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História Estrelas do Céu de Abraão - Encontrado.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 23 - Encontrado.



Os dias passavam com uns lentidão angustiante. Os homens que haviam ido a procura de Otniel voltaram.

— Nada. —  Quenaz falou, ao entrar em casa com cansaço e decepção na voz. —Mas eu não vou desistir de encontrar o meu filho.

Esther chorou muito naquele dia,  e quis ficar sozinha. Com uma angústia, ela conseguiu dormir um pouco naquela noite,  e sonhou; 

Deitado sobre uma cama, encontrava-se Otniel. 

Balbuciava um nome. O seu nome:

— Esther, Esther.

Duas mulheres, o observavam, e ele estava bastante ferido,  embora suas feridas,  haviam sido tratadas. 

— Fizemos o possível, agora é entregar nas mãos do Senhor. — disse a senhora para a mais jovem. — Mas temos que ter fé de que ele ficará bem.

Esther despertou , sorriu e sentou em sua cama. Seu sonho parecia tão real. 

E se fosse mesmo real? Se Otniel tivesse sido encontrado por uma família hebreia?

— Tive um sonho que me trouxe uma paz temporária, tia. — contou Esther, ao sentar-se na mesa para o desejujum.

Apenas Adele e Seraías estão ali, e a mesa do café da manhã, não era a mesma sem Quenaz. Era ele quem fazia as orações agradecendo ao Senhor, sua ausência, mas ele resolveu seguir com as buscas, junto de Salmon, Iru, e outros homens de Judá.

Esther contou seu sonho, para a tia e o primo, explicando dos outros sonhos, duas mulheres haviam cuidado dele.

— Isso quer dizer que meu irmão, vai voltar para casa? — Seraías perguntou. 

— Nunca devemos perder a nossa fé, meu filho. — Adele respondeu a ele.  — Ele voltará sim. E por falar em seu irmão? E o Marduk? Será que ele está bem? — indagou preocupada com o filho. 

               ***

Só podia ser intuição de mãe, pensou Adele ao ver o filho chegando em seu cavalo branco.

— Minha mãe, saudades. — disse ao se aproximar.

— Eu também, filho.

Adele o abraçou com carinho.

— E como foi no palácio do reino Filisteu?—  ela quis saber. 

— Tudo certo, o soberano gostou muito de minhas habilidades como guerreiro. — contou ele.

— Ainda bem, fiquei tão preocupada com você depois do que aconteceu com Otniel.

— Como assim!? O que houve com Otniel?

— Ele desapareceu. — falou ela.

— Pelos Deuses! — Marduk olhou para Esther que vinha em direção a eles. — Como isso aconteceu?

— No mesmo dia que você partiu, ele ia até Rúben para uma missão, mas no entanto, nunca chegou até lá. Está desaparecido desde então.

— Então fazem duas luas?

— Exatamente.

— Esther. — Marduk sorriu para ela. — É muito bom reencontrá-lá, prima.

Ao chegar mais perto, Esther indagou:

— Marduk será que podemos conversar?

Ele assentiu.

                 ***

— Eu estou aqui, pode contar comigo, para o que você precisar. Você sabe disso, não é?

— Sim. — ela disse. — Mas ele vai voltar, Otniel não esta morto, não o encontram, ele está apenas desparecido. Então ele será encontrado bem, com vida. — Esther falou, confiante.

Marduk segurou na mão dela.

— Ele disse que não levaria mais de três dias.  No entanto,  duas luas se passaram. E que me preocupa é Hatate.  Ele é uma criança. E o tio Quenaz, também. 

— O que me surpreende é a sua esperança. Otniel está morto, ele não vai voltar. O sonho de ser casar com o homem que ama não existe mais.

— Minha esperança, e minha fé permanecem em mim.

— Esther,  eu sinto muito,  mas como um guerreiro, eu aprendi que todas as hipóteses devem ser consideradas. Vocês estavam noivos,  cheios de plano, mas... mas minha mãe contou que procuramos por dias e dias e nada. 

Marduk  poderia não acreditar, mas Esther acreditava. Ela tinha fé.

— Existem coisas que você precisa me explicar. — Esther disse,  a lembrar das confissões de Rebeca.  — Eu sei de tudo.

—De tudo o quê? — questionou Marduk. 

— Foi você quem armou para me separar de Otniel.

— Aquela maldita da Rebeca te contou? — perguntou, com raiva. — Eu não deveria mesmo confiar em uma hebreia.

— Rebeca não tem nada a ver com isso. Ela se arrependeu, mas você parece que não.

— Eu não me arrependo mesmo. E do que isso importa? Será que nem mesmo se Otniel estiver morto, você ainda assim não me daria uma chance?

— Eu não acredito que estou ouvindo de você, e só isso que você pensa? Em você mesmo? Como você pode?

— Eu venho tentando te esquecer — admitiu ele.  — Prova disso é que fui até para outro reino, mas eu não consigo, e algo muito mais forte do que eu. Eu amo você, Esther. Assim como seu pai amou sua mãe, eu amo você.

— E é impossível não pensar na possibilidade de ficarmos juntos, agora.

— Você diz que é diferente de Kalési, mas será mesmo? Está fazendo o mesmo que ela. — acusou ele.

— Pelo que eu entendi, minha mãe se casou com o meu pai, por interesse. Eu estou fazendo exatamente o contrário, eu quero me casar por amor.

— Mas ela partiu o coração de meu pai, exatamente como você está fazendo comigo.

— Ainda bem que ela fez isso, eles eram irmãos, só não sabiam disso. Adon estava confundido os sentimentos.

— Não é o nosso caso, somos primos, sei que comum casamentos entre primos, por aqui.

— Isso você fez questão de saber.

— Claro, é o que eu mais desejo.  E eu não estou pedindo para você me amar, estou pedindo apenas que permita que eu ame você. Me deixa?

— Não seria justo com você em circunstância alguma.  Então pare de dizer essas coisas para mim. Ainda mais num momento como esse. Eu vou entrar,  porque tudo o que eu quero é ficar sozinha.

— Tem certeza? Eu queria que você fosse a um lugar comigo. —

— Não posso, vou para casa de Otniel daqui a pouco, ver o Hatate.

— E outro dia? —insistiu. — É muito importante, Esther. Tudo o que eu quero é fazer o bem, e quero que você veja que eu sou capaz de coisas boas. 

—Eu fico feliz em perceber que você está se preocupando com o próximo.— Esther disse a ele. 

— Claro, até porque minha vida não foi das melhores. Meus pais de criações não eram nobres, eram plebeus.

 — Eu cresci em Assur, meus pais eram pessoas simples. Às vezes, meu pai ficava muitos dias fora, e eu e minha mãe passávamos fome.

— Eu queria fazer diferente, dar uma vida melhor para eles. Então, aos dezenove anos, eu me alistei ao Exército.

— Todo homem na Assíria tem que se alistar, querendo ou não. E eu queria. E sendo um guerreiro, minha vida mudou. — contou ele,  um pouco de sua história. 

— Eu sinto muito, que tenha sido afastado de sua mãe ao nascer. Adele teria feito tudo para proteger, e certamente você teria vindo para junto de Israel, com ela, comigo e com o Kalu.

— Você pode até não admitir Esther, mas eu sei que você gosta de poder. Senão não estaria noiva de um homem importante em Israel. 

— Se é que pensa sobre mim, não posso mudar isso. As pessoas se enganam.  Eu me enganei com você, pensei que fosse como sua mãe. É ambioso demais, e capaz de fazer o mal a favor de seus interesses. 

Ele deu de ombros. 

— Só fiz o que fiz porque eu sei que esse casamento não vai se bom para sua vida. 

— Eu não vou discutir com você sobre isso. — interveio Esther. 

— Agora,  sobre a ambição eu tenho que concordar que tenho mesmo.—  Marduk admitiu. — E fique sabendo, que muito em breve, as coisas vão mudar. Eu serei um homem poderoso.

— Essa sua sede de poder, pode ser perigosa. 

— Na verdade é apenas o meu sangue nobre, falando mais alto.

— Eu não acredito que chegamos no mesmo ponto de sempre. Você dizendo que somos nobres, e que temos que sentar em um trono. — falou Esther. — Marduk, esquecer o passado, esse é o primeiro passado é o primeiro passo para uma nova vida.

Marduk fez que não.

— Jamais esquecerei o passado. O que esses ex escravos fizeram com Canaã. Destruíram grandes reinados. 

— Então você nunca terá um futuro. É melhor você voltar logo para a Assíria. — disse  ela, e o viu ficar sério. 

Esther olhou para o primo, tentando procurar por algum requisio de culpa, remorso, mas não havia nada disso em seu olhar.

— Me diz que você não tem nada à ver com o desaparecimento de Otniel. — as palavras saíram sem que ela conseguisse evitar. 

— Está suspeitando de mim!? Logo você, Esther?

— Marduk, você odeia Otniel, disse que o considera um inimigo, chamou ele para um duelo... E essa sua segurança ao dizer que ele está... morto.

— São situações completamente diferentes. Ele desapareceu e eu não tenho nada à ver com isso, é apenas o mais provável. Eu estava no palácio Filisteus. 

                     ***

Horas mais tarde,  depois da conversa com Marduk,  que não mudou nada as dúvidas que ela estava sentindo,  Esther estava na casa de Otniel. 

— Eu fui até a casa de Calebe, e Noemi me disse que Hatate quis voltar para cá. — falou com a avó. 

— Sim,  ele quis.  Quer dizer então que não o acharam? — perguntou Martha.

Esther balançou a cabeça.

— Eu fico me perguntando quando essa angústia vai acabar.

— É muito difícil para mim ver você assim, eu sonhei por tanto tempo que você se cassase e fosse feliz, de um jeito que eu Kalési nunca fomos.

— Se for dos planos que a gente se case e fique junto,  vai acontecer. 

— Você está diferente,  Esther. — reconheceu Martha.  — Tão bonito vê-la falando assim. 

— E Hatate? Onde está?

— Lá no jardim secreto, inconsolável. Não sei mais o que fazer.

— Posso falar com ele?

— Claro. Você sabe o caminho, já faz um tempo que o jardim secreto não é segredo para você.

                   ***

Esther se sentia com sete anos de novo, assim que avistou Hatate no jardim.  Era fascinada pelas flores. 

— Esther. — disse ao notá-la.

— Hatate,  shalom. 

— Shalom. 

— Você me fez lembrar de quando tinha sua idade.  Eu gostava tantos das flores,  não que isso tenha mudado. — disse ela. 

Hatate permaneceu em silêncio,  olhando para as flores por um tempo. E depois pronunciou-se

—Eu achei que eu ia ter uma família, como meus amigos, agora que papai te pediu em casamento, mas agora eu não sei o que pensar...

— Eu queria saber dizer palavras que o deixassem mais tranquilo,  mas eu realmente não sei,  meu menino. — confessou.  — Vamos confiar em Deus,  porque ele sabe o que é melhor para nossas vidas. 

— Como foi, Esther? Quando você soube que seus pais haviam morrido? — perguntou Hatate, com tristeza na voz. 

Esther refletiu.

— Não é possível dizer com palavras, eu me lembro que eu pensava que ficaria sozinha,  mas não fiquei.

—E se o meu pai não aparecer?

— Ele vai, mas enquanto não aparece você não vai ficar sozinho, meu amor. Sabe porque? Você tem seus avós e a tia Adele,  você nunca vai ficar sozinho. E tem também a mim. E eu tenho certeza que seu pai vai voltar.

Hatate abraçou Esther.

                ***

                         Moabe

Noemi era uma hebreia casada, como um hebreu de Judá, sua tribo. Foram viver em Belém de Judá, assim que houve a partilha das tribos, porém alguns anos depois, a fome se espalhou por aquela terra.

Por isso, Elimeleque, que era primo de Salmon,  partiu de Belém para os campos de Moabe, junto da esposa Noemi e os dois filhos, Quiliom e Malom.

Noemi foi lavar roupa no rio, junto de sua nora Orfa, naquela tarde. 

— Eu vou colocar essas roupas de cama, para quarar naquelas rochas, senhora Noemi. Estão com bastante sol e secará rápido. — Orfa avisou a sogra.

— Faça isso, minha filha. Eu vou terminar de ensaboar essas roupas aqui. — Noemi respondeu a ela.

Orfa se afastou de Noemi, e caminhou até as rochas. Então o viu.

Foi até a sogra correndo.

— Pelos Deuses! — exclamou Orfa.

— Deus. É apenas um Deus,  Orfa. — Noemi a repreendeu.

Noemi era uma mulher de muita fé no Deus de Israel, no entanto Orfa era moabita, e não se esqueceu totalmente dos deuses que seu povo idolatra.

— Às vezes,  eu acabando esquecendo, minha sogra, mas olha o que eu estou vendo ali. — apontou para as águas do rio. — Tem alguém ferido. É um homem.

—  Vá chamar seu marido, e Malom para nos ajudar aqui. — Noemi pediu.

— Sim. — concordou ela,  e correu para casa.

O homem ferido, era nada mais nada menos do que Otniel.


Notas Finais


Os acontecimentos nesse capítulo não estão seguindo uma ordem cronológica, mas, isso porque eu quis fazer um mistério... mas agora sabemos que Otniel está em Moabe. E quem conhece a história de Rute, sabe quem são Noemi e Orfa. Até o próximo <3


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