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História Estrelas do Céu de Abraão - Decisão.


Escrita por: onlyreason

Notas do Autor


Oie amores, vim postar dois capítulos seguidos :3  Dedico esses capítulos à @Alchmene e @meredithrobbins, vocês me deixaram muito feliz com seus comentários. Obrigada lindas ♥

Capítulo 9 - Decisão.



Otniel estava decidido a conversar com o filho, pedir desculpas pela falta de atenção. Havia errado muito, e estava decidido que as coisas mudariam em sua vida.

Otniel sabia exatamente o que era crescer sem a mãe. A história havia se repetido, sua mãe também havia morrido em seu parto.

Ele se lembra de querer ter mais alguém do que somente o pai para conversar. E infelizmente não fizera o mesmo que o pai, na verdade agia de uma forma confusa.

E isso deixava Hatate confuso. Havia dias em que o pai queria está com ele, em outros ele preferia se afastar. Porque Hatate parecia demais com a mãe, e era difícil de suportar a saudade.

Mas ele não queria que o filho tivesse uma infancia infeliz, e faria o que fosse possível pela felicidade do filho.
Entrou no quarto, o menino se virou na cama.

— Pai.

— Sim, sou eu, meu filho. Está com sono? — sussurou,  se aproximando da cama.

— Não.

Hatate olhou para ele e esperou o que ele tinha para dizer. O remorso de Otniel aumentou. Hatate queria atenção defuncionári. Sempre foi isso.

— Ótimo, porque temos que conversar.

— Eu sei que eu não tenho sido o melhor do pai do mundo. Nunca fui, queria eu, ser como meu pai sempre carinhoso e preocupado comigo.

— Mas eu nunca imaginei, num mundo sem Acsa, como seria minha vida sem sua mãe, eu sempre a amei, desde que ela era apenas uma criança. E fazia planos para nos dois.

— Mesmo distante de mim, às vezes, eu amo o senhor, meu pai.

— Eu te amo, Hatate, amo tanto, meu filho.

Ele abraçou, e beijou o filho. Depois o olhou nos olhos:

— A partir de hoje, eu serei um pai diferente, mas presente. E se eu não for, você pode cobrar. Para cavalgar com você, pescar e o que mais você quiser.

—  Por falar nisso, quando vamos voltar para a nossa casa no campo, papai?

Eles estavam na casa de Quenaz,  temporariamente.

— Ainda não sei, ficaremos aqui, enquanto reformam nossa casa, do incêndio. Essa noite, vamos jantar na casa de seus avós.

Hatate sorriu, amava Calebe e Noemi, seus avôs maternos.

—  E vamos pescar qualquer dia desses. — completou.

— Papai, quando a gente for, convide Esther e Seraías para pescar com a gente.  — pediu o filho.

— Tudo bem, meu filho, se esse é o seu desejo, eu farei.

Esther havia cativado Seraías, e também Hatate, Otniel pensou.

                              * * *

— Otniel não vem jantar conosco, hoje? — perguntou Seraías sobre o irmão, sentando-se a mesa.

Ele costumava se juntar com a família de Quenaz, quando vinha para cidade de Hebron, para jantar, no entanto naquela noite, não.

— Não, senão provavelmente estaria já aqui. Deve ter ido visitar alguém, talvez, os tios Calebe e Noemi. — respondeu Quenaz, e sorriu. — Sabe, que eu também estou gostando de que ele passado mais tempo conosco. É triste para um pai ver um filho sozinho.

— Otniel ficou viúvo tão cedo. — lamentou Adele.

— Pois é, minha sobrinha Acsa se foi tão jovem, teve um parto muito difícil, e apenas Hatate sobreviveu, meu precioso neto. Bom, mas Deus sabe o que faz, o que é melhor para nossas vidas. Espero que um dia, ele encontre uma boa moça e case-se novamente.

— Deus te ouça. — disse Adele. — Que ele encontre alguém, assim como eu te encontrei.

— Na verdade, eu nem me importo que ele fique naquelas terras, afinal elas pertencem a ele, foi uma conquista dele, um presente de meu irmão, Calebe. Eu quero apenas que eu filho volte a ter fé, volte a viver, como antes.

—Todos nós queremos, meu amor. — disse Adele. — Todos nós.

                              * * *

Enquanto cuidava do rebanho, com a ajuda de Seraías, Esther escutou um barulho.

— Escutou isso, Seraías? — ela perguntou, olhando para os lados.

Os cabelos loiros cacheados de Seraias,  estavam ventando por causa do vento. E os olhos verdes, pareciam-se com o de Adele. E o sorriso, lembrava o de Otniel, na verdade tudo fazia com aquela lembrasse de Otniel.

A única explicação era o fato de ele está vivendo na casa de Quenaz temporariamente, pensou Esther. Estava pensando nele porque o via todos os dias. E não por qualquer outro motivo. Na maior parte do tempo, ele estava com Calebe,  certamente auxiliando o tio com a missão de liderar Judá,  Otniel sempre estava disposto a ajudar os outros. Naquele dia,  ele tinha ido com Hatate para sua casa, ver como estavam as obras de sua casa no campo,  depois do incêndio.

Seraías fez que não para a pergunta de Esther.

— Não, prima.

— Mas eu escutei. Fique aqui, meu anjo. Não saia daqui. — pediu ela.

Começou a caminhar em direção ao barulho, pegou a adaga, que estava sempre escondida com ela.

— Sou eu, Esther. — disse uma voz, que parecia familiar para ela. Então, ela viu a quem pertencia. Era Marduk.

— Marduk. — disse ela.

Ele sorriu e disse:

— Shalom, minha prima.

— Eu pensei que nunca mais te encontrar. Fui na festa em Moabe como combinamos, mas você não apareceu. — Esther começou.

— Pois eu fui e não a encontrei. Achei que você não tivesse acreditado em mim.

— Para ser sincera, eu ainda não sei posso confiar, a tia Adele não me deu nenhuma pista de que teve um filho. E eu me arrisquei por sua causa. — ela contou. — Meus tios brigaram comigo e eu nem pude me explicar. Eu nunca havia mentido para os meus tios, e eu não gostei nem um pouco de ter que mentir. De ter que ocultar. Parece que eles sabem que eu não estou falando a verdade. É angustiante.

— Mas está sendo por uma boa causa, um dia, eles vão entender. Vão entender que você só estava tentando me poupar de uma execução.

— Eu que preciso entender essa história, ainda está tudo muito confuso para mim.

— E só eu quero conhecer minha mãe, muito. Desde que soube que eu era filho de criação. — disse a ela.

— Entendo seu desejo, mas aparecer aqui em Hebron? É quase suicídio, se te encontrarem você será morto, sem nem ter a chance de se defender. E se te pegaram aqui agora, será pior ainda. Eu serei acusada de traição e nós dois morremos. Eu preciso ir, meu primo, Seraías está ali, me esperando. — ela falou, baixo.

— Espera. — Marduk sorriu, olhando para o menino. — Ele é o meu irmão?

—  Sim, filho do tio Quenaz. Agora, por favor, você precisa ir.

— Não Esther. Por favor, não. Encontre um lugar para conversarmos sem que nos vejam.

                         * * *

Depois de convencer Seraías, a ir para casa, na frente, Esther foi com Marduk até o estábulo.

— Ninguém vai nos encontrar aqui. - ela garantiu a Marduk.  — Mas eu não posso demorar muito. Senão, vão dar por minha falta.

Marduk a observava sentado em silêncio, ficou por alguns segundos, a olhou de cima a baixo.

Aquele olhar estava constrangendo Esther. Não era olhares assim que recebia.

— Esther, eu gosto muito do seu nome. Me lembra o nome da Deusa Isthar. A grande Deusa dos céus.

— Aqui em Canaã, ela é venerada como Aserá.

— Meu nome também é nome de um Deus. Marduk é um Deus na Babilônia, tão importante quando Baal é para os caneneus e Assur para os Assírios. Minha mãe era da Sul, da Babilônia e me homenagiou com este nome.

—  Muita coincidência entre nós dois. Primos, nomes de Deuses, reinos perdidos.

— Mas você vive dentro das tradições politeístas, e eu na cultura monoteísta. — ela disse, e sentou-se ao lado dele.

Não queria falar sobre Deuses. E esperava que o assunto parasse por ali.

— Esther significa estrela. Marduk, guerreiro e hoje eu sou um guerreiro. Tenho certeza de que meu pai ficaria orgulhoso. Você o conheceu, não é?

— Sim, eu o conheci, o príncipe Adon, meu tio. Passava um bom tempo no palácio onde ele vivia. Ele também era um guerreiro.

— E o que você acha? Eu me pareço com ele ou com minha mãe?

De repente, Esther se sentiu no palacio de Jerusalém, e lembrou-se perfeitamente de seu tio Adon. Em seguida, o observou; com os cabelos longos e pretos e olhos castanhos, Marduk, era todo o pai. Apenas tinha a pele mais clara, como a mãe.

— Com seu pai, com certeza. Seraías que se parece com Adele.

— Seraías, meu irmão mais novo. Então, minha mãe se casou novamente? Com um hebreu?

— Sim, com um bom homem, um guerreiro de Israel.

— E eu tenho um irmão, nunca imaginei. Eu acho que já o vi com você, ou com minha mãe.

— Como assim? Na festa da lua nova?

— Eu tenho observado vocês. Há algum tempo. — revelou.

— Pois você não deveria, se arriscou muito. Poderiam pensar que você era inimigo.

—Já passou, à partir de hoje eu quero fazer as coisas do jeito certo.

— Eu não consigo entender, a tia Adele nunca falou sobre você. Ela saberia que tem filho vivo. Nem mesmo confirmou que algum de seus filhos com Adon tenha vingado, mas ficou bem nervosa.

— Só tem um jeito de entender, perguntando a ela.

— O homem que me criou, meu pai, era Assírio. — ele começou.  — Ele e a esposa esperaram por muitos anos a chegada de um filho, que nunca chegou a nascer.

"Ele estava em Jerusalém, porque era um mercador. Foi quando Adon, meu pai, vendeu a criança para ele. Meu pai me salvou, minha mãe de criação, me contou. Ele estava deseperado tentando me salvar, porque o sacerdotes me exigiram para um sacrifício aos Deuses."

— Isso faz sentido, pode ser que a minha tia nunca falou comigo sobre isso, porque é assunto dolorido para ela,ela quase nunca fala sobre o passado.

— Meu pai fez isso para me proteger, e disse ao sacerdote que o bebê havia morrido.

— Se é mesmo verdade, porque é que ele contou a verdade para minha tia, porque a deixou sofrer? Não faz sentido.

— Um dia certamente ele contaria, ele sabia que se minha soubesse que eu estava vivo, ela me procuraria, até encontrar. E se traria mais sofrimento a ela. E se ela não me encontrasse? Iria procurar uma vida inteira.  Em vão?

Marduk levantou ansioso. Esther olhou para ele e viu sua ansiedade.

— Eu não aguento mais essa espera, saber que ela está tão perto.  Quero encontrar minha mãe, logo.

— Você precisa ter um pouco mais de paciência. — Esther disse a ele.

                           * * *

Aquela casa, era familiar para Esther, como sua terceira casa, onde seus melhores amigos, Kalu e Nira, moraravam.

— Nira, que bom que te encontrei aqui agora. — falou para a amiga, quando a porta se abriu.

— Entre, Esther. — ela convidou. — O movimento dimunuiu, então eu vim para casa, enquanto minha mãe cuida da casa, eu faço os tecidos.

— Estão ficando tão lindos. — elogiou a amiga.

— Obrigada, vamos conversando enquanto eu costuro, sem problemas.

Nira era diferente de Esther e Lila, ambas tinham a sua luz própria, Lila era comunitiva e muitas vezes, falava por ela, finalizando suas frases, o que às vezes era bom, outras vezes, era irritante.

Enquanto Esther, sempre foi mais próxima dela. No inicio, ela achava que isso a faria se sentir melhor, semelhante a alguém, mas se tinha uma coisa que Esther não era, era ser semelhante a alguém.

Com os cabelos ruivos e olhos azuis, a beleza de exótica de Esther, sempre chamava atenção sem qualquer esforço.

E ela amava a amiga de todo seu coração. Mas Nira achava que não tinha nada de especial. Como se apagasse quando estava entre elas.

— Eu sempre tentei ser o mais cautelosa possível. — Nira começou a falar. — No entanto, não sei o que deu em mim para beijar o Kalu, naquela noite, você sabe que eu...

— Que você é apaixonada pelo Ezequiel? Sim, eu sei, mas eu entendo o que pode ter acontecido, ele nunca percebeu, nunca tentou se aproximar de você. Enquanto o Kalu, é carinhoso, um fofo.

— Talvez o Ezequiel nunca me note, afinal com tantas Efraimitas lindas, porque ele escolheria uma canenéia? — ela suspirou. — Mas tudo que eu não quero no momento, e magoar o Kalu. E nem enganá-lo.

— Às vezes é impossível não magoar quem amamos. — refletiu Esther. — Eu acho que Ezequiel tinha que te ouvi cantando, você tem uma voz tão linda. Ele ia se apaixonar.

— Você sempre diz isso, mas sabe como eu sou timida. Prefiro ficar no meu canto, sem chamar atenção. Deixo isso para você e Lila.

— Eu?!

— Você é linda, nem precisa fazer nada.

— Pois você tem que deixar essa timidez de lado e cantar quando tiver alguma festa. A voz mais linda tem toda Israel. — falou Esther. Ela sempre dizia isso,  desde que ouviu Lila cantar pela primeira vez.

— Você está exagerando,  Esther.

— Não é exagero, todos ficariam encantados em ouvir sua voz.

Esther suspirou, nervosa. Lembrando o motivo que a fez procurar a amiga.

Nira conhecia Esther a muito tempo, ela sabia que alguma coisa grave estava acontecendo.

— Você tem algo importante para me dizer, não é? Esta tão nervosa. — percebeu ela. — E eu falando sobre mim...

— Você e Kalu são meus melhores amigos e as pessoas que mais confio nessa vida. Sei que posso confiar, mas não vou falar com Kalu.

— O que aconteceu, minha amiga?

— É dificil até de dizer, mas explica  porque fomos em Moabe aquela noite. — falou. — O filho de minha tia, está vivo, o que ela pensou que havia sido sacrificado, quando bebê. Ele me procurou, em casa.

— Como isso é possível?

Nobá e Kalu entraram em casa.

— Shalom. — dizeram.

— Parece preocupada, Esther — Kalu observou.

— Não estou.

Nobá discordou:

— Se o Kalu disse que você está, é porque é verdade. Ele te conhece muito bem.

— Não é nada demais.

— Estamos conversando, podem sair por gentileza,  meu irmão? — Nira pediu com gentileza.

— Claro,  vamos Kalu. — disse Nobá,  ainda desconfiado.

Saíram da sala, deixando Esther e Nira novamente, sozinhas.

— Eu acho que o melhor é contar logo para sua tia. Se ela for mesmo a mãe dele, vai encontrar a melhor solução. — aconselhou Nira.

— Você tem razão, obrigada pelo conselho. — agradeceu Esther. — Sabia que podia contar com você.

Contar para Adele, era exatamente o que ia fazer.


Notas Finais


A escolha do nome Marduk, foi inspirado em Mordecai/Mordechai/Mardoqueu (existem muitas versões) que foi primo da personagem bíblica Ester, achei que seria interessante, já que Marduk e Esther também são primos; além disso, Marduk era o nome de Deus pagão na Mesopotâmia, região proximo a Canaã, onde o Marduk da fic, é um guerreiro do exército do rei, e que futaramente terá uma grande importância na fanfic


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