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História Everything You Are - Capítulo 78


Escrita por: divergentmars

Notas do Autor


boa noitinhaaa
tudo bem cocêis?
boa leitura, sereias <3

Capítulo 78 - Capítulo 78


Fanfic / Fanfiction Everything You Are - Capítulo 78

Você está me dando um milhão de razões para te deixar
Você está me dando um milhão de razões para desistir do show
Você está me dando um milhão de razões

(Million Reasons - Lady Gaga)

 

Fiquei virando-me na cama a noite toda. Tudo que se passava em minha mente era: se meu ano começou essa coisa, como será o resto dele? Só consegui imaginar desgraças e meu coração se apertou. Pensei que estou ficando velha e consequentemente meus pais também estão. Daqui a pouco eles começam a ter complicações da idade, meus avós estão mais velhinhos ainda, e isso começou a me apavorar. Acho que me apavorou mais quando eu percebi que estou ficando velha e estou jogando isso pro ar, literalmente. Quer dizer, eu não fiz nada.

Eu não descobri a cura do câncer e da AIDS. Eu não fui a primeira a pisar num planeta novo, ou descobrir novas estrelas. Não fui a primeira mulher a revolucionar algo, e nem àquela que vai ganhar um prêmio Nobel da paz. Eu sou apenas eu, a Eleanor Winters, que trabalha há anos na mesma empresa de ramo imobiliário, que não subiu de vida, que é solteira ainda no papel, que não tem filhos biológicos, que não tem um animal de estimação e que não está aproveitando a vida.

Passei tempos pensando o que realmente eu estou fazendo da minha vida sendo só mais alguém no planeta. Estou naquela famosa crise de meia idade e isso é um saco. Quantos países eu visitei na vida dependendo de mim mesma? Nenhum, porque sempre ia com o Bruno e com a Lana. Bruno está com trinta anos e sua carreira já desleixou, dando uma longa fama pra ele que por tempos lembrarão quem é Bruno Mars. E bem, se eu pesquisar meu nome no google, o que aparecerá será umas coisas de imobiliária, talvez coisas antigas da escola e o resto tudo relacionado ao Bruno. Ou seja, Eleanor Winters não é nada mais, nada menos, que ninguém.

Quando consegui pegar no sono e acordei, percebi que não tinha dormido nem duas horas. Olhei para a cadeira com algumas roupas para dobrar que deixei ali, minha mochila que nem tinha desfeito, uns sapatos no canto quando eu estava experimentando qual levar para Vegas. Estava uma completa bagunça.

Levantei da cama e comecei a arrumar tudo. Desde os calçados, até os ladrilhos do banheiro. Deixei a casa com cheiro de casa nova, e fiz isso em uma manhã. Eu estava podre pela tarde, não queria mover um dedo. Ainda tinha dito que iria sair para caminhar com as meninas.

Deitei-me no sofá, pus meus pés pra cima e resolvi ignorar qualquer ligação em meu celular ou mensagem, até mesmo da minha mãe. Queria somente fechar meus olhos e ficar no completo silêncio.

-Será que está na hora de conseguir um emprego novo? – Penso em voz alta.

Se eu conseguisse alguns contatos com a Tiara, com o Bruno, com qualquer pessoa, poderia pegar um emprego novo, poderia ter alguma outra experiência. Algo eu preciso mudar, e talvez mudar isso seria uma boa coisa.

-Posso mudar meu cabelo! – Novamente fico pensando alto.

Meu cabelo voltou a ser o mesmo de antes, um palmo abaixo do ombro, umas vezes meio cacheado, outras meio liso, dependendo do meu humor, mas a cor continua o castanho de sempre. Poderia pesquisar outros estilos.

Sou atrapalhada pela campainha. Olho para o relógio e pelo horário só pode ser as meninas me buscando.

-Eu sumi, então tecnicamente estava evitando de ir caminhar... – Abri a porta e dou de cara com ele. – Com vocês! – Complemento o que estava falando.

-Oi! – Dá um sorriso de orelha a orelha. – Seja gentil e me convide pra entrar.

-Eu nem preciso convidar. – Abro a porta para ele passar. – O que está fazendo aqui? – Reparo em sua mochila.

-Vim dormir com você essa noite.

-Aham. – Digo desacreditada. – Onde está a Lana?

-Deixei com a Tiara. Mas é sério, eu vim dormir com você.

-Você está maluco, Bruno?

-Não. – Ele estava com um sorriso muito sapeca. Igual ao da Lana quando apronta. – Eu queria te ver, ia te chamar pra ir lá em casa, mas não sabia se você ia dar alguma desculpa ou simplesmente me ignorar, então preferi agir assim mesmo.

-Você é maluco. – Arqueio minha sobrancelha.

-Sou. – Tocou a mochila no meu sofá e veio em minha direção. – Eu sei que está sozinha até semana que vem. Não pode fugir de mim.

-Você é um perseguidor. – Deixo-o me abraçar pela cintura. – Não que eu não goste disso. – Aceito seu selinho e retribuo.

-Você se machucou ontem? – Ele tirou uma mecha caída de cabelo em meu rosto e pôs atrás da minha orelha.

-Somente a marca das unhas dela em minha canela, que ficaram roxas. Mas fora isso, nada mais.

-Eu vou beijar para melhorar. – Depositou um beijo em minha testa. – Quer saber como ela ficou? – Esperei ele me falar sem precisar responder. – Ela estava como nariz sangrando, ficou com o rosto bem vermelho, marcado. Nada de cortes, mas ficou um pequeno roxo onde você pisou na barriga.

-Ela poderia ter ficado pior. – Dou de ombros.

-Você iria matar ela. Pensei que iria sair apenas uma discussão, estava lá assistindo e me divertindo.

-Ah, claro. – Reviro meus olhos. Caminho até o sofá e sento no canto. – Fazia tempos que ela me tirava do sério. Sempre uma charada, uma piadinha, algo que ela fala da Lana... Tudo isso estava acumulado, e eu depositei naquela linda carinha. – Novamente deixo meus ombros rolarem.

-Lea, você estava cega. Nunca vi você tão possessa.

-Eu estava segurando essas coisas há tempos, estava brava. – Balanço a cabeça. – Mas porque vocês terminaram?

-Ah. – Ela deu uma risada nasalar. – Lea, ela me fez colocar a Lana em público e eu nunca quis isso. Quando é que eu iria me afastar de você por conta própria?

-Tá, mas você deixou ela fazer isso e fez isso também.

-A gente brigava o dia todo, o tempo todo. Ela é mimada, não quer fazer nada. Às vezes nós estávamos juntos e ela não largava o celular, era o tempo todo com aquilo. Enchia meu saco perguntando cada passo que eu estava dando, queria controlar tudo que eu fazia.

-Bruno... – Balanço a cabeça e tento medir minhas palavras, ou melhor, é bom nem tocar nesse assunto.

-O que?

-Nada.

-Pode falar.

-Assim... Bem antes de você conhecer ela e eu conhecer o Richard, você passava o tempo todo no celular, lembra? Você nem ouvia o que eu dizia. Só queria saber de discutir por mínimas coisas, e nunca queria fazer nada.

-Lea... É diferente.

-Claro que é diferente, não disse ao contrário, mas isso foi algo do universo mostrando pra você que não era legal o que fazia antes.

-Agora não faço mais. Sim?

-Agora não, mas já fez. Isso foi um tapa do universo.

-Ok, eu aceito isso. – Ele rola seus ombros, fechando os olhos lentamente e abrindo novamente. – Eu tinha outros motivos para fazer isso também.

-Quais?

-Outros motivos. – Bem, se ele não queria falar, eu que não iria insistir.

-Ela vai voltar atrás de você, sabe disso?

-Phil me disse a mesma coisa!

-Se prepara. Sabe que ela é bem o tipo que não vai aceitar ter sido largada. Ela vai voltar atrás, ela vai querer berrar...

-Já basta o escândalo que ela fez ontem. Quem via de fora pensava que eu estava matando ela lentamente com uma faca de cozinha.

Bruno começou a me contar os detalhes de toda a briga, que começou assim que eu saí. Percebi que durou bastante quando ele disse que foi quando eu saí e eu calculei o tempo que fiquei tomando banho e olhando televisão, além de falar com as meninas.

Pegamos duas taças e bebemos o pouco de vinho que ainda restava em minha garrafa. Optamos por pizza, porque eu não estava em condições de cozinhar e Bruno se recusava a ir pra cozinha. Nós ligamos para a Tiara, falamos com a Lana e voltamos a conversar com a televisão ligada e um programa qualquer dando no fundo.

-É engraçado isso. – Bruno coloca a taça vazia sob a mesa de centro. – Sabe um dia que eu fiquei com raiva de você?

-Quando?

-Quando estávamos em Paris. Nossa, eu estava tão bravo.

-Bruno, eu até hoje não entendo porque era tão infantil. O que era aquilo? Ficar bravo comigo por eu ter ido ver a torre com a Lana antes de você?! – Tomei meu último gole e encarei o fundo da taça.

-Eu estava bravo com tantas coisas, Lea. Mas você nunca via quando me feria.

-Eu não feria você, porque houve um tempo em que parou de se importar comigo. – Dou de ombros. Aquele não era um assunto pra virar pessoal.

-Eu vou lembrar você.

FLASHBACK

-Nossa, mais uma. – Estalo o pescoço, indo para a cozinha quando vejo a cena que estava na sala.

-Lea, não torra minha paciência, ok? – Bruno me persegue.

-Eu falei com você? – Ele mantém-se calado. – Porque eu tenho certeza que não.

-Você é infantil. – Ele abre a geladeira. – Muito infantil.

-Estou indo pra escolinha com a Lana. Não sabia? Curso extensivo. Deveria aproveitar. – Pesco uma maça da fruteira.

-Pro inferno você já foi quantas vezes? – Ele vira-se, ainda com a geladeira aberta.

-Moro nele, com você. Ou esqueceu?

-Você consegue ser mais irritante que a minha irmã!

-É um dom, maravilhoso não é?

-É sim. – Ele empurra a porta com raiva.

Bruno permanece ali, fazendo e comendo um sanduíche de atum, enquanto eu termino minha maça. Ligo a televisão e vasculho os canais bons. Ele senta-se na bancada e começa a fazer um barulho irritante com a cadeira.

-Dá pra parar? Por favor!

-Não. – Ele continua a fazer o barulho.

-Quem está sendo infantil agora?

-Ainda é você, sempre será.

-Há tantas coisas que você sempre será e eu não estou falando delas... – Troco de canal mais uma vez.

-Diga quais são... Famoso, lindo.

-Nada disso.

-Então o que?

-Vazio, sozinho, solitário. Nunca terá alguém pra amar você como seus pais se amavam, como suas irmãs tem. Você pode leva-las no altar, mas nunca ninguém vai levar você, porque Bruno, você não tem paradeiro, e isso não é uma coisa boa. Você é imprevisível e se continuar com esse mesmo comportamento, no dia do seu enterro será apenas você no caixão, a Lana num lado e suas irmãs no outro. Não quer preservar seus amigos, não quer ouvir conselho de ninguém, tudo bem. – Dou de ombros, agora olhando pra ele. – Mas nunca se esqueça que seu corpo e sua fama se vão, o que fica são as lembranças, e não serão essas mulheres sujas com quem transa todas as noites que lembrarão de você. Será as pessoas que você cuidou e amou e que cultivou pra ter isso de volta. Mas você não está fazendo isso por merecer. Briga comigo, briga com as suas irmãs, xinga seu pai, para de falar com seus amigos de verdade por uma semana por conta de uma discussão boba.

-Eleanor...

-Eu falei que tinha muitas coisas pra falar, e elas não estão nem pela metade.

-Não as fale, porque eu não quero ouvir.

-A verdade sempre dói!

-Saia da minha cozinha, agora. – Ele aponta para a porta, mas não me olha, fita apenas o chão e não levanta a sua cabeça.”

FLASHBACK OFF

-Isso nunca saiu da minha mente! – Ele fez uma careta. -E só você acha que houve um tempo que eu não me importei, porque eu sempre me importei, até quando fingi que não me importava.

-Desculpe. – Torci meus lábios lembrando de toda aquela noite e do quão difícil foi vê-lo no outro dia sem nem me olhar.

-Foi no passado. – Bruno dá de ombros, mexendo em seus dedos. – Eu queria saber se ainda pensa isso de mim?

-Não. – Balanço a cabeça com convicção. – Óbvio que não.

-Suas palavras muitas vezes doem! – Ele dá um riso meio amarelado, aquele riso de uma nostalgia não muito boa. – Palavras quando atingem o coração doem mais que punhais e estacas.

-Eu vivia amargurada, Bruno. – Dou um sorriso amarelo também. – Eu gostava de você.

-Mas você não dizia.

-E não adiantaria de nada. Bruno, você queria viver. Quem seria eu para tirar de você isso? O que seria eu pra fazer isso com meu melhor amigo? Eu que tinha errado.

-Passado é passado. – Ele esticou a mão pra mim. – Ok?

-Ok. – Apertei a sua mão com força.

-Você não pensa mais que eu vou ser solitário e nojento pro resto da vida?

-Não mais. – Solto um riso frouxo e ele ri.

-Que bom, porque eu também não, e prometo que não irei mais deixar você mal. Ok?

-Ok.

-Agora eu estava pensando... Lana merece ter uma irmã, sabe?

-Hm... Sei.

-E ela precisa ter uma irmã agora, pra poder ensinar pra ela como brincar e como fazer os deveres de casa. Sim?

-O que quer com isso?

-Eu posso praticar em você? – Pegou minha mão e a beijou enquanto sussurrava isso.

-Você não presta. – Abro um safado sorriso em minha boca e ele não perde tempo de avançar o sinal para me beijar. 


Notas Finais


Eu sou muito cara de pau de aparecer depois de um tempão sem nem falar nada, né? Eu sei. Eu lamento. Mas gente, vocês não sabem como é horrível estar onde eu estou. Porque eu consigo ter inspiração pro futuro da fanfic, MENOS pra agora que é onde eu mais preciso :c
Espero que vocês consigam me perdoar e que tenham gostado. Eu estou me esforçando, juro.
Amo vocês demais. <3
/Dri


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