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História Ex Nunc - Despertar no mundo dos mortos


Escrita por: Aoneko-Lee

Notas do Autor


Olá gente, depois de muito tempo eu estou de volta com outra fic IchiRuki.
Bom, apesar da sinopse não ser muito clara a estória de Ex Nunc é bem simples. Ela é um trabalho muito recente, vindo depois de um terrível bloqueio criativo, mesmo assim espero que gostem.
Desculpem os erros, boa leitura. :3

Capítulo 1 - Despertar no mundo dos mortos


Fanfic / Fanfiction Ex Nunc - Despertar no mundo dos mortos

Ichigo acordou em um quarto vazio. Seus olhos se adaptaram com dificuldade a luz do ambiente, não que estivesse muito claro, mas, aparentemente, os olhos do Kurosaki estavam desacostumados com até mesmo uma luz tênue.      

Ele se perguntou onde estava e por quanto tempo dormira, de certo não fora pouco, pois seu corpo estava dolorido e os membros duros de permanecerem naquela posição.

Apoiou os antebraços no futon e por fim as palmas das mãos até conseguir sentar o corpo. Espreitou o recinto, reparando na sala ampla e vazia com decoração japonesa tradicional. Soube onde estava pela elegância e falta de personalidade do lugar.

Acordara na mansão Kuchiki.

Apenas quando tentou chamar alguém é que notou o quanto a garganta estava seca e dolorida, sem falar que sua boca estava com um gosto amargo de revirar o estômago.

Ele teria ficado por horas ali implorando por um pouco de água se uma moça não tivesse entrado no cômodo menos de dois minutos depois. Aparentemente era uma empregada da família Kuchiki que vinha limpar o quarto.

— Kurosaki-san?! — Ela se adiantou em apoiar o ruivo e voltar a colocá-lo na posição da qual custara tanto para sair. — Fique deitado, vou buscar ajuda.

A moça correu para fora do quarto e não mais que sessenta segundos depois retornou com um senhor, é claro que para o ruivo pareceu um tempo muito maior.

O homem começou a analisar Ichigo e para alegria do jovem lhe concedeu um gole de água que foi o suficiente para aliviar o sofrimento de sua garganta.

— Não fique aí parada. — Bradou o senhor com a moça que observava a cena estática. — Vá chamar Kuchiki Rukia-san.

Sem nem pensar a mulher saiu em disparada mais uma vez. Ichigo permaneceu olhando para a porta do quarto usando todas as suas energias para não cair no sono, mas suas pálpebras já pesavam exaustas.

Ele pode ouvir os passos ligeiros dos tamancos dela sobre o chão de madeira e, enfim, ela abriu a porta de correr ruidosamente, era seguida pela empregada que fora chama-la.

De imediato o senhor se colocou em pé se afastando do futon de Ichigo e Rukia caiu de joelhos ao lado do amigo. Ele reparou que ela vestia um simples robe branco, provavelmente estava dormindo ou prestes a fazê-lo, ele não tinha qualquer noção de que período do dia era para saber.

— Rukia. — Ele esboçou um sorriso cansado que fez com que seus músculos da face doessem.

— Estou aqui. — Ela tentou não parecer emotiva e demasiadamente preocupada, mas era impossível depois de todo esse tempo. Olhava para o Kurosaki com ternura e alívio aparente, teve que se controlar para não acariciar o cabelo dele como costumava fazer enquanto ele dormia.

— Por quanto tempo eu estive dormindo? — Sua voz soava estranha enquanto as cordas vocais tentavam se reacostumar a falar.

Ela não respondeu de imediato, apenas o encarou com um olhar sério e ele interpretou corretamente que não gostaria da resposta.

— Pouco mais de seis meses. — Disse, por fim.

Os olhos castanhos se arregalaram ao perceber que perdera meio ano de sua vida. Constatar isso foi triste para ele, mas não estava surpreso, parecia ter passado um milênio desde a sua última lembrança concreta que era a de golpear Yhwach e depois cair.

— Eu estive aqui esse tempo todo? — Ela anuiu. — Por que não me levaram para casa?

E mais uma vez a Kuchiki fez silêncio. Ele não precisou interpretar o olhar, já suspeitava da resposta desde antes da batalha final contra Yhwach.

— Ichigo... Urahara tentou criar um gigai que contivesse a sua reiatsu, até mesmo Mayuri forneceu material, mas…

— Eles não conseguiram. — Completou o ruivo.

— Eu estava lá, vi três protótipos de gigais com a sua aparência explodirem ao tentarem conter sua alma, seu corpo não teria chance.

— Eu... — Os olhos castanhos envoltos por profundas olheiras vasculharam o rosto pálido da amiga em busca dos orbes violetas. — Estou preso na Soul Society?

Ela respondeu com um aceno de cabeça.

— Sinto muito.

— Eles tem previsão de quando vão conseguir me mandar para casa?

— Ichigo, você nunca mais vai voltar ao mundo real.

-

Byakuya terminava de ajeitar a roupa que diariamente usava para trabalhar quando ouviu duas batidas de leve em sua porta, antes que pudesse autorizar a entrada uma voz soou do lado de fora.

 — Kuchiki-san. — Era o médico da família que estava morando na mansão desde que o garoto Kurosaki foi transferido para a casa deles por insistência de sua irmã menor. — Ele acordou.

-

O líder da família Kuchiki seguia tentando disfarçar sua pressa pelos corredores vazios de sua casa. Sem bater ou se anunciar abriu a porta de correr de um dos quartos de hóspede tendo a visão de sua irmã ajoelhada ao lado do futon em que um garoto ruivo repousava.

Os olhos cinzentos de Byakuya se estreitaram para a mão do rapaz que descansava sobre a de Rukia.

— Nii-sama, que bom que chegou! — Rukia virou o rosto para ele, era evidente que ela estava feliz, mesmo tentando esconder o brilho nos olhos violetas denunciava isso. — O Ichigo acordou.

— É o que parece. — A aparência do ruivo não era das melhores, mas ele estava realmente acordado. Byakuya não tinha qualquer esperança de que ele despertasse, mas, mais uma vez, o moleque excedeu suas expectativas.

Ichigo olhou por um momento para Byakuya que o encarava com a mesma expressão de desprezo de sempre, mas logo voltou a olhar para Rukia que apoiava sua mão delicadamente, se perguntou quanto tempo essa fase gentil da morna duraria.

— Você quer comer alguma coisa? — Ela perguntou ao ruivo e o Kuchiki atentou para a cena, melosa demais para o seu gosto.

— Seria bom, mas eu queria tentar levantar primeiro. — Disse o ruivo se apoiando mais uma vez nos antebraços, dessa vez sem muita dificuldade.

— Kurosaki, seja paciente, acabou de acordar. Rukia, está na hora de ir para a décima terceira divisão.

— Nii-sama, acho que vou ficar e…

— Mandarei um funcionário trazer algo para o Kurosaki comer e o ajudar no que for preciso. Quanto a você Rukia, melhor se apressar, como sua divisão está sem taichou sua presença é fundamental.

— Hai, nii-sama.

— O que aconteceu com Ukitake-san? — Perguntou o ruivo já sentado.

— Ele foi um dos muitos que não sobreviveram à guerra. — Comentou Rukia se levantando, a morena vinha tentando não demonstrar seu sofrimento pela morte do taichou, mas estava profundamente abalada. — Até depois Ichigo.

— Até. — Ele viu o casal de irmãos sair do cômodo ficando sozinho sentado no futon.

-

Inoue caminhava sozinha carregando suas sacolas de compras, ela debatia consigo mesma se deveria ou não ir à Urahara Shop pedir que o loiro abrisse o senkaimon para ela.

Já fazia um mês que ela não visitava o Kurosaki e já estava aflita de saudade. Após a derrota do rei quincy o ruivo entrou em uma espécie de coma para recuperar toda a energia gasta.

Por quase um mês Orihime foi hóspede da família Kuchiki e passava quase o dia todo junto do ruivo tentando cura-lo. Depois de um tempo ficou claro que os poderes dela não surtiam efeito, ou ele se recuperaria sozinho ou não se recuperaria.

Foi com muito pesar que ela aceitou o conselho de Urahara e retornou para o mundo real com intenção de seguir com sua vida. Infelizmente, isso não aconteceu. Orihime não conseguia se concentrar em nada do que fazia, pensava o tempo todo em como Ichigo estava e se havia acordado.

Com dificuldade Inoue procurou as chaves de casa em sua bolsa e destrancou a porta. Sem muito ânimo a ruiva começou a guardar suas compras.

Quase meia hora depois ela estava preparando seu jantar quando foi despertada pelo celular que vibrou sobre o balcão da cozinha, deixou um ligeiro sorriso escapar quando leu o nome de Uryuu na tela.

Desde o retorno de Orihime ao mundo humano, a amizade da ruiva com o quincy se intensificou, Uryuu parecia entender o sofrimento dela e estava apoiando a garota da melhor forma que podia.

Ela abriu o chat com ele e suas pernas tremeram quando ela leu as duas palavras enviadas pelo quincy.

“Ele acordou.”

-

Ichigo estava sentado no jardim à sombra de uma cerejeira de Byakuya, esperava que Rukia chegasse o mais cedo possível, pois a mansão Kuchiki era demasiadamente entediante e segundo o octogenário que se dizia médico ele ainda não estava em condições de sair dali.

Provavelmente o senhor grisalho tinha razão, o ruivo passara seis meses dormindo e despertara há menos de doze horas, mesmo assim, lhe parecia bem mais saudável para sua mente dar o fora daquela casa.

— Então os boatos são verdadeiros. — Uma inconfundível voz chamou a atenção de Ichigo. — Finalmente cansou da soneca e decidiu acordar?

— Renji? O que faz aqui?

— Quando me disseram que você tinha acordado eu precisei ver com meus próprios olhos. — Disse o tenente da sexta divisão cruzando os braços e encarando o ruivo que permanecia sentado.

— Queria ter acordado antes. — Comentou Ichigo sem encarar o maior e se perguntando porque Renji podia estar ali e Rukia, que possuía o mesmo cargo, não.

— Pra falar a verdade eu estava começando a achar que você não ia acordar mais. — Comentou pouco confortável com o tema em discussão. — Mas que bom que voltou do mundo dos sonhos e agora, quais são os planos?

— Planos? Não sei. — Confessou Ichigo enquanto Renji se sentava à alguns metros dele. — Só quero ver minha família, saber que estão bem.

— A Rukia te contou? — O tatuado olhou apreensivo para o amigo, não queria ter que dar essa notícia a ele.

— Que não posso mais voltar ao mundo real? Sim, contou. — Ichigo olhou para as próprias mãos, ainda abalado sobre isso.

— Sei que parece ruim, mas a vida aqui é melhor do que parece. — Abarai, com certeza, não tinha muita habilidade em conversas motivacionais, mas estava se esforçando pelo amigo.

— Na verdade… — Ichigo bagunçava o cabelo mais comprido que o normal. — Eu não me importo de ficar aqui, só vou sentir falta das minhas irmãs... e um pouco do velho.

— Não se preocupe, eu sei que eles vão ficar bem sem você. — O tatuado sorriu debochando do menor. — Eu preciso voltar ao sexto bantai antes que o taichou perceba que eu saí.

Ele ficou em pé e Ichigo acenou para o mesmo ainda sentado, sabia, por experiências recentes que ainda não estava recuperado a ponto de se levantar muito rápido.

-

Rukia balançava o pé sem parar enquanto terminava de preencher um relatório insignificante, na concepção dela. Olhou pela janela a posição adiantada do sol, não demoraria para escurecer, ela esperava que pelo menos nesse dia conseguisse sair no horário.

— Se quiser eu termino tudo aqui. — A voz de Kiyone soou atrás de Rukia.

— Não precisa, é seu último dia aqui, não seria justo te dar meu trabalho só porque quero chegar mais cedo em casa. — Respondeu a baixinha. 

— Justamente por ser meu último dia que devo me esforçar ao máximo, não se preocupe, eu fico feliz em ajudar uma última vez. — Falou a loirinha que a partir da manhã seguinte seria transferida para quarta divisão, onde atuaria como tenente de sua irmã.

Rukia sorriu sem jeito, não costumava ser negligente com seu trabalho, mas uma estranha agonia a afligiu durante todo o dia, ela queria estar em casa para saber como Ichigo estava e ficar de olho para o ruivo não se meter em nenhuma encrenca com seu nii-sama.

-

A morena entrava em casa quando paralisou com uma visão, no mínimo, incomum. A sala onde Byakuya normalmente meditava e fazia suas preces para Hisana e os ancestrais Kuchikis falecidos, estava com a porta totalmente aberta, ela reparou que não só seu irmão estava ajoelhado em posição de respeito, mas Ichigo também.

A baixinha caminhou lentamente, fazendo silêncio e entrou na sala, eles continuaram com as mãos juntas em frente ao corpo e com olhos fechados. Estavam a quase três metros de distância um do outro, mesmo assim, era um momento de extrema intimidade, conhecendo esses dois.

Logicamente Ichigo não conhecia qualquer um dos falecidos que eram homenageados naquela sala, por isso não sentia saudade ou vontade de rezar para qualquer um deles, mesmo assim o excesso de tédio que aquela casa o proporcionava fez com que o ruivo, espontaneamente, se oferecesse para acompanhar Byakuya em seu momento de luto diário.

Ichigo ergueu discretamente a pálpebra do olho direito quando sentiu alguém se ajoelhando ao seu lado. Era Rukia, ela se colocara a rezar entre o irmão e o amigo. O ruivo voltou a fechar os olhos e os três ficaram na mesma posição, em silêncio, por mais um bom tempo.

-

Byakuya estava profundamente arrependido de ter dado ao Kurosaki adormecido um quarto tão próximo do de Rukia, agora que ele acordara temia por sua irmã.

Observou os dois que discutiam sobre um assunto qualquer, até que a paz entre eles havia durado bastante, conhecendo o jeito grosseiro do garoto. Era provável que a rotineira tranquilidade da mansão Kuchiki acabaria desse momento em diante.

Ichigo e Rukia seguiam uma guerra particular, o ruivo estava determinado a sair no dia seguinte, mesmo contra ordens médicas e a morena insistia que ele deveria esperar uma semana, ao menos.

Estavam os três na varanda externa, caminhando para seus respectivos quartos. O líder do clã Kuchiki virou para entrar em seus aposentos se perguntando se seria boa ideia deixar Rukia e o moleque a sós. Esperava que sua irmã tivesse juízo pelos dois.

-

Ichigo e Rukia caminharam um pouco após ela se despedir do irmão. Era evidente que Ichigo estava melhor, mas a morena temia por ele, tinha medo dele voltar a dormir e não acordar.

— Rukia, onde era mesmo aquele quarto em que eu acordei. — Ichigo bagunçava o cabelo olhando para as muitas portas iguais distribuídas pela varanda.

— Por que acha que é lá que vai dormir? — Rukia perguntou abrindo uma porta que deveria ser de seu quarto.

— Onde eu vou dormir então? — O ruivo estava corado, deveria ter interpretado erroneamente o que a morena disse, ou será que ela estava mesmo o convidando para entrar?

— No meu guarda-roupa, é claro. — Ela sorriu satisfeita da careta de decepção dele. — Não se preocupe, o meu é bem maior que aquele cubículo em que você me fez dormir quando morei no mundo real.

— Eu não fiz você dormir no meu armário, você foi porque quis!

— Não precisa ficar irritado, por sorte aqui em casa tem espaço de sobra então aquele quarto é seu.

— E onde ele fica? — Repetiu a pergunta já cansado das brincadeiras de Rukia.

— Por aqui. — Rukia fechou a porta do próprio quarto e seguiu pelo corredor. — Esse é seu quarto, não se perca de novo. — Ela apontou para a porta de correr do quarto que ficava imediatamente ao lado do seu.

— E por quanto tempo esse vai ser meu quarto? — Rukia estreitou os olhos sem entender o que ele queria saber.

— Se quiser trocar pode falar com um funcionário.

— Não é isso… — Ichigo começou a coçar o cabelo da nuca sem muita certeza do que dizer. — Até quando eu vou ser hóspede na mansão?

— Você quer sair?

— Não sei, mas não posso morar de favor aqui para sempre.

Rukia pensou em perguntar, “por que não? ”, mas se conteve, não queria dar a impressão de que ela o queria ali.

— Pode se preocupar com isso outra hora, o nii-sama ficou feliz em te receber aqui e seria falta de educação recusar a hospitalidade dele.

— Não tenho muita certeza de que que Byakuya sinta toda essa felicidade.

— Ele vai sentir se você não for um resmungão mal-agradecido.

— Tudo bem, depois discutimos isso. Vou dormir então. — O ruivo disse arrastando a porta de correr do cômodo. Ele não iria admitir, mas estava ansioso para encontrar as irmãs e o pai que viriam na manhã seguinte. — Boa noite.

— Boa noite. — Rukia respondeu com pesar nos olhos e o peito apertado pelo medo de ele não acordar na manhã seguinte, mas é claro que o desatento Kurosaki não notou o quanto a baixinha estava apreensiva.

O rapaz já estava fechando a porta quando ela deu um passo para dentro do quarto.

— O que foi? — Rukia estava muito próxima e parecia angustiada. Era o mesmo olhar que lhe lançara quando ele perdeu os poderes e tiveram que se despedir. — Está tudo bem?

— Sim… Está, não é nada. — Ela se virou saindo do quarto e caminhando para a próxima porta. — Boa noite, Ichigo. — Disse outra vez antes de se trancar.

— Boa noite, Rukia. — Sussurrou sem ser ouvido e se fechou em seu novo quarto.


Notas Finais


Quem já acompanhou outras fics minhas sabe que eu tenho preferência por comedias, essa fic não será diferente, porem ela vai ter um tom mais sério. Espero dar conta ‘-‘

Provavelmente postarei dentro de uma semana. Até lá.


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