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História Everything happens in Rosewood - Emison - Festa de Halloween Parte 2.


Escrita por: gunspider

Notas do Autor


Olá pessoinhas, tudo bom com vocês?
Tenho uma surpresa para vocês hoje e espero que gostem... Ou pelos menos entendam haha.
Bom, tenham uma boa leitura <3

Capítulo 70 - Festa de Halloween Parte 2.


POV ARIA

—Jason? O que faz aqui? Eu nem sabia que tinha sido convidado. – Falei sorrindo para ele. Havia esbarrado em Jason sem querer enquanto guiava Mike até a mesa de bebidas.

—Fui convidado de última hora, Hanna me convidou e ainda me ajudou com a escolha da fantasia. – Ele falou sorrindo enquanto dava uma volta completa.

—Você é um vampiro?! Não sei porque, mas eu não estou surpresa. – Falei sorrindo e ele gargalhou.

—Aria, posso beber um pouco do ponche? – Mike voltou até a mim com um copo vazio em mãos.

—Mike, esse é o Jason, irmão da Alison, você lembra dele? – Perguntei enquanto brincava com meus dedos.

—Claro, e ai Jason? – Mike o cumprimentou com um aperto de mão.

—Aria, precisa de ajuda? – Mona perguntou enquanto se aproximava de mim. A puxei para um canto e olhei para Jason e Mike que conversavam animados.

—Preciso, preciso muito! Será que você pode ficar de olho no Mike? Não precisa ser a babá dele, só não quero que ele beba muito sabe? Ele ainda tá deprimido com a história do divórcio dos nossos pais e… – Comecei dizendo.

—Ei, relaxa! Eu faço companhia a ele, não se preocupa tá bom? Aproveita a festa! – Ela falou sorrindo. A abracei fortemente e agradeci diversas vezes antes de voltar para o lado de Jason.

—A festa ficou muito boa, você e as meninas que organizaram? – Jason perguntou enquanto andávamos de mãos dadas do lado de fora do chalé.

—Foi sim, na verdade eu ajudei bem pouco na escolha da decoração. Eu fiquei com a parte de convidar as pessoas. – Falei dando de ombros.

—E não pensou em me convidar? – Jason perguntou incrédulo.

—Não, não é isso! – Me apressei em dizer. —Hanna cuidou das listas de convidados e…

—Aria, relaxa. Eu estou brincando com você! – Ele falou sorrindo e me puxou para sentar em um banco com ele.

—Você adora me deixar apavorada, não é? – Perguntei o encarando.

—Não baixinha, eu gosto de te proteger! Já esqueceu daquela noite? – Jason perguntou com uma sobrancelha arqueada. Claro que eu lembrava, como eu poderia esquecer?

FLASHBACK ON:

Jason parou ao meu lado e encarou a chuva lá fora, suspirou fundo e quando foi se despedir ouvimos um estralo, e tudo se apagou. Abracei o Jason espontaneamente e o apertei com força. —Baixinha, tá tudo bem! Só acabou a força.

—Eu tenho medo de tempestades, me desculpa. – Falei sem graça e o soltei.

—Tudo bem, quer que eu fique? – Ele perguntou enquanto me olhava. Tudo estava escuro, mas eu conseguia ver a silhueta de Jason perfeitamente.

—Você faria isso? – Perguntei o encarando.

—Claro! – Jason falou após fechar a porta. —Você tem velas aqui?

—Devo ter em alguma caixa na cozinha, me ajuda a procurar?

—Ajudo sim, vamos lá. – Jason falou enquanto segurava em minha mão. O guiei até a cozinha, usamos a lanterna de seu celular e começamos a procurar as velas.

Acabei dando um pouco de trabalho ao Jason, pois a cada trovão que dava do lado de fora, eu o agarrava cada vez mais forte. Ele parecia se divertir com a situação ou não se importar tanto com a pressão que fazia em meus abraços.

—Achei! – Jason declarou sorridente e levantou com sua mão um pequeno punhado de velas.

—Desculpa te fazer ficar aqui comigo. – Falei sem jeito enquanto arrumava minha cama e Jason colocava o colchão de Mike do lado de minha cama no chão.

—Tá tudo bem baixinha, eu gostei de ficar aqui com você. – Ele declarou sorrindo.

—Gostou? – Perguntei insegura.

—Claro. – Jason falou e me puxou para sentar com ele em minha cama. Ele segurou em minhas mãos e apesar da pouca luz, eu sabia que ele estava olhando em meus olhos. —Bom, eu abri um pouco da minha vida hoje pra você e eu não sei ao certo o motivo pelo qual fiz isso, mas eu não quero parar por aqui. Eu já passei por muita coisa, já conversei diversas vezes com um pessoal, já conheci inúmeras pessoas, já ouvi muita coisa e nunca me senti tão bem quanto me sinto com você. Com você rola uma conversa rara e boa, você tem algo no olhar que faz eu querer acordar pra vida, me faz querer tentar algo novamente. Sim, é verdade que eu nem sempre te enxerguei como alguém que eu podia amar, mas tudo mudou recentemente. Você tem um abraço casa, um jeito de falar manso que me deixa calmo, entende? Tudo isso é muito novo para mim e eu sei que você pode estar assustada com o que estou te dizendo, mas… – Jason falava olhando em meus olhos.

Me joguei em seus braços novamente e procurei sua boca com a minha. Acariciei seus lábios vagarosamente com os meus, entrelacei meus dedos em seus cabelos enquanto Jason tomava o controle do nosso beijo. Meu corpo inteiro se arrepiou com seus carinhos e eu soube que estava no lugar certo e na hora certa. Nosso beijo era calmo e banhado de carinho, acabamos nos deitando juntos em minha cama, mas não fizemos nada além de nos beijar, trocar carinhos e dormir nos braços um do outro.

Por mais que eu não entendesse nada de destino, eu agora conseguia entender a razão da minha vida ter dado uma reviravolta. Eu deveria passar por tudo que passei para estar aqui agora, eu precisava amadurecer para conseguir compreender cada palavra que Jason me falou e me fez sentir. Em outro momento da minha vida eu teria recuado, teria recusado todos os beijos e palavras, simplesmente pelo medo de sofrer novamente. Acho que eu precisava aprender que a vida pode nos surpreender, que a vida pode nos fazer pensar que jamais vamos encontrar alguém que se encaixe no jeito da gente, mas no momento certo, sempre no momento certo, encontramos alguém com aquele sorriso. Alguém com a forma certa de não querer ser o certo e acabar sendo. Alguém que chegue de mansinho e tire todos os seus medos e inseguranças. Alguém como o Jason.

FLASHBACK OFF.

—Não, eu não esqueci… E acho que preciso te falar algumas coisas sobre isso. – Comecei falando de cabeça baixa. Jason colocou uma mão em meu queixo e me fez olhar em seus olhos delicadamente.

—Não precisa falar nada baixinha… – Coloquei meu dedo indicador em seus lábios.

—Me deixa falar, por favor. – Pedi e Jason assentiu com a cabeça. —Eu sei que não falei muito naquela noite, mas eu preciso te explicar o motivo… Eu só tive um relacionamento e ele não foi tudo o que eu esperava, então eu acabei me fechando, entende? Mas eu quero que você saiba que eu quero tentar. Eu quero estar ao seu lado para te apoiar e te ajudar a levantar se algum dia cair. Você também despertou algo novo em mim e eu não quero que isso pare por aqui. Eu quero ir mais longe, me permitir e te deixar se permitir. Eu quero que me deixe cuidar de você e me ajude a superar os meus medos Jason. Me ajude a me livrar das minhas paranoias, das minhas inseguranças e barreiras que coloco entre mim e minha felicidade. O que me diz?

—Aria… Eu… Nossa! – Ele falou sem graça e passou uma das mãos por seu cabelo. —Você me pegou de surpresa, mas que surpresa boa hein?!

—SOCORRO! ME TIREM DAQUI! SOCORROOOOOOOOO… – Ouvimos alguém gritar do interior da casa.

—É a voz da Alison! – Jason se levantou rapidamente. Emily passou correndo por nós dois, Jason correu atrás dela e eu busquei forças para ir atrás dos dois. Meu coração acabou errando uma batida e senti minhas pernas amolecerem, mas continuaram se movendo em direção a casa. O que será que era dessa vez?

 

 

POV MONA

—Então, está gostando da festa? – Perguntei enquanto caminhava ao lado de Mike. Eu era péssima em puxar assunto, mas o que custava tentar?

—É, mais ou menos. Eu não estava com vontade de vir, só vim pela Aria, acho que vou indo. Você avisa ela? – Ele perguntou enquanto me entregava o copo de bebida.

—Mike, espera. Eu sei que quando você não está em clima de festa, nada parece bom ou legal. Mas acho que sua irmã quis que você viesse para se distrair um pouco, porém seria bom você conversar com alguém sobre o que está sentindo em relação ao que está acontecendo.

—O que você sabe sobre isso? – Ele perguntou com um tom irritado.

—Acredite, eu já tentei passar por cima de muita coisa e por mais que eu tentasse, lá na frente a montanha estava cada vez maior. Se não quiser falar comigo, tudo bem, mas se quiser, eu estou aqui, ok? – Perguntei lhe oferecendo meu melhor sorriso.

—Olha Mona, você é legal, mas acredito que você não pode ajudar. Na verdade, ninguém pode. – Mike falou e se virou para ir em direção ao carro. —Eu só achei que duraria para sempre.

—É o que todo mundo espera Mike, ninguém se relaciona com uma pessoa esperando que acabe depois de alguns anos. – Falei após me aproximar dele. —Ninguém faz planos para o fim de um relacionamento, mas acontece. Quer sair daqui?

—Quero! – Ele falou estendendo as chaves do carro para mim. Peguei de suas mãos e o abracei antes de entrarmos no carro. Mike parecia alguém que havia se perdido e não sabia em que direção seguir. Eu conhecia bem essa sensação, antes da Alison se tornar minha amiga eu não sabia fazer nada além de me esconder e me sentir perdida.

—Eu quero um café puro e um cappuccino tradicional. – Pedi ao barista do The Brew. Peguei meus pedidos e caminhei até a mesa que Mike estava sentado.

—Obrigada Mona. – Ele falou sem graça antes de beber um pouco de seu café.

—Não precisa me agradecer. Está melhor? – Perguntei sorrindo e Mike assentiu com a cabeça.

—Me desculpa por ter sido grosso com você, minha cabeça anda tão bagunçada que eu nem sei o que estou fazendo em uma boa parte do tempo.

—Tudo bem Mike, eu entendo. Meus pais nunca passaram por um divórcio, mas acho que cada um tem um jeito de lidar com isso. Não precisa se desculpar por nada Mike, eu entendo.

—Preciso sim, você não tem culpa dos meus problemas, só tentou me ajudar. – Ele falou sorrindo e levou sua mão de encontro a minha.

—E ainda quero! Quer desabafar? – Perguntei sorrindo de lado. Mike me contou toda a situação com seus pais, como as brigas começaram e de como foi ficando cada vez pior.

—Eu achava que era uma fase, que era por conta da mudança, todos estavam estressados por conta da mudança. Mas não parava nunca, apenas piorava cada vez mais entende? Eu achava que meus pais ficariam juntos para sempre, eles sempre acharam uma solução para os problemas e agora parece que desistiram de tentar fazer dar certo. – Mike falou com os olhos cheios de lágrimas.

—Mike, seus pais estão vivendo momentos diferentes agora. Sua mãe quer viver aqui e seu pai está agarrando a oportunidade que ele está tendo lá na Islândia. Acho que todo relacionamento passa por uma crise e talvez essa separação seja o tempo que seus pais precisam para colocar a cabeça no lugar. Tente apoiá-los nas decisões que eles tomaram e deixe as coisas se acalmarem naturalmente, não tente forçar algo que precisa acontecer naturalmente. Se eles tiverem que ficar juntos, eles ficarão, mas no tempo certo, entende? – Falei e acariciei a mão de Mike que ainda estava junto a minha sobre a mesa. Ele me olhou e pela primeira vez na noite me abriu um largo sorriso.

—É a primeira vez que alguém me diz uma coisa, em dias, que eu consigo acreditar. – Ele falou ainda sorrindo.

—E pode acreditar! O que eu te falei é a mais pura verdade! – Declarei convicta.

Ficamos mais algum tempo conversando sobre diversas outras coisas, Mike era engraçado e não limitava nossos assuntos em nada. Acho que se eu quisesse falar sobre cores de esmaltes, ele iria na “onda” e aceitaria falar sobre sua cor favorita do produto, mesmo não tendo uma. Eu nem percebi por quanto tempo ficamos conversando, mas sabia que não tínhamos ficado em apenas um café, pois havia vários copos em nossa mesa. Pedi ao Mike para que ele me levasse de volta ao chalé, pois eu dormiria lá para ajudar as meninas com a limpeza e organização do dia seguinte.

—Obrigada por tudo Mona, de verdade! Foi ótimo! – Mike falou sorrindo e abriu a porta para mim.

—Imagina, obrigada você! Minha noite foi ótima! – Falei sinceramente e abracei Mike sem pressa. O soltei, dei um beijo em sua bochecha e me virei para entrar no chalé que aparentava estar mais vazio agora.

—Mona! – Mike gritou antes que eu pudesse entrar.

—Pode falar! – Gritei de volta e esperei ele dizer o que queria.

—Quer sair comigo um dia desses? Mas sem choradeira. Um encontro de verdade! – Ele falou em alto e bom som com um sorriso no rosto. Sorri sem ao menos me dar conta, será que ele estava falando sério?

 

 

POV TOBY

—Ei, tá tudo bem? – Emily perguntou e se sentou ao meu lado.

—Oi, tá sim, porquê? – Falei olhando para ela enquanto forçava meu melhor sorriso.

—Vai mentir para mim agora? Somos amigos Toby, você já me viu em situações ruins e sempre me ajudou com seus conselhos, por que não me deixa fazer o mesmo? – Emily perguntou gentilmente enquanto sorria.

—Você tem razão. – Admiti e respirei fundo. —Eu pedi a Spencer em namoro…

—Eu sei, ela nos contou. Mas isso é ruim? Você não gosta dela? – Ela perguntou confusa.

—Não, isso é ótimo! Eu fiz justamente o que eu queria! Eu gosto tanto dela Emily, sei que é cedo, mas me vejo casando com Spencer. – Falei sorridente. Isso era verdade, de alguma forma eu sabia que Spencer era a mulher certa para mim.

—Então qual é o problema? – Emily perguntou me encarando.

—Bom, eu me vejo casando com a Spencer, mas acho que o pai dela não. Ele não vê isso e nem espera por isso! – Falei e suspirei pesadamente.

—Como assim? Você falou com ele? – Emily perguntou curiosa.

—Não, ele foi até o escritório de seu pai, eu estava sozinho cuidando de algumas papeladas e ele chegou lá como quem não queria nada sabe? Mas ele queria sim. Eu não contei nada para a Spencer e nem sei se devo contar… O pai dela me pediu para abrir os olhos e tentar enxergar que a Spencer não é mulher para mim, que ela merece alguém melhor e de nome… Ele quer que alguém decente faça a Spencer feliz e não um pobre estagiário de engenharia. – Expliquei a ela e abaixei minha cabeça.

—Nossa Toby, é impressionante o quanto ele está… – Emily parou de falar e pareceu pensar por um minuto.

—Certo? – Perguntei inseguro e levantei minha cabeça para encará-la.

—Não. O quanto ele está equivocado! Ele não te conhece Toby, então como ele pode dizer isso de você? Eu não conheço ninguém mais decente e melhor para a Spencer! Você é uma das pessoas mais sinceras, gentis e companheiras que eu conheço Toby! Você não mede esforços para ver quem você ama bem e acho que é isso que a Spencer precisa, aliás, qualquer pessoa precisa! Toby, acho que o pai da Spen se preocupa muito com dinheiro, mas ela não. Ela não liga nem um pouco para isso e é por esse motivo que vocês darão certo! Você pode não ser o cara mais rico da cidade, mas você vai chegar longe! Você tem vontade e é só isso que você precisa, entendeu? Não ouse desistir Toby, pois eu quero ver o seu nome nas melhores casas por todo o pais e dentro da aliança dourada que Spencer ainda vai usar no dedo anelar da mão esquerda. E também quero estar lá para ver a cara do pai da Spencer de arrependido. Arrependido por querer afastar a única pessoa decente para a filha dele! – Emily falou convicta e me puxou para um abraço.

—Você acha mesmo tudo isso? – Perguntei ainda abraçado com Emily.

—Claro que eu acho! Toby, você é alguém que eu quero levar para a minha vida toda e eu terei sorte se você me quiser na sua vida também! Você é meu melhor amigo, depois do Caleb, mas como ele é meu irmão agora, acho que ele não vai se importar. – Ela declarou sorrindo após me soltar.

—Você é com certeza a minha melhor amiga Emily Fields! Obrigado! E espero que você faça mesmo parte da minha vida ou eu vou ter que ir atrás de você e te fazer lembrar dessa noite. – Falei sorrindo.

—Eu não vou me esquecer, prometo! – Emily falou sorrindo, colocou sua mão sobre meu ombro e o acariciou. Nos levantamos e fomos em direção ao chalé novamente, eu queria ver minha namorada e acho que Emily também queria ver a Alison. Quando estamos apaixonados queremos ficar ao lado da pessoa 24 horas por dia e ainda não parece ser o suficiente. Nos aproximamos do chalé ainda rindo e conversando, mas o riso da Emily foi interrompido por um grito do lado de dentro da casa. Eu nem sabia como reagir, mas Emily saiu correndo enquanto eu ficava parado sem saber o que fazer. Aos poucos comecei a correr junto com as pessoas para dentro da casa, será que tinha acontecido alguma coisa? Será que era a Spencer?

 

 

POV ALISON

Fiquei dançando com as meninas enquanto Emily ia atrás do Toby, eu havia notado que ele estava um pouco desanimado, mas não tínhamos intimidade o suficiente para que eu pudesse perguntar se tinha algo errado. Fiquei feliz por saber que ele e Emily podem contar um com o outro. Me aproximei de Spencer para informar que iria ao banheiro e que era pra ela avisar para a Emily onde eu tinha ido, caso minha namorada voltasse antes de mim.

A fila do banheiro estava mais curta do que eu esperava e logo chegou minha vez, notei que até o banheiro tinha sido decorado, eu nem havia percebido, acho que estava mais preocupada com minha fantasia. Fechei a porta de uma das cabines que tinha naquele banheiro e me concentrei em me livrar de uma parte da minha fantasia. O chalé dos Hastings parecia um lugar projetado para grandes eventos e isso não era pra menos, essa família sempre fora muito exagerada em tudo.

Terminei de fazer o que precisava e voltei a vestir minha fantasia. Saí da cabine, me olhei no espelho e sorri para mim mesma enquanto lavava minhas mãos. Eu amei a fantasia que eu e Emily escolhemos juntas para essa noite, apesar de estar com uma maquiagem um pouco “maléfica”, eu tinha ficado bem de noiva e confesso que sonhava com esse dia. Não sei se poderia escolher em ver a Emily de vestido de noiva ou um terno feminino, pois em ambas as roupas ela ficaria maravilhosa. Enxuguei minha mão, dei uma última conferida no espelho e coloquei a mão na maçaneta para sair do banheiro. Notei que a porta havida sido trancada, forcei novamente a maçaneta e a porta não abriu.

—Tem alguém ai? – Perguntei em voz alta enquanto tentava em vão abrir a porta. As luzes começaram a piscar antes de se apagarem totalmente.

Um pânico começou a crescer dentro do meu peito, me afastei da porta enquanto olhava em volta. Alguns flashes da noite do acidente invadiram a minha cabeça, por um minuto pude jurar que meu pai estava parado na minha frente e caminhava em minha direção. Me abaixei assim que atingi a parede com as minhas costas, levei minhas mãos até meus ouvidos e fechei meus olhos. Eu não conseguia parar de ver a cena de faróis vindo em minha direção. Senti uma dor inexplicável em meu punho machucado, parecia que eu estava revivendo aquele momento novamente. Criei forças e comecei a gritar o mais alto que eu conseguia, não parei de gritar um só segundo, mas nada parecia adiantar e que o tempo se arrastava.

Já estava prestes a desistir, sentia que assim como naquela noite eu perderia minha consciência em breve. Meu coração estava acelerado, meu peito ardia na tentativa em vão de buscar ar e minha vista agora estava cada vez mais embaçada. O que é isso?

—Alison? – Ouvi Emily me chamar ao longe. Apertei ainda mais minhas mãos em meus ouvidos.

—Não é real, assim como naquela noite, não é real. – Sussurrei de olhos fechados. Senti uma mão em meu braço, abri meus olhos e encontrei Emily me olhando preocupada. Pulei em seu colo fazendo-a cair sentada comigo em seus braços.

—Alison? O que aconteceu? – Jason entrou no banheiro atrás dela e se abaixou.

—Amor, tá tudo bem, estamos aqui. O que aconteceu? – Emily perguntou ainda abraçada comigo.

—Tudo ficou escuro e ai eu... Me desculpa. – Falei enquanto abraçava Emily novamente. Comecei a chorar feito uma criança, parecia que eu não tinha controle sobre nada. Tremia e chorava compulsivamente nos braços de Emily.

—Tá tudo bem! Tá tudo bem, fica calma, eu estou aqui! – Emily sussurrava essas palavras sem parar. Senti Jason acariciando minhas costas e seus olhos estavam grudados em mim. Ele me abraçava junto com a Emily, acredito que a posição não estava nada confortável para ambos, pois estávamos os três no chão. Mas eu não conseguia desgrudar meu corpo do de minha namorada.

—Qual é Alison? Era só uma brincadeira. – Alguém falou e gargalhou em seguida.

—Uma brincadeira Noel? Uma brincadeira? – Olhei para ver quem falava e notei que Caleb estava o encarando. —Você tem noção que ela acabou de sair do hospital seu doente?

—Por isso fiz a brincadeira, achei que ela precisava disso. – Noel falou ainda rindo da situação.

—E sabe do que você precisa agora? – Jason perguntou após me soltar e se levantar. —De uma bela surra! O que acha Caleb?

—Eu concordo plenamente Jason! – Caleb falou antes de dar um empurrão em Noel.

—PODEM PARAR COM ISSO! – Hanna gritou assim que entrou no banheiro. —Alison está assustada e é assim que vocês querem ajudar? Que ótimo, temos excelentes cavaleiros aqui! Só que não! Tirem o Noel daqui sem violência, não organizei uma festa para haver brigas! Mas acho que já deu de festa para você Noel, sinto muito.

—Vocês são uns estragas prazeres. – Noel vociferou antes de ser tirado do banheiro pelos meninos.

—Você tá bem Ali? – Hanna perguntou ao se aproximar de mim e Emily.

—Ela ainda tá assustada. – Emily falou antes que eu pudesse dizer alguma coisa, eu nem sei se conseguiria dizer.

—Bom, saiam daqui, vão dar uma volta lá fora, respirem um pouco e dê água a ela. Depois vocês voltam, pode ser? – Ela perguntou sorrindo e ambas assentimos. Me levantei do colo da Emily com ajuda da Hanna, abracei minha namorada assim que ela se colocou em pé e ela me ajudou a sair dali. Tudo que eu queria e precisava agora era da Emily, eu não conseguia entender o que havia acabado de acontecer, mas acho que ela me ajudaria nisso.

 

 

POV EMILY

—Está melhor? – Perguntei para Alison após colocar meu paletó sobre seus ombros.

—Estou sim, obrigada. – Ali falou ainda sem me encarar.

—Quer me contar o que aconteceu? – Perguntei enquanto a guiava até o pier.

—Você sabe o que aconteceu… Todo mundo sabe. – Alison falou, soltou minha mão e se aproximou da água.

—Sabemos que Noel te trancou no banheiro, mas o que aconteceu pra você gritar daquele jeito? – Perguntei olhando na mesma direção que Alison.

—Eu não sei se quero ou consigo falar sobre isso… – Ali falou com um olhar nostálgico. Assenti com a cabeça, tirei meus sapatos e comecei a desabotoar minha camisa. —O que vai fazer?

—Vou nadar, acho que é uma coisa que me ajuda a pensar. – Falei dando de ombros. —Quer tentar comigo? Pode esfriar sua cabeça.

—Você sabe que eu não sei nadar. – Alison falou emburrada. Terminei de tirar minha roupa e fiquei apenas com minhas peças íntimas.

—Então você pode ficar me olhando! – Declarei antes de pular na água. Me afastei um pouco da borda e fiquei encarando Alison com um olhar pidão. Não demorou muito para que minha namorada começasse a se despir e se juntasse a mim na água.

—Isso não se faz Emily Fields! – Alison falou sorrindo enquanto envolvia seus braços em meu pescoço e suas pernas em minha cintura. Segurei em suas coxas e ajeitei Alison melhor em meu corpo. A ajudei tirar a maquiagem de seu rosto enquanto ela fazia o mesmo comigo. Assim estava bem melhor, Alison ficava muito mais linda sem toda aquela maquiagem horrorosa.

—Claro que se faz e sabe por quê? – Perguntei a encarando.

—Por quê? – Alison questionou curiosa.

—Porque eu fiquei com medo hoje. Desde quando eu era pequena e sentia medo de algo eu procurava me acalmar dentro da piscina ou da banheira da minha casa. A água sempre foi um refúgio para mim, eu sempre consegui deixar o meu nervosismo, minha ansiedade e todo o meu medo dentro da água. Por isso às vezes digo a mim mesma que acredito pertenço as águas, porque eu sempre me acalmo aqui, me sinto em casa, entende? – Perguntei sorrindo e Alison assentiu com a cabeça.

—Mas do que teve medo hoje? – Ela perguntou desviando seu olhar do meu.

—De que algo ruim tinha acontecido com você, de novo. Quando eu ouvi você gritando, meu peito se apertou e eu saí correndo procurando por você, como se fosse o meu instinto. Eu entrei em desespero Alison, porque é isso que você causa em mim. Será que você entende isso? – Perguntei encarando-a. Alison me olhou nos olhos e novamente balançou sua cabeça em sinal positivo.

—Eu também senti medo. Mas não senti medo do escuro ou de ficar trancada no banheiro. Eu senti medo do meu pai e do acidente. Eu vi imagens daquela noite na minha cabeça novamente e eu não consegui controlar meu medo, parecia que eu estava revivendo tudo aquilo. Eu fiquei com tanto medo de ser real, de ficar sem você de novo. Me desculpa por ter te assustado. – Alison falou e soltou um longo suspiro.

—Você não precisa se desculpar. Essa situação foi algo que ficou marcado na sua mente e não vai sumir assim de uma hora para outra. – Falei sorrindo e acariciei suas costas embaixo da água. —Não acha que precisa contar isso para alguém? Procurar alguém profissional para trabalhar isso com você? Alguém que saiba como te orientar amor.

—Como uma psicóloga? – Alison perguntou me encarando.

—Isso. – Concordei sorrindo de lado. —Sei que desabafar poderá ser bom para você e não precisa ir atrás disso amanhã, mas pense no que te falei, tá bom?

—Tá bom, prometo que vou pensar com carinho. – Ela falou sorrindo e em seguida selou nossos lábios. Dei início a um beijo, pedi passagem com a minha língua e Alison prontamente cedeu. Mesmo depois desse tempo de namoro com Ali eu ainda me impressionava com a maneira como nosso beijo se encaixava perfeitamente.

Nos vestimos depois de um tempo na água, voltamos para o chalé e vimos apenas nossas amigas com seus pares dançando uma música lenta no meio da pista. Sorrimos satisfeitas pelo local já estar vazio, puxei Alison em direção ao quarto para tomarmos um banho, mas ela me surpreendeu ao me fazer parar.

—Que foi amor? – Perguntei curiosa.

—Será que você concede essa dança a sua noiva?

—Claro meu amor! – Falei sorrindo e a guiei para a pista de dança. Alison tinha mesmo invocado com essa história de casamento, mas confesso que essa ideia já estava se tornando normal para mim.

—Obrigada por tudo. – Ali falou sorrindo enquanto dançávamos coladas no ritmo da música.

—Tudo o que? Eu não fiz nada… – Falei sorrindo e Alison me encarou séria.

—Imagina se tivesse feito, não é? – Alison perguntou e eu assenti com a cabeça. —Eu não sei onde eu estaria se não fosse por você, obrigada por ser a razão de eu ter me tornado uma pessoa melhor, por ficar ao meu lado e por ser o meu refúgio. Eu te amo Emily!

—Eu te amo Alison DiLaurentis e obrigada por ter acordado. Você me fez perceber que minha vida não tem a menor graça sem você por perto. – Declarei sorrindo e selei nossos lábios. Ali encostou sua testa na minha e fechou seus olhos.

—Promete ficar para sempre? – Alison perguntou ainda de olhos fechados.

—Para sempre minha princesa! – Falei convicta quando ela abriu seus olhos para me encarar. Essa era minha verdadeira vontade, enquanto eu tivesse o azul dos seus olhos para me guiar eu sabia que tudo daria certo.

 

Continua...


Notas Finais


E ai? O que acharam? Esperavam por esse "final"? Eu vou voltar rapidinho dessa vez, eu prometo! Não me matem haha.


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