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História Estrelas do Céu de Abraão - A resistência dos nobres de Jerusalém.


Escrita por: onlyreason

Capítulo 2 - A resistência dos nobres de Jerusalém.


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - A resistência dos nobres de Jerusalém.


O príncipe Adon entrou nos aposentos da esposa sem avisar, como sempre fazia. A princesa não estranhou.  Fazia muito tempo que Adon não era um marido atencioso e carinhoso. Nem perguntava como ela estava.

Por isso ela desejava ter ficado em Jericó,  por mais alguns dias. Adorava Marek,  seu irmão mais velho. E saber que ele entraria em uma guerra enchia seu coração de preocupação.

Infelizmente, Marek e todos os monarcas não entendiam que eram à um Deus que eles estavam querendo guerrear e não apenas com um povo. 
— Dessa vez você não voltou sozinha. — disse ele.

— Pois é, o Marek não quis arriscar a vida de Esther. — respondeu ela.  — Disse que os inimigos estão muito próximos, até ele, o rei de Jericó esta temendo o Deus dos Hebreus.

Adon riu, incrédulo com as palavras de Adele.

— Era só o que faltava, “o grande rei Marek” com medo de um Deus de ex-escravos?! Um povo que há menos de meio século atrás, era escravo no Egito?

— E que foi liberto por esse Deus. — ela lembrou.  — Você sabe, meu esposo, já ouviu falar das maravilhas que esse Deus dos hebreus, fez por esse povo. E você também.

  — Começou a dizer essas bobagens, de novo sobre Deus lendário. Você está fugindo do assunto. Eu quero saber quem é aquele moleque que veio junto com você e a Esther? — interrogou se aproximando de Adele.

— É um menino de Jericó, ele foi ferido pela carruagem que nos trazia, eu precisava fazer alguma coisa, não podia deixá-lo morrer na estrada. — explicou. — Embora, o cocheiro tenha sugerido isso. — completou, com pesar.

— Ele estava certo, deixasse o infeliz morrer. Mas agora, que ele está melhor, você pretende mandá-lo de volta para Jericó, não é mesmo?

Adele balançou a cabeça.

— Não, ele ficará aqui. Esse palácio será sua nova casa, serei a responsável por ele, de hoje em diante.

Adon a encarou.

— Isso é loucura Adele, deve mandá-lo para Jericó, imediatamente. Com que autoridade, decidiu que ele ficará aqui, definitivamente?

— Ele é um menino indefeso, inocente, não tem para aonde ir, Adon. Só se for para ruas, novamente. Kalu não tem família, vivia com um grupo de outros meninos, na rua. Passava frio, fome.

"E Jericó ainda corre o risco de ser destruída", pensou em completar,  mas não fez. Afinal,  o marido, como a maioria dos caneneus não acreditava em nada à respeito do Deus dos hebreus.

— Isso não nos interessa. — disse ele.

— Interessa à mim, ele é um filho de Jericó, minha Casa.

— Se Marek não tem cuidado de seu povo, não será Jerusalém que terá que abrigar os filhos de Jericó,  desabrigados.

— E o pior de tudo é a sua sobrinha, que está lá, preocupada com o pirralho. Por Baal e seus setenta fihos, ela é uma princesa, uma nobre, a herdeira do trono! Porém trata todos iguais, sejam servos, nobres. Bem diferente da Kalési, mesmo. Acho que é por isso que ela quer distância da filha e vive a enviando para cá, a filha não superou as expectativa dela. Me pergunto a quem essa menina puxou; doce, meiga, boazinha, isso não combina com Marek e Kalési, não mesmo, mas então olho para você tenho a resposta.

— Esther parece muito mais sua filha, do que de Kalesi. — completou Adon.

Adele sorriu.

— Você não sabe o quanto ouvir isso me deixa satisfeita. Ela é um presente em minha vida. A filha que eu não tive.

— E que nunca terá. Porque nem para isso, você serviu. Para me dar filhos, uma descendência.

— Eu lhe dei um filho sim, e você o sacrificou aos Deuses, sem o meu consetimento. E depois perdi todos os outros, ainda no meu ventre.

Adele não queria falar sobre aquele assunto que a magoava tanto,  mas também não permitiria que ele a humilhasse, ignorando todos os anos de sofrimento que ela havia passado.

— É uma honra oferecer um filho aos Deuses, que tipo de pessoa é você que não aceita os nossos costumes, nossas crenças?

— Às vezes eu penso que estou no lugar errado. Porque não é possível,  eu nunca vou concordar com tanta maldada, dor e sofrimento.

— E às vezes eu penso que sou eu quem deveria ter me casado com a minha prima Kalési, e não o seu irmão Marek. Mas ela era ambiosa demais para querer um príncipe que não não estava na linha de sucessão do trono, como meu irmão era casado, ela foi então, foi para Jericó, conheceu o Marek, anos antes dele ser coroado, se casou e nunca mais voltou.

Adele sabia que Adon era apaixonado pela rainha Kalési, e só depois de muitos anos de casado, entendeu. Ele confessou a ela, bêbado.  O casamento com ela,  foi uma maneira de se vingar de Marek.

A irmã dele — ou seja ela — pagaria por Marek ter se casado com a mulher que ele amava.

Por isso ele a machucava, a agredia.  Adele não ousaria contar nada ao irmão. Marek, com seu jeito impulsivo, poderia matar Adon sem pensar duas vezes se descobrisse tudo.

E além de ficar viúva, certamente uma guerra sangrenta iniciaria entre Jericó e Jerusalém.

Adele já havia sofrido o suficiente,  e enfrentado perdas demais em sua vida. Não queria arriscar,  por isso sofria calada.

— E hoje é uma rainha adorada, uma esposa excelente, uma rainha excepcional.  Enquanto você Adele,  tem se tornado uma esposa cada dia, pior. — completou Adon,  antes de deixar o aposento.

Enquanto fechava a porta, a princesa pensava que sua última frase,  também poderia ser dita por ela.  Ela poderia dizer as mesmas coisa sobre ele.

                               *  *  *

Dias depois

A notícia de que Jericó, tinha sido destruída pelos hebreus, deixou toda Canaã assustada. Como o reino invencivel, das fortificadas muralhas poderia ter sido derrotado, dizimado?
Em todos os reinos, de Norte a Sul de Canaã,  eram dezenas, circulou-se a notícia de que, o rei Marek e a Rainha Kalési, estavam mortos. Assim, como todos os súditos, todo o povo da cidade, Jericó foi queimada, simplesmente não existia mais. Derrotados pelo exército hebreu, que estava ainda mais poderoso.

O rei  de Jerusalém, Adoni-Zedeque estava em luto. Declarou luto em toda cidade. Kalési era sua sobrinha, quase uma filha, e a maneira como ela se transformou em uma magnífica rainha, era difícil acreditar que tudo foi perdido, tão inesperadamente.

O príncipe Adon, filho mais novo do rei, não queria acreditar que Adele estava mesmo certa sobre o Deus dos malditos Hebreus!

Mas pelo que falava, as muralhas caíram ao som das trombetas dos sacerdotes e algo assim era... impossível!  O fato é que mais uma lenda ou não,  a cidade havia sido tomada e pertencia à Israel.

Naquele dia,  ele ficou junto da esposa por bastante tempo,  ela precisava saber que não estava sozinha,  que por mais distante que ele havia sido ultimamente,  ele se preocupava com ela, e ele também estava sofrendo pela morte de sua prima Kalési, Adele sabia disso.

Mais tarde,  foi convocado para uma reunião do rei e todos os príncipes do reino. Com certeza,  os hebreus viriam tentar tomar Jerusalém também,  e eles precisavam se preparar para uma guerra.

Em seus aposentos, Adele permanecia estava em choque, embora soubesse que isso poderia acontecer, era difícil de absorver que tinha perdido o irmão da pior forma possível, em um massacre daquela proporção,  sem sobreviventes.

— A senhora quer alguma coisa? — a criada perguntou, e notou que a bandeja que havia levado mais cedo, com frutas, petiscos,  entre outras coisas deliciosas da cozinha real, permanecia intocada.

Adele não sentia fome. Olhou para a criada, que devolveu um olhar de compreensão.

— Esther.  — ela respondeu. — Preciso vê-la. Onde está a minha sobrinha?

— No jardim, junto com o menino Kalu. Os dois se deram muito bem, ambos encantados com as flores. Eu disse que precisavam entrar, antes de anoitecesse, eles vão obedecer, como sempre, antes  de escurecer estarão aqui.

— Com licença, já sabe, qualquer coisa que precisar e só chamar. — completou a criada.

Adele assentiu,  a criada fez uma reverência rápida, e saiu do aposento em seguida.

A irmã de Marek, olhou para a pulseira que usava, havia sido um presente de Marek.  Ela sempre soube que ele seria um grande rei. Mas nunca imaginou que ele teria um reinado tão curto e com um final tão trágico

E ela precisava ser forte, mesmo abalada pela morte do irmão, ela precisava ser mais forte que nunca, afinal, tinha Esther, que precisava dela, agora mais do que nunca.

Lidar com a perda era algo que ela devia se acostumar, ela mesma pensou, depois de ter perdido todos os filhos, mas isso era impossível, ninguém nunca estaria preparado para perder quem amava.

Reunindo forças, a princesa caminhou pelo palácio, em direção ao grandioso jardim, e encontrou a outra princesa, sua sobrinha Esther, que estava entre as flores, as admirando e sentindo seu aroma, como amava fazer nos dois castelos, junto de Kalu. Os dois sorriam, falando sobre algum assunto, brincando.

Adele não queria tirar um sonho de menina, e tranformar em um pesadelo para toda vida, mas até quando ela poderia esconder isso dela? Por algumas horas? Precisava ser ela a portadora da triste e trágica notícia. Antes que ela soubesse por outro alguém.

— As flores mais belas de Cannã, estão aqui em Jerusalém. — contava Esther,  alegremente.

Assim que notou a presença da tia, ela sorriu, ainda mais.

— Olá, tia.

— Eu tenho uma coisa muito importante para te dizer, minha princesa. — falou se aproximando. — Pode nos deixar sozinhas, Kalu?

— Claro, será que posso ir para o harém? — o menino questionou.

— Pode sim, você é homenzinho privilegiado, pode entrar no harém sem permissão, sempre.

— A senhora parece triste. — ele observou. — Esta tudo bem, tia Adele?

Kalu passou a chamar Adele de tia, assim como Esther. E ela não se incomodava, pelo contrario adorava. Kalu era uma criança carente de afeto, carinho, colo de mão. E isso ela tinha de sobra.

Passou a mão com carinho, nas bochechas do menino.

— Não está, mas eu ficarei bem, as coisas vão se acertar. Elas sempre se acertam.

— Se é assim, vou deixar vocês conversarem. Até mais, Esther e tia Adele.

— Sente assim, ao meu lado,  Esther. — pediu Adele,  sentando- se em um dos  bancos, do jardim.

— É sobre o papai e a mamãe? — Esther começou perguntando.

— Sim, em breve todos vão falar disso, e eu acho importante que já sabia... Jericó foi destruída.

De repente, é como se Esther já soubesse o que havia acontecido. Ela, embora fosse muito jovem, sabia o que era uma guerra. E tinha ouvido falarem que os hebreus estavam rodeando a cidade de Jericó, em frente as muralhas. Há seis dias. Um pânico de que estava praticamente sozinha no mundo, a atingiu.

— M-meus pais morreram? — ela perguntou, a tia.

Silêncio, Adele simplesmente pedrificou. Olhou impressionada para a menina, sem conseguir dizer sim ou não.

— Como você sabe? Alguém falou para você, minha flor?

— Não, mas eu me senti tão sozinha, por isso, vim para o jardim. Senti um vazio, dentro de mim, tia. É mesmo, verdade?

— Sim, mas você não está sozinha, nunca. Eu estarei sempre com você.

Elas se abraçaram.

— Só os meus pais morreram, ou...

— Não, infelizmente Jericó foi totalmente destruída, queimada. Todos morreram. Nós somos provavelmente, as únicas sobreviventes. E Kalu, é claro.

— Eu vou sentir tanta falta deles e de todos no palácio. Meu papai sabia que aquela era uma despedida definitiva. Por isso me deu esse pentagrama.

— É lindo, era de minha mãe. Ficou muito lindo em você, e combina, a menina estrela.

Esther segurou a estrela do colar. Aquela era a única lembrança do seu amado pai.

— Esther, minha princesa,  você não está sozinha. E eu vou cuidar de você,  sempre. E permanecerão sempre vivos em sua memória.  Em seu coração.

Kalu se aproximou dela, triste também.  E Esther entendia o motivo.  Ele tinha amigos, que planejavam fugir de Jericó e Kalu simplesmente não sabia se eles tinham conseguido. Não tinha como saber.

— Acho que sei que o que está sentindo.  A sensação de que perdeu sua família. — disse ele, tocando o ombro de Esther .  — Também perdi a minha família,  quer dizer,  eu nem sei... Pode ser que eles fugiram ou não. 

Naquela noite,  Esther não conseguia dormir. Levantou da sua cama e foi para a janela, ver o céu e suas milhares de estrelas.

— Eu sentirei muita saudades de vocês. — disse recordando dos pais. — Mas,  eu sempre vou amar vocês.

                           * * *

Esther adoeceu. Uma febre que insistia em ficar. Chegaram a cogitar que fosse alguma praga ou peste que ela havia contraído. Porém, os curandeiros reais, constataram que não.

Esther estava apenas doente de tristeza.

Os pesadelos sobre a tomada de Jericó, era sem fim. Mesmo não tendo vivenciado tudo, ela visualizava.  A cidade em chamas, o desespero nas ruas, os súditos tentando fugir...

Como se ela tivesse acompanhado o dia sangrento.

Martha, mãe de Kalési e avó de Esther,  chegou ao palácio de Jerusalém, desesperada.

Era uma mulher de quase cinquenta anos,  cabelos ruivos e olhos verdes. E isso era tudo o que Kalési herdou da mãe. Ela era uma mulher forte,  generosa e bondosa,  diferente da rainha má e perversa, que a filha havia se transformado.

Nascida em Hebron, vivia na cidade livre de Gibeão à muito tempo. Nunca se adaptou à vida de nobre, e depois da morte do marido que era príncipe, saiu do castelo de Jerusalém e voltou para Gibeão.

Ela sorriu ao ver a irmã de Marek.

— Adele.  Então,  aquela mensagem era real!  Pelos Deuses, você e minha neta estão vivas. Eu jamais ia imaginar uma coisa dessas, embora fosse o que eu mais desejasse.

— Eu enviei uma mensageiro para avisá-la imediatamente. Não podia deixar você achar que havia perdido todas as pessoas que amava.

— Ele foi até a minha casa, eu estava em estado de choque, e aquela notícia foi um ponto de luz, no meio da escuridão, mas eu precisava ver minha neta, para ter certeza. Não poderia ter certeza de que ela estava em Jericó ou não.

— Esther está adoentada. Temos que ter esperança.  Ela ficará bem.

Martha olhou em direção a Kalu, quando o menino se aproximou delas

— E quem é esse menino lindo?

— Eu me chamo Kalu.

— Um belo nome.

— Obrigada, senhora.

—Sabe Kalu, você me parece  um menino muito esperto.  Creio que seja amigo de minha neta Esther.

— Sim,  somos amigos,  Esther me falou da senhora.

— Que gesto bonito. — parabenizou Martha,  quando Adele contou sobre como Kalu foi parar no castelo junto dela. — Parabéns.

                    * * *

Foi apenas uma semana depois que Adele percebeu que a sobrinha estava bem mais disposta naquela manhã, ao acordar.

A febre cessou. Aquela manhã, Esther comeu com gosto o desejum, já em seu próprio aposento, saindo assim,  da sala dos curandeiros.

— Muito bem, você precisa me alimentar, para se recuperar totalmente.

— O exército de Israel, chegará aqui e fará o mesmo que fez em Jericó? — ela perguntou, de repente.

Esther não era uma criança como as outras, tinha grande conhecimento. E aquela observação dela, era a mais pura verdade.

Adele sabia que os hebreus estavam disposto a destruir todos os tronos. Tinha ouvido sobre eles, a cada dia tinha mais certeza de que esse Deus era real, e que nunca abandonaria aquele povo.

— Não se os soberanos forem sábios.  Eles perderam a filha, porque Kalési foi a filha que eles não tiveram, e não querer perder seus filhos e suas vidas.

Esther abaixou a cabeça.  Sentia muita falta da mãe. Mesmo Kalési sendo uma mãe muito distante.

Ela sabia que uma rainha tinha muitos compromisso e afazeres e pouco tempo para ela.

Certa vez, Esther estava no aposento real da mãe,  pois gostava muito de conversar com Tupak,  o eunuco que servia a rainha, ele a tratava sempre com carinho.

Kalési observou a filha por alguns minutos. E por fim, disse:

— Às vezes nem parece que você saiu do meu ventre. Não fosse pela cor do cabelos e os olhos de Marek,  duvidaria que é mesmo nossa filha.

Mas o pai era diferente,  mesmo sendo o Senhor de Todos os Tronos,  sempre foi um pai amoroso que mostrava o quanto a amava.

Esther se lembrou de ficar ficado bastante chateada ao descobrir que não ficaria em Jericó,  como pensou. Lembrou de ter ido até o pai e implorado para ficar.  E lembrou também de ter visto a tristeza no olhar do pai ao vê-la subir na carruagem. Como se  Marek soubesse  que havia sido uma despedida definitiva.

Os pensamentos se afastaram e os olhos azuis,  estavam marejados. Sentia falta principalmente do seu amoroso pai,  mas também da mãe, das criadas e criados,  das esposas e concubinas do pai,  de Tupak, de sua prepectora e até de Merodaque — de que ela tinha medo.

Era difícil de acreditar de que todos esses que convivia com ela em sua casa, que era o castelo de Jericó, ela nunca mais viria.

Nunca mais. Parecia um tempo longo demais para uma menina de apenas sete anos.

Adele sofria junto com Esther,  era terrível para ela ver que os lindos olhos azuis,  herdados de Marek, havia perdido o brilho e que ela não sorria mais.
                                                   
— Agora, eu tenho que chamar uma  pessoa muito especial que veio para a cidade, apenas para te ver. — disse a Esther.
                                                            
— Quem?

— Sua avó Martha.

Esther esboçou o primeiro sorriso,  desde que soube da tragédia em Jericó.  Amava a avó, e pelo menos ela não havia sido tirada dela. Ainda bem.

De fato,  ela não perdeu toda a família,  mas muitos que amava.  O pai,  a mãe,  o todos os amigos que tinha no palácio. Agora tinha apenas a tia Adele,  a avó Martha e o amigo Kalu.  E alguns tios e primos em Jerusalém.

— Ela está aqui?

— Sim, quando você estava muito doente, ela estava aqui, ao seu lado. Vou avisar que você acordou e pedi para que ela entre.

Minutos mais tarde,  a senhora ruiva entrou no aposento com um sorriso no rosto.

Esther levantou de sua cama e correu para abraçá-la.

— Vovó Martha.

— Esther, minha princesa.

— Senti sua falta, vovó.

— Meu amor, eu também. Mas acabou, estamos juntas agora.

Mais tarde, naquele mesmo dia, Adele contava a Martha sobre a fuga de Jericó.

— Esther sempre teve uma vida agitada para uma criança, entre dois reinos. E pensar que eu e ela estávamos em Jericó seis dias antes da batalha. No primeiro cerco que o exército fez em frente as muralhas, o reino sabia que signficava guerra, então, Marek exigiu que viéssemos para Jerusalém, o mais rápido possível. Meu irmão tinha consiência de que Jericó não era mais um lugar seguro.

— Pelos Deuses, pelo menos Marek teve sabedoria para salvar a filha. — falou a avó de Esther.
   
— Salvar temporariamente... — disse a princesa.

— O que quer dizer,  Adele?

— A senhora nunca ouviu falar sobre o Deus dos Hebreus?

— Alguma coisa sim, sei que acreditam em um único Deus,  diferentes de nós. E dizem que esse Deus realizou maravilhas,  que foi ele quem derrubou as muralhas de Jericó. — respondeu Martha.

— Pois então,  esse povo não vai parar por aí.  Eles certamente vão tomar toda Canaã.

— E o que será de todos nós?

Adele ficou em silêncio.  Não tinha uma resposta. 

E esperava apenas sobreviver a tudo o que aconteceria.  Chegou a fazer preces ao Deus dos hebreus e esperava apenas que ele pudesse ouvir e salvá-la.


Notas Finais


Dudu Azevedo como príncipe Adon e Sonia Lima como Martha. 
Mesmo sendo filha dos vilões, eu espero que amem a Esther, tanto quanto eu.
P.s. Essa fanfic é uma adaptação dos livros de Josué e Juízes, quero contar nas entrelinhas, uma história que poderia ter acontecido naquela época, entre o período depois da conquista, e antes da opressão na Mesopotâmia. Um pouco da história do primeiro Juiz de Israel.


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