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História Estrelas do Céu de Abraão - Um rei insano.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Olá meus amores, novo capítulo para vocês, boa leitura ❤

Capítulo 36 - Um rei insano.


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Um rei insano.


O carcereiro voltou ao calabouço rapidamente, Esther estava sentindo enjôo com o cheiro que o lugar exalava, era extremamente sujo. E deduziu que não era apenas por causa da gravidez, afinal Rebeca, também reclamou do cheiro.


— Vem aqui, a ruiva. Só a ruiva. — disse ele.


Esther e Rebeca trocaram um olhar, o que fazia ela hesitar, era o medo.


— Está surda? Não ouviu? Não me faça perder a paciência...


Hesitante, Esther levantou e a porta de madeira foi aberta. Caminharam do subsolo, até começarem a subir para o palácio. Já estavam nos corredores reais.


Diversos guardas estavam em frente de uma enorme porta dourada. As portas se abriram.


Era uma sala do trono.


— Aqui está a canenéia, soberano. — anúnciou o carcereiro. 


— Olhe para o seu rei. — A voz pediu. E estranhamente a voz era familiar para ela.


Lentamente, Esther levantou a cabeça.


— Finalmente Esther.


Estava diante de Marduk, ele estava sentado no trono, com uma coroa na cabeça. Como havia falado, à anos atrás, agoraoferecendoa um rei.


Esther sentiu uma vertigem. Parecia um pesadelo, seu pior pesadelo.


— Impressionante como o tempo lhe fez bem, minha prima, está ainda mais bela. — a elogiou com um sorisso malicioso nos lábios.


A rainha Nina observava Esther sem piscar. Finalmente estava diante da mulher que havia ganhado algo que ela nunca teria do rei. Ela odiava Esther, pelo simples fato dela existir.


— Agora, diga uma coisa meu general, Esther não esta ainda mais bela do que antes? — perguntou ao homem que estava perto do trono.


Esther olhou para o homem que o rei havia dirigido. Ela ainda se lembrava dele. Era Adonis.


— Com todo respeito, soberano, ela está sim, ainda mais bela. — falou ele.


— Lembra-se de Adonis, meu amigo Filisteu? Ele ao contrário de você, minha prima, ele foi fiel à mim. E hoje é o general do exército Assírio.


Esther não disse nada. O que poderia dizer? Só queria sair daquele lugar o mais rápido possível. Voltar para Israel, para sua vida.


— Eu sou grato com aqueles que escolhem o meu lado. —continuou ele. —E mesmo você sendo uma traidora do seu povo, por tanto tempo, estou te dando uma segunda chance.


— O que pretende com isso, Marduk? — Ela finalmente disse algo.


Estava espantada com a capacidade de Marduk. O poder o havia feito enlouquecer ainda mais. Só podia ser isso.


— Meu nome é Cusã-Risataim, grande soberano da Alta e da Baixa Mesopotânia. Rei da Assiria e da Babilônia. — falou em tom formal. — Enquanto os hebreus se contentam com aquele pedacinho de terra que é Canaã, que lutaram tanto para conquistar, toda Mesopotâmia pertence à mim.


— Então é você quem está escravizando os hebreus. — sibilou ela.


Tudo finalmente fez sentido.


Marduk sempre odiou os hebreus, sempre prometou vingança aos hebreus. A escravidão era sua vingança.


Não poderia haver vingança maior do que o gosto amargo da escravidão.


— O que vai fazer comigo? Me escravizar, também? — perguntou.


Marduk riu. Para Esther, ele era seu primo. Filho de Adele, eles tinham o mesmo sangue, apesar de tudo.


— Esther, às vezes você me parece tão ingênua. Eu iria te tirar de Israel, para transformá-la em escrava? O que não me falta são escravos. Mas eu vou castigá-la, sim. — acrescentou.


A rainha Nina se alegrou com as palavras do rei, mas sua alegria não durou muito. As próximas palavras de Marduk, não a agradaram, e a Esther, muito menos.


— Seu castigo será me amar por toda sua vida.


Esther ficou em silêncio. Insanidade havia tomado conta de Marduk.


— Creio que seu esposo, Otniel, esteja a sua procura. Mas, se ele for inteligente não vai lhe procurar aqui. Ele pode te amar, muito. Mas deve amar mais a vida dele, do que a sua.


Esther se sentiu irritada, Marduk não tinha o direito de falar sobre amor, ele não a amava. Não mesmo.


— Você é doente, não entende nada sobre amor. Nunca vai entender. — Sua voz alterou-se. — Otniel e eu nos amamos, e isso você nunca aceitou.


— Não ouse o levantar sua voz contra o rei da Mesopotâmia. — disse a rainha furiosa.


— Minha rainha está equivocada. É claro que Esther é alguém importante.— esclareceu para a sua corte. Ela é minha prima. Minha linda prima.


Marduk levantou-se e foi até ela, segurou seu queixo fazendo Esther olhar para ele.


— Essa noite você será minha. 


Virou-se para algumas servas que estavam por perto, e ordenou:


— Levem-a daqui. Dêem um banho nela, e perfumem coloquem as melhores joias e roupas nela. Quero que ela esteja vestida como uma princesa, afinal é o que ela. Preparem ela para ter uma noite comigo. Uma noite com o rei da Mesopotâmia.                     


                       ***


— Perfeita. — falou a serva que terminou de maquiar Esther. — Apesar de está um pouco acima do peso.


Esther sentiu vontade de dizer que estava grávida, mas resistiu. Ou isso chegaria logo a Marduk, e ela temia a reação do primo, quando soubesse.


A serva continuou:


— Um conselho, se tiver um bom desempenho essa noite, o rei pode chamá-la outras vezes.


Esther se sentiu mal, ao ouvi aquelas palavras.


— Eu não quero fazer isso, sou uma mulher casada. Não quero me deitar com um homem que não seja meu marido. — disse com os olhos cheios de lágrimas a serva. 


E não porque achava que isso mudaria algo, mas apenas porque queria desabafar com alguém.


— Não se pode dizer não ao rei. Ele a quer, ele a terá. Agora, é melhor tirar essa aliança. Me dê ela aqui. — pediu ela.


Relutante, Esther a tirou, algo que nunca fazia. Aquele era o símbolo de sua aliança com Otniel. A promessa de um amor eterno.


— Por favor, me entregue depois. Eu lhe imploro.


— Eu guardarei comigo, mas não acho que você poderá voltar a usá-la. E mais uma coisa: coloque um sorriso nesse rosto lindo.               




                             ***


— Soberano, aqui está a moça. — anunciou as servas, entrando com ela.


— Saiam todos, soldados também. Me deixem sozinhos com minha princesa.


— Por Isthar, você está ainda mais bela. Ainda mais estonteante. E impressionante Esther, nunca vi uma mulher de tamanha beleza. Quando eu te conheci, era apenas uma menina, e já me provocava desejo, agora, é uma mulher... Em uma palavra: deliciosa. Mas sabe qual a grande ironia? Eu pedi que a cobrissem do tecido mais fino, e das joias mais brilhantes, mas eu mal posso esperar para deixar você, sem nada. E toma-la em meus braços.


— Sente-se ao meu lado. Eu pedi para o cozinheiro real preparar um banquete especial para nós dois.


Esther se sentou em silêncio diante do banquete, que estava em cima da mesa.


— Está silenciosa, não diz nada. Diga algo, Esther. Eu gosto de ouvir sua voz. Gosto de tantas coisas com você, de olhar esses olhos azuis lindos.


Esther permaneceu em silêncio.


— Eu sou rei e exijo que converse com o seu soberano.


Ela engoliu a seco. Pensou um pouco. Se ele queria ouvi-la seria exatamente o que ela desejava dizer. Ela começou:


— Uma vez eu disse a você, que você se parecia seu pai, Adon, vingativo. — começou ela. — Mas eu estava errada, seu pai amava minha mãe e nunca a fez sofrer, nunca a magoou, você é exatamente o contrário, diz que me ama, mas parece que tem prazer em me fazer sofrer.


— Sofrer?! Você é ingrata, Esther. Estou de oferecendo o cargo de Rainha da Mesopotâmia. Não consigo imaginar nada melhor do que isso. Mesmo depois de sua traição, afinal, como você acha que eu me senti, quando soube que Otniel estava vivo!? E que havia se casado com ele? Como Esther!?


— Frustado, acredito, afinal você tentou matá-lo. Saber que não houve êxito.


—Pior, foi saber que vocês haviam se casado, e que geraram um filho mestiço, bem, mas isso não importa mais. Você está aqui comigo. Eu quero que você seja uma mulher muito poderosa, ainda mais poderosa do que sua mãe foi um dia. Eu colocarei um trono para você se sentar ao lado do meu.


— Minha mãe foi muito poderosa, mas seu poder não foi o suficente, para mantê-la viva por muito tempo. E você tem uma rainha. —argumentou Esther. 


Marduk mudou de assunto. Serviu o vinho e entregou à ela.


— Beba o vinho, o vinho Assírio é delicioso.


— Não vou beber. — negou prontamente, afinal estava grávida.


— Beba agora. — Seu tom era exigente.


A maneira como ele falou, fez que Esther pensasse que o vinho poderia estar até mesmo envenenado. Ela então deixou que a taça caísse de sua mão.


Marduk então ficou furioso.


— O que você fez? — questionou.


— É só uma taça, pode encher outra agora mesmo. — Esther falou, calmamente.


— Você sempre estragando tudo, Esther. Pelos Deuses!


— O que havia nesse vinho? — perguntou ela.


— Nada, eu só queria que você ficasse mais relaxada, mais solta para o que vêm a seguir. — mentiu. 


Esther não acreditou nas palavras dele.


E era mentira. Marduk havia pedido ao sumo sacerdote, para fazer uma poção, que fizesse Esther ver o homem que amava.Sabia que ela viria Otniel, e não ele, e que talvez até sussurasse o nome de seu inimigo, enquanto se entregava para ele. Contudo, não se importava. Seria capaz de suportar tudo, para Esther finalmente ser dele.


Mas ela colocou tudo a perder, ao derrubar aquela poção, e não havia outra saída, ele a teria nem que fosse a força.


— Quero deixar claro que apesar de estarmos aqui, nos meu aposentos, eu não desejo tê-lá apenas em meu leito, para satisfazer meus desejos, como uma concubina. — esclareceu ele. — Quero que seja minha rainha


Esther balançou a cabeça, estava cansada dos argumentos de Marduk, eram os mesmo de dez anos atrás, a diferença era que ser um rei para Marduk antes, era apenas um sonho. E agora era mesmo real.


— Quando é que você vai entender que luxo, poder, eu não quero nada disso. — ela desabafou.


— O que deseja então? O que quer? Se não quer ser rainha, o que quer, Esther? Espera aí, eu acho que sei... Vive como uma hebreia, pois se é uma hebreia deve ser tratada como tal. Aqui na Mesopotâmia, os hebreus são meus escravos. Devo coloca-lá na rua para fazer trabalhos forçados?


— É melhor aceitar tudo de bom que estou oferecendo, ou Elias terá uma surpresa...


— Como sabe sobre o meu filho?


— Eu sei de tudo, como um rei deve saber. Elias é seu filho mestiço, cananeu e hebreu. E tem outro mais velho, que é como um filho para você também, Hatate.


— Deixe-os em paz, é a mim que você quer. — ela pediu, receosa.


— Isso depende de como, você vai tratar seu rei, se for como eu mereço, nada acontecerá com nenhum deles. De tantas mulheres, você é a primeira da lista, então, não estrague tudo. Você se dá conta do risco que está correndo? Você tem noção!? Começe a aceitar a ideia que você é minha. Porque você continua lutando contra mim, contra nós, Esther?! Você tem que entender que agora somos só nós dois. Somos iguais, sobreviventes. Podemos fazer tantas coisas juntos, sermos grandes monarcas.


Sem qualquer argumento, ela resolveu fazer um apelo desesperada:


— Não faz, isso. É pecado, adultério é um grave pecado.


— Um rei é um Deus, Esther. E eu tenho a mulher que eu quiser. Até hoje, você a única que eu desejei e nunca esteve em meu leito, mas agora isso vai mudar.


Ele se levantou, e Esther fez o mesmo, tentando se afastar dele. 


— Não adianta dizer que não quer, e nem se afastar de mim, eu te quero, te desejo demais, e não vou parar.


Marduk se aproximou, para beijá-lá, e o cheiro forte do vinho em seu hálito, a fez desmaiar.


Inicialmente, ele pensou que Esther estava encenando.


— Esther, para de fingir. A noite que eu mais desejei por toda minha vida, chegou. — disse, a segurando. — Esther. — chamou a sacudindo.


Ela não estava fingindo. Percebeu desperado.


— Servas. — gritou.


           ***


— O que ela tem? — Marduk perguntou ao curadeiro real que havia examinado Esther.


— Nada demais, Majestade. — respondeu o curandeiro, calmamente. — Ela está esperando um filho.


A simples frase foi capaz de enlouquecê-lo. Partiu para seus aposentos e quebrou tudo o que encontrou pela frente.


A rainha Nina entrou nos aposentos do rei, assutada ao ver o pandemônio que o local se encontrava.


— Controle-se, Marduk. Seja o que foi que aconteceu, um rei deve ser não pode perder o controle. — aconselhou ela. — O que houve? A essa altura você deveria estar no leito com sua querida prima.


— A Esther, ela colocou tudo a perder. Ela continua me negando, mesmo agora que sou rei.


— Leve ela para cama de uma vez, à força se for preciso. — sugeriu a ele. — Você e o rei, pode o quer quiser e quem sabe assim; esse seu desejo por ela, passa? Ela só será mais uma, assim como as concubinas.


— Esther nunca será como as outras. O que eu sinto por ela não apenas desejo. Eu a amo.


Nina não conseguiu controlar as lágrimas. Antes de conhecer Esther, e quando era apenas mais um soldado, Marduk dizia que amava, e até mesmo quando se casou com ela, continuava dizendo. Agora só pensava na prima, e tinha a coragem de dizer a ela, que a amava Esther.


Tudo havia sido uma mentira? Ela questionava a si mesma, sempre.


— Esther, Esther, Esther, tudo em sua vida resumi-se nela. Essa sua paixão por essa maldita, ainda será a sua ruína!


— Cala a boca, Nina!


— Não calo, você precisa me ouvir. Eu me casei com você, fiquei ao seu lado, até mesmo quando você armou para usurpar do trono.


— Não se faça de vítima. Você sempre quis ser rainha. — disparou ele.


— Exatamente, porque eu não duvido que meu tio tenha matado o meu pai. Só fiz o mesmo, mas foi cruel demais o que fizemos, e eu não quero perder meu lugar para ela, e nem quero o declínio de nosso reinado.


— Nina...


Ela o interrompeu, continuando;


— Milhares de hebreus estão sob nosso domínio, nossos escravos, sempre concordei com a ideia. Gosto de ver outros sofrenfdo, somos conhecidos como um povo cruel e temos que mostrar o por quê. Mas tudo tem limite. Você não pode deixar essa... sua priminha, te dominar. Sua prioridade tem que ser o trono. Sempre.     




                                 ***


Otniel subia as escadas sentindo-se cansado. E não ter procurado por Esther, mas na ausência dela, o deixava fraco, mas ele precisava estar junto dos filhos.


Não podia ficar muitos dias, longe de seus filhos.


— Shalom, tive que voltar, por vocês. — disse ao encontrar Hatate, na porta.


Elias correu para abraçar o pai, e ele passou um bom tempo junto dele.


— Elias dormiu. — Otniel avisou ao primogênito.


Hatate sorriu.


— Emuná. Ele estava muito agitado, nervoso. Eu não sabia mais o que dizer à ele quando me perguntava pelos pais...


— Eu consegui fazer com que ele se acalmasse, e dormisse. A única coisa que não consigo, é diminuir essa culpa que sinto.


— Culpa? — Hatate perguntou, quando o pai sentava ao lado dele, na sala.


— Sim, culpa, eu deveria ter deixado Esther sozinha nem por um segundo. O que vai ser dela, agora? Nas mãos de inimigos tão perigosos, e grávida


— A primeira coisa que senhor tem que fazer, é parar de sentir culpa. Culpa é de quem fez isso.


— Meu filho, você está se transformando um homem extraordinário, sua mãe, deve está muito feliz, junto de Deus.


— Tive o melhor exemplo que poderia ter, todos os dias, o senhor. Eu posso dizer que tenho o melhor pai do mundo.


 — Eu te amo, filho.


— Eu também o amo, meu pai. Amanhã eu quero ir com vocês, nas buscas. — informou, decidido.


— Mas e o Elias? Não é você quem está cuidando de seu irmão?


— Adele não vai se incomodar em ficar com ele, até porque Seraías também quer ajudar nas buscas.


— Sabia que você e meu irmão, não iam ficar aí parados. — reconheceu Otniel. — Isso não combina, com vocês.


— Não mesmo. — concordou Hatate. — Esther é muito especial, nós a amamos muito. Por hora, vamos continuar a pedir a Deus, para que ela e o bebê, estejam bem, e que assim permaneçam.



Notas Finais


Já adianto que Esther não ficará por muito tempo nesse palácio...


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