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História Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo LII


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Na capa, Maya, Elias, Naomi e Hamurábi, respectivamente.

Capítulo 52 - Capítulo LII


Fanfic / Fanfiction Estrelas do Céu de Abraão - Capítulo LII


    Mesopotâmia, Babilônia


Elias, Esaú, Jacó, Hamurábi e Naomi,  chegaram a Babilônia em uma embarcação. Yarin, por mais que tenha insistido não convenceu Otniel que deveria ir, por isso, ficou em Israel.

Foram bem recebidos, mesmo ao dizer que eram hebreus, e que os surpreendeu, além da grandiosidade da região.

Se hospederam numa taberna para se alimentarem, depois seguiram para casa da mãe de Hamurábi.

Era meio da tarde, quando ele e os primos, estavam na rua do comércio.

Havia bastante movimento, e muitas vendas de deuses pagãos, e várias esculturas, que incomodavam os três rapazes. Era difícil para um  hebreu fiel ao Senhor ver tanta idolatria.

Foi então que Elias a viu, na verdade, esbarrou com ela.

A jovem núbia Maya. Ela já deveria ter voltado para casa, ainda precisava preparar a janta, mas agora viu tudo o que havia comprado no chão.

— Perdão, senhorita. Eu lhe ajudo! — falou se abaixando para pegar as coisas que derrubou. 

Maya também se abaixou no mesmo instante, foi quando seus olhos se encontraram.

— Aqui está. 

— Obrigada.

Ao se levantar, para ir embora, Elias a perguntou: — Espera, eu acho que... Nos conhecemos, não?

Nervosa, ela disse: — Eu não sei... Eu tenho que ir, minha senhora espera por mim.

A moça saiu, e desapareceu de sua vista. Pensou sobre ela dizer minha senhora.

— Será que trata-se de uma escrava? — indagou Elias.

— Se for. — comentou Jacó. — É uma bela escrava!

***

— Senhora Selima. — chamou Maya, ao chegar na casa.

Selima era uma senhora babilônica viúva, justamente na época em que Maya, a núbia, filha de Zuma, havia sido capturada pelos assírios, num ataque a tribo de Efraim, onde vivia com o pai e a mãe, a senhora comentou com o filho mais velho, Hyrum que precisava de uma nova serva.

Seu filho, foi a procura de uma, no comércio de escravos, e escolheu a  núbia. Naquela época, ele acreditou que ela era ideal, a mais jovem entre as outras, assim poderia aprender tudo com mais facilidade. E tinha tudo para ficar uma linda mulher, em alguns anos.

As duas coisas aconteceram. Maya aprendeu com facilidade todas as tarefas que Selima a apresentou e também já era uma bela moça. Selima a amava, também era a mãe de Hamurábi, o escriba, marido de Naomi.

— Maya, você voltou.

— Desculpe a demora, senhora, mas essa hora a rua do comércio, fica cheia! E eu também demorei para encontrar o peixe que a senhora me pediu.

— Mas encontrou? — perguntou ela.

— Sim, está aqui.

— Graças aos Deuses, meu Hamurábi gosta desse peixe desde criança. a senhora suspirou risonha.  Ansiosa para rever meu filho, ele disse que chegaria hoje, com a esposa...  Se casou com uma hebréia, e infelizmente viverá em Israel, e Hyrum... — ela citou o filho mais velho. — ... Essa vida de soldado faz com que ele fique longe de casa, eu sinto sua falta de meus meninos... Ainda bem que eu tenho você, Maya.

— A senhora tem sido um anjo para mim também, senhora.

Enquanto se dirigia até a cozinha, seguido sua senhora, Maya lembrou do rapaz que esbarrou, concordava com ele, mas, não se recordava onde tinha visto aquele rapaz de cabelos claro como sol, e olhos verdes, ele era familiar, ela tinha certeza.


       ***                  


— Hamurábi! — exclamou Maya, surpresa, ao abrir ao porta.

Ele então, a abraçou, Naomi estava ao seu lado, não se importou, o marido contou que a serva de sua mãe era como uma irmã mais nova para ele.

— Essa é minha esposa; Naomi. Essa é minha irmã do coração, Maya, a princesa núbia.

— Não viemos só, venham rapazes. Meus cunhados, Esaú e Jacó, são gêmeos.

— Shalom. — eles a cumprimentaram.

Maya os respondeu alegremente, fazia anos que não ouvia alguém falar hebraico, e achava um lindo idioma, aprendeu tanto a língua oficial da Núbia, como também o hebraico.

— Shalom. — ela respondeu, sorrindo.

— E esse é o primo deles, Elias.

Selima veio curiosa até a sala de estar. — Maya, quem está aí?

— A senhora não vai acreditar! — respondeu ela. — Entrem, por favor.

Selima sorriu, e correu para abraçá-lo ao ver que o filho estava de volta.

***

— Eu não entendo, o certo é que você continuasse morando na Babilônia, a família de Naomi terá que entender, o lugar dela é ao lado do marido.— A senhora Selima argumentava.

Conversava com o filho e a nora. Esaú e Jacó, havia saído para conhecer a cidade.

— Concordo com a senhora, mas eu finalmente encontrei meu lugar, mãe. — Hamurábi disse a mãe.  — Mas não se preocupe. Eu vou vir visitar a senhora, sempre que possível.

— Eu só quero ver...

— Pois a senhora verá. E meu irmão, como está Hyrum? 

— Na Assíria... É meu filho, agora eu fiquei sozinha.

Selima olhou para Naomi.

— Naomi, querida, não é nada contra você. Você me parece uma boa moça, acredito que seremos boas amigas.

— Eu entendo que não deve ser realmente difícil ter os dois filhos longe, eu a compreendo. É o que também desejo, senhora. Ser sua nora, e também sua amiga.

***

Elias, Esaú e Jacó, passaram a noite em uma estalagem. No dia seguinte, o filho de Otniel, voltou a casa de Selima, havia combinado com Hamurábi de irem a biblioteca real da cidade.

Selima ficou de trazer um chá para ele, e enquanto esperava, Elias notou que eles ainda eram politeístas, haviam muitos deuses, pela casa. Na Babilônia, era ainda mais difícil, como o primo havia dito. Haviam estátuas de Deuses, o que realmente chamou sua atenção foi os papiros, e pergaminhos. Ocupavam toda uma estante.

— Com licença, eu trouxe o seu chá. — disse uma voz sutil. 

— Agradecido. — disse educadamente, então a olhou. 

Sorriu. A encontrou novamente sem quaisquer esforço, porque ele procuraria por ela. Era Maya.

— Maya?

Maya sabia que era o rapaz que encontrou na rua do comércio.

— Nos conhecemos por acaso, senhor? — quis saber formalmente.

— Não se lembra de mim? 

— Bem, nos vimos na rua do comércio, ontem. Também jantou aqui.

— Eu falo além disso... — insistiu ele.

Maya sabia que sim, ele era familiar,  mas... Não sabia de onde.

— Talvez eu me lembre, mas não sei de onde.

— Faz muito tempo... Sou eu, Elias, filho de Otniel. — revelou acabando com o mistério.

A lembrança veio nos pensamentos de Maya...

Porto de Naftali, ela se lembrava, do menino peralta, que brincava com os primos gêmeos.

Naquela noite, observavam as estrelas, no chão da areia de Naftali.

O garoto, agora era um homem, os olhos e os cabelos permaneciam o mesmo. Claros, encantadores, inesquecíveis. Sorriu.

— Elias, shalom. Como se lembrou de mim tão rapidamente?

— Seu sorriso, e você tem uma beleza única, Maya, eu jamais a esqueceria.

A jovem pensou em dizer que, se lembrava de seus olhos, mas ficou envergonhada.  Seu olhar para ela, era intenso, a deixava nervosa. E Elias também, não sabia o certo o que era o que estava sentindo, mas queria está perto dela. Para acabar com o silêncio, ela perguntou:

— Bem, Elias, e o que faz aqui... Tão longe de Israel? Veio apenas acompanhar os primos?

— Não, estou de passagem pelo Sul,  partirei para o Norte, vou rever meu primo Alec, mas conhecido como rei Tiglater Pileser I.

— Primo do soberano da Assíria que também reina por aqui, na Babilônia?

— Sim, o rei é meu primo. É uma longa história...

— Gosto de histórias, e percebi que gostou do acervo de papiros.

— Sim, eu leio papiros, gosto dos antigos. Conheço a escrita egípcia.

— Tudo bem, eu também sou assim. Aqui tem alguns do Egito, até. 

— Egito!? Poderia me mostrar? — pediu ele.

— Sim, Hamurabi sabe que eu gosto de ler, não vai se importar, nunca se importou.

Maya e Elias ficaram lendo os papiros, até que Elias decidiu perguntar algo que não conseguia parar de pensar.

— O que aconteceu, Maya?— indagou ele. — Porque ainda está aqui, como serva? Você não é como as outras, sabe até ler, não deveria ser a escrava.

— Foi a senhora Selima que achou que seria melhor para mim, ficar aqui. — disse Maya para a surpresa de Elias.

— Nada pode ser melhor do que ser livre! — ele argumentou.

Maya sorriu.

— Não poderia esperar outra opinião do filho de Otniel, o libertador hebreu.

— Vai me dizer que não pensa em reencontrar sua família? — ele replicou.

— Sim, mas quando os hebreus partiram de volta para Israel, eu tinha treze anos... Era os hebreus que estavam sendo libertados, eu sou Núbia.

Elias sacudiu a cabeça.

— Não é uma justificava. A Núbia recebeu sua independência nesse mesmo dia. —argumentou Elias. — Eu estava lá, quando o rei foi coroado, quando deu as leis. Seu irmão Bomani, é o rei da Núbia.

Maya ficou calada. Então Elias, resolveu falar:

— Precisa saber, Maya. Seu pai Zuma ainda vive. E sua mãe Mandisa, também. Eles residem em Israel, e ainda sonham com o dia que em encontrarão a filha.

Os olhos da jovem encheram-se de lágrimas.

— Me lembro de meu pai, com riqueza de detalhes, um homem tão sábio, justo, bondoso. De minha mãe, também, ela era linda e muito carinhosa... 

Uma ideia passou pela cabeça de Elias, poderiam haver também hebreus escravizados.

— Conhece algum escravo hebreu?

— Sim, um.

— E onde ele está?

— Aqui mesmo nesta casa. O chamamos de Israel, é um rapaz, trabalha como jardineiro. Não conhece os pais, foi vendido recém nascido.

— Isso não está certo. — Elias falou  indignado.

— Concordo, mas não há o que fazer. — respondeu Maya, triste.

— Tem que haver uma solução...

— Meu pai era rei da Núbia, e de repente, ele perdeu tudo, foi separado de minha mãe, e de meu irmão. Ficou anos sendo escravizado, isso até chegar à Jericó, onde conheceu onde teve os primeiros contato com os hebreus, se viu livre quando as muralhas de Jericó caíram.

Elias conhecia bem aquela história. Da queda das muralhas de Jericó. Era parte de sua história também, sua existência dependeu disso. Ou sua mãe e seu pai, nunca teriam se conhecido.

— Sabe porque ele conseguiu sobreviver a escravidão? A esperança, de que ia recuperar sua liberdade, encontrar sua família. E esse dia chegou para ele, e então eu nasci.

— E você sobreviveu até hoje. Deve acreditar que a liberdade chegará para você.

— É impossível não me inspirar na história de vida de meu pai, sonhar com minha liberdade.

Hamurábi chegou na casa, junto com o atual escriba real da Babilônia, esse olhou para o jovem Elias.

— Você deve ser Elias, o rapaz hebreu, que o Soberano mencionou no papiro.      

— Eu mesmo, Elias, filho de Otniel, o juiz.

—Pelos Deuses! Seu pai é um homem poderoso de Israel, o líder, não?

Elias assentiu.

— Confesso que fiquei surpreso ao saber que o soberano tinha um primo hebreu, mas olhando para você, parece até um nobre.

— Estou longe disso, estou mais para um servo. Servo de Deus. — falou Elias.

— Bem, sei que veio para conhecer a biblioteca, podemos ir agora. 

— Ótimo, estou ansioso mesmo para ir. 

— Senhorita Maya, foi um prazer revê-lá.

— Igualmente, Elias. — ela respondeu sorrindo.

— Então vocês se conhecem?! perguntou Hamurábi, surpreso.

— Sim. — ambos responderam juntos. E Elias completou: — Éramos crianças na época.

Hamurábi sorriu.

— Coincidência...  Bem, até à noite, Maya.


Maya ficou sorridente, e sua senhora, se aproximou. — Onde estava a senhora?

— Olha eu não quis atrapalhar, mas ouvi parte da conversa.

Maya arregalhou os olhos preocupada. — Me desculpe, senhora, eu deveria ter ficado conversado com ele esse tempo todo, perdi a noção do tempo, mas meu dever é te servi, e a essa casa.

— Fique calma... Sem problemas, Maya. O rapaz gostou de você, e é inteligente e belo. — comentou alegre. — Seria  um bom marido se não fosse... hebreu.

— A senhora está imaginando coisas, não houve nada... A senhora não gosta de hebreus?

— Muito, pelo contrário, um povo justo. O pai desse rapaz, venceu uma guerra contra o poderoso exército assírio, preservando a vida de assirios e babilônios, apenas libertou seu povo, não quis nossas Terras ou poder!

— Os hebreus não tem rei, o rei deles é Deus. 

— Você sabe sobre esse povo, Maya?

— Não sei, muito. Lembro de algumas coisas, da infância. 

—Sabe Maya, não sou contra que se case, não mesmo, acho até bom, desde que fique aqui comigo, na Babilônia. E esse rapaz certamente a levaria daqui... Para Israel.


                                 ***

— Eu estive novamente com aquela Núbia. — Elias contou ao primo, Jacó.

— Conseguiu falar com ela dessa vez!?

—Sim, eu precisava, sabia que a conhecia.

— Como foi?

— Ela está na casa de Hamurábi.

— Na casa de meu cunhado. Como a vida é surpreendente... Você está apaixonado por ela, Elias?

— Não, eu apenas a reconheci. E deveríamos fazer algo, não é justo que ela continue sendo escravizada. Ela é filha do rei da Núbia, Zuma.

— Aquela menininha que brincou conosco no porto de Naftali? — perguntou Jacó, nostálgico.

Para Elias, aquela noite ainda estava tão vívida, que podia quase ouvir o som das ondas.

Elias pegou um pergaminho, e sentou-se.

— Ela mesma, meu pai nunca conseguiu encontrar a filha de Zuma, ele fez uma promessa ao núbio e não conseguiu cumprir, e se frusta por isso, até os dias de hoje.

— Mas um motivo para a gente fazer alguma coisa. Seu pai, Otniel ficará contente por seu filho consegui cumprir a promessa por ele.

— Soube que eles também um escravo chamado Israel, também hebreu.

— Mandarei um pergaminho para minha irmã.

— Yarin. — Jacó  falou o nome  e sentiu saudades.

— É, ela pediu que eu escrevesse sempre, todos os dias, exagerada

— Porque ela não veio? Ela queria vir.

— Sim, mas nossos pais não deixaram, é difícil controlar o furor que ela tem por perto, imagina longe...


                       ***

Maya se surpreendeu ao encontrar um envelope em escrita meroítica, escrita oficial da Núbia. Como ele sabia escrever aquela língua? 

"Me encontre as margens do Rio Eufrates, ao pôr do sol.

Elias."

Maya não conseguiu ignorar, e saiu da casa, antes do pôr do sol.

— Shalom.

Ao se virar deparou com Elias, a luz do sol o deixava ainda mais bonito.

— Shalom Elias.

— Você disse que sempre quis conhecer a Babilônia, o que está achando? — perguntou ela.

— Pois é, eu conheci a Assíria, na época da guerra, estive no palácio de Nivine, mas a Babilônia é a primeira vez.  Um belo lugar. Mas sabe, por mais bonita e encantadora que seja a Mesopotâmia, eu ainda prefiro Israel, nada melhor que viver na nossa terra natal, não é?

Pensativa, Maya ficou. Embora tivesse nascido em Efraim, Israel, era Núbia como os pais. E desejava conhecer aquelas terras, onde seu pai havia sido um rei, um dia.

— Eu nunca estive na Núbia. — confessou entristecida.

— Desculpe, eu me esqueci... Deseja conhecer?

— Sim, quem sabe um dia. Espero ser livre algum dia.

Elias, falou sem pensar, segurando nas mãos dela, e a olhando nos olhos.

— Se a senhora Selima não permite que parta, então... Fuja comigo.

— Elias... Eu não posso...

— Não me responda, agora. Pense. Eu vou partir para o Norte, quando voltar, vou quer ouvir sua resposta.




Notas Finais


Para que se perguntou, olha a Maya de novo, aí gente, ela apareceu uma vez na primeira temporada no cap 33, e depois Zuma no cap 49, comentou que a filha estava desaparecida, pois é, ela foi escravizada na Babilônia 💔 Mas Elias a encontrou e irá lutar pela liberdade dela.  


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