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História Estrelas do Céu de Abraão - Sofrimento.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Postando mais um capítulo para compensar a minha demora!

Capítulo 44 - Sofrimento.


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Sofrimento.

Mesopotâmia, onde império assírio médio dominava, além de ter exército mais poderoso da terra, a escrita, as artes, tudo era altamente avançado, o reino era invejado e temido por outros povos.

Mas para os hebreus, que habitavam naquelas terras, se sentiam como seus antepassados no Egito, lugar de opressão, de sofrimento, de escravidão. Lugar que desejavam deixar logo, e voltar a ser livre.

Do que adiantou tanta luta seus antepassados para conquistar Canaã, e eles não podiam estar em suas terras? Mas a situação só mudaria quando eles reconhecessem e lembrassem de Adonai.

No grandioso palácio, Cusã-Risataim, ou simplesmente Marduk, era um monarca amado pelos assírios e babilônios, e temido por povos vizinhos, ultimamente, ele estava satisfeito porque sua vingança contra os hebreus, estava sendo realizada.

A escravidão sendo expandida a cada dia pelas tribos de Israel. Mas algo ainda faltava. Sua vingança contra Esther e Otniel.

Embora não soubessem, uma escolta, os observava em Moabe, assim que descobriram que eles se encontravam lá. Nos campos de Moabe.

— Esther já deu a luz ao bebê.  É uma menina. — noticiou Adonis a Marduk.

Nina se assustou com as palavras do general. Significava que Esther sobreviveu, ela esperava de desejava que ela estivesse morta.

Marduk olhou para Nina, percebendo sua reação de surpresa.

— O que foi? — perguntou a ela.

— Nada, eu só...  está tudo bem.

Marduk continuou, apesar de ter achando estranho a reação da rainha,  mas não disse nada. O soberano voltou a atenção a Adonis.

— A notícia que eu precisava, já sabe o que tem fazer, Adonis.

Adonis que sabia exatamente do que se tratava, assentiu.

— Perfeitamente, Soberano. Irei selecionar alguns homens, agora mesmo. Meu subalterno comandará a missão. — comunicou e então saiu.

— Marduk, o que planeja? — quis saber Nina.

— Logo você saberá,  rainha. Minha vingança está apenas começando. Se Esther não quis meu amor, terá todo o meu ódio.

Em parte, o plano havia dado certo. Marduk estava odiando Esther.

                          ***

Alguns soldados hebreus chegaram a Moabe, naquela tarde, pois estava na hora da escolta revezar novamente.

— Shalom, Mireu, você voltou. — disse Otniel, ao vê-lo entre os soldados.

— Estarei sempre por perto, pode contar sempre comigo.

— É, eu não deveria ficar surpreso, está sempre disposto a ajudar Israel. — falou Otniel.

— Israel me aceitou. É também o meu povo. — disse Mireu. — Soube que é pai de uma bela menina, parabéns, que Deus a abençoe.

— Obrigado Mireu, Yarin é mais uma bênção do senhor em minha vida, trouxe muita felicidade, em nossas vidas.

Mireu se deu conta de um fato importante.

— Sabe de uma coisa, futuramente seremos da mesma família — confessou a Otniel.

Confuso, Otniel tentou entender:

— Mesma família, mas por quê?

— Seu irmão, Otniel. O Seraías quer ser meu genro... Ele pediu para cortejar minha filha, Tamar.

— Que notícia maravilhosa de meu irmão. E eles já vão mesmo se casar?

— Não, mas vamos dizer que Tamar está prometida à ele.

— Entendo, ainda são muito jovens.

— reconheceu. — Mas pode confiar, meu irmão tem princípios. Ele fará sua filha muito feliz. Afinal, a família é a melhor coisa na vida de um homem.

— Concordo plenamente. — Mireu falou com um sorriso. — Ula e Tamar, foram a melhor coisa de minha vida, fizeram tudo ficar perfeito, completo. Com elas, não me falta mais nada.

                                 ***

Por mais que temesse a segurança, Otniel não conseguia se afastar por muito tempo do quarto, ou melhor, de sua esposa e sua filha.

Olhava Yarin encantado. Ela tinha aberto os olhos,  e eram verdes, Esther logo disse:

— Ela tem seus olhos.

— É lindo ver uma nova vida começando... Nós temos uma missão, de ensinar tudo para ela. A viver na fé verdadeira.

— Assim como estamos fazendo com Elias.

—  Apesar de muito pequeno ainda, tem e terá muita fé. — reconheceu Otniel, muito feliz.

— E quanto a Yarin. — Esther falou olhando para a filha. — Estamos apenas começando, mas ela já é muito amada, e esse já é um bom começo.

                        ***

— Muito bem, Gabriel. —  elogiou Otniel, enquanto treinava com o rapaz.

— Que honra receber um elogio de um grande guerreiro como você, na minha opinião, o melhor guerreiro de Israel!

Otniel olhou para ele, e se lembrou do rapaz inseguro e imaturo que foi um dia.

— Não existe essa de melhor guerreiro, ou pior. — disse. — Se esforce para ser cada dia melhor sim, dê seu melhor nos treinamentos e isso será o suficiente, para lutar em defesa de nosso povo.

Gabriel sorriu diante das palavras de Otniel.

— Desculpe se eu me alterei com o fato de Rebeca. — ele voltou a desculpar-se.

— Já conversamos sobre isso, está tudo resolvido. — Otniel sorriu compressivo.

— Nunca vou conseguir entender os motivos dela. — falou sobre Rebeca.

— Mas não é culpa sua, ou de Iru.

— Está tudo bem, Gabriel.

— Sabe, Otniel. Acho que você daria um ótimo líder. É tão inteligente, bom guerreiro e de tanta fé.

Otniel pensou então que Gabriel não foi o primeiro o dizer isso, Malom disse à tempos atrás. E seu pai Quenaz, também havia dito certa vez que ele tinha um coração de líder.

— Essa não, são inimigos se aproximando. — gritou Gael.

Otniel os avistou. Eram oficiais assírios.

— Preparem-se para lutar, guerreiros.— Otniel gritou.

Gabriel, Mireu, Ezequiel, Nobá, Gael e outros guerreiros assentiram.

— Hatate, vá para casa. — ele disse ao filho.

— Não pai, eu ficarei e lutarei. — falou o jovem, com coragem.

— Você não está pronto para uma batalha. — rebateu Otniel.

Não houve tempo para mais nada.

A batalha começou, e por algum motivo os Assírios levando vantagens sobre os hebreus.

Otniel olhou para céu por alguns instantes:

— Senhor, não nos abandone. — pediu. — Nós não o abandonamos. Nos dê a força necessária para derrotar esses homens.

O cenário mudou, os soldados hebreus, começaram a levar a melhor sobre os assírios.

Orfa que caminhava por ali, se escondeu ao perceber que não era um treinamento, os guerreiros de Israel estavam lutando contra inimigos.

Ela viu quando Gabriel foi atingido com uma lança no peito. Presenciou a morte dele, viu enquanto caia, muita abalada, chorou.

Enquanto isso, dentro da humilde casa de Noemi,  Esther segurava a filha nos braços, sem imaginar o que acontecia lá fora.

— Minha pequena, como eu queria poder te proteger de todo mal desse mundo...

Até que um homem alto, vestido com com roupas pretas, adentrou o quarto,  abrindo a porta, 

— Quem é você? — perguntou Esther, assustada.

Em seguida, Rute e Noemi entraram no quarto, com expressão de pavor.

— Entregue o bebê. — exigiu o homem, sem responder a pergunta de Esther.

— Não, minha filha nasceu prematura, está frágil, ela precisa de mim, da mãe dela...

— Isso não é uma escolha, irei levar o bebê, por bem ou por mal. — o assírio falou duramente.

Noemi tentou impedi-lo, se colocando na frente deles.

— Não faça uma coisa dessas, não tire um filho de uma mãe. — pediu a senhora.

O homem empurrou Noemi com brutalidade no chão. Rute correu para ajudar a sogra.

— Noemi, minha sogra, a senhora está bem?

— Estou, mas a Esther... — a senhora apontou.

Então Rute olhou, e viu quando o homem tirou Yarin dos braços da mãe. E a levou dali. Enquanto Esther chorava sem cessar.

— Aonde está o Otniel? Ele tem que impedi esse monstro... — Esther falou desesperada.

Antes que chegasse a porta, Orfa entrou na casa.

— Não saía, por favor. — pediu a  Esther. — Os inimigos atacaram os homens no treinamento. — revelou ofegante. — Mataram um hebreu, eu vi.

O coração de Esther, disparou.

— Qual hebreu? — perguntou, preocupada.

— O Gabriel... — falou entristecida, se relembrando da triste cena.

Malom que estava repousando, levantou e percebeu o desespero de todas as mulheres, e foi até a sala onde as encontrou aflitas.

— O que está acontecendo? — perguntou.

— Agora eu entendo, foi para despistar, para levarem minha filha, Deve ter sido um plano do Marduk. — reconheceu Esther.

— Levaram a Yarin? — Malom e Orfa, questionaram juntos, incrédulos.

— Como podem tirar um filho de uma mãe?

Esther colocou a mão nos cabelos, desesperada.

— Levaram minha filha.

                 ***

— Vamos embora. — um oficial dizia ao subalterno de Adonis.

Este, estava numa batalha contra Otniel.

— Sem matar esse maldito? — questionou. —Não mesmo.

— Já perdemos três soldados, o rei cortará nossas cabeças, se tivermos mais baixas.

— Imagino as riquezas que ganharei se entregar a cabeça do hebreu Otniel, ao soberano?

— Para isso, terá que me matar, primeiro. — avisou Otniel, sem parar de lutar, fazendo movimentos precisos com sua espada.

— Cusã terá de entender, vamos.

O assírio, saiu contra gosto.

Otniel se virou viu Hatate, e foi até o filho.

— Meu filho, o que você fez? — o questionou. — Eu não disse para ir embora?

— Eu estou bem, pai. — Hatate respondeu, calmamente.

— Não importa. Você não poderia se arriscar dessa forma Hatate, você é precioso demais para mim.

Hatate não respondeu nada, sabia que estava errado. Nunca desobedeceu o pai, aquela foi a primeira vez.

— Nunca havia lutado contra um assírio. — iniciou Mireu. — E a verdade, é que eles são guerreiros muito mais avançados, preparados, que os cananeus.

Otniel também achava o mesmo, era uma luta muito mais complicada.

— Temos que ver se estão todos bem, na casa. — disse.

                      ***

Esther permaneceu em silêncio, enquanto pensava desesperada: parte dela, foi levada junto com o mascarado.

Otniel quando a viu naquele estado, só entrar na casa, foi até  a esposa.

— O que aconteceu, meu amor?

As palavras demoraram um pouco, e quando conseguiu a voz saiu trêmula e desesperada:

— Levaram a nossa Yarin. Levaram nossa filha.

                           ***

— Uma tragédia! — exclamou Noemi, inconformada. — Essa região sempre foi  tão calma, apenas de trabalhadores rurais, jamais havia acontecido um ataque violento.

— Eu lamento muito que tenha acontecido. — falou Malom. —Me sinto ainda pior por não ter feito nada para impedir.

— Não sinta culpa, Malom. — Rute disse a ele. — Os  únicos culpados são os assírios, eles são desumanos. Acham que podem fazer qualquer crueldade, não tem limites.

Otniel e todos os hebreus já estavam de partida para Israel.

— Lamento que tudo terminando desse jeito. — Orfa falou, cabisbaixa.

— Todos nós lamentamos. — Noemi falou.

Esther sabendo que era hora da despedida, e se aproximou de Rute.

— Eu espero me encontrar com você,  novamente um dia. — Esther disse a Rute enquanto a abraçava,  então a olhou nos olhos. — Eu amei conhecê-la, Rute. Você é especial!

— Eu posso dizer o mesmo, Esther. 

— Rute respondeu à ela. — Só espero que quando esse dia acontecer,  você esteja com aquele brilho nos olhos,  de quando Yarin estava em braços.

— Minha tia passou anos pensando que o filho estava morto.  E agora, olha o que ele foi capaz de fazer?

Eu tenho que temer isso também.  E essa minha filha for influenciada, isso se for escravizada, o que é mais provável.

— A história não vai se repetir.  Nesse sentido não,  não vai ser tarde demais para ela. Vocês vão encontrá-la. — Rute falou, confiante.

—Eu tenho tanto medo... — admitiu Esther.

— Não tenha medo, tenha fé. — Noemi disse à ela.

— Vocês não querem partir conosco para Israel? — insistiu Otniel, embora soubesse a resposta:

— Não. — Noemi falou convicta. — Nós vamos ficar.

                      ***

                   Sul de Israel

Esther estava de volta à Israel, mas aquela sensação de vazio permanecia nela. Existia uma certeza, de que sua filha estava viva, e essa sua esperança, era sua força.

Caminhava ao lado de Otniel, e Elias. O povo de Hebrom, observava surpreso que ela tenha voltado depois de ter sido capturada pelos assírios.

— A família de Gabriel. — mumurrou ao vê-los se aproximar.

— Deixa que eu falo com eles. — falou Otniel e saiu na direção deles. Seria o portador da triste notícia da morte do guerreiro.

Iru se aproximou de Esther e Elias.

— Esther, shalom, Elias.

Iru já sabia de tudo o que havia acontecido em Moabe.

— Venha comigo, Elias.  — Iru o chamou. — Você precisa conhecer sua priminha Noemi. E você também Hatate.

Esther agradeceu Iru com o olhar. Elias estava tão entristecido pela irmã, conhecer a prima, faria bem à ele. Então, Iru saiu dali junto de Hatate e Elias.

Adele e Martha se aproximaram de Esther.

— Deus seja louvado, você está bem. — Martha falou ao rever a neta.

— Vamos conversar, lá dentro. — pediu Esther à elas.

Ambas concordaram, e entraram na casa.

— Mas e o bebê, Esther? Você estava grávida. — indagou Adele.

Reunindo forças, ela se sentou e começou.

— E foi assim... Tiraram a minha filha dos meus braços. Tiraram minha Yarin de mim. — Esther terminou de contar.

Sem conseguir evitar, estava chorando. Porque sentia vontade de chorar o tempo todo. Doía demais a ausência de Yarin em seus braços.

Martha a abraçou novamente.

— Esther, minha sobrinha, eu já senti essa dor antes. — Adele falou, completamente perplexa.

— São tantas dúvidas, para onde será que a levaram?

— Depois de toda dificuldade da gravidez, minha neta não merecia mais sofrimento.

Adele ficou em silêncio, imaginando como pode ter gerado um filho que se tornou tão perverso? Agora ela sabia, Marduk estava vivo, e era o opressor de Israel.

                  ***

Quando anoiteceu, Esther sentiu um vazio ainda maior.

— Nossa filha, Otniel. — começou.

Então se lembrou da tia, que teve um filho arrancado de seus braços.

— Só agora eu entendo a dor que a tia Adele,  sentiu. Eu queria ter ela aqui nos meus braços, amamentar... O leite ainda está saindo, e isso faz com que eu me sinta ainda mais triste, Yarin pode estar sentindo fome... Eu sinto culpa, também, eu fui fraca e não te contei a verdade. Se eu tivesse contado naquela época, quem era o Marduk, as coisas que ele me dizia,  nada disso estaria acontecendo...

Otniel ainda não havia dito nada. Simplesmente porque nao sabia o que dizer, sentia culpa por não ter conseguido evitar, por ter permitido que tirassem dele, o mais precioso.

— Olha para mim, meu amor. — pediu.

Esther o olhou nos olhos. Estava triste,

Secou as lágrimas de Esther, doía vê-lá chorando.

— Não coloque a culpa sobre você, essas coisas estão acontecendo porque Israel se esqueceu de seu Deus. Desodeceram o primeiro dos dez mandamentos. Por isso Deus os entregou nas mãos do rei, poderia ter sido outro rei.

— Deus é fiel, mas ele espera essa fidelidade de todos.

— Fé, é o que mais precisaremos nesse momento. Não está sendo fácil, só Em Deus conseguiremos suportar! — disse ela.

Otniel a abraçou.

— Ela está viva. — Esther declarou sem pestanejar. — Os assírios e o babilônicos não fazem sacrifícios humanos. Muito menos com bebês.

— O que me preocupa é que ele me disse...

— O Marduk? — perguntou ele olhando nos olhos de Esther, que assentiu. — O que ele disse?

— Que faria do nosso filho, um escravo.

— Eu ainda não sei como, mas voltará para casa, meu amor, voltará para nós. Darei um jeito!

— Eu tenho certeza. — respondeu Esther.

— Não podemos nunca perder a esperança, nem a fé em Deus, de que Yarin voltará para nós.


Notas Finais


Não foi fácil esse capítulo, Gabriel morreu, e levaram a Yarin :( Mas Deus irá protegê-la. Sentirei saudades da Rute, mas ela volta para ficar na próxima na fase! Essa volta a Israel não foi como "other" sonhou, infelizmente 💔 Prometo não demorar tanto com 45.                          


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