garoto com os meus, aproveitando o toque e aprofundando aos poucos o beijo gentil e envergonhado. Levo minha mão com calma até a cintura do moreno trazendo-o para mais perto, e segundos depois sinto algo frio cair na minha perna.
Me separo imediatamente do menino e vejo que o sorvete do mesmo caiu na minha perna por conta da distração em meio ao nosso beijo. Começo a rir com o desespero do menino, e minhas risadas só pioram quando ele tenta arrumar a besteira limpando o tecido e só piora a situação.
-Ah! Me desculpe Tae! –Ele diz apressado, perdido.
-Tudo bem. –Digo parando as ações do menino e sorrindo para o mesmo. –É só sorvete, depois eu tiro isso. –Ele ficou me olhando alguns minutos e se levantou estendendo a mão da minha direção.
-Vem. –Levantei com a ajuda do garoto e fiquei o encarando. –Moro aqui perto, te empresto uma calça para você ir embora. –Comecei a rir.
-Séiro? –Ele concordou meio envergonhado.
-Tudo bem se não quiser... –Neguei.
-Claro que aceito.
-Por aqui. –Ele começou a descer ainda mais a rua e eu comecei a acompanha-lo.
Continuei com nossas mãos dadas e o senti puxando sua própria mão com a intenção de se soltar de mim. Parei bruscamente ficando frente a frente ao mais novo e roubei um selinho do garoto, rindo em seguida do rosto vermelho e voltando a puxa-lo comigo.
-Não tenha vergonha das nossas mãos dadas, nós nos gostamos e não tem mal nisso.
-Tae... –A voz manhosa fez meu coração acelerar.
-Quer um pouco moreno? –Ofereci do meu sorvete e ele aceitou tomando um pouco.
-Desculpa por ter deixado o sorvete cair em você. –Comecei a rir soltando nossas mãos e afagando rapidamente os cabelos negros do menino.
-Tudo bem, por causa disso vou conhecer sua casa, isso é legal. –Voltei a unir nossas mãos e o escutei rindo.
-Eu gosto muito de você. –Afirmou. Sorri.
-Eu também gosto muito de você.
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