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História Estrelas do Céu de Abraão - Uma rainha infeliz e um príncipe bondoso.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 37 - Uma rainha infeliz e um príncipe bondoso.



— Melina está grávida, novamente. — contou Iru. — Estou preocupado claro, afinal sabemos, dos riscos, mas se aconteceu, é porque Deus, quis assim.

Otniel deu um leve sorriso. Ao menos, uma notícia boa.

— É mais um presente de Deus, para vocês. — disse ele.

— Ah, primo. Eu aqui falando sobre gravidez, e você nessa situação, Esther desaparecida e grávida...

—Tudo bem, Iru. Agradeço sua esposa por ter vindo cozinhar, mas infelizmente não consigo comer nada.

— Não aguento vê-lo assim, Otniel. Por isso, eu que tive uma ideia...

— Pode dizer. — pediu ao primo, e amigo.

— Nós dois acreditamos que Esther esteja nas mãos dos Assírios, nós  poderíamos entrarem na Mesopotâmia, disfarçados.

— Como o tio Calebe fez a décadas atrás em Ai. — recordou Otniel.

— E deu tão certo, vocês me salvaram, graças a coragem dele, de se passar por rei de Jerusalém.  Mas há um risco de sermos descobertos. — acrescentou Iru.

Otniel não se importava.

 — Por Esther, eu corro qualquer risco. Farei exatamente isso.— disse ele.

—Então irei acompanhá-lo até a Mesopotâmia, primo. — Iru disse a ele.

                     ***


— A rainha deseja vê-la.  — anunciou o carcereiro.

Esther estrecemeu. A rainha era a esposa de Marduk, e pela maneira como ela a olhou na sala do trono,  Esther podia deduzir que era odiada por ela. Se ele tivesse conhecimento de toda a obsessão do marido.

Repetindo o mesmo processo, ela levantou do chão, e foi em direção a saída da masmorra.

Irritado demais com a descoberta da gravidez, assim que saiu da sala do curandeiro, Marduk a mandou novamente para a masmorra.

O carcereiro olhou para ela. Sorriu exibindo os dentes amarelos.

— Sabe hebreia, você teve ser mesmo importante. Para o rei a rainha da Alta e Baixa Mesopotâmia solicitarem vê-la. Só não sei o que é. Bem,  vamos logo.

Esther gostou de ser chamada de hebreia. Era o que ela era mesmo.

— Aqui está ela,  como a rainha Nina ordenou. — disse o carcereiro aos guardas que fazia a escolta naquele aposento real.

Um dos soldados entrou nos aposentos e saiu minutos depois autorizando a entrada.

— Soberana, aqui está a canenéia.

— Ótimo,  agora saiam todos vocês. — exigiu Nina.

Esther se sentiu apreensiva ao perceber que estava sozinha com a rainha.

— Eu precisava mesmo ver você. — disse, a olhando de cima a baixo. — Tenho que admitir que é mesmo muito bonita,  mas não é tanto quanto eu!

Esther não disse nada.

 — Marduk está irritado com você,  muito irritado. O que você fez com meu marido? — continuou a rainha, e deu ênfase nas duas últimas palavras.

— Nada,  eu não fiz nada, senhora. Convença à ele, me deixar ir embora, é tudo o que eu quero. Não quero atrapalhar a vida de vocês, só quero continuar a minha vida ao lado do homem que eu amo.

Nina a olhou por alguns minutos em silêncio. 

— E é amada por ele? Por esse homem que você diz que ama?

— Sim. Nós nos amamos. — Esther falou.

— E o que você fez?  Para ele amar você?

— Nada, simplesmente aconteceu. Não existe fórmula, o amor acontece, e se torna cada dia mais forte.

— Mentira! — gritou a soberana. — Nunca quis que todos os homens me desejasse,  embora eu soubesse como consegui isso, mas eu só precisava de um, e que ele me amasse também. E o Marduk me amava.  De repente, ele foi para Canaã,  te conheceu e nunca mais foi o mesmo.

Nina começou a se recordar de vários momentos com Marduk.

A primeira vez que o viu, estava chegando de uma temporada na Babilônia.

Haviam vários novos soldados no palácio, recém-alistados, e de todos, Marduk foi o que mais chamou atenção dela. Era o mais bonito.

— Quem é ele? — perguntou a sua dama.

— Um dos novos soldados alistados. Chegou a poucos dias ao palácio.

Tão lindo, pensou ela, olhando o rapaz forte, de longos cabelos pretos.

As trocas de olhares aconteceram sempre, durante vários dias. Até que um dia, ele a surpreendeu em um dos corredores do palácio. E se declarou.

Desde daquele primeiro toque foi algo intenso, ele a segurou, e tapou a boca da princesa, evitando que ela gritasse. Ao ver que se tratava do lindo soldado, ela se acalmou.

— Eu estou apaixonado por você,  princesa.  Sei que não deveria dizer,  mas eu não resisto. 

Nina sorriu, era exatamente o que queria, o que eu precisava ouvir.

— Aqui é arriscado, devemos nos encontrar em outro lugar.

— Admite que sente o mesmo por mim? — perguntou ele.

—  Eu sinto, você sabe de um lugar?

— Sei sim.

— Eu sei que esse lugar não é digno de uma princesa. —

Estavam em uma estalagem.

— O que importa que você está aqui comigo. 

— Vou dançar só para você. 

— Só para mim?  Sou um privilegiado mesmo!

Estava realmente impressionado na beleza dela,  dançando então,  ela estava o deixando louco de desejo. 

Marduk levantou e foi até ela. 

— Não pense que eu te trouxe aqui com segundas intenções. Não vou fazer nada que você não queira, mas sinceramente, eu quero muito fazer amor com você.

— Eu também quero.

— Tem certeza?

— Absoluta, eu darei a você o que outro homem nunca teve, minha pureza,  porque quero ser sua.

Marduk voltou a beijá-la com carinho, cobrindo o corpo de Nina com o dele.

— Marduk era muito romântico. Ele fazia eu me senti a única mulher do mundo. 

Mais pensamentos vieram.

— Eu descobri uma coisa que pode mudar toda minha vida. — contou empolgado. — Eu sou filho de um príncipe e de uma princesa.

— De qual reino?

— Meu pai era de Jerusalém e minha mãe, de Jericó.

— Então,  eles estão mortos.— concluiu ela.

— Não, meu pai provavelmente sim, era um soldado cananeu,  mas há quem diga que minha mãe, ainda está viva.

— Isso pode ser mentira.

— Nina,  eu preciso descobrir. Além do mais,  o soberano,  quer que eu vá como espião, para Canaã, que agora se chama Israel.

— Não vá, fique comigo. — implorou Nina.

— Eu voltarei, e então, ficaremos juntos.

Se beijaram apaixonados.

As lágrimas continuaram ainda mais, junto de cada lembrança do passado.

— Mas depois de você,  eu perdi as contas de quantas vezes ele me disse que nunca me amaria,  porque eu não sou você.

Esther balançou a cabeça.

— O que o Marduk sente por mim não é amor. É  obsessão, loucura,  um capricho dele porque eu não quis fazer o que ele queria,  porque eu não fugir com ele. Mas saiba que eu não desejo ficar aqui, nem mais um minuto. A  senhora tem um filho,  imagina o quanto seria difícil ficar longe dele.

— Não ouse tocar o nome de Alexander, ele é meu filho  — falou a rainha. — Tudo por aqui, é meu. Você pode até ser filha de monarcas,  mas eles estão mortos. E eu não vou permitir que você sua maldita, tome a minha coroa.

Esther percebeu que a rainha também era insana.

— Por mim, você e essa sua cria pode morrer,  o problema é que Marduk não pretende matá-la. Então, por isso eu a chamei aqui. Eu posso te ajudar, fazer com que o Marduk não sinta mais desejo por você.

— Como?

— Sente-se.  — disse Nina, e antes que Esther fizesse, ela a empurrou na cadeira.

Havia um objeto na mão da rainha, um objeto cortante, era uma tesoura.

— Vou cortar esse cabelo lindo.

— Não... — ela mumurrou.

A rainha a encarou.

— Me dar um motivo para não fazer?

Esther não disse nada.

— Eu tenho motivos, será um prazer. Eu a odeio tanto, vou cortar tudo, até que não fique um fio. 

Nina chegou a cortar duas mechas, contudo,  surpreendendo as duas,  Marduk entrou no aposento da Rainha.

— O que você pensa que está fazendo, Nina!? — brandou Marduk. — Estava pensando em cortar o cabelo de minha prima?

— Isso é pouco perto do que ela merece. Eu deveria desfigurar o rosto lindo dela.

O rei se aproximou, tirando a tesoura das mãos delas. 

— Se isso acontecesse, eu deixaria o seu rosto em um estado muito pior. — ameaçou o rei.

— Marduk, chega desse joguinho!  Eu quero essa maldita executada hoje mesmo! Na fogueira!

Marduk apenas olhou para ela,  com uma expressão de calma no rosto.

— E por quê eu faria isso? — perguntou.

— Porque eu a odeio, e a quero morta,  uma rainha, como eu, não preciso de motivos, eu simplesmente quero eu algo, e essa coisa acontece!

Neste momento, Esther acreditou que Marduk poderia ouvi-lá, já que estava diante de sua rainha.

— Marduk, pensa direito. Me deixa voltar para vida em Israel, você tem sua rainha. Não precisa de mim. Otniel precisa, nós precisamos um do outro, eu quero voltar para junto do meu marido.

Nina gargalhou.

— Ela fala na sua cara que quer voltar para os braços do marido.  Isso é vergonhoso para um rei poderoso como você.

— Saia daqui, Nina. — ele gritou. — Saia agora!

— Maldita. você me paga. —  disse a rainha a Esther com odio, deixando o aposento em seguida.

Marduk olhou para a prima, estristecido.

— Por quê,  Esther? — questionou.

Ela engoliu a seco.

— Eu que lhe devo perguntar isso.  Por quê está fazendo isso comigo? O que eu fiz para você? — ela quis saber, sem conter as lágrimas.

— Minha intenção nunca foi fazer você sofrer. Naquela noite que eu fugi de Israel, eu não queria te machucar, mas eu havia bebido, estava com raiva, mas você  me fez muito mal. Rejeitando o amor que eu tinha para você. E ainda faz.

Esther apenas deixou as lágrimas caírem.  Em outra situação não choraria na frente dele,  mas não se importava mais.

— E agora!? Porque isso agora? Me trazer para o seu palácio, contra a minha vontade!?

— Senti saudades suas, muita. Dez anos se passaram, eu precisava te ver, e te mostrar tudo o que você pode ter. Mas, como sempre, mesmo longe, o hebreu tem que ficar entre a gente.  Eu sei que você está grávida. Mais um filho dele, justamente agora? — indagou,  frustrado.

Silêncio.  Do que dependesse dela não haveria discussão.

— Você realmente não se importa em misturar seu sangue nobre com o daqueles malditos, não é?

— Eu deveria ter matado você a muito tempo, você fez tudo errado.  Sua traidora, traiu seu próprio povo, os caneneus que esperavam ansiosamente por novos monarcas e você negou isso a eles.

— Sua egoísta,  só pensou em si mesma. No amor que sente pelo hebreu. Você merece morrer. — ele falou, com a tesoura apontada para ela.

Logo, ele se afastou dela.

— Mas eu não consigo, não consigo matar você. E me diz Esther, porque eu não consigo. O que você faz comigo? O que é isso que eu sinto?

Esther fechou os olhos. Não fazia ideia do que o primo sentia, mas sabia que não era amor. Amor não era assim, amor era o que Otniel sentia por ela, o que ela sentia por ele.

— Eu pediria a você que me matasse, que acabasse com isso logo, mas eu não posso. Não é apenas da minha vida que se trata. Tem os meus filhos.

— E para piorar você está grávida. Mais um filho do maldito hebreu.

— Pai.  — um menino entrou nos aposentos do rei. Era  Alexander, o filho de Marduk e Nina, príncipe herdeiro do reino. — O que está havendo.  E vi a minha mãe sai daqui furiosa... — ele parou quando viu Esther. Sentiu uma sensação boa ao olhar para ela  — Quem é essa moça?  Por acaso é uma nova esposa? — perguntou.

— São muitas perguntas de uma vez,  e não, ela ainda não é minha esposa, meu filho. Ainda não. Essa é minha prima Esther. Sempre te falei sobre ela,  sua prima também. Lembra?

O príncipe olhou para Esther.

— Esse é meu filho, Alexander.

— Pode me chamar de Alec. — disse ele. — Meu pai realmente fala muito de você. Eu deveria saber, os cabelos rubros, e os olhos azuis como o céu. É mesmo tão bonita quanto ele disse.

Esther pensou em Adele. No quão emocionada ela ficaria ao ver o primeiro neto.

— Mas o que houve,  Esther? — perguntou preocupado. — Porque está chorando?

— Chega de perguntas Alexander,  estou no meio de um assunto importante. 

O príncipe sabia que deveria sair, quando o pai o olhava de tal forma, como o olhou naquele momento. 

—  Está certo, pai. Foi uma honra conhecê-la, minha prima.

— Volte para seus aposentos. — falou Marduk, já irritado com a presença de seu herdeiro.

E assim ele fez.

— Seu filho com Nina? Parece mesmo com vocês, mas com você,  eu acho.

— Gostou de meu filho?

— Sim, ele parece um menino educado. Adele ficaria feliz em saber de sua existência.

— Meu primogênito, meu herdeiro, ele podia ser nosso filho,  mas foi você não quis Esther. Talvez teria sido se aquele hebreu não tivesse me atrapalhado.

— Pois eu acho que as coisas já estão como deveriam ser. — refletiu Esther.

— Para mim, as coisas só estarão certas quando fomos eu e você.

— Eu só queria te pedir uma coisa. Liberte Rebeca,  ela não tem nada a ver com isso.  Seu problema é comigo. — implorou Esther. 

— Soltar sua amiga? Você não tem medo?  Ela pode acabar falando demais... Se o seu marido descobrir que você esta aqui, ele provavelmente virá atrás de você, e eu colocaria fim nos meus problemas.

— Ele ia morrer, finalmente. O problema sempre foi esse hebreu, Otniel... É existir, eu deveria ter me certificado que ele estava morto. Você sabe o que fazemos com os inimigos? São cruelmente torturados, até a morte.

— Para de dizer essas coisas.  — pediu Esther, antes que ele entrasse em detalhes — Não dá pra acreditar que possam existir seres tão cruéis. Que parecem se divertir com o sofrimento dos outros.

— Existimos. E não vamos sossegar enquanto esse povo forem nossos escravos, todos eles, tribo por tribo. Palavras do rei desse império.

— E quanto a você, muito em breve,  esse filho não existirá mais.  Mas não precisa se preocupar,  eu te darei outros filhos.  Com muito prazer,  minha princesa. Um herdeiro.

Esther gelou com aquelas palavras.

— Você teria coragem matar o meu filho? Dentro do meu ventre?

—Eu odeio tanto o pai desse filho, que seria. Nós Assírios somos famosos pela crueldade.  E eu como rei tenho que fazer jus à nossa fama.

— Tenha clemência,  deixe meu filho nascer e viver. Eu lhe imploro, Marduk. — ela implorou. 

— Para com isso, Esther. Não adianta implorar por clêmencia, ainda que esse bebê tenho seu sangue, ele tem também, sangue hebreu, é mestiço. É filho de  um hebreu e eu não deixarei viver, esta decidido. Eu sou rei, eu quem decido. Você quer um filho, e terá, mas será comigo. Com o nosso sangue nobre.

— A nobreza não vale mais nada para mim, Jericó foi destruida há décadas atrás.

— Um rei nunca perde a Majestade. Isso deve servir para a filha de um rei, também.

Esther começou a chorar descontroladamente.

— Basta, Esther. Pare com essa choradeira. Esse bebê está te fazendo mal. E a culpa é dele. Do hebreu que fez esse filho em você.

— Esse é o choro de uma mãe desesperada. Marduk você não pode fazer comigo. Não pode! 

Marduk a ignorou, e ordenou:

— Guardas,  levem para a masmorra, novamente.




Notas Finais


Finalmente tivemos a primeira aparição do Alec 😍 Pretendo postar outro hoje, mas se não for possível, posto amanhã.


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