(Daphne)
Acordei com o Lucca praticamente em cima de mim. Nós brincamos tanto que ficamos cansados. E ao tentar fazer ele dormir eu acabei dormindo no quarto dele também. Sair do quarto dele e fui até a cozinha olhando para os quatros cantos da casa com medo de encontrar sr. Heitor. Eu ia descendo as escadas as pressas quando o sr. Heitor surgiu vindo do escritório e me viu. Eu congelei e engoli em seco, porém eu não ia abaixar a cabeça pra ele.
_ De onde você tá vindo? - Ele me olhou de cima a baixo.
_ Bom dia Sr. Heitor! - ((mal educado)) _ Do quarto do Lucca...fui ver se ele já tinha acordado. - Menti
_ Olha menina... você pode até ser filha da Manuela que já está aqui a muito tempo. Mas não pense que você vai ficar atrás do meu filho e tentar dar o velho golpe da barriga, ouviu bem?
_ O quer? mas eu não t... - Ele me interrompeu.
_ A Manu e a Elizabeth podem até serem bestas... Mas eu não. - Eu estava pura raiva interior.
_ Olha Sr. Heitor... Pode ficar tranquilo que a última coisa que eu quero, é me envolver com teu filho. Eu não preciso dar o golpe da barriga em ninguém para eu me dar bem na vida... Eu já estudo pra isso. - Fui cínica. _ Se o Sr. me der licença... - Passei por ele.
_ Que bom que pensa assim... Até porque você não quer ver a sua mãe desempregada. - Parei no mesmo momento e fiquei em choque. Ele tá me ameaçando? Respirei fundo e seguir até a cozinha. Minha mãe estava lá e tentei disfarçar ao maximo a tensão estampada no meu rosto. Ela Franziu a testa quando notou que eu não vim do meu quarto.
_ Você... não dormiu no seu quarto? - Me olhou desconfiada.
_ Calma dona Manuela! Eu estava brincando com o Lucca ontem e acabei desabando lá mesmo. - Suspirou aliviada.
_ E você... tá melhor?
_ Tô sim! - Fui até a mesa e fiz companhia pra ela. _ Já avisou ao meu pai? - Perguntei levando uma xícara de café a boca
_ Já sim. Ficou todo animadinho. - Revirou os olhos e rir do ciúmes dela.
_ Ciúmes dona Manuela? - Rir da cara dela.
_ Claro! Você vai me abandonar. Como queria que eu ficasse? - Fez charminho
_ Nossa mãe... Eu só vou pra outra casa... mais nada! - Ele levantou emburrada.
_ Pra uma casa que não é minha. - Colocou as mão na cintura.
_ Tá bom... tá bom... menos drama dona Manuela! - Rir dela e parei logo em seguida. _ Mãe... A senhora iria no colégio comigo? - Perguntei
_ Na escola? Você ainda tá de atestado filha. Não precisa ir hoje.
_ Eu sei. Eu vou lá pra resolver outra coisa. - Minha mãe franziu o cenho.
_ Que coisa? - Perguntou curiosa.
_ Eu vou mudar de turno. - Falei tomando outro gole de café em seguida.
_ Mudar de turno filha? mas porqu... - Ela me olhou por um tempo. _ É por causa do Bruno não é?
_ Não vou mentir mãe... é sim! - Respirei fundo. _ Mas... quanto mais longe eu ficar dele, melhor. - Forcei um sorriso falso e me levantei para ir até o meu quarto me arrumar.
Depois de algumas horas eu e minha mãe já estávamos no ônibus a caminho do colégio. E por fim, consegui mudar de turno.
Assim que sair da diretoria com a minha mãe dei de cara com Gabi e Maju. Conversamos um pouco na lanchonete do colégio. E elas combinaram de ir me visitar antes do meu pai ir me buscar.
....
Já estava tudo arrumado, Gabi e Maju já estavam lá. O Lucca ainda estava na escola e eu fiquei triste por não me despedir dele. Depois de algumas horas meu pai chegou.
_ Filha... Seu pai já estar aí! - Minha mãe disse interrompendo minha conversa com Gabi e Maju.
_ Vamos? - Chamei as meninas pra irem até o portão comigo.
_ Filha!! - Meu pai veio me abraçar. _ Estava com saudades.
_ Oi pai! Também estava - Sorrir para ele.
_ Vem vou colocar suas coisas no carro. - Meu pai virou as costas pegando minhas coisas e levando para o carro e me virei para as meninas.
_ Você vai fazer falta de manhã na escola. - Gabi disse fazendo biquinho e Maju concordou imitando-a.
_ Parem de drama... Eu vou continuar vendo vocês nos finais de semanas.- Fui até as duas e fizemos um abraço em grupo. Depois, abracei a minha mãe que já chorava.
_ Mãe... Parece até que eu não vou ver a senhora mais.
_ Eu vou ficar sem minha única filha. Você queria que eu estivesse como? - Cruzou os braços
_ Para de drama Manuela... ela só tá indo passar um tempo comigo. - Meu pai revirou os olhos
_ Ah não... vocês dois... Nem comecem! - Apontei para os dois que ficaram se encarando feito duas crianças. _ Vamos logo pai!
_ DAAAAAAPH! - Eu ia entrando no carro quando escutei alguém me gritar.
Lucca vinha correndo na minha direção e estampei um sorriso enorme no rosto. Me agachei esperando ele chegar até a mim.
_ Oi meu anjo! - Abracei ele que estava com uma mochila nas costas e de uniforme.
_ Voxe já vai embola? - Lucca perguntou triste.
_ Vou sim... Mas lembra o que a gente combinou? Quando eu voltar nós vamos brincar muito. - Ele assentiu e eu sentir alguém se aproximar atrás do Lucca e ao levantar meu rosto, meus olhos pararam naqueles olhos lindos que o Bruno tinha.
_ Oi - Eu disse forçando um sorriso.
_ Oi... - Ele fez o mesmo
_ Bom... Eu tenho que ir meu anjo. - Falei me levantando.
_ O Buno disse que vai me levar lá depois pra a gente bincar - Lucca falou contente e olhei rápido para o Bruno.
_ Que bom meu anjo... E eu vou estar esperando por vocês... v-você... Por você. - Tentei concertar o erro.
Dei um beijo na bochecha dele e me despedir mais uma vez da minha mãe e das meninas que ainda estavam lá. Entrei no carro e mesmo sem olhar eu sentia Bruno parado na direção da minha janela me fitar. Fixei meu olhar para a frente e meu pai deu partida. A caminho da casa do meu pai eu só conseguia pensar em como seria daqui pra frente. Eu nunca imaginei que no meio de umas férias no meio do ano aconteceria tanta coisa... conhecer alguém, me apaixonar, engravidar, sofrer um acidente, perder um bebê. A unica coisa que eu posso pensar agora é em terminar meus estudos, depois focar na faculdade de dança que eu tanto sonho em fazer esquecer tudo o que passou, principalmente o Bruno.
...
4 MESES DEPOIS...
(Janeiro)
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