Alguns anos antes
-Mamãe?
-oi amor – respondi sorrindo para o meu pequeno – o que foi?
-o que é o amor?- olhei terna para o meu anjinho
- o amor, meu filho, é o sentimento mais poderoso de todos, mas não pode ser explicado. Mas alguns dizem que é como borboletas voando na sua barriga, você fica muito agitado, e pensa só no que é melhor para aquela pessoa.
Atualmente
Eu estava cansada depois daquele transito terrível que eu peguei e só queria paz e silencio hoje, tinha feito plantão a noite inteira e meus ombros doíam muito.
Quando cheguei em casa, no inicio da tarde não pude ficar menos surpresa por ouvir uma musica alta vindo da janela do quarto de Dominique, imaginei o que ele fazia em casa, mas pouco importava ia finalmente passar um tempo com o meu filhão. Desci do carro saltitando, iria fazer uma surpresa para ele, portanto não guardei o carro, senão faria muito barulho.
Abri a porta da frente com o maior cuidado, tirei os meus saltos, eles eram baixos, mas ainda faziam barulho, fui nas pontinhas dos pés com cuidado para evitar as vigas de madeira do chão que rangiam sobe qualquer peso, mesmo com aquela musica sabia que meu filhote tinha uma excelente audição.
Fui subindo com mais cuidado ainda a escada de mogno, um degrau de cada vez. Assim que cheguei ao segundo andar dei mais uns quarto passos para a esquerda, entrando no corredor pouco iluminado, e dei um passo para frente ficando parada bem em frente à porta do quarto de Dominique, peguei com cuidado a maçaneta.
Esperei um pouco inspirei fundo, imaginando se meu preguiçoso estava dormindo ou qualquer outra coisa. Hesitei um pouco, e se ele estivesse descabelando o palhaço?
Ponderei um pouco nessa suposição, encostei meu ouvido na porta, mas tudo que eu conseguia ouvir era a musica alta, é claro que vou reprender ele mais tarde, os vizinhos podem estar incomodados. Mas por hora, eu queria me divertir e curtir umas horas com o nikizinho.
Girei a maçanete e abrir a porta de supetão.
-Filhote!!!! A Mamãe chegou e...- antes que pudesse terminar, fiquei corada com aquela cena.
Eu simplesmente não esperava por aquilo. Nunca tinha suspeitado, meu pequeno sempre tão reservado, mas tão brincalhão comigo.
E sim lá estava meu filho com outro menino fazendo sexo!!! No mesmo segundo fechei a porta na mesma velocidade em que abri.
-Mãe!!- ouvi Dominique gritar e o som de um banque de travesseiro contra a parte interna da porta do quarto.
-Do-Dominique, vamos conversar ok? Vou estar na cozinha... e... e leve seu amigo... ou sei lá o que...- assim que disse isso, percebi que meu coração batia que nem louco, e eu ainda podia sentir meu rosto quente.
Assim que cheguei na cozinha prendi meu cabelo num rabo de cavalo, coloquei as mãos na cintura e encarei a pia, estava limpa como eu havia deixado ontem de manhã, a única diferença eram os pratos, copos talheres, tudo em pares.
Passei a mão pela minha boca, peguei um do copos e enchi de água, virei de uma vez, sei que não era vodka, mas foi um pouco difícil de engolir.
Meu filhote, meu amigão de todas as horas, já tão adulto – uma lagrima desceu pelo meu rosto – porque ele não me contou? Isso doía, mesmo se ele estivesse com uma garota iria doer, eu queria tanto uma relação de mãe e filho baseada na verdade e amor.
Só percebi que eles estavam atrás de mim quando Dominique pigarreou, também só tinha percebido que a musica tinha parado naquele momento. Cruzei os braços e me virei encostando na pia, olhei de um para o outro séria.
- Sentem-se - indiquei as cadeiras do balcão - Comece.- Falei em auto e bom som para o meu filho com cara de assustado, mas ainda assim sério.
- Mãe, este é o Bob... err Robert, ele é... ele...- vi Dominique ficar um pouco nervoso, de alguma forma senti meu ego vibrar com aquilo – ele é meu namorado.
Respirei fundo. Olhei para o Robert, e sim meu genro era muito bonito, posso entender o porque de meu filho gostar dele, ele ficou mais corado ainda, coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha, e com as mão na cintura fui até ele.
- Senhora, por favor a-aceite as minhas desculpas - podia ver gotículas de suor se formando em sua testa, como a cadeira era giratória fiz ele ficar cara a cara comigo, apoiei minhas mãos atrás dele no balcão, o deixei encurralado.
Eu usava essa tática com o Dominique quando era pequeno, acho que foi por isso que ele não me parou, encarei seus olhos castanhos claros por alguns segundos, me pareciam espertos e curiosos, sabia que ele devia ter muito agitado quando era pequeno, diferente do meu nikiniki.
Foi então que eu comecei, apertei suas bochechas.
-Fala golfinho golfinho – de relance pude ver meu filhote com a testa na bancado.
-Goolfinhoo Goolfinhoo.
-Beijinho Beijinho.
-Beeiijiinhoo Beiijiinhoo. – mexi um pouco mais na cara dele, enrugando e desenrugando.
Por fim pus minhas mãos em seus ombros, e suspirei. Abracei ele, acho que nenhum deles esperava por isso.
-Por favor! Por favor Robert, me prometa que independente de qualquer coisa você não vai magoar o meu filhote, ok?- uma lágrima escorreu, e ouvi um sim dele. – me prometa, que eu ainda vou ter ele pra mim, mesmo que por alguns minutos, sim? – mais uma vez ele disse sim.
Com isso me afastei um pouco, algumas lágrimas escapavam ainda, virei pro meu filhote, e dei um tapa e sua cabeça.
-Eu não te ensinei a sempre me contar quando algo acontecesse?
-Ai mãe!! Isso doi! Por que o Bob recebe um abraço e eu um tapa?
- Ei!! Quem escondeu o seu namorado foi você! Pode falar Bob, esse menino não é teimoso?- ele riu e olhou para o meu menino e ambos começaram a rir, com certeza era uma piada interna entra eles. Mas acompanhei eles na risada, assim que acabamos olhei para o relógio – e ai, quem esta com fome?
- Eu – responderam juntos. Olhei para os dois, e sim eles ficavam bem juntos.
-Certo, certo. Querem comida ou lanche? Posso pedir pizza se quiserem, mas antes eu já ia me esquecendo, me chamo Álicia, mas pode me chamar de Áli, Robert.
- Pode me chamar de Bob senh... –encarei ele – Err.. Áli – Sorri e começamos a conversar.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.