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História Estrelas do Céu de Abraão - Prometida.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Olá *-*
Esther na capa ❤
Boa leitura 📖

Capítulo 15 - Prometida.


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Prometida.


— Deixa que eu ajudo a senhora, tia. — disse Esther, ao chegar a cozinha.

Adele estava preparando o almoço,  e Esther começou a cortar os legumes.

— Sempre disposta a ajudar.— sorriu a tia de Esther.  —  E como foi lá em Jericó?

 Esther sorriu. 

Havia voltado de Jericó, na tarde seguinte ao pedido de casamento. 

— A cidade de Jericó, está linda, minha tia.  — contou ela, com alegria. — Os Benjaminitas estão de parabéns, cuidando muito bem de sua parte da herança. Elidade e Laila foram tão cordiais conosco. Eu amei. 

Adele olhou para a sobrinha e percebeu que ela estava radiante.

 — Deve ter sido muito divertido mesmo, nunca te vi desse jeito.  A impressão que tenho é quanto mais tempo, você passa com Otniel,  melhor você fica. Ele foi direto para casa dele?

Esther nem mesmo ouviu o que Adele perguntou, ela apenas sorria pensando em Otniel. No beijo dele, nas palavras dele...

Ele foi tão carinhoso, respeitoso com ela. Ainda parecia surreal que um perfeito cavaleiro como ele,  queria se casar com ela!

— Esther! — chamou a tia, ao perceber o quanto ela estava desatenta.

— Ah, eu me distrai aqui, tia.  O que a senhora disse mesmo!?

— É eu estou vendo. O que foi que aconteceu em Jericó?

Ela sorriu e disse:

— A senhora é minha mãe, tem todo direito de saber, antes.

— Saber do quê? 

— O Otniel, tia. Ele me beijou, disse que tem sentimentos por mim. 

— O Otniel?  Vocês estavam próximos, mas eu não imaginava que ele fosse se declarar.

— E a senhora não aprova?

— É claro que aprovo, meu enteado é um bom homem, assim como o pai dele. Vai te fazer muito feliz. Acho que não existe pretendente em Israel,  melhor que Otniel. 

— Mas e você? — Adele quis saber.  — Está apaixonada por ele? 

— Sim,  eu estou. Ele me trouxe até na rua de casa,  disse que vem jantar conosco essa noite. — contou Esther,  alegremente. —  Ele falou em casamento. 

— Então é mais sério do que estou pensando.  

 Adele a abraçou emocionada. 

— Minha menina vai se casar. E com um bom homem, isso que importa. Não há nada nesse mundo que atrapalhar a vida de vocês. Um amor que surge, assim, juntamente com a fé, supera qualquer obstáculo. 

— Eu não estou acreditando que isso está acontecendo.  Eu não consigo parar de sorrir.

 — Sei bem como está se sentindo. Me senti da mesma forma quando Quenaz me pediu em casamento. — disse Adele nostálgica. — Eu que nem acreditava mais em amor, depois de tudo o que havia passado, mas Quenaz é tudo o que nem imaginava que um marido poderia ser.

 — Um amor lindo, como o seu com tio Quenaz, sempre pareceu irreal para mim. — Esther disse a ela. 

— Pois é, mas quem vive na fé,  sempre encontra alguém especial,  preparado pelo próprio Deus. E o seu amor, com Otniel será como o nosso. Porque também será abençoado por Deus. — disse ela,  se levantando. — Bom, agora eu vou preparar algo especial para o jantar.  Já sei um pescado. Meu enteado gosta muito de peixe.

— Gosta mesmo, assim como gosta de pescar,   minha avó disse que é o seu prato preferido. — lembrou Esther. 
— Vou pedir a Quenaz que pesque, ou então... ao Marduk. Vou chamar, Seraías, e ele vai com o irmão. 

Esther parou de cortar os legumes e verduras e olhou para a tia ao ouvir o nome do primo. 

— Como assim, o Marduk?  — perguntou. 

— Você não vai acreditar, Esther.  — Adele falou alegremente. — Marduk voltou de Nívine, mais rápido do que eu esperava. 

— Ele já voltou?!

Adele assentiu. 

— Pois é, também fiquei surpresa. Ele ficará feliz em reve-lá.      

                          ***

Esther estava apresentando Rebeca à Nira,  Lila a conhecia,  por ter passado muito tempo com Jéssica, antes de Salmon e Raabe se casarem. 

— Você também estava em Debir? — Lila perguntou a Rebeca. 

— Sim, e foi muito bom. Esther pode confirmar.  Ela se divertiu muito. 

— Sim.  Eu ganhei um presente de aniversário tão maravilhoso, que nem queria voltar.  — Esther  respondeu lembrando de Estrela. — É uma égua egípcia, foi o Otniel que me deu. 

Nira sorriu. 

— Ele está muito apaixonado por você.

— Está mesmo. — confirmou Rebeca.  — Pareciam mesmo um casal apaixonado. 

— Eu já disse isso a ela,  mas Esther não acredita. — Lila falou. 

— Mas eu acho que o Marduk tem muito mais a ver com você. — continuou Rebeca. — Antes de sermos apresentadas, eu vi vocês juntos na rua do comércio. E achei isso. 

— Isso não é verdade.  Ela e Otniel tem muito mais a ver. — interveio Lila, discordando. 

— Mais ele é hebreu, o certo é que ela se case com alguém do povo dela? Você não acha? 

— Isso não tem nada à ver,  Nira e Esther vivem dentro de nossa cultura. Nada mais justo que elas se casarem com um hebreu também.

— Bem,  o que o importa é que eu sou hebreia da tribo de Judá. E acho Iru, um ótimo partido. — disse Rebeca.

 — Você não está pensando em casar com ele,  está? — questionou Nira. 

Rebeca deu de ombros. 

— Sim,  porque não? 

— Porque ele é o marido de sua prima. E eu acredito que Jéssica ainda sonha em ter filho. Nem faz tanto tempo assim que eles se casaram. — argumentou Lila.

 Rebeca negou, balançando a cabeça.

— Iru não acha o mesmo, ele está impaciente, ele quer um filho o mais rápido possível.

 Esther sabia que era verdade.  Lembrou-se da conversa que teve com o primo de Otniel. 

— Não penso dessa forma, porque não se casar com um homem só? Jamais seria segunda esposa de alguém. Ainda mais com marido da sua prima.  — replicou Lila. 

— Jéssica pode até ser minha prima,  mas se Iru quiser se casar comigo, eu aceito. E melhor que eu seja eu, alguém que ela gosta.— Afinal, eu não sou você que é cortejada por um cananeu. — completou a provocando.

 Aquilo deixou Nira frustada, ela estava atingindo o irmão dela. 

— Não fala assim do Nobá, você não sabe nada sobre meu irmão. Apenas que ele é caneneu,  mas não diz nada sobre uma pessoa. Nobá é bom rapaz. — disse ela. — Pelo visto você se enganou Esther, ela é uma preconceituosa. 

— Estou surpresa com esse comportamento. — afirmou Esther. — Longe de Jéssica,  você se  transforma em outra pessoa.

— Ela é uma dissimulada, exatamente como a prima dela, Jéssica foi. 

— Você deveria seguir o exemplo de
Esther. Que apesar de ser canenéia,  um povo que você recrimina,  ela vai se casar, e sem atrapalhar a felicidade de ninguém. Pelo contrário, ela vai trazer felicidade para vida dele. — Nira falou.

Esther acabou contando a Nira, e pediu segredo. 

— Nira! — repreendeu ela.

 — Desculpa, Esther. Eu não fiz por mal, é que eu estou tão feliz por você dois. — ela sorriu.

— Do que vocês estão falando? — indagou Lila. — Como assim você vai casar,  Esther?! Não me disse nada...

— É que não está nada oficializado ainda, mas ele vem para falar com meus tios.

— Ele quem? — perguntou Lila. — Com quem você vai se casar.  Não espera aí,  eu já sei... Otniel.  Vocês estão sempre juntos, agora. Só pode ser ele. 

Sem saída, Esther falou:

— Sim,  você está certa.  É o Otniel.

— Ele vai te pedir em casamento! — exclamou Lila.  — Que lindo, Esther. 

— Na verdade, ele já pediu. Em Jericó. 

Lila ficou boquiaberta. 

— Meu amigo Otniel,  é muito romântico. Teremos um casamento em breve,  Nira. — falou,  

 Rebeca mostrou sua indignação. 

— Você e o Otniel?! Você não acha que é uma responsabilidade e tanta? Ele tem um filho,  está pronta para ser mãe, Esther? Criar um filho que não é seu?  E daqui há uns anos, o Otniel pode até se tornar o líder tribal de Judá.  E ele vai ter ao lado dele,  uma mulher canenéia?

— Da para você parar com o pessimismo, Rebeca? — Lila falou. — Houve uma época que Jéssica esteve exatamente como você, e pode perguntar a ela, isso a fez muito infeliz.

Ela virou para Esther. E tocou o ombro dela. 

— Não liga para essas bobagens que Rebeca disse, vocês vão se muito felizes juntos.

 Esther sorriu pelas palavras de Lila. Sempre incentivadora. Depois olhou diretamente para Rebeca. 

— Nada do que eu não tenha ouvido,  antes. Sinceramente,  já ouvi coisas piores. 

Reconhecendo seu erro,  Rebeca resolveu desculpar-se com Esther.

— Desculpa, Esther. É que eu estou passando por uma fase difícil também em minha vida.

— Está tudo bem,  desculpas aceita,  mas repense seus atos. Eu e Lila também somos órfãs,  masisso não nos fez pessoas amarguradas, amargas. Ore à Deus para que ele conforte sua dor e que isso não aconteça com vocês.

Depois de um certo silêncio que se instalou entre elas, Marduk se aproximou, enquanto ele caminhava atraía olhares. Das mulheres, era de interesse,  pois ele era muito belo. E dos homens de desconfiança. Mas o fato é que ele ainda era um mistério para todos em Israel. 

— Shalom. — disse a elas. — Eu pesquei o peixe como o minha mãe me pediu. —  estendeu a rede, dirigindo-se a Esther. — Imaginei que estivesse aqui Esther,  Seraías deduziu.. Será que você podia me a acompanhar até em casa? É que eu queria conversar, à sós. — completou.

— Tudo bem. — concordou ela. 

Esther se despediu das moças. Foram para frente da casa de Quenaz conversar.  Enquanto Seraías foi entregar o peixe a Adele. 

— Está ainda mais linda do que a última vez que a vi. — elogiou ele. 

— Obrigada, mas na verdade eu estou surpresa com essa sua volta repentina. 

— Porque acha que eu voltei tão rápido? Porque não conseguia parar de pensar em você na Assíria. — ele disse.

As palavras deixaram Esther impressionada, surpresa.

— Em mim? Pensei que fosse por causa de sua mãe. — respondeu ela.

— Também,  mas principalmente porque eu precisava olhar nos seus olhos e dizer como eu me sinto, eu nunca conheci uma moça como você: E eu estou completamente apaixonado por você, Esther. Desde a primeira vez que te vi.

Inicialmente, Esther não soube o que dizer. Então não disse nada.

— Eu preciso saber, se você nutre algum sentimento por mim,  Esther?

— Não pode ser, Marduk... Eu gosto tanto de você, meu primo. Você trouxe tanta felicidade para vida da tia Adele, para nossas vidas. Mas apaixonada, eu não estou, sinto muito...

— Tem certeza? — ele insistiu.

— Tenho. 

— Não existe nenhum outro homem na sua vida, existe? — indagou ele. — Todo tempo que estive aqui, parecia que não. Me diga Esther, você está apaixonada por outro homem?

— Essa não é a questão mais importante. — respondeu ela. — Eu não corresponder esses sentimentos, não significa que exista outra pessoa.

— É o Otniel? Está apaixonada por aquele hebreu?

Esther não respondeu, pensou um pouco. E se Marduk havia percebido, porque continuar negando? Pelo visto, não era possível mais esconder o que estava sentindo. Era mais forte que ela mesma. A vida não cansava de surpreende-la, uma ex princesa canenéia, apaixonada por um hebreu. Amando que deveria odiar.

Mas ela nunca tinha visto os hebreus como inimigos.  E sim como seus salvadores. Era Marduk quem tentava convencê-la disso a todo custo. 

Com o silêncio de Esther, Marduk soube que estava certo.

— Quem cala consente. Como você pode ter se apaixonado por um odioso inimigo, minha prima!?

 — Odioso inimigo? Otniel não é um inimigo. — Esther o defendeu. — Ele é filho do meu tio Quenaz, esposo da sua mãe. 

— É claro que é. Sabe por quê?  Porque ele certamente esteve na batalha de Jericó.  Comemorou a vitória com sua espada banhada de sangue, enquanto você era apenas uma menina de sete anos, que havia acabado de ficar orfã, e chorava a morte de seus pais.

Marduk estava nervoso,  e se afastou dela,  colocando a mão na cabeça.

— Se acalme,  por favor, primo. — ela pediu. — Uma coisa não tem nada a ver com outra.

Ele se aproximou novamente da prima.

— Tem sim, hebreus e caneneus sempre serão inimigos. A rivalidade continua, porque os hebreus não conseguiram expulsar todos os caneneus, mas bem que tentam.

Esther bem que pensou em argumentar com aquelas palavras, mas não fez isso. Infelizmente, eles viviam em um mundo que era divididos entre povos. Marduk era um cananeu, criado entre assírios.  As chances dele odiar hebreus sem qualquer motivo, existia. Ele queria vingança. Pela morte do pai, do avô,  do tio. De uma família que ele nunca conheceu. E que nunca conheceria.

— Esther, foram esses malditos que mataram o meu pai, meu avô, e os seus pais. Mas um dia esse povo maldito vai me pagar. Por Assur e Isthar, eles vão me pagar.

— Confesso que tenho medo quando você fala desse jeito. Esse povo salvou a sua mãe e a mim, pouparam nossas vidas.

Ele ignorou as palavras dela e continuou:

— Mas eu não vou matá-los,  a morte é pouco, vou fazer como os egípcios fizeram no passado, vou escravizá-los. Tirar essa liberdade que eles tanto prezam.

Esther mal podia acreditar nas palavras pronunciadas pelo primo, com tanto ódio e rancor. 

— E que levaram quatrocentos anos para conquistar. É melhor que siga vida, sendo politeísta, acreditando em Deuses, mas não venha tentar agir contra um povo que crer no verdadeiro Deus.  Nem mesmo o faraó do Egito, foi capaz. E eu não sabia que você nutria ódio pelo povo de Israel. Mas é claro, quer até guerrear contra eles. — falou ela, com a voz embargada.

 Estava prestes a chorar, imaginando a decepção que Adele teria se soubesse dos pensamentos do filho mais velho. Ele, no entanto,  parecia não se importar em dizer nada aquilo. 

— Agora você sabe, mas sou eu quem preciso saber, Esther. O que eu preciso fazer para você me amar? Servir ao Deus invisível!?

— Desde que que fé venha de você.  De coração, como aconteceu comigo, mas não pense que isso vai mudar alguma coisa, sobre o que eu sinto por você.

 Olhando para ele,  Esther viu traços de Adon, de Adoni-Zedeque e até mesmo de seu pai, Marek. Mas havia outra coisa em que ele se assemelha aos descendentes: Ele pensava como um monarca.

Ele saiu sem que Esther conseguisse falar, que as coisas entre ela e Otniel estavam muito mais sérias do que ele  poderia imaginar. De qualquer forma, ele saberia, ainda naquela noite.       

                        ***

Anoiteceu, e Adele estava radiante por saber do que se tratava o jantar,  e por torcer muito para que o amor deles, desse certo.  Assim como foi o dela e o de Quenaz. 

— Amo muito quanto meus dois irmãos estão aqui. — falou Seraías alegremente. 

Marduk estava bem mais calmo, e conversava com o irmão mais novo. 

— Como assim? — ele quis saber.  — Só eu estou aqui. 

Seraías logo explicou:

— Sim, mas Otniel está vindo para cá. 

Marduk olhou para Esther. 

— Então é para ele o jantar especial. — disse, ainda olhando para ela. 

Algum tempo depois, Otniel chegou com Hatate,  e Martha.

— O nosso convidado chegou. — avisou o patriarca Quenaz,  indo em direção a porta. 

— Meu filho. — ele o abraçou, e depois fez o mesmo com Hatate. — E meu neto. É sempre tão bom recebê-los em casa. 

— Shalom à todos. — disse Otniel,  entrando na casa. Hatate correu até Marduk, assim que o viu.

— Marduk, como vai guerreiro assírio?

— Shalom, futuro guerreiro. — disse Marduk,  e começou a conversar com o menino.

Otniel ficava desconfortável com isso, porque não confiava em nem um pouco no filho de Adele, mas o que poderia fazer seu filho era tão amoroso e carinhoso com todos em sua volta? 

— Minha avó, a senhora veio, que surpresa boa! — Esther falou, e abraçou Martha.

— Otniel disse que eu deveria vir. — contou ela. — Disse que era uma noite mais que especial.

Em seguida,  olhou para o filho de Adele.

— Marduk, eu soube que você é o filho de Adele. Por isso, me pareceu tão familiar, quando o conheci. É neto de Adoni-Zedeque.

— Pois é, lamentável que tudo tenha se pedido. — disse Marduk. — Uma monarquia de séculos. Esse hebreus não tinham direito de fazer o que fizeram.

Otniel fez questão de respondê-lo:

— Nossa luta foi justa. Apenas tomamos de volta, as terras que sempre pertenceram a Israel. Cumprindo uma ordem do nosso Deus. Ele nos prometeu essa terra.

Marduk encarou Otniel, porém não disse nada.

Depois de cumprimentar o irmão mais novo Seraías, Otniel se aproximou de Esther.
 
Sua prometida. 

Ela estava tão bela, usando o vestido rosa claro, que ele havia comprado para ela em Jericó. O cabelo longo,  estava parcialmente trançado, e os olhos azuis transmitiam algo muito especial. Ele sempre perdia o rumo olhando naquele olhos azuis como o oceano ou o céu em dias límpidos. 

— Esther, você está linda.— disse ele,  encantado.

 Ela sorriu.

 — Obrigada.   

Sentaram para o jantar e antes mesmo que começassem,  a comer,  Adele começou:

— Eu fiz peixe. Sei que você gosta muito, meu enteado. — ela se dirigiu a Otniel. 

— Eu realmente gosto, das duas coisas.  De pescar e de saborear um bom peixe. — comentou. — Sua comida é muito boa, Adele.

 — Sabe, você tem cuidado muito bem de meu pai e isso me deixa muito contente. Ele encontrou uma mulher preciosa. — ele continuou elogiando a esposa de seu pai.

 Adele falou cheia de emoção:

— Obrigado, Otniel. Mas não poderia ser diferente,  Quenaz é um homem raro, e que só trouxe coisas boas.

Quenaz olhou para a esposa com carinho. Colocou a mão sob a dela.

— Graças à união de vocês, hoje temos o nosso querido Seraías. Meu irmão.  — ele brincou, com os cachos do cabelo do mais novo. — Eu só espero que comigo as coisas sejam desse jeito também. — continuou Otniel e seu olhar encontrou o de Esther. 

— Eu tenho uma coisa muito importante para dizer. — começou, olhando para Esther.— Por isso,  me reunir com todos vocês aqui essa noite. — ele fez uma pequena pausa. — Eu vou me casar com Esther, eu sei que pode parecer... inesperado,  mas eu venho sentindo desse jeito há algum tempo,  eu só demorei admitir para mim mesmo. 

— Sei bem como é isso, meu filho.    — compreendeu Quenaz.  — O importante é que você encontrou alguém que despertou esse desejo de ser um homem casado novamente. 

— Papai vai se casar. — Hatate falou,  sem conter a alegria ao lado de Seraías.

— Eu sabia que você gostava dela,  meu irmão. — Seraías falou,  também alegre. 

— Fico feliz que irá recomeçar sua vida. Que Deus abençoe a vida de vocês.  — desejou Adele.  

 — Minha única neta,  vai se casar.  — disse Martha,  emocionada. — Eu não poderia receber uma notícia melhor.

 — Por isso, eu quis que a senhora viesse. — explicou Otniel.— Tenho seu consentimento para ne casar com sua neta?

— Não tem que pedir meu consentimento. Só prometer que vai fazer minha neta muito feliz.

— Ele já faz minha avó. — Esther respondeu.  — Ele já faz,  sempre fez.

Otniel deu um belo anel de noivado a Esther. Dizendo as seguintes palavras: 

— Com esse anel, declaro que você está reservada para mim, de acordo com a lei de Moisés e Israel.

Nessa altura, ela não conseguia mais segurar as lágrimas de emoção.  

Marduk observava calado até aquele momento, mas não suportava ter que presenciar tudo aquilo. Não podia está acontecendo! 

— Bom,  eu perdi a fome.  — avisou ele, levantando-se.

— Irmão.  — chamou Seraías, mas foi ignorado.

— O que aconteceu? — perguntou Hatate. 

Adele preocupada com o filho,  levantou-se rapidamente da mesa.

— Eu acho melhor eu falar com ele. 

Adele voltou dizendo que ele não estava se sentindo bem. E embora a felicidade de Esther,  fosse plena,  ela sabia exatamente que os motivos do primo ter saído, não eram aqueles.

                      
                         *** 

Esther observava o céu,  do terraço da casa. Não conseguia parar de pensar na reação de Marduk, na mesa. Pode ver em seus olhos a indignação. Se ele não tivesse se declarado para ela antes,  ela não entenderia o motivo dele ter deixado a mesa subitamente. 

Mas ela sabia. 

Ela temia que ele levasse aquela história de guerra a adiante. Porque o ódio trazia apenas mais ódio, e coisas ruins. Principalmente se fosse para o território Filisteu, que ficava perto de Hebron.

— Você não parece muito feliz. — ouviu a voz de Otniel,  atrás dela. Agora ele era seu noivo.

Esther virou-se para ele, e sorriu. 

— Agora sim, um belo sorriso. — disse ele. 

Ela se aproximou mais,  e sentiu os braços fortes a envolvê-la. Sentia-se tão segura quando estava com ele. 

— Eu estou feliz, muito. Tudo o que 
nunca imaginei para mim, está acontecendo.

Otniel olhando para Esther, podia ver a preocupação da amada, e sabia que havia alguma coisa.

— Mas?! 

Ela suspirou.

— Mas é que... o Marduk,  a reação dele.  Não queria que fosse assim... 

— Eu não entendi o por quê ele saiu daquela forma da mesa. — comentou ele. 

Esther suspirou novamente.

— Mas eu sei. — confessou. — Não quero mentir nem ocultar nada de você, somos noivos, tem que existir confiança.  Marduk se declarou para mim,  assim que eu cheguei de Jericó.

— Eu sabia, que havia algo há mais. — disse.  — Aqueles olhares para você nunca foram de amizade.

— Se ele tivesse se declarado antes... — Esther pensou em voz alta. 

Otniel olhou para ela. 

— Mudaria alguma coisa? — perguntou. 

— Não, o Marduk é só meu amigo. Mesmo se ele tivesse se declarado antes,  eu ia me apaixonar por você do mesmo jeito. Só evitaria isso que está acontecendo...

— Ele está reagindo assim porque não esperava por isso. — Otniel falou. — Mas ele é um homem, não um menino. Vai compreender sua escolha.  Tem que compreender. 

— Espero que você esteja certo. — ela disse a ele.

— Estou sim, vai ficar tudo bem, meu amor. — sussurou para ela.

Esther o abraçou esperançosa de que tudo ficaria bem.  Na verdade estava tudo bem,  porque Otniel estava ao seu lado.





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