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História Estrelas do Céu de Abraão - Minha estrela perdida.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Hey! Eu teria postado ontem, porque o capítulo estava pronto, no entanto, acabei tendo um probleminha, perdi parte do capítulo e tive que reescrever, e por isso, estou postando só agora. Bem, vamos ao capítulo...

Capítulo 16 - Minha estrela perdida.


Adele tirava o leite da cabra, como toda manhã, bem cedo. 

Esther,  sabendo disso,  foi até a tia. Explicou a situação de Marduk ter se declarado para ela. 

— Então é isso que está acontecendo? Meu filho está apaixonado por você?

Esther assentiu. 

— Bem,  isso explica o porque de ele ter reagido daquela forma ontem à noite. — falou Adele, em tom preocupado. 

 — Sim,  foi o que ele me disse ontem. — respondeu ela.  — Eu fiquei tão surpresa,  sem saber o que dizer...

— Eu sei que você não tem nada à ver com isso.  Não tem que se sentir culpada. Vou conversar com ele. 

— Obrigada, tia. — disse, mais calma. — Eu levo o balde. 

— Obrigada,  minha sobrinha. 

Caminhavam em direção à casa,  quando Adele perguntou:

— Animada para hoje? — perguntou,  referindo-se ao fato de Esther ir para a casa de Otniel, naquela tarde.

— Muito, vou passar um tempo à mais com a minha avó. É sempre muito bom. 

— Mas antes de você ir, eu gostaria de dizer de ter uma conversa com você e seu primo juntos. — avisou Adele. 

Embora não soubesse do que se tratava,  Esther concordou. 

                      ***

— Eu queria aproveitar que vocês dois estão aqui, para contar um pouco da história de vocês.  — falou Adele, e olhou para a sobrinha e o filho. 

Esther e Marduk, pareciam ansiosos, e Adele notou que olhar para eles era como olhar para Kalési e Adon. 

No dia em que conheceu Adon, ele estava tão próximo de Kalési, mas Adele era ingênua demais para aquele mundo. O que acreditou ser um carinho de primo, era muito mais.

Adon era apaixonado por Kalési. 

E Marduk agora estava sentindo algo há mais por Esther. A história se repetindo com os filhos deles. 

 Pelo menos,  sua sobrinha estava fazendo o certo.  Escolhendo quem amava. Porque Kalési, não se casou com Marek por amor, e sim por poder. 

— Pode começar minha mãe. — disse Marduk. 

 Ele estava ansioso para ouvir. Seu olhar transmitia isso. 

— Eu nem mesmo quis que Seraías estivesse aqui,  porque não são apenas coisas boas. — avisou a irmã de Marek,  antes de começar. 

— Nós entendemos, minha tia. — Esther falou, e Marduk assentiu. 

  — Eu poderia ter contado isso antes, Esther. — ela voltou-se a sobrinha. — Mas eu e sua avó chegamos a conclusão de que não seria bom para você. Não poderíamos influenciar na sua criação. Aos poucos, você foi se adaptando, fazendo amizades, para quer encher sua cabeça de coisas que a deixaria infeliz.

Adele suspirou profundamente antes de começar. 

  "Eu vi muita coisa, nessa vida. Coisas que eu realmente não gosto nem de lembrar. Tantos sacrifícios, tanta morte! Na época parecia certo, para a plebe, porque quando a gente é criado de uma maneira, aquilo parece certo.

"A crueldade parece estava em todos os lugares, a população gostava daquilo, os Deuses ainda mais. No entanto, eu me sentia no lugar errado. 

"Vi meu irmão crescer e se transformar,  ser coroado rei e se tornar pai. 

"Mas vi antes disso,  nossa infância foi tão boa,  tranquila.  Jericó era um lugar bom para todos.  e  Coriander eram bons pais, e bons reis para Jericó. 

"Vi o casamento de Marek com sua mãe: Kalési. Pouco tempo depois, eu acabei me casando com o filho do rei Adoni-Zedeque, seu pai Adon. — ela falou para o filho dessa vez. 

"Nos casamos, e fomos felizes, até eu perceber que aquilo não passava de um plano de Adon, ele era apaixonado por Kalési, nunca se conformou com ideia de que Marek se casou com ela e não ele, mas quando eu me dei conta disso, era tarde demais.

— O tio Adon maltratava a senhora? — perguntou Esther, sem acreditar. 

Adele assentiu.

"Sim,  fisicamente e moralmente. Na mesma época em que você nasceu, eu... perdi mais um bebê. Eu fiquei tão desatinada. Chorava muito, sofria demais com aquela perda.

"Foi quando, meu marido sugeriu que eu fosse sua ama de leite. E eu tinha muito leite. Era horrível todo aquele leite e eu não tinha meu bebê nos braços, para amamentar. Então, eu fui para Jericó. Você era tão pequena, tão frágil, eu a amamentei.

— Meu bebê nasceu frágil e faleceu logo depois, eu senti tanta culpa, ainda sinto.

— Culpa, a senhora? Não diga uma coisa dessas.

— Marduk foi o meu filho primogênito, o sumo sacerdote convenceu o meu marido que seria bom para nossas vidas, sacrificar o bebê, que os Deuses o queriam e que não podíamos negar.  Adon te tirou dos meus braços e eu não fiz nada. Me perdoa,  meu filho.  

— Não havia nada que a senhora pudesse fazer. — Foi a vez de Marduk falar. 

"Ele dizia que eu iria provocar a fúria dos deuses se os contrariasse. Depois disso, eu engravidei outras vezes, e perdi todos, ainda no meu ventre. Na última tentativa foi esse bebê que chegou a nascer.

"Hoje pelo menos, eu sei que Adon não foi tão ruim. Pelo menos, ele deixou que o nosso filho vivesse. Longe da gente, mas que ele vivesse. E está aqui, comigo.

— O fato é que eu sofria muito, como princesa. Não era feliz, eu sabia, tinha esperancas de que pudesse existir um lugar longe de tanta dor, tanto sofrimento.

— E tão triste... Eu sinto muito, tia. Eu nunca ia imaginar todas essas coisas. — falou Esther,  tristemente. 

— Não se sinta mal minha querida, eu só fui salva por causa. Por cuidar de você. — respondeu Adele. — E me aconteceram tantas coisas boas desde que saímos de Jericó. Passei a crer no verdadeiro Deus e me casei com um homem maravilhoso. E depois engravidei e meu Seraías nasceu saudável. Deus soube recompensar todas as minhas perdas.

Nesse momento as duas choravam juntas. Para Adele,  era pior,  porque era como se filme passasse por sua cabeça. 

  Marduk estava com os olhos castanhos marejados.

"Era comum sacrificar bebês , no entanto, o sumo sacerdote Merodaque interpretou uma profecia que dizia que como primogênita da Grande Esposa Real, você deveria ser a Sucessora ao trono de Jericó.

— Era o que meu pai dizia, que eu seria rainha de Jericó, mudando assim as leis. 

— Por isso não foi sacrificada, Esther. Porque você nasceu para ser rainha. — Marduk disse a prima. 

E Esther lembrou-se do dia que ele tentou convencê-la disso, ao lado de Adonis.

— Sacrificar um filho, como eles eram capazes? Como todos que fazem isso são capazes? Eu não entendo. — Esther disse,  indignada. 

— Na Assíria não temos esse costumes de sacrifício humano. — Marduk contou. — Somos politeístas, mas, isso não! 

— Os caneneus acreditavam que era uma honra ser sacrificado, ir para a morada dos Deuses. — explicou Adele. 

— Eu queria tirar uma dúvida sobre meus pais. — anunciou Esther,  mudando de assunto. — Eles se amavam? 

"Marek amou muito sua mãe. Ela era sua esposa favorita, entre tantas outras. Outra coisa que eu posso garantir, é que eles amavam a filha deles,  você.

— Eu sei, tia. Eu podia sentir todo esse amor. Nunca duvidei disso, eu os amava muito.  Ainda porque o amor nunca morre.  Ele permanece, sempre. 

— Se tem uma coisa que tenho certeza nessa vida é a da que Marek ficaria orgulhoso de você. — Adele falou com convicção. — Ele podia ser um rei inclemente, cruel, mas te amava. O rosto dele se transformava quando ele olhava para você.

"A rainha também, embora Marek demonstrasse mais seus sentimentos, mas Kalési, desfazia toda aquela máscara de mulher perversa e era apenas uma mãe, como todas as outras, que ama e é capaz de tudo por um filho.

— Você nunca soube porque vivia entre esses dois palácios, dois reinos? — questionou Adele.

Esther fez que não. 

— Porque Marek,  queria te poupar de tudo isso,  ele sabia o quanto era cruel.  Marek só fazia sacrifícios na sua ausência. Tem outras coisas também...

— Ainda tem mais, mãe? — perguntou Marduk. 

Adele assentiu. 

— Mas eu me sinto pronta para saber de tudo. — Esther falou. 

— Bem, eu não posso contar, porque não é minha história. É de sua avó. Ela ainda vai te contar. — disse a Esther,  que assentiu.  

Depois, falou com os dois:

— Mas sobre o que eu contei aqui, eu vou pedir a vocês: Não deixe que a história de seus pais, mudem seu futuro. Por mais que machuque, pense que com vocês, foi diferente. — aconselhou Adele. — Vocês dois podem fazer diferente. 

Esther assentiu. Compreendia que precisava fazer diferente. E faria diferente. 

                            ***

— Você fica meu filho. — pediu Adele a Marduk. — Temos mais um assunto para tratarmos. 

Esther havia ido embora,  afirmando que iria para casa de seu noivo,  Otniel. 

— Eu realmente não imaginava que você estava apaixonado por Esther,  até ela me contar. — afirmou a ele.

— Mãe, eu... — ele começou,  mas não sabia o que dizer,  por isso se calou. 

Ela fitava o filho com preocupação. 

— Meu filho, não cometa o mesmo erro que seu pai.  Agora que você sabe de tudo, pode fazer diferente. Pode ter uma vida melhor que Adon. 

Ele a olhou e balançou a cabeça. 

— Como vou saber que a senhora está falando a verdade? 

— Acha mesmo que sua mãe ia mentir para você, para Esther?  Inventando coisas? Usando nome e história de pessoas que já se foram? 

Ele negou.

— Foi o que pareceu. 

— Não é nada disso, mãe. E quanto a Esther,  eu não sabia. — afirmou Marduk. — Me declarei para ela, sem saber sobre o compromisso dela com o hebreu. Mãe, eu estou apaixonado por Esther, esse foi um dos motivos pelo qual eu voltei.

— O fato é que Otniel assumiu um comprimisso com Esther, ela corresponde os sentimentos dele. — contrapôs Adele. 

Marduk assentiu. 

— É,  eu percebi. Ela vai se casar com ele.

Olhando para o filho, Adele podia ver que ele estava inquieto e frustrado. 

E isso a fazia muito infeliz. Era a felicidade dos filhos, que a fazia se sentir feliz também. 

Filhos. Agora ela tinha dois. Seraías e Marduk. 

— Meu filho, você não precisa ter pressa. É lindo, jovem, um guerreiro valente, logo vai se apaixonar por uma moça que sinta o mesmo por você.

Marduk pensou em Nina, mas aquilo não passava de jogo de interesse e desejo, da parte dele.

— Uma hebreia não. — respondeu, rapidamente. — Talvez uma assíria, babilônica, ou uma canenéia, mas hebreia não.

— E qual o problema de se casar com hebreia? — replicou ela.  — Eu ficaria muito feliz se você resolvesse viver aqui, dentro dessa fé, assim como seu irmão, Seraías.

Marduk bufou. 

— Se ainda fosse para me casar com Esther, eu poderia considerar viver aqui, mas se ela dizesse que é comigo que quer ficar,  eu a levaria embora daqui, para bem longe.

— Esqueça a sua prima. É de Otniel que ela gosta, e é com ele que ela vai se casar. Me prometa que não vai cometer nenhum erro? 

— Sim,  eu entendi, e não vou mais incomodá-la. — ele mentiu. Porque não estava nos planos de Marduk desistir de Esther,  mesmo ela estando noiva. 

— Graças a Deus, meu filho eu estava tão preocupada. Você e Otniel são quase irmãos. Esther não queria causar inimizade entre vocês.  

— É,  mas Esther não tem nada à ver com isso. O cara me odeia, e eu nunca fiz nada para ele.

Quenaz entrou na sala a tempo de ouvir as palavras de Marduk. 

— Meu filho não o odeia. — garantiu o hebreu.  — Otniel apenas não sabe se pode confiar em um assírio.

— E é bom que mesmo que siga os conselhos de sua mãe.  — continuou. — Calebe, o lider tribal de Judá, está de olho em você. Ele permitiu que ficasse aqui,  porque você é filho de minha esposa,  e porque você agiu pacificamente desde o primeiro momento. Mesmo assim, você é um Assírio . E os assírios são conhecidos por sua crueldade. 

— E por seu poder. — ressaltou. — Pode ficar tranquilo senhor Quenaz. O Egito sempre foi uma pedra no sapato da Mesopotâmia, Israel não. E eu sou apenas um guerreiro, como o senhor. 

— Pois Calebe pode ficar tranquilo, ele não ter nenhuma decepção comigo. Eu vim em paz. 

Ele se levantou,  pensando em como as coisas estavam entediantes sem a presença de Esther por ali. Tudo por culpa de Otniel, que a levou da casa de Quenaz. 

Ele não ficaria ali naquela monotonia. 

Ele precisava agir. E iria agir. 


                         ***

Jericó era uma cidade tropical, quente,  por isso a leve brisa no fim da tarde,  era um alívio. 

Esther, aos sete anos queria ser livre, pensava como deveria ter livre, pensando como deveria ser a vida das crianças e das pessoas que poderiam sair de casa,  livremente. 

Esse nunca foi seu caso.  Ela era uma princesa.  Estava sempre rodeada de servas, e quando saia do palácio,  de guardas.

Naquele fim de tarde,  a pequena princesa estava no último andar,  que tinha uma bela vista das palmeiras de Jericó. 

— Tio Tupak, onde estão meus pais?  — perguntou ela. 

— Eles estão vindo, princesa. — garantiu o servo. 

Tupak era servo de Kalési há anos,  desde que ela  foi coroada rainha.  Com o nascimento de Esther,  ele passou a ter outra função. De cuidar de Esther. Ela o chamava de "tio Tupak" 

Ainda demorou certo tempo para que o rei e a rainha chegassem. 

Assim que chegaram, Esther correu para o colo de Marek. 

— Minha princesinha. Como foi seu dia? — perguntou ele. 

— Foi bom,  papai. Mas estou tão feliz agora que vocês estão aqui. 

Virou-se para a mãe. 

— Mamãe. 

Kalési beijou a cabeça da filha. 

Eram momentos raros,  porque dificilmente eles ficavam juntos.  Como uma família. Eram os momentos mais felizes da vida de Esther. 


— Você está chorando,  meu amor? — perguntou Otniel, a  trazendo de volta para o presente. 

Secou as lágrimas dela. Estavam olhando para as estrelas, até Otniel perceber que lágrimas saiam dos olhos dela. 

—  São boas memórias. — Esther falou, esclarecendo o motivo de estar chorando. — Está tudo bem. Eu tenho muito costume de olhar as estrelas, é isso faz que eu me lembre do passado. E do meu pai...

— Você fala dele com tanto carinho.  Do seu pai. — observou Otniel. 

Esther sorriu. 

— Ele sempre dizia que até mesmo a escuridão, tinha algo de bom. Porque ela através dela,  que poderíamos ver as estrelas. Ele era sério,  mas por trás,   da armadura de monarca inclemente, ele era um pai amoroso e  um contemplador de estrelas, como eu. 

— Só de pensar que tudo começou com uma promessa à Abraão,  feita aqui,  em Canaã,  faz toda essa guerra parecer justa. — completou ela. 

— Essa terra era de Abraão. — falou Otniel. — Eu me lembro que certa vez, antes de tomamos posse da terra prometida,  Josué disse algo muito lindo:  "Nós somos as estrelas do céu de Abraão"

—  É um pensamento lindo, mas eu não incluo nele. Porque não sou hebreia. 

Otniel balançou a cabeça,  discordando dela. 

— Você sabe que isso não determina nada.  É a sua escolha de crer nesse Deus que faz com você faça parte.

—Agora que sinto essa fé,  eu finalmente entendi isso. — ela admitiu. — Você faz com que eu não me sinta uma estrela perdida, meu amor. 

— Não é mesmo.  Muito em breve,  você vai se casar com um homem de Judá. E vai fazer ainda mais parte do nosso povo. 

Esther sorriu ainda mais.  E Otniel completou:

— Talvez você seja mesmo uma estrela perdida, mas minha estrela perdida. E eu a encontrei. 

                       ***


          Território Filisteu


— ... e enquanto estamos aqui nos escondendo, nossos inimigos hebreus,  que tiraram nossas terras de Canaã e também nossa liberdade,  estão mantendo a princesa de Jericó ao lado deles. — discursava Marduk para um grande número de caneneus.

Caneneus que não foram expulsos pelo hebreus. 

Seu tom de voz era alto, e convencia.

“Não pode ser!”  “A princesa de Jericó, está mesmo viva?” “ Com os hebreus!?” eles murmuravam ao mesmo tempo, surpreso com aquela revelação.

— Meu amigo, o guerreiro Adonis, pode confirmar o que eu vos digo. — completou.

— Sim,  eu a vi. — ele começou,  e um silêncio e estendeu.  Todos queriam ouvi o relato.  — Estive na corte de Jericó,  quando aquela cidade era um reino.  De Marek e Kalési. Esther se parece tanto com eles.

— Mas a herdeira do trono, é praticamente uma prisioneira. A criaram de uma forma que ela não desejasse o trono que a pertence. E mais, fizeram que ela aderisse o monoteísmo. 

— Queremos a rainha!  Queremos a rainha!  — a multidão começou a brandar.

Marduk olhou para Adonis satisfeito.

Parte de seu plano havia dado certo.

                   ***

Algum tempo depois, os dois guerreiros encontravam-se em uma das muitas estalagens da Filisteia. Prostitutas com roupas provocantes,  dançavam, e  outras serviram os homens.

Uma prostituta se aproximou da mesa.

— O vinho dos guerreiros, está aqui.  — disse ela, os servindo.

— Vamos para o quarto, guerreiro Adonis?

— Daqui a pouco, estou tratando um assunto importante com o meu amigo aqui. — respondeu,  passando a mão pela perna dela. 

— Se quiser eu atendo os dois de uma vez.  — A prostituta piscou, e saiu para servir outra mesa.

— Quanta competência, parabéns Adonis! — elogiou Marduk,  pelo número de caneneus que havia conseguido reunir.  — Com tantos caneneus assim,  com o mesmo propósito, Esther não terá como dizer não.

— Eu posso conseguir até mais, o que não falta é caneneu querendo o poderio monárquico de volta. Mas e quanto a Esther? Ela me pareceu muito certa de sua resposta.

— Esther é uma boa moça,  se souber que muitos dos nossos estão sofrendo,  ela verá que é necessário uma guerra. Temos que convencê-la de que a guerra será um bem maior para todos. 

— Você é inteligente, sabe lidar bem com as palavras. Convenceu aqueles caneneus rapidamente.

— São um bando de mortos de fome.  — Marduk debochou.  — Acreditam em qualquer que um que promete tirá-los da miséria.

— Essas coisas nunca vão mudar, com rei ou sem rei, esses plebeus continuam sendo miseráveis.

— Exatamente,  meu amigo. — concordou Marduk,  bebendo do vinho. Suspirou.  — Agora, eu preciso encontrar um jeito de tirar aquele hebreu do meu caminho.

— Vai ser difícil, ele é um bom guerreiro, experiente, famoso em Israel e nas fronteiras, desde conquistou a cidade de Debir.

— Eu sei disso tudo, mas eu também sou um guerreiro. Um guerreiro treinado pelos Assírios. Sou muito melhor do que ele!  Acredita que o maldito pediu minha Esther em casamento!?

Adonis ficou surpreso. 

— E ela aceitou se casar com um inimigo!?

— Aceitou. — ele falou, indignado.

— Mas e a princesa Nina? — Ele quis saber.

— Continua apaixonada por mim.   — Marduk sorriu. — Ela  é ambiosa, é capaz de qualquer coisa por poder.  Se nós casarmos seremos reis da Mesopotâmia. Nem que eu tenha que me livrar do tio e do primo dela. Usurparemos do trono, mas Nina pode me levar ao trono,  mas isso Esther também pode fazer.

— Com Nina não seria preciso uma guerra. Apenas de uma estratégia. Por isso, eu acho que deveria esquecer a canenéia que vive com hebreia, e voltar para sua princesa assíria, ela se arrisca para viver um romance as escondidas com você, te ama de verdade. — opinou Adonis.  — Além do mais, usurpar do trono Assírio,  é muito mais fácil que ter que guerrear contra os hebreus.

— Mas é a ideia de guerrear contra os malditos hebreus que me interessa, que deixa o meu sangue fervendo. Eu sou neto de Adoni-Zedeque e sobrinho de Marek, nasci  para ser um monarca caneneu.

— E tem mais uma coisa, Nina faz o que essas prostitutas aqui fazem, sua dança enlouquece qualquer homem,  é muito boa da cama e é nobre.  Mas não sei se ela é apenas minha.

— Tem medo de ser apenas um brinquedo do qual ela vai se cansar,  um dia? 

Marduk negou. 

— Não mesmo, eu me garanto.

— Então, porque insistir tanto em sua prima Esther? — questionou Adonis.  Ele não conseguia entender a obsessão de Marduk por Esther. 

— Esther é uma donzela, que precisa ser conquistada. E eu terei muito prazer seduzi-la,  em ser o seu primeiro homem. Não sei explicar,  simplesmente a desejo, mas que qualquer coisa na vida. 

— Você está apaixonado por ela. — percebeu Adonis. — E esse meu caro, amigo, é uma das piores coisas na vida de um homem. 

— Não sei como se chama,  se é paixão ou se tem outro nome, mas eu nunca quis tanto uma mulher como eu a quero. Ela tem que ser minha.

— Mas com o hebreu no seu caminho, fica difícil.

— Mas é aí que está meu amigo. Sem o Otniel, ela se sentiria só.  E precisaria de um ombro para chorar, e eu estarei ao lado dela. Uma mulher sensabilizada se entrega facilmente.

— E qual o seu plano? — quis saber Adonis. 

— Eu  vou matar o hebreu. — disse Marduk, simplesmente. —  Vou matar Otniel.




Notas Finais


Bem, aí está o capítulo. Não pretendo demorar com o próximo. Beijos :*


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