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História Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo XXIV


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Aqui estou eu como mais um capítulo. Boa leitura para vocês!

Capítulo 24 - Capítulo XXIV


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo XXIV

Aquela tarde, enquanto chegava em casa com Seraías, Esther viu Marduk, o filho mais velho de Adele estava encostado, em uma das pilastras da varanda.

Ele se aproximou de ambos.

— Shalom, meu irmão.

— Shalom.

— Diga a sua mãe que voltamos. — Esther pediu à Seraías,

— Não aguento ver você assim. — começou Marduk assim que ficou sozinho com Esther. — Ainda mais porque eu sei de algo que pode fazer você se sentir melhor.

— Não consigo imaginar nada. — foi o que respondeu. Como se sentiria melhor sem saber o que havia acontecido com seu noivo!? Ela não tinha paz!

— Você se lembra quando eu disse que estava ajudando algumas pessoas? — Ela assentiu. —Pessoas que precisam de ajuda, que perderam tudo o que tinham no passado. Vamos agora?

Ela hesitou.

  — Eu não sei... — se pronunciou, incerta.

O guerreiro que Marduk havia apresentado à ela, tempos atrás, estava ali.

— Olá Adonis, Shalom.

— Alteza... — iniciou, e fez uma reverência.

— Eu já disse que não preciso se tratada assim. — Esther o repreendeu.

— Vamos logo, temos que ir de carruagem, mas o cocheiro vai nos levar. — explicou Marduk. — Adonis vai com a gente, e nós vamos apresentar há umas pessoas.

— Não vamos demorar muito. E é uma boa causa, é para fazer o bem.

— Se é assim, tudo bem. — concordou.

Cerca de duas horas depois, eles chegaram à um vilarejo.

— Estamos muito longe, Marduk. Eu não deveria ter vindo, depois daquela vez, eu prometi à meus tios que não sairia de casa, sem permissão. —

— A viagem vai valer a pena. — Marduk garantiu a ela, enquanto a ajudava a descer.

Caminharam cerca de cinco minutos,

Um grupo de pessoas, haviam crianças, idosos e pessoas de todas as idades. 

— O que isso significa? Pode me dizer? — questionou ao primo.

— Claro que explico. — falou Marduk, olhando para eles, e para a prima novamente. — São caneneus, nossos conterrâneos. Eles vivem em condições miseráveis, a pouco terra que sobrou é seca.

— São um povo idólatra, que crêem em ídolos. — Esther disse ao primo. — Enquanto seguirem servindo a esses Deuses não serão um povo livre, estão presos, oprimidos.

— Senhor Marduk. — disse um homem que se aproximou deles.

— Esse é o líder da nossa revolução. E essa é a Esther,  herdeira do trono de Jericó. — apresentou os dois. 

O revolucionário fez uma reverência.

— Não precisa fazer isso, eu não...   Ela olhou para o primo.— O que está acontecendo? Revolução?

— Você vai entender.  Vem comigo.

Subiram em lugar como um palaque. 

— Descobrimos há pouco que Esther também é neta de Adoni-Zedeque.— iniciou Adonis.

                            ***

Marduk frustou-se ao ver Esther andando rapidamente, mas uma vez não havia o convencido.

— Esther,  espera. — pediu, caminhando em direção a ela.

Ele a virou para ele, os olhos cheios de lágrimas, porém não disse nada. Finalmente havia entendido. Eles a arrastaram para junto daqueles cananeus, com um único propósito: convencê-lá de guerrear contra Israel.

— Você está chateada? Não entendo,  o discurso foi um sucesso. — ele falou, e sorriu.

Esther permanecia com uma expressão séria no rosto.

— E eu não gostei nem um pouco. — admitiu. — Você não tinha o direito de dizer aquelas coisas sobre mim. Não sou prisioneira, nem fui manipulada. Será que você não entende? Eu fui salva de todas formas, fui salva da morte, e também de ilusão que é a vida dos idólatras.

— Não vivemos uma vida de ilusão. — Adonis discordou dela.

— Vocês politeístas, pensam que não, mas  Marduk é a prova de que quem cresce dentro dos costumes politeístas, dificilmente aceitará o  Deus de Israel. — prosseguiu. — Você é como seu pai Adon que duvidou sempre. Morreu duvidando, acreditando que os deuses são os mais poderosos.

— E você, Esther? É igual a quem? Lembre-se de onde você veio, deveria honrar seus pais, não é um dos mandamentos de Deus?

— Não adianta, você nunca vai entender...

— Todos à adoraram. — falou ele, referindo-se aos cananeus. — Foi melhor do que esperava. Eles querem governantes caneneus. Podemos dar isso eles. Eu e você parece a melhor opção. Jovens e sabemos guerrear.

— Era por isso que você eu sirvo!? Para você  me usar a favor de seus interesses.

— Não,  você está entendendo errado. Eu amo você e podemos...

— Marduk se você acha que pode vir governar alguma cidade canenéia,  vai em frente, mas eu não quero isso. Para mim,  isso é suicídio.  Vão matá-lo, você e os caneneus que vivem nas estepes,  nas campinas, e te apoiarem.

— Saiba que não se pode vencer todas, prima.  Você,  Esther, tem que parar de achar que o exército hebreu é invencível. Vai chegar uma hora que eles vão cair,  mas eu preciso de você ao meu lado.  Como minha Rainha.

— Não diga uma coisa dessas.  Se você pretende tomar Jerusalém, Jericó, encontrará uma soberana à altura, mas não será eu.

— Me perdoe, Esther. Não suporto ver que eu machuco tentando te convencer de algo que é o nosso destino.

— Devemos nos perdoar antes de querer o perdão alheiro.

— Pela minhas atitudes nos últimos tempos.

— Você os perdoou? — Marduk a perguntou, deixando Esther sem entender.

— Eles quem?

— Os assassinos de seus pais? Ou você nunca se perguntou quem matou os seus pais? Como eles morreram? — foi jogando aquelas perguntas, de uma vez.

Estava aí um assunto crucial, que a abalava completamente. Os pais, e princialmente sobre a morte deles, preferia recordar os bons momentos.

— Sempre preferi guardar as boas lembranças que tenho deles do que me torturar em saber como foram meus últimos momentos. Deus me poupou desse sofrimento, mas... — dizia quando foi interrompida:

— Mas eu sei. — revelou ele. Esther ficou totalmente em silêncio. — Seu pai morreu no fio da espada de Josué, e sua mãe foi flechada por Zaqueu, depois já ferida foi picada por uma de suas cobras.

Do que dependesse dela, nunca saberia. E isso a fazia com que ela me sentisse melhor, pelos olhares de Calebe e Josué para ela, ela não duvidava que foram eles. Mas não não era importante. Não mudaria o passado. Mas agora ela sabia.

— Sabia disso, Esther? — ele insistiu.

— Infelizmente, eu descobri agora. Eu não queria saber, você não tinha o direito de me falar dessa forma, sabe o quanto me dói, não podia fazer isso comigo! 

— Não é contra ao seu primo que deve se enfurecer. — falou Adonis, chamando a atenção de Esther para ele. — E sim com eles que fizeram isso. Porque agora você sabe o quanto foi cruel. E não é possível que ainda assim, não vai querer guerrear contra eles.

Isso fez com que Esther pensasse qual o interesse de Adonis,  nisso tudo.  No entanto,  resolveu respondê-los:

— O fato é que isso não muda muita coisa. Foram exatamente Josué e Calebe que permitiram que eu e minha tia vivêssemos em Gilgal, mesmo com outros hebreus achando isso um grande absurdo.

— Eu não quero guerra, já lhe disse isso. Essa é a minha resposta,  não. — Esther falou, firme.— Então é melhor que as coisas permaneçam exatamente como estão. Eu fico aqui em Canaã,  continuarei vivendo como meus tios e você vai continuar servindo ao exército,  sendo um excelente guerreiro.

— Agora eu quero ir embora para casa, porque eu definitivamente não deveria ter vindo.

                         ***

— Boa noite, Shalom. — disse Esther, ao descer da carruagem.

Sem esperar pelos guerreiros, foi caminhando na frente, desejando chegar o mais rápido possível em casa.

Sem se importar com as perguntas de Adele, possivelmente falaria a verdade. Assim Marduk pararia te importuná-la.

— Não adianta.  — dizia Adonis, ao ver Esther se afastar, em direção a casa.  — Ela permanece irredutível.

Marduk apenas balançou a cabeça.

— Parece que o hebreu não tinha nada a ver com a decisão dela. — continuou.

— Porque mesmo como ele morto, ela não muda de ideia. Nem mesmo sabendo que eles foram assassinos dos pais.

— Eu não aguento mais essa rejeição da Esther.  Nenhuma mulher nunca me rejeitou. — disse Marduk com raiva,  quebrando o silêncio.

— Tudo há uma primeira vez na vida. Não foi você quem disse que ela é diferente das outras mulheres!?

— Mas eu não estou ficando muito impaciente, até meus beijos ela rejeitou. Às vezes, a vontade que eu tenho é de me deitar com ela a força.  Ela ia odiar no começo, mas depois ia gostar.

— E assim, os hebreus o matariam. — Adonis o alertou.

Marduk balançou a cabeca discordando dele.

— Não exatamente. Eu me casaria com ela, é só eu dizer que estava arrependido, que queria reparar o meu erro.

— E ela nunca te perdoaria. completou Adonis, e ele soube que o filisteu estava certo.

— Você tem razão, não tem jeito, eu tenho que conquistá-la do jeito tradicional.

— Pode demorar, mas pense pelo lado bom, depois que ela estiver apaixonada, vai ceder tudo o que você quiser. Inclusive a honra.

                  ***

Otniel redobrou a consciência aos poucos, mas aquela manhã, a febre abaixou totalmente e ele estava lucido, ao abrir os olhos.

— Ele está acordando... — ouviu uma voz feminina dizer.

Aos poucos a visão turva, foi ficando límpida e ele avistou duas mulheres.

— Onde eu estou? — foi a primeira coisa que perguntou.

— Em Moabe,  nós o encontramos no rio,  ferido,  à beira da morte. 

Otniel olhou para seu corpo e viu as feridas cobertas com bandagens. Seu corpo estava dolorido.

— Como se chama? — questionou a mais jovem.

— Otniel. — disse ele. — Eu me chamo Otniel.

— Sou Noemi. — a senhora se apresentou gentilmente. — E está a minha nora Orfa.

— O que houve com você? Haviam flechas em seu corpo?

— Eu não me lembro.

— Isso e normal,  às vezes com o tempo você acaba se lembrando do que aconteceu. — garantiu Noemi.

— Qual é mesmo o seu povo?

— Hebreu. Sou um hebreu da tribo de Judá.

— Curioso. Eu também sou uma hebreia, de sua mesma tribo. — contou Noemi.

A verdade é que negaria ajuda a ninguém, mas saber que se tratava de um hebreu a deixou mais calma e feliz.

— Mas então, porque estamos em Moabe. A senhora vive aqui?

— Sim... — confirmou. — É uma longa história, mas teremos tempo.

                            ***

Sentado na varanda da casa, pela qual andou pela primeira vez, horas antes, estava falando com  Elimeleque sobre suas origens e descobriu que o chefe da família, era um hebreu de Judá, assim como ele.

— Sou filho de Quenaz. — contou Otniel.  Porque era assim que os hebreus se apresentavam.  E não com sobrenomes.

Imediatamente,  Elimeleque soube de quem se tratava.

— E sobrinho de Calebe, o líder tribal de Judá?

— Isso mesmo. Calebe, filho do quenezeu Jefoné, é meu tio.

— Então, você e o valente guerreiro de Judá, que conquistou aquela  cidade canenéia, perto de Hebrom? Que honra recebê-lo. Salvamos um herói, minha esposa. Um grande guerreiro hebreu de Judá.

— Lutou como um leão de Deus contra os gigantes anaquins. — disse Noemi. — É o que dizem, em referência ao símbolo da nossa tribo de Judá.

— Para mim, somos todos leões de Deus. — falou Otniel. — A fé nos faz ser forte e corajosos para enfrentar todos os desafios da vida.

— Bom, eu sou filho de Isaque. — foi a vez de Elimeleque contar sua origem. — Meu falecido pai era irmão de Naason, também falecido, que foi um grande líder tribal de Judá, na epoca de Moisés, no deserto.

Otniel recordou-se se ter ouvido aquele nome antes, na época do deserto quando ele era um menino,  e seu tio Calebe, ainda não era líder. Naason, o líder tribal da época, era o pai de Salmon.

— Naason, o pai de Salmon? — perguntou Otniel, surpreso.

— Conhece meu primo, Salmon? — perguntou.

— Claro que conheço,  Salmon é um dos melhores guerreiros de Israel. Um grande amigo,  vive atualmente em Hebrom.

— Eu vivia em Belém, nos primeiros anos tudo era tão farto, mas de uma hora, a região secou, o povo de Judá que vivia naquela região, teve de ir embora. — explicou a situação de fome.

— Eu soube, meu tio Calebe, foi muito generoso. Ele cedeu algumas casas em sua terra nas aldeias, para aqueles que estavam precisando. Seu primo, Salmon, está morrando em Hebrom há alguns anos.

Elimeleque alegrou-se.

—  Então, Salmon está bem, com sua familia?

— Sim,  uma família linda. Dois filhos, Sara de quatorze, e Boaz de dez anos. Sua esposa Raabe, é uma cananéia, mas aceitou o nosso Deus à muitos anos, é uma mulher de fibra, de fé, está grávida do terceiro filho.

— O rapaz também deve ter sua família. Soube que se casou com a filha de Calebe.

— Sim, minha prima Acsa, tivemos um filho,  Hatate. No entanto, ela faleceu no parto, eu fiquei viúvo. 

— Eu sinto muito por sua perda. — Elimeleque falou, tristemente.

— O pior já passou. E eu finalmente penso em me casar novamente, encontrei a moça certa.

— E como é essa moça? — quis saber o patriarca.

Otniel recordou de Esther,  como se estivesse vendo a em sua frente. Seu sorriso, e pensar sobre ela fazia com que ele sorisse.

Amava tudo em Esther. Simplesmente a amava. E era difícil se expressar como se sentia.

— Esther é canenéia, mas eu estou vendo a fé dela despertar, quando eu a conheci era uma menina, mas agora tem se transformado em uma mulher de muita fé.

— Acho muito bonito um homem que não escolhe uma mulher apenas pelas origens. — Elimeleque disse a ele. — Como Salmon, e meu filho Quiliom, que se casou com uma moabita.

 Os filhos de Elimeleque e Noemi, era dois. Quiliom, o mais velho que havia se casado, e o mais jovem, Malom.

— Você consegue se lembrar do que aconteceu com você? — Malom questionou. — Minha mãe e minha cunhada o encontraram, muito ferido, na beira do rio.

— Eu estava indo para Rubén. E...

Pela primeira vez, tudo o que aconteceu naquela tarde, foi lembrado com detalhes:

Enquanto cavalgava em direção a Rubén, avistou Marduk cavalgar rapidamente, atrás dele.

Não teve tempo de se defender, em meio a dor concluiu que Marduk era mesmo um covarde.

Havia o acertado com flechas.

— O Marduk. Eu me lembrei de tudo. Foi o primo de minha noiva. — Otniel levantou-se rapidamente. — Ele estava apaixonado por Esther, apaixonado não, obssecado. E fez isso para me tirar do caminho dele, eu me lembro de suas palavras.

— E por isso ele tentou matá-lo? — perguntou Quiliom, surpreso.

Todos estavam indignados com a atitude de Marduk.

— Ele havia me convidou para um duelo de espadas, e eu disse não. Então, ele se aproximou de mim, na estrada, e me atingiu com flechadas. Então eu consegui caminhar até o rio, e então cai nas águas. Graças a Deus, fui encontrado por vocês ainda com vida.

— Difícil acreditar que alguém é capaz de tanta maldade. — refletiu Noemi.

— Ele foi, os assírios são cruéis. Eu não posso ficar nem mais um minuto aqui, tenho que voltar para Israel.  Eu não posso deixar Esther sozinha, com o homem que tentou me matar. Ele é extremamente perigoso, mas ela, nem ninguém, não sabe disso.

Otniel levantou-se rapidamente sentiu-se tonto, a cabeça girou.

— Não, por favor sente-se aqui. — pediu Noemi. —Você ainda não está completamente recuperado. Ficou muito tempo deitado e agora, tem que respeitar os limites do seu corpo.

— Traga água,  Malom. — Noemi pediu ao filho mais novo.

O rapaz assentiu, e voltou rapidamente com a moringa de água.

— Não deveria ter perguntado sobre isso, Malom.  — Quiliom reeprendeu o irmão.

— Eu não fiz por mal, desculpe. — pediu o rapaz.

Otniel olhou para ele, e fez que não com a cabeça.

— Você não fez por mal, além do mais sua pergunta fez o que eu me lembrasse de tudo. Eu preciso proteger Esther.

— Sua prometida esta rodeada de pessoas que nunca vão deixar com que ele faça mal algum a Esther.  — Noemi tentou tranquilizar Otniel.

Em vão, a única coisa que faria ele se sentir melhor era voltar para Israel.

— Enquanto eu não desmacarar Marduk, ela não estará em segurança. — disse, cheio de preocupação. — Não estará. 

                     ***

Ao ver Esther caminhar sozinha, aquela hora da noite, Marduk decidiu que não iria seguiria os conselhos de Adonis. Queria voltar a Assíria,  o mais rápido possível,  e a queria junto dele. 

Mas do que isso, ele a queria e a teria naquela noite. Com Esther desonrada, ele seria forçado por Quenaz, a se casar com ela.

A mulher deveria seguir os passos do marido, e Esther teria que segui-lo onde ele fosse,  inclusive  para a Assíria.

— Shalom. 

Ele deu de ombros, e foi logo dizendo:

— Serei direto dessa vez. — começou. — Eu vou te dizer qual o meu plano para me tornar um homem poderoso. Poderoso como um Deus.

Eu não quero ouvir nada disso. Já não lhe disse isso?  perguntou irritada.

— Você precisa me ouvir. — o silêncio de Esther fez ele concluiu que poderia continuar.

— A princesa da Assíria, é apaixonada por mim.

— Isso é maravilhoso. — Esther sorriu, mas o sorriso a abandonou, logo em seguida. — No entanto, acho que não sente o mesmo.

— Não. Eu estou apaixonado por você, sabe disso, Esther.  Mas tenho que admitir que Nina é muito sedutora. E o lugar onde pode me levar, também é muito sedutor. Ao trono do império mais poderoso da terra.  O império Assírio.

Esther não soube o que dizer.

Marduk estava obcecado por duas coisas: por ela, e por poder. E se pudesse unir as duas coisas, sua vida seria perfeita.

— Eu vou embora de Israel, agora. Nem vou esperar o dia amanhecer, e quero que vá comigo. Nos primeiros anos, você seria minha amante, mas depois minha rainha, e de toda Mesopotâmia, Assíria e Babilônia, para o resto da vida.

— Como você é capaz de arquitetar algo assim? — finalmente Esther disse algo. — E pior, achar eu posso concordar? Ser sua amante! Você está louco, Marduk. Louco!

— Você não tem mais nada. Otniel está morto. Como você ainda pode querer viver aqui?!

Havia pessoas que ela amava, mas não precisava ser dito.

— Tenho a Deus, Ele nunca abandona aqueles que crêem Nele. — rebateu ela.

Ele não disse nada. Observou Esther, por alguns segundos.

— O seu Deus não vai poder te salvar de mim. Infelizmente você não me deu escolhas.

Ele a beijou contra a vontade dela, e Esther o empurrou, mas não conseguiu se livrar dos braços do primo.  Ele a segurava com força. 

— Me solta! — pediu Esther, mas em vão.

— Ainda nem comecei, princesa. E se ficar quietinha, pode ser bom para você.

Ele foi para cima dela,  novamente com violência. 

Esther alcançou a adaga, e o atingiu no braço.

A dor do pequeno corte fez ele se afastar, por alguns segundos, e o sangue escorreu rapidamente.

Marduk a olhou com ódio. E tirou a adaga dela, a jogando longe.

— Vadia, você é uma vadia, sabia?— questionou, e deu um sorriso malicioso. — Mas daqui a pouco vai ser a minha vadia.

Ele foi para cima dela com mais força dessa vez. E a jogou com brutalidade no chão, ficando em cima dela,  Esther tentava se livrar,  mas não conseguia.  A raiva de Marduk fez que ele ficasse ainda mais forte. 

Esther só pensava que aquilo não podia estar acontecendo Ela fechou os olhos, e pediu à Deus. 

Quando Marduk ia começar a tirar suas próprias vestes,  uma voz soou no local. 

— Solta ela, agora, seu maldito! 

Ele olhou para o lado, e encontrou Rebeca. Esther levantou rapidamente, e correu em direção à Rebeca.

— Sua traidora! E ainda tem coragem de vir até aqui. — falou se aproximando delas, fazendo Esther estremecer.

— Ainda bem que eu percebi a tempo o erro que estava cometendo. Eu vou contar para Calebe, o que você estava tentando fazer. Você terá uma punição.

— Quando o exército da Mesopotâmia destruir Israel,  eu irei resgatá-la. Eu serei rei, Esther.  E você, minha linda prima,  será minha rainha. — ele disse a Esther. — Você vai se arrepender de ficar com esse povo.  Porque eu vou acabar com esse todos. Exterminar da face da terra.

Finalmente Esther olhou para o primo.

— Eu já me arrependi, mas foi de ter confiado em você. Foi de ter achado que você fosse como sua mãe. Você é um monstro.

— Você ainda não viu nada. Sou capaz de coisas muito piores para conquistar o que eu quero.

— Sabe o que eu quero? rebateu ela. — Eu quero que vá embora, daqui, da minha vida. Vai embora, vai seguir sua vida na Assiria, eu não quero mais ver você. Vai!

As palavras dela pareceram ter o abalado. Mas não por muito tempo.

— Eu cansei de perder meu tempo nesse lugar. Esses hebreus me dão náuseas. Mas saiba que isso não ficará assim. Essa não é a última vez que não vemos. — disse com raiva, e saiu. 

Esther respirava rapidamente, e tentava se acalmar. 

— Obrigada, Rebeca. — agradeceu Esther. — Se você não tivesse chegado...

— Nem pense nisso. Acabou, Esther, acabou. — falou Rebeca,  tentando tranquilizar a ela. — Calebe saberá de tudo. E eu serei a sua testemunha. 

— Não acho que será preciso. — disse Esther. — Você não escutou ele dizendo que vai embora?

— Sem ter uma punição, por ter tentando te desonrar? — Rebeca perguntou,  indignada. 

Esther olhou para baixo.  A realidade era cruel. O que quase aconteceu ali foi muito cruel. 

— Talvez seja melhor assim. Seria um sofrendo muito grande para a mãe dele. A tia Adele não merece mais sofrimento, ela já sofreu tanto.

Esther desejou que tudo fosse apenas um pesadelo. Que fosse acordar, mas isso não aconteceu.

Pelo contrário, teve que dormir com a certeza de que Otniel ainda estava desaparecido, e de Marduk não era como ela havia pensado. 


Notas Finais


Sobre o Marduk, garanto, que ele nunca mais voltará em Israel, mas coisas não ficarão assim, ele ainda terá o fim que merece.
Elimeleque, Quiliom, Malom...
E assim vão aparecendo os personagens do Livro Bíblico de Rute, só que própria aparece somente na próxima fase. Pretendo postar no mais no final de semana.


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