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História Estrelas do Céu de Abraão - Ainda há esperança.


Escrita por: onlyreason

Capítulo 45 - Ainda há esperança.




Na manhã seguinte, após ter dormido a base de calmantes, Martha preparou o desjejum, para Esther e Otniel, mas o casal, eles não sentiam fome.

— Porque vocês não vão conhecer Noemi, a filha de Iru e Melina? — Martha sugeriu à eles.

Esther finalmente esboçou um sorriso.

— Eu adoraria. — disse.

Otniel sabia que Noemi havia nascido, e queria conhecê-la, mas precisava saber se Esther desejava o mesmo.

Se arrumaram, e foram. Iru e Melina estavam morando em uma propriedade rural, ao lado da deles.

— Shalom, sejam bem vindos. — Iru lhes disse ao recebê-los na porta.

— Viemos ver a pequena Noemi. — disse Otniel.

— Ah, sim. Está no quarto com Melina, venham conhecê-la.

Sentada em sua cama, com sua bebê,  estava Melina.  A recém nascida, já tinha bastante cabelo, de tom castanhos escuros como os dos pais, e dos irmãos.  Ela chorava queixosa.

— Ela está chorando de fome. — Melina constatou.

— Eu vou mornar o leite, meu amor.— avisou Iru, já saindo em direção à cozinha. — Já volto.

Esther logo esee levar pela idolatria filhos, mesmo com dificuldades, não recusaria dar seu leite a filha.

— Você não está amamentando, Melina?

— Infelizmente, tenho que amamentar Noemi, com leite de cabra, não sei o que houve dessa vez, quando Esaú e Jacó nasceram, eu tinha tanto leite, dessa vez, secou rápido demais. — explicou.

— Eu posso amamentar Noemi, se você permitir, é claro, Melina.— sugeriu Esther, sem pensar duas vezes.

— Claro que permito, mas você tem certeza, minha amiga?

— Eu estava mesmo lamentando, com o Otniel, o fato de ter tanto leite, e não ter minha filha para amamentar. Doando leite, eu me sentirei melhor.

Ao voltar ao quarto, Iru encontrou Noemi nos braços de Esther, ficou surpreso e feliz.

— Nossa Noemi agora tem uma mãe de leite, Iru. — anunciou Melina.

Iru ficou emocionado com o gesto da esposa de seu primo.

— Quanta generosidade, Esther.

— Não poderia ser diferente, ainda mais depois de passar um tempo, ainda que breve com Noemi, Rute, Orfa e Malom, mesmo tendo tão pouco, foi uma lição de generosidade.

— Mesmo assim, essa atitude linda, partiu de você,  Esther. Parabéns, e que Deus a abençoe muito.

— A única coisa que eu espero, é que alguém esteja fazendo o mesmo por Yarin.— Foi o que ela respondeu.

                    ***

               Alta Mesopotâmia

Rebeca estava grávida de Gabriel, mais uma vez.  Descobriu a gravidez tardiamente aos quatro meses, e já estava no palácio.

Se arrependeu de não ter fugido, mas era tarde demais. Teve de suportar o rei e a rainha dizerem que o bebê pertencia à eles, e que seria escravizado. Ela escolheu o nome, seria Miguel, se fosse um menino, e nasceu um menino, mas em seguida o bebê foi levado de Rebeca.

Agora, Rebeca tinha absoluta certeza de que aquele bebê que havia chegado ao palácio de Nivine, era a filha de Esther.

Marduk não falava sobre isso, apenas que era a filha dele, a princesa Ishtar. E isso fez Rebeca imaginar o que aconteceu com Esther. Tiraram o bebê de Esther, assim como tiraram Miguel dela.

Esperava que  Esther estivesse bem,  mas como estaria bem, sem sua filha? Somente as orações a fazia suportar, ter seu filho tirado de seus braços. Estavam sentindo a mesma dor.

— Eu dei a luz a algum tempo, tenho leite. Eu posso ser ama de leite da bebê.

— Ótimo, eu estava a procura de ama mesmo,  é bom que você faz alguma coisa de útil, além de se lamentar, e servir mal a minha rainha. — Marduk havia dito.

Receba sorriu a pegar a bebê  seu colo, a boca entreaberta, mostrava que ela estava com fome.

— Com esses cabelos, eu tenho certeza de que você é a filha de Esther. Eu vou cuidar de você, pequena.

Ela a amamentou desde aquele dia.

Naquela mesma noite, a recém nascida correu um sério risco, vítima da raivosa rainha.

Rebeca até sentiu um pouco de culpa, mas na hora da raiva, acabou falando demais, à meses atrás...

— Não foi vantagem nenhuma seguir seus conselhos, também o que esperar de uma hebreia? — indagou Nina. — A maldita Esther sobreviveu. E para completar você também estar para dar à luz.

— Estou muito feliz por Esther. — Rebeca falou e sorriu.

— Não ficará feliz quando sua cria ser tirada de seus braços, para ser escravo.

— Escravo, braço, isso me faz lembrar que a Soberana já desejou estar nos braços de escravos.

— O que está insinuando!?

— O seu rei estava preocupado demais, para perceber. Os nobres que a senhora trouxe, certa vez para cá, eram hebreus. Aqueles misteriosos que desapareceram...

Nina arregalhou os olhos.

— Hebreus!? — ingadou com repulsa. — Não pode ser, eu vivi a minha vida toda, na nobreza. Aqueles homens eram nobres, impossível que eu me interessaria por míseros escravos.

— Uma ilusão achar que somos um povo deslixado e pobre. Nem todos foram escravizados. Muitos ainda são livres.Iru e Otniel são livres, são ótimos guerreiros, e vão acabar com essa escravidão.

— Pare de sonhar, todo o seu povo, servirá a  Mesopotâmia. O Sul que se prepare!

Isso deixou Rebeca, ainda com mais raiva, por isso, ela falou:

— Tem mais, um daqueles dois nobres, era o marido da Esther, foi o que ele veio fazer aqui, buscá-la.

A curiosidade da rainha, fez com que ela perguntasse:

— Qual deles!? Qual é o marido da cananéia?

— O de cabelos e olhos claros, Otniel.

— Saia daqui. Saia sua hebreia maldita.— Nina gritou.

Rebeca saiu rapidamente.

— Maldita, não basta ter o amor de Marduk, ela ainda tem só para si, o homem que eu desejei. — Nina sussurrou a si mesma. E prometou:

— Eu vou destruir a felicidade dos dois.

O problema era que Rebeca não era a única a se lembrar disso naquela noite. E quando voltou ao quarto, o berço onde a filha de Esther estava, antes, estava vazio.

Entrou na sala do trono, sem ser anunciada, provocando o ódio dos guardas.

— Soberano, é urgente. — disse.

— O que é, hebreia? Para invadir desse jeito, espero mesmo que seja importante.

— É sim, Ishtar não está em seu berço,  me ausentei em quando voltei ao quarto, e encontrei o berço vazio.

— Só pode ter sido a Nina. Encontrem a rainha! Imediatamente! — brandou Marduk. — Tragam a princesa Ishtar, tragam minha filha.

A rainha Nina estava cheia de ódio. De Esther, por ela ainda existir, por ter sobrevivido a fuga, e ao parto. E de Otniel por ter negado a se deitar com ela, certamente por querer ser sempre fiel a esposa.

Porque o amor entre eles, era recíproco? E porque ela, a rainha de toda a Mesopotâmia, que deveria ter tudo, não tinha um amor assim? Porque Marduk não a amava, era a única coisa que faltava para uma rainha que tinha tudo.

De uma coisa, Nina estava certa. Otniel e Esther nunca mais veriam o fruto do amor deles.

Constatou que ela se parecia com  Esther, tinha os olhos verdes, olhos do pai, e o cabelo ruivo, como a mãe.

— Sua mãe. — sussurrou a maléfica rainha, ao pegar a bebê de seu berço. — Sempre atrapalhou minha vida, mesmo de longe, e não vou permiti que você faça o mesmo.

Caminhava rapidamente com um capuz, para não ser reconhecida. Logo avistou o homem cananeu para quem entregaria a bebê.

O cananeu já estava a esperava da rainha.

— Aqui está a oferenda. — Nina disse ao cananeu.

— Para o sacrifício dê certo, é preciso que a mãe esteja de acordo. Ela está? — o homem quis confirmar.

— É claro que está. — mentiu a soberana.

— Se é assim, eu posso levá-la.

O homem já ia pegar o bebê, quando foi interrompido.

— Pare soberana. — soou uma voz grossa, atrás deles.

Era o general Adonis.

— General Adonis, o que está fazendo aqui? — Nina perguntou com misto de surpresa e ódio.

— Ordens do rei. — ele foi direto. —Entregue o bebê.

O cananeu engoliu a seco.

— O Soberano de Toda a Mesopotâmia!? — perguntou, trêmulo, com medo.

— Cusã-Risataim, ele mesmo! — confirmou Adonis.

O homem se assustou ao ouvir o nome. Sabia da crueldade do rei, e jamais o desafiaria. E saiu correndo.

Já de volta ao palácio, Nina tentava convencer Marduk de que estava fazendo o certo:

— Já está na hora de voltar a realidade. Essa bebê não é sua filha. Ela é filha da sua prima traidora, com um relés hebreu.

— Ishtar é minha filha. — gritou Marduk, pois estava convencido disso. — E aí de você Nina, aí de você, se tentar fazer mais algum mal a minha princesa. Eu mato você. — ele a ameaçou

— Você não seria capaz. — Nina duvidou.

— Tenta, tenta que você irá para morada dos Deuses, antes do que espera.

Marduk finalmente entendeu. 

— Você não... — começou a olhando com desconfiança.  — Tem alguma coisa a ver com a fuga de Esther?

Nina sorriu.

— Quer saber, tenho. Eu a ajudei, na esperança de que a maldita morresse, mas ela não morreu.

—  Maldita é você, Nina!  Você vai para a masmorra. Ficar lá, para refletir sobre tudo o que tem feito, ultimamente.

— Vai ter a coragem de colocar sua esposa, a rainha da Mesopotâmia, no calabouço? — berrou Nina.

— Você não tem se portado como uma rainha, ultimamente.

— Por favor não faça isso, imagina o reação do Alec quando souber?

— O príncipe Alexander tem que parar de ser um menininho, e ser um homem de verdade. Para ser  rei sádico e cruel, como esse trono e essa coroa exige! Ele é meu sucessor!

— Marduk não faça isso, eu lhe imploro!

Ignorando totalmente, Marduk deu ordem as guardas.

— Levem a rainha para o calabouço!

                  ***

               Sul de Israel

Hatate contou a Seraías o que aconteceu em Moabe, deixando o tio perplexo.

Isso explicava o olhar de tristeza de Esther e Otniel, conhecia muito bem os dois, e sabia que algo os afligia. Além do mais não fazia sentido que Yarin, não estivesse com os pais.

— Mas... Será que temos pelo menos uma boa notícia, por aqui? —Hatate quis saber.

—  Noemi, a filha de Iru e Melina, nasceu. Saudável, linda. E Melina está bem.  — Seraías contou sorrindo.

— Emuná, eu os visitei assim que cheguei. Uma bela menininha!

— Mas e você não ficou de pedir ao Mireu para cortejar  a filha dele, Tamar? — recordou Hatate.

— Sim, eu fui, eu ele disse que ainda é muito cedo. Que daqui a alguns anos, permite, mas não agora.

— Tenta entender o lado dele, também. Os pais são sempre muito protetores com as filhas. No caso dele, única filha.

— Eu amo Tamar, e espero o tempo que for preciso para tê-lá como minha esposa.

— Confesso que tem uma moça que mexeu muito comigo, Débora, a irmã mais nova de Boaz. — contou Hatate, sorrindo.

— Vai pedir a Salmon para cortejá-la?— perguntou Seraías.

— Para ter de Salmon, a mesma resposta você de teve de Mireu? — Ele balançou a cabeça. — Eu acho melhor não.

— Mas também não pode demorar muito. E se outro fizer isso, e ele firmar o compromisso?

Depois de ficar um pouco pensativo, Hatate decidiu.

— Você tem razão, irei falar com Salmon.

                  ***

Infelizmente o Sul, também estava começando a se deixar levar pela idolatria. 

— Tem que haver uma saída, ou vamos sucumbir a essa opressão, também. — disse Iru ao primo.

Em uma das reuniões da congregação, Otniel afirmou:

— Em algum momento, iremos para guerra contra o império Assírio.

— Sim,  mas Israel ainda não está pronto para uma guerra. — Finéias relembrou.

— Perderíamos? — indagou ele.

— Sim,  é preciso exterminar o pecado de Israel, primeiro. Senão acontecera exatamente quando a cidade de Ai, foi atacada pela primeira vez.

— Isso pode levar muitos anos... — suspirou Otniel. — Josué, ao contrário de Moisés,  não deixou sucessor. No entanto,  a situação fugiu do controle,  há muito tempo,  mas eu sei o que devemos fazer...

Otniel explicou sua ideia, era simples, mas a única capaz de fazer com que Israel fosse um povo livre novamente.

Falar sobre Fé, sobre Deus. Fazer com que o povo hebreu se lembrasse de quanto seu Deus, não bastava apenas se preparar para guerrear contra os inimigos, era preciso ter fé, acreditar que Deus poderia libertá-los.

Melina, Iru, Esther e Otniel,  e muitos levitas, começaram a viajar pelas tribos do Sul, onde fazia reuniões falando sobre o quanto Deus era essencial na vida de todos, todos os milagres que Ele fez, e ainda poderia fazer muito mais por  Israel. 

Uma minoria insistiu com a idolatria,  estes, foram julgados e condenados pela congregação, eliminado o pecado do Sul, antes que fosse tarde demais para eles, como aconteceu no Norte.

Assim o Sul estava cada vez mais forte em sua fé, e também em seu exército.

— Estou impressionado, com a sua determinação, com o desejo de vocês, de verem  Israel novamente próximo de Deus.  — Fineias elogiou Otniel e os demais. — Estamos no caminho certo, Deus logo escolherá um liberador. — o sacerdote falou, confiante.

                             ***

Sentada na varanda de sua casa,  tantas coisas se passavam por sua cabeça.  Onde estava sua filha?  Iria encontra-lá, algum dia? E Israel conseguiria vencer o assírios, voltar a ser um povo totalmente livre?

Sim para todas as perguntas. Deus era capaz de realizar qualquer coisa. Sua avó estava ao lado dela,  também pensativa.

— O amor, a fé, é isso que tem mantido você forte, diante das dificuldades. — Martha disse a  Esther.

— Sim, ser ama de leite de Noemi, me tem feito muito bem, também. E tem mais, a senhora não faz ideia do quanto espalhar a palavra tem sido importante. A senhora precisa ver Otniel falando, parece que o próprio Deus assume o controle, faz ele ter toda aquela sabedoria.  E o povo, o ouve. — contou Esther.

— Não lhe passou pela cabeça que  Deus tenha o escolhido? — Martha indagou a Esther.

— Como assim? — indagou ela.

— Para liderar o povo, para libertar os escravos. Um líder libertador, tem que ter experiência militar e fé em Deus. 

— Tem razão. — Esther concordou.  — Otniel se parece um líder escolhido pelo Senhor. Se for mesmo, em breve saberemos, de alguma forma.

— Por muito tempo, eu afirmei que queria vê-la casada, realizada, com um homem que te amasse muito. 

— E aconteceu, Otniel é muito mais do que eu poderia ter imaginado. Nunca pensei que pudesse ser tão feliz. 

—Ainda bem, mas agora eu tenho outro desejo. Viver um pouco mais, para ver minha neta, Yarin.

Esther segurou a mão da avó.

— E a senhora ainda verá Yarin, minha avó. Tenha fé.


Notas Finais


A novela ontem, que lindo foi ver Otniel de volta, livre, e na batalha, me emocionei, chorei :')
Sobre o capítulo da fic, Yarin está na Mesopotâmia, no palácio, pois Marduk cada vez mais insano, acredita que ela seja sua filha, ele não fará mal à ela, e a Nina até que tentou, mas não conseguiu.
Esse foi ultimo capítulo da terceira fase, a quarta fase já começa no próximo capítulo, e será a fase final da temporada, fase da vitória de Israel e de Otniel como juiz!


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