_ Heitor .... - Minha mãe se levantou indo em direção ao meu pai.
_ EU ESCUTEI DIREITO? VOCÊ ENGRAVIDOU A FILHA DA EMPREGADA BRUNO??? - Meu pai gritava incrédulo.
_ Pai... Eu... - Eu tentava me explicar, mas não saia nada.
_ Calma Heitor! - Minha mãe disse tocando no peito do meu pai.
_ CALMA? COMO QUE EU VOU TER CALMA ELIZABETH?!! SE O SEU FILHO É UM IRRESPONSÁVEL QUE NÃO FAZ NADA DA VIDA E AINDA SAI ENGRAVIDANDO A FILHA DA EMPREGADA. - A raiva nos meus olhos era nítida. Pelo jeito que ele falava da Daphne. Ela era muito mais que a filha da empregada.
_ FOI TUDO ARMADO. POR ISSO A MANUELA TROUXE ESSA GAROTA! EU VOU DESPACHAR ESSAS DUAS DAQUI!
_ NÃO CHEGA! NINGUÉM VAI SAIR DAQUI! SE A MANUELA FOR EMBORA... EU TAMBÉM VOU. - Minha mãe confrontou meu pai.
_ Como é que é Elizabeth???? - Meu pai olhou furioso pra minha mãe.
_ É isso mesmo que você ouviu. A Manuela não armou nada. Ninguém armou nada. Ele é jovem... foi apenas um erro... e também... ela perdeu o bebê. - Minha mãe abaixou a cabeça triste.
_ Menos mal. - Eu e minha mãe olhamos pra ele incrédulos com o que acabávamos de ouvir. - Escuta bem o que eu vou dizer Bruno, se eu souber de mais alguma gracinha sua com essa garota... Pode se considerar fora dessa casa e de toda essa mordomia que você tem. E você dona Elizabeth pense duas vezes antes de tentar acobertar o seu filho..Ou você irá junto com ele e ainda demito a sua amiguinha. - Meu pai disse friamente e saiu.
_ Meu Deus! Com quem eu me casei? - Minha mãe estava assutada com o que tinha acabado de ouvir. E fui até ela a abraçando.
_ Calma mãe. A gente ainda vai embora daqui. A senhora vai ver! - Prometi pra ela.
...
(Daphne)
Estava a caminho de casa. Dona Elizabeth exigiu que minha mãe aceitasse que o Marcello fosse buscar a gente. Chegando em casa, minha mãe e eu entramos pelos fundos como sempre fazíamos e caminhei até o meu quarto bem devagar com ajuda da minha mãe, pois não podia fazer muito esforço ainda. Chegando ao meu quarto me deparei com Bruno e Lucca, que veio correndo me abraçar.
_ DAAAAAAPH !! - Lucca gritou
_ Devagar meu amor .. não quero voltar pro hospital de novo - Falei rindo com o jeito forte de Lucca abraçar as minhas pernas.
_ Ele... tava louco pra te ver! Pediu pra ficar aqui. - Bruno disse levantado da cama
_ Tudo bem. - Assenti pra ele e voltei minha atenção a Lucca.
_ Bom... eu vou indo. - Bruno sorriu pequeno e saiu de cabeça baixa.
_ Eu vou preparar um lanche pra vocês. - Minha mãe disse saindo também. Fui até a minha cama e Lucca sentou do meu lado.
_ Daph? Tem um neném ati? - Lucca tocou na minha barriga e eu me controlei pra não chorar.
_ Não meu anjo! Mas... como você sabe? - Franzi a testa
_ Eu ouvir o papai bligar com Buno. Ele disse " voxê engavido a filha da empegada." e você é a filha da Manu. - Eu não sabia se ficava em choque pelo fato do Sr. Heitor ter descoberto ou do Lucca ser tão inteligente.
_ Meu Deus, ele descobriu! - Fitei a parede do quarto.
_ Voxe vai casar com o meu irmão? - Lucca perguntou inocente.
_ N-não - Soltei um riso. _ Eu e o Bruno não temos nada, entendeu? - Falei passando a mão no cabelo dele.
_ aaaaaaah - Lucca fez biquinho
_ Me ajuda a ajeitar minha malas. vem. - Chamei ele, pegando uma mala no guarda-roupa.
_ voxe vai viajar? - Fez cara de curioso.
_ Eu vou passar um tempo na casa do meu pai, amor.
_Eu vou ficar sem ti ver? - Lucca cruzou os braços e fez cara de choro.
_ Eiii... Eu só vou passar um tempo... e você pode ir me ver quando quiser. - Me sentei na cama ao lado dele e acariciei o seu rosto. _ Eu vou voltar logo! Eu prometo. E aí nós vamos brincar muito - Depositei um beijo na testa dele que puxou minha camiseta para um abraço. E por um momento passou pela minha cabeça: "Será que eu seria uma boa mãe?"
_ Prontinho... um lanche pra vocês! - Minha mãe apareceu no quarto com uma bandeja.
_ Obaaaaa! - Lucca deu um salto do meu colo e se sentou na cama.
No caminho pra casa eu havia contado pra minha mãe sobre a ida para casa do meu pai. Ela ficou bem triste em saber que ficará sem mim, mas entendeu o meu lado. Ela me ajudou a ajeitar as malas enquanto Lucca lanchava na minha cama. A gabi e a Maju vieram me visitar. Ficaram um tempinho comigo e contei a elas sobre a minha decisão. A Gabi não concordou de início, mais depois de um tempo ela se conformou. Eu não tinha visto o Bruno mais. Acho que ele passou o dia todo fora. Ao anoitecer eu passei o tempo com o Lucca no quarto dele. Eu evitava ao máximo andar pela casa, com medo de me encontrar com o Sr. Heitor.
(Bruno)
Eu passei a tarde toda na casa do JP. Precisava me distrair. As palavras do meu pai não saiam da minha cabeça. Voltei pra casa a noite, assim evitava que eu encontrasse com a Daphne. Eu não queria me distanciar dela, mas era preciso depois da ameaça do meu pai. Cheguei em casa e fui até cozinha comer alguma coisa e Manu estava lá.
_ Bruno... Até que enfim... sua mãe já estava ficando preocupada. - Manu me olhou preocupada ao ver minha cara de desânimo.
_ Eu tava na casa do JP... eu precisava ficar pelo menos algumas horas longe de casa. - Falei revirando os olhos e abrindo a geladeira.
_ Sua mãe me contou tudo. Eu sinto muito... Até falei com ela que ia pedir dem... - Manu disse triste.
_ Manu! NEM PENSE NISSO! A culpa não é sua... Nunca foi. - Fui até ela pegando em sua mão. _ O culpado de tudo isso é o meu pai... que só pensa nele mesmo e você... não vai pedir nada. Imagina o que vai ser da minha mãe e eu sem você aqui pra organizar as coisas? - Dei um beijo na testa dela e ela sorriu. _ Vou pro meu quarto. Boa noite! - Peguei uma maçã na mesa e sair. Caminhei até o meu quarto, passei pelo quarto do Lucca e escutei um som vindo de dentro. Puxei a maçaneta e Lucca e Daphne estavam apagados na cama. Fiquei alguns minutos ali parado vendo eles e um sorriso se formou em meu rosto. Desliguei a caixinha de som da Daphne. Me sentei na cama e fiquei admirando a Daphne dormir.
_ Eu não sei se eu seria um bom pai... mas... você seria uma ótima mãe Daph! - Sussurrei acariciando o rosto dela e em seguida peguei uma coberta para cobrir os dois.
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