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História Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo XXI


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Continuando... Nobá na capa 😍 (foi difícil de encontrar essa foto, mas esse é o Gustavo Leão em "José do Egito") Boa leitura 📖

Capítulo 21 - Capítulo XXI


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo XXI

— Eu disse que quero o tecido dourado, rapaz. Não esse. — explicou o cliente impaciente.

— Desculpe, eu... — Nobá não sabia simplesmente o que dizer.

Kalu se aproximou  a tempo de ouvir a conversa.

— Aqui está, senhor. — disse ele,  entregando o tecido certo, e pegando as moedas.  — Desculpe qualquer coisa, volte sempre.

Assim que o cliente hebreu se retirou, Kalu olhou para Nobá, e falou:

— O que houve com você, meu amigo? Imagina se o seu pai chega aqui,  e vê você atendendo os clientes desse jeito?  Com a cabeça sei lá onde.

— Meu pai tirou o dia de folga,  justamente hoje. E sinceramente Kalu,  hoje eu realmente não estou com cabeça nem para o treinamento,  quanto mais para vendas. — respondeu ao amigo.

— Então é melhor ir para casa, quer dizer, outro lugar,  porque seu Orias o encontraria lá.  Deixa que eu fico aqui.  — Kalu disse sugestivo.

— Você faria isso mesmo?  — indagou Nobá, e Kalu assentiu.

— Claro.

— Obrigado,  meu amigo.

— Amigo é para todas as horas.  — falou batendo no ombro de Nobá levemente. — E daqui a pouco o Zilai aparece para me ajudar.

— Nunca pensei que sofrer por amor doesse tanto assim. — comentou,  triste

— Lila? — deduziu.

— Sim,  ela é apaixonada por outro. E eu descobri da pior forma, além do mais, ela é apaixonada por alguém que... É melhor eu nem dizer...

— É exatamente isso que eu passo com sua irmã. — Kalu suspirou. — Amo alguém que ama outra pessoa.

— Não sei como você aguenta. — Nobá disse a ele. — Está sendo muito difícil para mim.

— As coisas estão mudando,  estou começando a acreditar num novo amor.

— Para sofrer novamente? É melhor não! Bem,  eu vou embora. Shalom.

— Vai sim, Shalom.

Nobá saiu dali decidido de que iria falar com Gael.

                ***

Esther caminhava pela rua do comércio, alegremente. Tudo estava em seu devido lugar novamente.

E quanto ao Marduk, ela esperava que ele voltasse apenas para se despedir e voltar para a Assíria, como sempre foi.

— Shalom Kalu. — disse ela, ao encontrar o amigo na rua do comércio, na barraca de Orias.

— Você sabe o que houve com Nobá?

— perguntou. — Eu o encontrei agora a pouco,  mas ele estava tão distante;  nem me viu...

— Infelizmente sim, parece que ele e Lila terminaram.

Esther imaginou que fosse porque Lila reencontrou Gael, já que ele retornou a Judá.

— E ele está sofrendo muito. Eu disse a ele que é possível encontrar um novo amor, ele duvidou de mim. 

— E você acredita nisso? — Esther perguntou a ele.

Kalu assentiu, cheio de felicidade.

— Estou começando a acreditar.

— Eu espero que esteja certo, Kalu. Nobá é tão generoso, não merece sofrer.

— Já você, está ótima.  — observou ele. — Soube que estava noiva de Otniel.

— Eu descobri que não se pode fugir do amor. E eu nem quero fugir.

Kalu sorriu contente pela amiga.

—Tivemos uns problemas,  mas agora está tudo bem. Sempre que existir algum problema,  nós vamos enfrentar, juntos.

Kalu sorriu ainda mais ao ver a felicidade da amiga.

— É assim que se fala, menina estrela.

Esther sorriu com o "menina estrela" Como ele a chamava, desde criança.

— Você parece feliz também. — observou ela. — Como foi lá no Norte?

— Muito bom, fui muito bem recebido lá.  — Sabe, eu estive com Kira. Me encontrei com ela lá no Norte.

— Sim, eu me lembro de Kira. relatou ela. Brincamos juntos algumas vezes quando crianças, estávamos no acampamento em Gilgal, mais depois da divisão das tribos, eu nunca mais a vi.

— Ela, a mãe e o padastro, foram para o Norte.

Esther sorriu.

— Talvez eu esteja me apaixonando por ela. É diferente do que sinto por Nira, mas acho que é assim que deve ser.

— Pelo visto, tudo mundo está encontrando o amor. Minha avó me disse certa vez que precisamos encontrar o amor, que é ele que nós faz mais forte. E a amizade também, para mim é uma das coisa mais importante na vida de uma pessoa, quem tem amigos nunca está sozinho.

— Eu sei bem disso. — falou e colocou a mão sobre a de Esther.

— Está tão sabia ultimamente, Esther.

— É a fé, ela é transformadora. Sou uma pessoa muito completa hoje, agora que sinto essa fé em mim.

— Não tinha como Otniel não ficar impressionado, encantado. É de uma mulher como você que ele precisa ao lado dele.

— Mas espera,  você vai embora?  Embora de Judá?

— Eu penso sim, futuramente ir para o Norte. Estou me apaixonando por alguém que se sente da mesma forma que eu.

— Eu sentirei muita sua falta quando isso acontecer. — falou Esther, tentando imaginar a vida sem Kalu por perto. Só a ideia parecia surreal.

— Mas nossos amigos estão para sempre em nossos corações.

Kalu riu ao ver que a atenção de Esther,  foi para outra direção, onde Salmon,  Calebe e Otniel conversavam.

— Muito apaixonada. — comentou.

—Muito. — ela confessou, também sorrindo.

Otniel veio em direção à eles.

— Shalom.

— Esther. — chamou pela noiva —Vamos até a casa de meu pai?

— É muito sério? — ela quis saber,  preocupada.  — Você parece tenso.

— Lá eu explico tudo.

                     ***

Primeiramente, Nobá pensou que estivesse vendo errado.  Não podia ser,  Lila, a moça que ele amava e que ele havia assumido compromisso a pouco tempo,  estava beijando seu melhor amigo.

No entanto, não era sonho,  alucinação ou qualquer coisa do tipo.  Era mesmo real. Lila e Gael se beijando.

— O que é isso? — questionou em choque.

Fazendo com que eles se afastassem rapidamente.

— Nobá... — sussurrou Gael.

— Agora sim tudo fez sentido para mim. Por isso, você estava tão distante, Lila.  — continuou Nobá.  Havia muita decepção em sua voz. — Porque você é apaixonada por Gael.

— Eu sei que nem tenho esse direito,  mas peço para você não comentar com ninguém. — pediu Lila. — Pela nossa amizade.

— Nem precisa pedir, eu não farei. O que ganharia contando para alguém? Afinal, não existe futuro para vocês dois. O que vocês pretendem fazer? Viver em pecado? 

Mas não deixou que respondessem, Nobá simplesmente saiu dali rapidamente,  ele só queria ficar sozinho.

Agora, ele observava Gael treinando com eficiência com sua espada, junto de Ezequiel.

Assim que viu que Nobá estava por ali, Gael parou o treinamento e foi até o amigo.

— Precisamos conversar, Gael. — Nobá falou prontamente.

Gael fez que sim com a cabeça, concordando.

— Eu teria falado com você,  antes.  Mas você saiu de lá sem que deixasse que eu pudesse dar alguma explicação.

— Há alguma explicação, Gael? — indagou Nobá.

O rapaz ficou em silêncio. Com isso,  ele concluiu:

— Está vendo? Não há.

— Assim que eu soube sobre vocês, a minha vontade foi contar para você que eu era apaixonado por ela.

Com o silêncio de Nobá, Gael prosseguiu:

— Acredite em mim,  eu não quis te magoar.  Eu não queria que fosse desse jeito... Tentamos nos afastar,  mas não sei o que acontece quando nos encontramos... Você está ressentido, mas também estava apaixonado por ela, sente o mesmo que eu sinto.  Se coloque no meu lugar como eu me coloquei no seu. E se fosse você no meu lugar?

— Não é uma situação fácil. Vocês dois corresponderem o amor um do outro, e não poder viver isso.

— Eu não posso perder a sua amizade por causa disso. É muito importante para mim. — Gael disse a ele.

— Ainda é cedo para qualquer coisa. — respondeu Nobá,  com mágoa.  — Só o tempo irá mostrar o quanto nossa amizade foi balançada.

E era isso que Gael mais temia,  que a amizade dos três,  porque Lila também sempre esteve incluída, nunca mais fosse a mesma.

                     ***

Um grande números de eremitas, sem terras invadiram as terras de Rúben. — explicava Otniel para Quenaz, Adele e Esther.

— Até aonde se sabe. — continuou. — Foram expulsos brutalmente, pelo rei de Edom, e os sobreviventes se fixaram em Israel.

— E os Rubenitas, como agirão nessa situação? — perguntou Quenaz.

—É uma situação preocupante, meu pai. —  Otniel respondeu. — Os rubenitas pretendem tomar uma atitude bastante radical. Queimar o acampamento, e expulsá-los, tratá-los da mesma forma que os Edomitas.

— Infligindo uma lei de Deus, devemos respeitar os estrangeiros. — Quenaz pronunciou-se novamente.

— Pois é, por isso que eu me ofereci para ter uma conversa com eles, com os hebreus de Rubén. Convencê-lo em fazer um acordo de paz com esses eremitas.

O coração de Esther disparou. A simples ideia de Otniel correr algum risco.

— Não é perigoso? — perguntou Esther, cheia de receio.

Otniel olhou para ela.

— Riscos sempre existem, mas não precisa se preocupar. São nômades apenas querendo um lugar para viver. Aqueles que não querem poder, não precisam de uma guerra.

— Mas eles podem ser rebeldes. Não se sabe só certo... — Quenaz também se preocupou.

— Não são, como eu disse são apenas como o povo hebreu no passado, já fomos um povo eremita, e é um risco, mas eu, e outros homens de Israel, como o líder tribal, Boã estarão comigo. Agiremos de modo pacífico.

— Bem, Salmon e Calebe, confiaram essa missão à você. — comentou Esther.  — Porque eles sabem de sua capacidade.

— Ainda bem que você me compreende.

— E me orgulho muito de quem você é. Se preocupar tanto com os estrangeiros.

No entanto havia outra coisa que Otniel precisava esclarecer antes de partir.

Ele olhou para a esposa do pai.

— E o seu filho, Adele?

Adele suspirou, antes de responder.

— Marduk tem me dado muita dor de cabeça, ele é muito impulsivo. Eu já o aconselhei, mas ele não me escuta.  Partiu para o território Filisteu, agora à pouco.

— Eu queria que vocês fossem amigos. — disse Seraías, que estava sentado no colo de Adele, enquanto a mãe fazia carinho no cabelos cacheados dele. — Que os meus dois irmãos fossem amigos.

— Acontece que não é tão simples assim. — abaixou-se Otniel para ficar na altura do irmão. — Marduk tem que querer também.

— Meu pai, cuide de Esther, enquanto eu estou fora.

— É exatamente o que o seu pai faz durante anos. — disse Esther.  —  Cuidar de mim, como um pai.

                         ***

— Vê se não demora muito, papai.  — dizia Hatate, no colo do pai.

— Dá vontade de ficar olhando por horas vocês dois juntos. — confessou Esther.

— Eu amo ficar com o papai. — comentou o menino.

— É, só que pai aqui tem uma missão importante lá em Rúben. — falou enquanto o colocava no chão.

—  Eu amo você. Eu volto para me casar com você, meu amor. Pode esperar. — ele disse a Esther, segurando a mão da noiva.

— Estarei esperando. Eu confio em você,  um dos melhores guerreiros de Judá.  Conquistou a cidade de Debir.  Vai voltar,  e então muito em breve eu serei uma mulher casada.

Otniel montou em seu cavalo preto, e partiu para Rúben.

— Eu vou sentir saudades. — comentou Hatate com Esther.

Esther colocou a mão sobre o ombro do futuro enteado.

— Eu também, mas em breve seu pai, volta.

—É, eu sei. E vocês finalmente vão se casar. — falou alegremente.

Esther sorriu,  o pequeno Hatate tinha razão,  agora faltava pouco para o casamento dos dois. 



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