1. Spirit Fanfics >
  2. Estrelas do Céu de Abraão >
  3. Desconfiança.

História Estrelas do Céu de Abraão - Desconfiança.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 10 - Desconfiança.



Esther entrou em casa deseperada a procura da tia. Estava decidida, não ia esperar nem mais um segundo. Falaria sobre Marduk.

— Tia Adele, tia Adele. — ela chamou.

Adele, logo apareceu preocupada.

— Esther, eu estou aqui. O que houve?

Ela olhou para a sobrinha e percebeu a palidez na pele alva, de Esther.

— Esther, você esta pálida, e está tremendo o que aconteceu? Bebe sua agua, respira fundo e tente se acalmar.

Esther respirou fundo. E bebeu um pouco de água. Sentou.

— Estamos sozinhas? — perguntou.

— Sim, Seraías estava com você, e Quenaz foi para Jerusalém, deve voltar até essa noite. E Otniel foi com Hatate para sua casa no campo.

— É melhor assim. Sente-se também tia, eu acho que será melhor. — solicitou.

— O que aconteceu, Esther? Diga logo.

— Eu vi, tia. Um rapaz que não era hebreu, por aqui.

— E onde ele está? Os guerreiros o capturaram?

— Não, eu não o entreguei.

— Esther, não somos hebreias, mas devemos fidelidade a esse povo que manteve nossa vida. Você pode ser acusada de traição.

— Eu sei disso, tia. A princípio eu quase o ataquei com a minha adaga. Pensei que fosse algum saqueador, mas ele se veste com um guerreiro, não como um guerreiro hebreu, mas um guerreiro, depois ele tirou sua espada jogou no chão, em sinal de paz.

— Um caneneu, certamente um desses que vive nas campinas. Ou então moabita, filisteu, ou qualquer outro povo quem vivem na fronteira com Canaã. É como Quenaz sempre diz; não se pode confiar em ninguém que não conhecemos.

— Mas como eu poderia entregá-lo, não depois do que ele me disse. Depois de ouvi ele dizer que tem o meu sangue? Ele não me contou tão a fundo onde vive, e quem o criou mas tia ele...

Adele não entendeu o que Esther queria dizer.

— Como assim seu sangue? — perguntou.

— Primeiro ele disse meu nome, eu estranhei, foi então que ele me disse que seu filho com o... falecido tio Adon. Por isso eu perguntei se a senhora e o tio Adon,  tiveram algum filho que vingou.

— Eu não queria falar sobre isso... "Seis anos antes de você nascer em Jericó,  eu tive um filho. Era minha primeira gravidez. No entanto,  o sacerdote do reino disse que ele era escolhido dos Deuses,  para um sacrifício. Eu havia escolhido o nome: que era o nome de meu pai e de Marek."

Esther notou que estava chorando,  junto com a tia. Nunca imaginou que a tia tivesse sofrido tanto.  Sabia que Adele não tivera uma vida perfeita quando era nobre,  mas não imaginava que houvesse tanto sofrimento.

— Todos esses anos, chorando por um filho que pode está vivo. Que pode está aqui?  Onde ele está?

— No estábulo. Ele não foi embora, disse que ver a mãe pelo menos uma vez na vida.

— Vamos ate lá, imedidamente.

...

Assim que entrou no estábulo,  Adele avistou Marduk.

— Mãe. — ele começou.

Ela correu até o filho,  e o abraçou emocionada.

— A senhora não tem nenhuma dúvida?  — ele perguntou, sem soltá-la.  Ainda envolvido no abraço. — Que eu seja mesmo seu filho?

— Não,  meu filho! Sei que você,  tão parecido com seu pai, seus tios.  E também com meu pai.

— Eu sei que é. —  ela disse,  tocando o rosto do filho. — Meu coração sabe.

Esther observava a cena emocionada a cena daquele reencontro.

                           * * *

Marduk, havia sido corajoso. Aceitou conversar com Calebe, líder da tribo de Judá, no mesmo dia.

— Tudo o que eu desejo, é passar um tempo ao lado de minha mãe.— dizia ele a Calebe. — Para nós conhecermos, mas tenho meu compromisso como guerreiro do reino, em breve retornarei a Assíria.

— Pode viver entre nós, mas sem idolatria. — Foi o que Calebe recomendou a ele.

E um dia depois, ele estava andando por Hebron,  desejando conhecer a região.

— Vou até a rua do comércio, com Marduk. Vamos Esther? — chamou Seraías.

Ele estava encantado com o irmão. Esther temia pelo primo, se Marduk fosse "rejeitado" pelos hebreus, ele os enfrentaria novamente. Evitando problemas, ela resolver acompanhá-los. 

— Vamos.

— É uma terra maravilhosa,  não diferente da Assiria, Babilônia — Marduk observava, caminhando pela rua do comércio.

— Aquela barraca ali é uma das melhores. Do Seu Orias. — disse Esther.

— Se é assim, vamos até lá. — disse o rapaz.

— Shalom. Boas tardes. Temos tecidos, e vestidos. — cumprimentou Orias.

Esther gostava de vestidos mais simples.  E acabou gostando de um verde,  era simples e lindo.

— Você vai ficar linda com esse vestido, Esther.  Não vai, rapaz? — Marduk perguntou a Nobá.

Nobá estava surpreso, ele se lembrava de Marduk, na festa da lua nova, e não entendia o que ele estava fazendo ali com Esther e Adele.

— Vai sim. — concordou.

Marduk sorriu para Esther.

— Está vendo, até o vendedor concorda.

Ela asentiu, e resolveu apresentá -lo a Nobá.

— Esse é o meu amigo, Nobá. Ele é de Jericó, também. 

— Um amigo caneneu?

— Sim,  ele é.

 — Satisfação em conhecer. Quanto custa o vestido? — perguntou.

— Não,  meu primo,  não precisa.

— Claro que precisa. — disse ele,  e entregou algumas moedas de prata à Nobá. — Onde está Seraías?

— Está ali naquela barraca.  — apontou ela.

Nobá embrulhava o vestido, quando Esther perguntou a ele:

— Voltou para barraca?

— Sim,  hoje eu resolvi ajudar. — respondeu ele.  — Mas não vou desistir de ser um grande guerreiro.

— Isso mesmo, não desista. — ela incentivou e notou que ele estava bastante quieto.

— Esther, será que eu posso te encontrar mais tarde? 

Ela assentiu.

                     * * *
Sentados a beira do Jordão,  encontravam-se Esther,  Kalu e Nobá.

— Porque aquele guerreiro que estava na festa da lua nova,  estava comércio com você e Seraías,  hoje mais cedo? Você o chamou de primo?

Esther sorriu.

— Porque ele é meu primo,  o Marduk é filho da tia Adele. Ela está tão feliz.

— Ela tem outro filho? Além de Seraías? — questionou Kalu, surpreso.

Todos estavam surpresos com a presença de Marduk.  Era notável que ele não era hebreu.

— Pois  é, e foi tão inesperado. Ela pensou que ele estivesse sido oferecido a Baal, quando bebê. Tanto que nunca me contou sobre ele, nem mesmo para mim.

— Então foi só um primo fazendo uma gentileza. — disse Nobá calmamente.

— E eu posso saber o que você pensou que fosse?

— Não sei,  talvez um pretendente.

Esther riu.

— Como se eu tivesse pretendentes. 

— Não tem porque esses hebreus são uns medrosos,  alguns olham para você com certo interresse, mas não tem a coragem de falar com Quenaz, já outros, por puro preconceito, por você ser canenéia.

Esther deu de ombros. Ultimamente parecia que todos insistiam em falar sobre casamento com ela, a ruiva nunca havia pensando sobre isso, e sinceramente não se importava com isso.

Se tivesse que se casar, aconteceria.  Mas não ia colocar como prioridade em sua vida. Haviam mulheres que colocavam o casamento como prioridade em sua vida,  Esther desejava apenas ser feliz.

— Vivemos em um mundo cruel, cheio de pessoas ruins a nossa volta em todos os lados. Até mesmo alguns hebreus são traidores. — dizia Nobá.

— Mas você confia em mim. Que sou filha de pessoas que foram cruéis.

Nobá balançou a cabeça.

— É diferente, Esther, totalmente diferente. Nós te conhecemos a muito tempo, sabemos que você tem o bom coração.

— Nobá tem toda razão. — concordou Kalu.

Esther virou para o amigo.

— Até você,  Kalu?!

— Mas é a verdade. Esse cara não parece confiável. Nem um pouco.

— E o que devo fazer?  Ele decidiu ficar aqui em Hebron, se Calebe o lider tribal de Judá, permitiu que ele ficasse, não sou eu que irei impedir.

— Você pode se afastar dele. — respondeu Nobá.  — Isso, você pode fazer.

                            * * *

Gentil e generoso, coisas que não eram de ser esperar da maioria dos guerreiros, mas Marduk era assim. Esther caminhava pelo quintal da casa de Quenaz, quando ele se aproximou dela,  sorrindo.

— Eu estava te observando, de longe. — disse ele. — Sabe Esther,  eu ouvi tantas coisas sobre sua mãe.

— Coisas ruins, imagino.

— Não, coisas boas. — continuou após uma pequena pausa. — De que Kalési era uma excelente rainha. Linda, amada, prepotente. Uma pena que você não possa ter seguido o mesmo caminho, de soberana, quero dizer.

— Ela sempre quis que eu fosse como ela. Disse que eu seria sua sucessora. Rainha de Jericó, e Senhora da Sepentes. — lembrou ela.  — No entanto, eu nunca me esqueci de uma das últimas conversas que tivemos.

Esther buscou em sua mente, sua última noite em Jericó,  Kalési estava tão diferente.  Como se soubesse que aquela era uma das última vez que a viria.

E era exatamente isso. Sempre que a princesa queria ver a mãe,  se dirigia ao quarto, dela. Dessa vez,  a rainha mandou levar a filha até ela.

— Mamãe,  a senhora quer me mostrar suas serpentes? — perguntou ela.

— Hoje não. Sente-se comigo.

Esther sentou-se na enorme cama da soberana.

Kalési a observou por algum tempo sorrindo emocionada.

— Esther, tão linda, iluminada. Uma estrela que sempre vai brilhar,  eternamente. Você é o que eu e Marek temos de mais precioso na vida.  Nossa joia rara.

— Desculpe se eu nunca fui uma boa mãe.  Eu estava errada, queria que minha filha, fosse como eu.

—  Demorei tanto para perceber, que você minha princesa,  você não tem que ser como eu.  Você é única e é isso que te faz ser tão amada por todos.

— Tudo que eu quero,  é que tenha um futuro maravilhoso.  E que seja ainda melhor do que eu sou. Eu te amo,  tanto,  tanto.

Esther abraçou a mãe, desejava abraçá-la por muito tempo. Amava a mãe,  do jeito que ela era.

Marduk observava a prima atentamente.

— Ela me disse que eu deveria ser eu mesma. E hoje eu sei que isso não significa ser uma rainha. — concluiu,  secando as lágrimas do rosto.

— Ser você mesma... Se você não se imagina uma rainha, como se imagina?! — questionou a ela.

Esther ficou em silêncio.

— Sua mãe era Senhora das Serpentes, você aprendeu a dançar, certamente.

Aquele assunto estava começando a deixá -la desconfortável, Esther nunca quis ser como a mãe. Nunca gostou de todas às vezes que a mãe insistia que ela deveria ser como ela. Marek, seu pai,  sempre a tratou com a "princesinha" dele. Ela ainda se lembra da voz, quase com adoração dizendo Minha princesinha. O pai sim, a tratava com uma criança deveria ser, a mãe não.

— Eu aprendi alguma coisa com ela quando criança. — confessou.

— Então você sabe dançar? Dança para mim, Esther? — pediu.

— O quê? Para te dizer essas coisas, nem temos serpentes aqui. E esse é um costume caneneu. Eu não poderia, nem se quisesse.

— Tudo bem, não precisa ficar nervosa, eu adoraria que dançasse para mim, mas compreendo que não queira, agora, me diz como você se imagina?

—  Você nem vai acreditar se eu disser... Uma guerreira.

— Eu posso treinar com você.

— Isso é sério? Sem nenhum julgamento? — perguntou.  Estava supresa com a reação dele,  como se fosse algo comum.  A maioria dos guerreiros não achava comum uma mulher guerreira.

— E porque eu te julgaria?

— Porque eu sou uma mulher.

Marduk riu.

— Eu admiro mulheres a frente do tempo em que vivemos. — confessou.  — Com um bom treinamento, você pode ser uma guerreira sim. E vai desarmar muitosos guerreiros com esses olhos azuis e esse cabelo deslumbrante.

Esther ficou vermelha. Não era comum receber elogios,  pelo contrário,  os homens hebreus olhavam para ela com expressão de ódio e desprezo no rosto.  Marduk era o único homem que olhava para daquele jeito. Admiração e um pouco de interesse? Não aquilo deveria ser apenas afeto mesmo.

— Eu treino com um amigo,  mas ele não tem muita experiência,  nem tempo. — referindo-se a Nobá.

Lembrar dele, fez Esther sentir-se culpada.  Nobá havia pedido tanto, para ela se afastar de Marduk. Mas Esther não podia.  Se ele estava disposto a ficar mais um tempo em Hebron, para ficar junto com a mãe, como ela poderia deixa-lo sozinho?

— Pois eu tenho os dois: experiência e tempo.  Vou te transformar em uma guerreira. A melhor que já existiu.

— Não acredito!  — exclamou ela.

— O que houve? 

— Eu esqueci completamente. A tia Adele estava assando um bolo. Vem comigo.

Chegaram na cozinha da casa correndo,  Esther foi em direção ao fogo à lenha.

— Não queimou, ainda bem. — verificou, colocando em cima da mesa em seguida.

— Tá com uma cara ótima,  e o cheiro também. — Marduk elogiou.

Esther sentou-se ao lado dele, o cortou um pedaço do bolo.

— Por falar em guerra, o rei da Mesopotâmia pensa alto. Ele tem recrutado caneneus do Norte. O rei  quer um grande exército para derrotar Israel. — falou ele,  calmamente.

— Não pode ser! E como você pode dizer isso com essa calma?!  Você está no território de Israel.

— Você certamente nunca esteve no Norte de Canaã. Por isso, não é capaz de entender.

—  Não, nem mesmo quando era uma princesa, sempre vivi nessa região.  Como é o norte?

— Nunca estive lá,  mas pelo que sei é muito complicado para os caneneus, viver escondido, sem liberdade. E como se estivessem presos, em uma prisão sem grades. Já que os hebreus são maiorias.

— Não deve ser realmente fácil, para qualquer caneneu não é fácil ter que viver entre os hebreus. Nem todos aceitam a mim e a minha tia. Até mesmo Seraías que tem sangue hebreu,  foi "atacado" outro dia.  — Esther suspirou,  lembrando-se.

— Israel tem uma vantagem e tanta sobre os reinos, é dividido em tribos, o que significa que essas tribos podem se unir, e se tornar um exército invencível.

— Não é apenas isso. Deus luta por seu povo. — Esther falou com tanta fé, que ela mesma se surpreendeu.

Fé era algo surpreendente mesmo, pensou ela. Por muito tempo, viveu sem saber em que acreditar. Então seguia sua vida, sem pensar em fé, mas na primeira vez que permitiu a confiar nesse Deus, sentiu uma paz nunca sentida antes.

— Falam tanto nesse Deus, por aqui, mas o curioso, eu ja vi alguns hebreus cassarem com canenéias nortistas. — Marduk disse.

— Casamento hebreu, não é? — Esther quis certificar-se

Marduk negou.

— Não, casamento caneneu, politeísta. — disse ele. — E isso me surpreende bastante. As pessoas parecem ter mais fé nessa região mais próximo ao Sul. Talvez seja porque estão mais perto de seu líder, é mais fácil se rebelar com ele distante. Também é um povo muito numeroso, difícil de controlar.

— Isso é surpreedente para mim também, e ruim. Josué não tem conhecimento disso.

— Começou devagar mas vem aumentando com o passar do tempo. Parece que estão deixando de servir o monoteísmo de lado, para servir aos Deuses. Creio que é um desafio muito grande, se manter firme, a fé em único Deus quando se vive no meio de tantos politeístas.

— Mas é o primeiro mandamento de Deus. O povo hebreu não pode ser idólatra.

Esther recordou-se das palavras de Josué certa vez, ao povo,  Adonai expulsaria todos os caneneus e outros povos que ainda permaneceram entre eles. Desde que Israel permanecesse fiel em sua fé, seguindo as leis de Moisés.*

— E você Esther, em que acredita? — perguntou ele.

— Eu não sei, não serviria Baal e Aserá, mas também não consigo crer nesse Deus único se bem que...

Otniel veio a mente dela. Todas as suas palavras, sobre fé.  Realmente,  sua fé havia sido despertada naquele dia do incêndio. Na primeira vez que se orou a Deus.

— O que foi, de repente você ficou tão pensativa? — o guerreiro perguntou à prima.

— Nada demais. — ela respondeu, mudando de assunto em seguida. — Mas então, você não me disse, como está o bolo?

— Está delicioso, minha mãe, uma ex princesa, cozinheira de mão cheia, onde eu ia imaginar.

Adele chegou no cômodo.

— Que bom ouvir esse elogio do meu filho. Shalom, meus amores.

— Shalom. — responderam juntos.

— Vejo que estão se dando muito bem. — sorriu Adele.

— Esther é uma moça de muitas qualidades. Está sendo muito agradável,  passar esse tempo com ela.

— Ainda bem que você tirou o bolo do forno,  senão ia queimar. — observou Adele.

— Eu me lembrei à tempo.

—  Espero que tenha gostado,  filho. 

— Tá maravilhoso,  mãe.

— Eu quero um pedaço. — disse Seraías, animado.

— Primeiro vamos lavar as mãos.

— Sim,  mamãe. — concordou o garotinho, e saiu rapidamente.

Adele estava saindo quando se lembrou,  e virou para a sobrinha.

—  Ah Esther, eu já ia me esquecendo, Otniel acabou de chegar com Hatate, e eu estou surpresa. Pelo visto você não foi a única que mudou depois de passar um tempo lá.

— Deve ir a casa de Calebe e depois vem aqui.

— Está certo.

— Ele como um irmão para você, não é? Esse Otniel? — perguntou Marduk.

— Não, exatamente. Ele saiu de casa,pouco depois de minha tia se casar com Quenaz, se casou, mas hoje é viúvo com um filho pequeno.

                          * * *

Otniel deixou seu cavalo no estábulo, havia ido até seus campos para ver a quantas andava a reforma estava quase tudo pronto.

— Quem é aquele, com Esther? — ele perguntou, ao ver os dois na varanda da casa.

—  É meu filho, Otniel. — respondeu Adele, radiante.

— Filho?! — Otniel perguntou,  surpreso.  — A senhora nunca disse sobre esse filho.

— É uma longa história. Vamos entrar, lá dentro conversamos sobre isso. Vou apresenta-lo a você.

Otniel viu como Esther parecia fascinada com as palavras do primo. Talvez, porque ele fosse como ela. Porque finalmente ela havia encontrado alguém como ela. 

Ela se virou, ao que parecia porque o primo disse a ela sobre ele, e então seus olhares se encontraram.

O que o surpreendeu é que o filho de Adele era o rapaz Assírio que apareceu ferido na época da Festa da lua nova perto de sua casa.

                       * * *

Embora Marduk tivesse contado toda a sua história para Otniel,  ele ainda tinha dúvidas sobre o guerreiro que foi criado na Mesopotâmia.

— Você  ainda tem explicações a dar. Porque você mentiu quando esteve em minhas terras? E disse que era Assírio? — questionou.

— Eu estava na casa de um hebreu, não queria problemas, além do mais, sou um guerreiro na Mesopotâmia. Fui criado naquelas terras,  minha Casa é a Mesopotâmia. — justificou Marduk. — Assim que eu soube que minha mãe verdadeira era canenéia, eu fiz questão de descobrir se ela ainda estava viva. Mesmo sabendo que as chances eram mínimas, porque era uma princesa canenéia. Eu quis acreditar, tive esperanças, ainda bem, porque minha mãe está viva.

— Meu filho,  vivo.  — Adele aproximou-se dele,  e o abraçou. Não consiga ficar mais longe dele,  queria aproveitar todo o tempo perdido. — Agora posso dizer que minha felicidade está completa.

                             * * *

Otniel  resolveu conversar com o pai Quenaz, sobre Marduk.

— Pai, o senhor acha que podemos  confiar totalmente,  no filho de Adele?

— Bem, é complicado, Adele esta feliz porque é o filho dela, mas nós temos que ser cautelosos. Afinal,  ele é do reino Assírio,  um povo semelhante aos caneneus que tivemos que enfrentar ao chegar nessas terras de Canaã.

Otniel notou que o pai parecia tão desconfiado quanto ele.

— Tive a impressão de que ele e Esther estão próximos... É isso mesmo — Otniel quis saber.

— Sim, bastante.

— Isso pode ser prejudicial a Esther,  a fé dela está surgindo de uma maneira tão linda! Se aproximando de um rapaz, politeísta, não sei o que pode acontecer.

— Você tem razão,  filho.  — concordou Quenaz.

— Ainda terei uma conversa séria com ele. — afirmou Otniel.


Notas Finais


*Josué, Capítulo 23
Espero que tenham gostado! Ontem teve  a queda das muralhas e hoje foi o fim do reino de Jericó em ATP, eu não to bem. A novela não será a mesma sem Malési, meus soberanos maus, cruéis, mas que amo muito 💔 Mas a história da filha deles, está apenas começando. Está sendo maravilhoso escrever "Estrelas" estou bastante adiantada na escrita dos capítulos e tenho a estória toda planejada em minha mente, tem muita coisa pela frente,  e eu espero surpreender vocês! 


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...