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História Estrelas do Céu de Abraão - Uma nova vida.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Último capítulo dessa primeira fase.

Capítulo 4 - Uma nova vida.


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Uma nova vida.


Cinco reinos caneneus  — Jerusalém, Hebron, Jarmut, Laquis e Eglon se reuniram para atacar e lutar contra Gibeão.*

— Já devia ter escurecido. — observou Esther, olhando para o céu.

Kalu, que se encontrava perto da menina, balançou a cabeça e sorriu.

— Hmm, deixa eu ver se advinho, escurecer para você ver as estrelas, não é? É uma fascinação muito grande pelo céu.

— Esther sempre foi assim, sempre amou o céu, as estrelas, Marek escolheu muito bem seu nome. — disse, se aproximando das crianças.

— Foi o papai que escolheu?

— Sim, ele estava encantado com a ideia de ser pai. E quando você nasceu, isso ficou ainda forte. Sua relação de pai e filha, foi a mais bonita que eu ja vi na vida. Comigo e meu pai não era assim.

A dor permanecia,  mas havia diminuído e dando lugar a saudade.  Essa duraria para sempre.

— E de origem persa, significa estrela. — continuou falando sobre o nome da sobrinha. — É um dos nomes da Deusa Aserá.

Depois também olhou para cima, para o céu.

—  Mas sabe, você tem razão, minha flor, tem algo diferente, o dia está defitivamente mais longo. E como se o sol tivesse parado, como se o dia tivesse se prologando. E a guerra está acontecendo. — falou Adele,  preocupada.

Sabia que a guerra era necessária, seu próprio pai dizia isso quando ela era pequena e não dizia não gostar de guerra, ele respondia que era necessária para manter o poderio do reino. Mas, hoje ela percebia que os reis caneneus, só pensavam em si mesmos, e não em seu povo. Mas a luta dos hebreus, era uma luta justa, por uma terra prometida a milhares de anos, ao patriarca daquele povo.

A conquista de Canaã, era uma promessa feita há seculos atrás, finalmente se cumprindo.

— E Israel  vai vencer. Nobá me falou sobre o Deus dos hebreus, ele disse que ele ouve qualquer um que quiser, conversar com ele, fazer uma prece a ele.

— Qualquer um? Até nós? — questionou Esther.

— Sim, e eu pedi. Pedi para poder sair da rua, para uma vida melhor, e ele me ouviu.

— Você prefere sua vida aqui em Gibeão, ao invês de Jericó?

— Claro, me sinto mais feliz agora.

Só horas mais tarde o exército hebreu, retornou vitorioso. Jerusalém e outros reinos, agora  também pertencia a Israel. E aquele havia sido o dia mais longo que já existiu.

                             * * *         

Com o fim da guerra, e a vitória de Israel sobre Jerusalém e outros reinos,  a população de Gibeão, continuaria com suas vidas, servindo a Israel. Adele e Esther estavam vivendo em Guilgal, e Adele passou a ser criada, de Quenaz, da tribo de Judá.   

Percebeu que embora fosse a tenda de dois homens, era organizada, e não tinha muito o que arrumar. Mesmo assim, fez o melhor possivel.

— Eu fiz um chá. — disse a Quenaz, quando o guerreiro chegou na tenda.

— Obrigada, está delicioso. — ele confirmou, ao provar a bebida. — Mas me diga Adele, como isso é possivel? Como uma princesa, pode executar tarefas domésticas com tanta perfeicão?

Ela sorriu.

— Bom, em primeiro lugar, obrigado pelos elogios. De fato, durante toda minha vida, eu sempre fui servida, e nunca servi.  Mas eu observava minhas criadas, e ultimamente Martha, me ensinou muitas coisas, também.

— E você aprendeu rápido. E a tenda ficou bastante organizada, eu gostei sim.

— Era uma questão de sobrevivência, também. E o mais incrivel é que eu não me sentia totalmente bem quando era princesa. E como se eu soubesse que aquele lugar não era para mim e agora aqui, eu me sinto bem, realizada. Essa fé, nos modifica.

— Você tinha família, além de Esther? Mas creio que não tinha filhos, senão teria trago seus filhos também.

— Com certeza eu os traria se tivesse mas não tive filhos, mas eu era casada. Meu esposo morreu na guerra de Gibeão.

— Faz pouco pouquíssimo tempo, então.

— Faz, ele era um guerreiro do exército de Jerusalém, era príncipe, irmão do rei. Não foi um casamento por amor, foi arranjado,  mas a verdade é que o nosso casamento havia acabado a muito tempo.

Adele não havia guardado magoas do falecido marido, na verdade ela lamentava que tudo tenha terminado assim, com tantas mortes.

— Sei que esses últimos meses não devem ter sido nem um pouco fácil,  você perdeu muitas pessoas que conhecia que amava.  Mas acabou,  aqui vivendo a fé verdadeira irá começar uma nova vida. — Quenaz disse a ela.

Adele sorriu. Era o que mais desejava na vida.  Um recomeço, uma chance a mais. E foi na fe no Deus de Israel, que ela conquistou a segunda chance. 

                       * * *

Esther conversava com Kalu, sentados próximos ao rio Jordão,  até que de repente, o menino paralisou.

— Eles estão vivos, Esther.  Vivos.  — disse ele.

Em seguida correu, como ela nunca tinha visto em direção à uns meninos que caminhavam perto dali. Eram seis.

Kalu não podia acreditar,  os lagartos estavam vivos. A primeira reação dos garotos,  foi abraçá-lo.

— Como você sobreviveu? Aonde esteve por todo esse tempo? — Nobá perguntou.

— Com ela. — apontou para a ruiva. — Esther, ela era princesa em Jericó. Esteve junto dela durante esses meses no palácio de Jerusalém e depois vim para Gibeão.

— Quanta sorte, Kalu! Num palácio. — um dos meninos,  falou.

— Nem tanta.  A sorte mesmo foi ter fugido do palácio. E vocês tambem conseguiram fugir de Jerico a tempo, o plano deu certo. — ele observou,alegremente.

— Que alegria te encontrar meu amigo.  Pensamos que você tivesse morrido.  Eu estava me sentindo muito mal, culpado. — falou Nobá, abraçando novamente.

— Não precisa mais se sentir culpado. — ele respondeu.

Esther se aproximou dos meninos.

— Estes são Nobá e o lagartos gosmentos. — apresentou Kalu. — São de Jericó, como nós.

Aquilo fez Esther se alegrar, ela acreditou que viveria apenas entre hebreus, mas haviam mais caneneus como ela. Além disso,  Kalu não ia sofrer mais,  seus amigos estavam vivos.

— Quem é ela? — perguntaram juntos.

— Esther, ela era princesa em Jericó.

Todos os meninos sorriam felizes por Kalu está vivo. Menos um.

O que se chamava Nobá.

Esther não conseguiu entender o porquê via  medo nos olhos de Nobá. Talvez não fosse medo,  mas ele a olhava fixamente sem dizer nada.  Era um olhar um tanto... perturbador.

                                * * *

Esther observava o treino dos guerreiros hebreus atentamente. E uma vontade de ter uma espada, ainda que de madeira e poder treinar a dominou. Aquilo era algo totalmente novo e atrativo.

Em Jericó, sua preocupação era com roupas e joias, a mãe Kalési, era a mulher mais linda que ela já tinha visto, e dizia que ela tinha que ser vaidosa, e está sempre linda, como ela.

Kalési desaprovava totalmente o cuidado que ela demonstrava pelas flores, e admirava o jardim no castelo, mas isso era algo dela. A rainha exigiu que ela tivesse aulas de dança, com a serpente albina. A princesa tinha até gostado das aulas, mas aquilo nunca seria algo que ela quisesse para toda vida.

Não queria ser Senhora das Serpentes, assim como a mãe. Agora, isso não aconteceria mais.

— Você também gosta? — Lila perguntou, se aproximando dela.

Das meninas hebreias, foi a única que quis se aproximar dela. E também tinha um menino que sempre estava junto dela, Gael. Ele falava pouco.

Mas Esther havia se aproximado mesmo,  era de Nira.  Uma Canenéia de Jericó,  como ela.

— Dos espadachim? Sim, eu acho muito interessante. — respondeu a ex princesa.

— Eu também, mas sempre dizem, que isso não é coisa de menina.

— Um absurdo. Se eu pudesse lutaria.

Esther usava um vestido simples, assim como o de Lila.  Tão diferente,  das roupas que usava nos castelos,  sem todas aquelas joias,  mas não era disso que Esther sentia falta.  E sim das pessoas. Esther sabia que o mundo que a mãe Kalési,  insistia em encaixá-la não era para ela.

Ou talvez fosse mas ela ainda não estivesse pronta, seu corpo era pequeno demais, para se encaixar naqueles vestidos tão femininos e glamurosos, e todas aquelas joias, coisas que não eram para uma criança. Queria que ela se tornasse uma adulta.

Já com aquele modelo mais simples, estava se sentindo bem, natural. Uma criança. Como deveria ser.

                                 * * *

— ...Então Noé, amaldiçoou Cam*. . — contava Eleazar, para as crianças.  — Depois disso, ele e os irmãos Sem e Jafe se separam pela terra. Se separar era um dever. A terra precisava ser novamente povoada. Eles tinham mesmo que se espalhar.

— Os caneneus são descendentes de Cam, enquanto os hebreus são descendentes de Sem? — perguntou Esther

— Exatamente, Esther.

Ela suspirou.

— O sumo sacerdote e a minha prepectora sempre falavam sobre os deuses de Canaã, mas nunca me contaram algo assim. Nunca falaram de Noé.

— Os outros povos preferem acreditar em outros Deuses, criarem lendas e duvidarem da existência do Deus verdadeiro.

— De fato, somos todos irmãos. Se Sem e Cam eram irmãos, hebreus, caneneus, amorreus, não deveriam ser inimigos. — disse Lila.

— É bonito que pense dessa forma. Mas infelizmente, na pratica não é assim. Além do mais, os caneneus se tornaram um povo idólatra.

— Então porque ainda estamos vivos? Se fazemos partes desse povo?  — questionou um menino de Jericó.

— Porque Deus é misericordioso. Ele aceita e salva qualquer um que deixa os deuses falsos de lado, e crer somente nele. Independente de ser, caneneu ou qualquer outro povo.

— Esse Deus é mesmo bom. — disse Nobá,  sorrindo.

— Sim, é o Deus de amor. E entregar sua vida completamente nas mãos do Deus de Israel, do unico e verdadeiro Deus é o primeiro passo para uma vida nova.  — Eleazar completou.

Uma vida nova, que todas as crianças que estavam ali, viveriam. Na fé verdadeira.


Notas Finais


* Livro de Josué, Capítulo 10, 11
* Sobre a origem dos caneneus: Gênesis 9: 18-27  Aconselho quem ainda não leu, leia, porque nesse pequeno trecho bíblico, explica-se que o caneneus foram amaldiçoados no passado, e que estavam destinados a serem escravos dos hebreus. É bem interessante.


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