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História Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo XVIII


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Bom dia, hoje tem raamon na capa e no capítulo!

Capítulo 18 - Capítulo XVIII


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo XVIII


Como haviam combinado, Esther e Gael foram até a casa de Salmon e Raabe, no dia seguinte.

— Esther, Gael, Shalom. — Sara os recebeu sorridente.— Entrem. 

— Esther estava lá em Debir,  e viemos cavalgando, ontem à tarde.  — contou Gael.

— Eu acho muito lindo uma mulher como você.  — falou Sara. — Espadachim e Amazona. 

— Que bom, nem todos pensam como você. Você está cada dia mais linda,  Sara. — elogiou Esther.  — E mais parecida com Raabe. 

De fato, a filha de Salmon e Raabe, parecia-se com a mãe, e possuía os olhos verdes fascinantes, como o do pai.

— Obrigada, Esther. Você também está cada dia mais linda!

— E onde está a família toda? Raabe, Salmon, Boaz e Lila? Vocês são uma família muito unida e eu acho maravilhoso!

Assim que terminou de dizer, Salmon e Raabe chegaram juntos.

— Shalom. — disseram juntos.

— Está vendo. Eles chegaram! — exclamou Sara.

— Gael, Esther. — começou Salmon.
— É um prazer recebê-los

— E Boaz? — perguntou Gael. — Onde está ele?

— Brincando por aí com outras crianças. Outro dia, ele esteve com Seraías, e falou muito do filho da Adele. — Raabe comentou.

— Marduk, meu primo. Os meninos estão encantados. Afinal, um guerreiro que veio de longe, cheio de aventuras para contar. — Esther falou,  e logo mudou de assunto.  — Bem, como vocês estão?

A barriga ainda pequena,  mas era possível perceber a nova vida que crescia dentro dela. 

— Estamos felizes. Sara e Boaz estão radiantes com a ideia de ter um irmãozinho ou irmãzinha. — contou Raabe.

— Estou ansiosa para ver o rostinho. 
— confessou Sara. 

E embora Esther não tivesse tido irmãos,  se lembrou de sua felicidade e ansiedade, quando Seraías estava para nascer. Seraías foi o mais perto de irmão que ela teve.

Com Otniel não. Ela sempre no viu como o amigo, assim como ele era amigo de Gael e Lila, se tornou seu amigo também, quando ela chegou em Gilgal.

Às vezes, Esther também sentia saudades daquele Otniel que parecia um menino, mas compreendia a mudança. Nem mesmo ela era a mesma de quinze anos atrás. 

Sem contar que Otniel passava uma segurança para ela, algo que ela nunca imaginou que faria tão bem.

— Cada vez que venho aqui, me sinto tão bem. — comentou Esther, com Raabe e Salmon. — Acho que é porque, para ser bem sincera, depois de Adele e Quenaz, vocês dois são as pessoas que nr tratam de igual para igual.

— Não poderia ser de outra maneira.   Somos todos iguais para Deus. 

— Se todos os homens fossem assim como você sem preconceito, Salmon. Quer dizer, se todas as pessoas.

— O importante é que você irá se casar, mas alguém pensa como eu. Soube que vai se casar com Otniel — Salmon disse a Esther.

— Pois é, mas eu fico nervosa. Ainda mais porque... bom, nem todo mundo,  acha certo um hebreu casando com uma estrangeira.

— Eu sei bem como é,  mas não se preocupe com isso.  No inicio é sempre difícil.  E os murmurradores sempre vão existir, mas você pode provar com o tempo que fez por merecer, que se um homem hebreu te escolheu,  e porque você mulher de fé, que escolheu servir esse Deus por toda sua vida. — Raabe disse a Esther.

Os olhos dela brilhavam quando falava sobre a fé.

— Vocês são uma família linda mesmo. Muito abençoados!

— E você e Otniel também serão abençoados. — garantiu Salmon.

— Foi muito bom conversar com vocês sobre isso. Me deixou mais calma. Obrigada.

Ver exemplos como Adele e Quenaz,  Raabe e Salmon, fazia Esther acreditar que seu casamento com Otniel poderia ser o maior acerto de sua vida.

                            ***

                
— Você não parece muito feliz... Nobá tinha dito isso antes,  e eu não levei muito a sério. — comentou Esther com Lila. 

Ambas caminhavam em frente à casa de Raabe.  Lila sempre viveu com eles,  desde o casamento de Salmon.  Depois da divisão das tribos, a família de Nobá foi morar em uma casa só para eles. 

— Está tão na cara assim? — perguntou Lila. 

— Um pouco, é que você é tão comunicativa.

— É bom que esteja aqui. Eu não conseguiria falar sobre isso, com Nira. Ela é irmã de Nobá,  talvez não entendesse o meu lado. — confessou.

Elas pararam de caminhar, e sentaram em um banco que havia perto dali .

— Gael me procurou ontem. Disse que me amava e que não podia aceitar isso. Eu e Nobá.

— O Gael? — perguntou Esther, incrédula.

 Lila soube que podia contar para Esther. Ela era discreta. Por isso contou sem hesitar.

— É, ele se declarou para mim há tempo atrás. Mesmo sendo proibido, ele teve coragem se declarar.  Porque disse que não podia viver com isso guardado para o resto da vida.

— E você? 

— Eu também sou apaixonada por ele,  mas eu sempre tive medo.  Até porque, é proibido. — ela falou, baixo.

— Então foi por isso que vocês mal se falaram quando Lila chegou.  — percebeu Esther. — E o Nobá? — indagou ela. 

— Eu não sei,  eu gosto tanto dele.  Eu o amo na verdade,  mas é quase como se ele fosse um irmão para mim.

— Eu saí daqui transtornada da casa de Nobá, eu não imaginei que Gael fosse voltar aqui em Judá tão cedo depois de como foi embora. Eu achei que ele ia atrás de Nobá,  mas pelo jeito não foi. — Lila deu um suspiro. —... Senão Nobá teria me perguntando se era verdade. Eu o vi mais cedo,  e ele não disse nada.  Só que Gael está em sua casa.

— Talvez porque ele percebeu que se ele não pode se casar com você,  que você merece alguém como o Nobá. Que te ama, de verdade. Te ama,  tanto quanto ele. — deduziu Esther. 

—Tem toda razão, Esther. Como eu não pensei nisso antes?  Você é tão sábia. 

— Olha que fala, eu acho que dos jovens da nossa geração você é a que tem mais fé e sabedoria.

Lila suspirou profundamente.

— Eu nem pareço à mesma,  não é?  De repente, estou sendo como as moças da nossa idade são.  Cheia de dilemas e indecisões.

— Como deve ser.  As coisas vão se resolver. 

— Sou eu que tenho que resolver isso. Não estou completa com Nobá,  e ele não merece isso. Merece alguém que o ama de verdade.

— Você também parece preocupada.  Tem alguma coisa te atormentando,  não é? — percebeu olhando para Esther.

 — Eu sei que devia estar radiante por causa do casamento,  mas o Marduk tem preocupado muito a nossa família. Ele desapareceu.

— Como assim?

— Ninguém sabe dele.  Bom,  primeiro se declarou para mim. Horas antes de Otniel me pedi em noivado.  Depois ele saiu da mesa,  ficou um clima super esquisito.

— Ele conseguiu estragar a noite do pedido de noivado. Não acredito! — Lila falou, indignada.

— Não estragou,  foi muito especial.  Está sendo, eu só posso desejar que o Marduk seja como Gael,  que ele aceite que eu vou casar com alguém que vai fazer muito feliz.

— Quem ama quer felicidade do outro. — falou Lila. — Gael provou que me ama. Se Marduk não tiver tiver a mesma atitude, pode ter certeza, não é amor.

                            ***

Esther foi até a cozinha, beber água naquela noite. Encontrou o primo,  e ficou supresa. 

— Marduk,  não sabia que você havia voltado. — disse a ele. 

— Cheguei agora pouco. Não quis incomodar vocês. 

— Descobri uma coisa,  ontem.  Eu sou neta de Adoni-Zedeque. 

Marduk a encarou incrédulo.

— É uma longa história. — disse ela. — Mas minha avó foi a vítima.

— Independente da história,  isso faz com que a nossa ligação de sangue,  aumente.  E faz com que você seja ainda mais nobre.  Filha e neta de reis. 

Marduk será obcecado por essa monarquia, pensou Esther, mas ela o compreendia em parte, ele foi criado dentro desse sistema. 

O sistema de tribos era inaceitável para ele, principalmente por ser descendente de reis. Ela olhou para ele,  por alguns segundos. 

— Como você está,  meu primo? — perguntou Esther.  Estava preocupada com ele. 

— Estou bem. 

— Minha tia ficou tão preocupada,  você sumiu, de repente. E eu também fiquei.  — completou ela. 

— Eu não vou mentir para você,  não.  Estava cuidando do nosso futuro. — contou a ela,  num sussuro.

Aquilo não fez o menor sentido para Esther. Eles não teriam um futuro juntos. 

— Nosso futuro? — repetiu ela. — O que quer dizer com isso?

 — Um dia,  não muito distante,  você saberá.  — falou,  em tom misterioso. 

— Quer água? — ela perguntou, e ele assentiu:

— Sim, estou com sede. 

Ele olhou de relance para o anel de noivado na mão direita de Esther,  quando ela o entregou o copo com água.

— Difícil é ter que olhar para esse anel em seu dedo. — falou com sinceridade e decepção na voz. 

— Até minha mãe está querendo te afastar de mim, não me deixou falar com você, ontem. Ela confia no hebreu,  mas em mim que sou filho dela, não. — acusou Marduk. 

— Ninguém quer nos afastar.  — Esther o contrariou.  — Não há problema nenhum em nós conversarmos. 

Com isso,  ele abriu um belo sorriso.

— Não? 

— Desde que você não fale mais aquelas coisas para mim. — completou Esther.

 — Aquelas coisas? Esther, é como eu me sinto. Eu estou apaixonado por você.  Como acha que eu estou me sentindo, agora? — O tom de voz, começou a aumentar.

— Olha Marduk, eu...

Ele a interrompeu:

— Você escolheu um hebreu e não à mim. 

Esther suspirou. 

— Às vezes eu tenho a sensação de que se o Otniel não fosse hebreu, sua reação seria outra.

 — Seria ruim do mesmo jeito, ver você se casando com um outro homem que não seja eu,  mas o fato de ser um hebreu me deixa mais revoltado...

— Não fala desse jeito,  por favor. Meu coração o escolheu, e eu espero apenas que você possa viver com isso.

Ele sacudiu a cabeça.

— Vai ser muito difícil para mim. 

— O Otniel me disse...

Ele a interrompeu:

— Não fala mais sobre esse sujeito comigo. 

— Sujeito!? Otniel é meu noivo. Você está sendo infantil, Marduk. 

— Não.  Você que está sendo equivocada em aceitar se casar com ele. Isso sim. 

— Porque você acha isso? — indagou ela.  

— Porque eu quero que você fique comigo e  não com ele. Eu sou o homem ideal para você. — ele disse simplesmente.

— Minha mãe diz tantas coisas,  mas nunca diz como eu posso fazer. Ela apenas diz que eu devo esquecê-la. Mas não sei como. 

Ele ficou olhando para ela.

Ele queria beijá-la,  mas ganhava muito mais agindo com cautela. Por isso, ele não fez nada. Terminou de beber a água, desejou boa noite e saiu.

E Esther imaginou que por mais difícil que estivesse sendo para o primo, ele estaria tentando esquecê-la.

O problema é que seus pensamentos estavam errados.


Notas Finais


Se tudo der certo, posto mais um ainda hoje :*


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