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História Ex Nunc - Aniquilação das consciências


Escrita por: Aoneko-Lee

Notas do Autor


Esse capitulo demorou um pouco, eu sei, mas fiz o possível para escreve-lo mais rápido. Literalmente, escrevi enquanto trabalhava, porque estou sem tempo livre, pelo menos por essas semanas.
Perdoem meus erros e boa leitura.

Capítulo 5 - Aniquilação das consciências


Fanfic / Fanfiction Ex Nunc - Aniquilação das consciências

Os olhos azuis/violetas se abriram preguiçosamente. A manhã nublada começava a tomar nitidez para a baixinha. Sem pressa, ela esfregou os olhos e tentou se espreguiçar para espantar o sono, foi em vão. Algo muito pesado a prendia contra o futon.

Intrigada, Rukia tentou afastar seu rosto do objeto que a segurava para que tomasse forma. Ficou paralisada de surpresa e até susto quando o inconfundível laranja gritante dos cabelos de Ichigo entrou em seu campo de visão.

Por fim se dera conta estava deitada no quarto do ruivo, compartilhando o leito com ele. De bruços o jovem Kurosaki dormia tranquilamente enquanto seu bíceps do braço direito repousava sobre o fino corpo de Rukia.

Recapitulando os acontecimentos da noite anterior, a Kuchiki se deu conta de que, como vinha fazendo há alguns dias, ela se juntou ao ruivo após um de seus pesadelos para velar seu sono. Eles haviam descoberto que nas noites em que a baixinha passava ao lado do maior, os pesadelos quase não apareciam e ele podia descansar tranquilamente.

Nessa noite não houvera exceção, mais uma vez Ichigo tivera um pesadelo e a pequena fora em seu socorro. No entanto, Rukia havia decidido deitar ao lado do futon dele para descansar os olhos por um instante. Como resultado, acabara dormindo profundamente e o amigo adormecido envolvido seu corpo em um abraço, pelo menos era a suposição da tenente.

Por um curto momento, a morena cogitou agredir o ruivo com toda a sua força, mas a incomum visão dele dormindo tranquilamente e sem sinais de pesadelos, devolveu a calma a baixinha que em vez de usar a violência, girou o próprio corpo lentamente a fim de encarar o rosto amassado pelo sono do Kurosaki.

Ichigo era realmente muito bonito, ela admitiu para si, prometendo jamais deixar o substituto de shinigami saber disso.

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Os passos apressados do ruivo se faziam audíveis na calçada da rua de sua casa. Mais uma vez ele estava cerca de sete minutos atrasado para o primeiro horário, por isso corria rumo ao colégio. Por sorte as ruas estavam vazias e ele podia transitar sem mais prorrogação.

Virou uma esquina com pressa sem prestar atenção aos arredores, apenas depois de três largas passadas que parou abruptamente chocado com a paisagem que o cercava.

O bairro residencial bem organizado e limpo, na medida do possível. Já não era o mesmo de instantes atrás, toda uma desolação e um caos perturbador se espalhavam por lá.

As memórias de como toda aquela destruição chegara a Karakura voltavam em um turbilhão à mente do deus solitário. Ele havia feito isso, tinha destruído seu lar e a cidade onde nasceu e cresceu, acabara com tudo e todos que ali existiram. Todos que um dia havia amado estavam mortos, mortos por essas mesmas mãos que agora vagavam sem rumo entre os mundos.

-

O riso fácil e melódico do loiro ressoava por todo o teatro que, atualmente estava vazio com exceção do guitarrista e violinista que, mais uma vez, treinavam e, de certo modo se divertiam juntos, após o fim de mais um ensaio da orquestra.

Sado, que na maior parte do tempo era introspectivo e solitário, não conseguindo trocar mais que meia dúzia de palavras de uma vez com outra pessoa, tinha certa facilidade e até espontaneidade conversando com Seiji, que, por sua vez, tinha o dom de revelar o melhor das pessoas e Chad não era exceção.

Enquanto os instrumentistas praticavam e aprimoravam suas habilidades, uma conversa neutra aproximava os dois rapazes que, apesar de aparentemente opostos, se entendiam como ninguém mais.

Yasutora Sado, que durante a maior parte da vida fizera o possível para ser discreto e passar tão despercebido quanto sua aparência permitia, sentia uma suspeita ansiedade e até voluntariedade em conversar com Seiji Asumi.

Infelizmente, uma cautela característica do moreno, lhe dizia que aquele envolvimento estava errado, uma vez que os mundos deles eram opostos, tal qual suas personalidades.

Outro fator que assombrava o guitarrista era a possibilidade, ou melhor, certeza, dos seus sentimentos por Seiji serem mais que uma amizade entre colegas de orquestra.

Isso não seria surpresa, já que Chad havia confirmado sua opção sexual vários anos atrás quando se descobriu apaixonado por seu colega de classe e posteriormente amigo, Kurosaki Ichigo.

Claro que ele guardou seus sentimentos para si, visto que o ruivo claramente não tinha intensões de se envolver romanticamente no momento e depois por perceber que sua grande amiga, Inoue, estava caída de amores pelo rapaz.

A homossexualidade nunca foi um problema aos olhos de Chad, seu único erro era gostar de alguém que, nitidamente, não estava interessado, todavia, outra vez, seu coração o traíra, fazendo-lhe se interessar, de maneira avassaladora, por uma pessoa que jamais aceitaria seus sentimentos.

O azul cristalino, como o de uma piscina limpa recheada de cloro, deslizou dos dedos do moreno que trilhavam as cordas metálicas de sua guitarra para o relógio de pulso.

— Já passa das onze! — Reclamou fazendo com que o moreno parasse imediatamente a melodia. — Temos que ir ou irão nos trancar aqui dentro. — Sorriu fechando os olhos e ressaltando sua covinha na bochecha esquerda.

— Certo. — Concordou o outro infeliz, mas sem pensar em nada que pudesse prolongar o encontro.

— Sabe, deveríamos nos encontrar fora daqui. — Comentou o loiro após juntar suas coisas e colocar o case do seu violino nas costas.

—… Tudo bem…

— Se você quiser, é claro. — Completou enquanto seguiam para o lado de fora do teatro.

— Eu quero! — Respondeu um pouco rápido e empolgado demais para o seu normal, o outro se limitou a sorrir.

— Se não estiver ocupado agora, poderíamos…

— Hey, Sado-kun! — Uma voz soprano, ligeiramente mais aguda do que seria agradável, chamou do outro lado da rua deserta.

— Inoue, o que faz tão tarde por aqui? — O moreno questionou dando leves sinais de preocupação com a ruiva.

— Eu estava na casa da Tatsuke-chan, ela insistiu que eu passasse a noite lá por causa do horário, mas como eu tenho que trabalhar amanhã cedo, decidi voltar para casa.

— … Hm… Certo. — Chad não poderia negar que Orihime podia se defender sozinha, mesmo assim a natureza gentil e frágil da ruiva despertava um extinto protetor no maior. — Esse é Asumi Seiji, da orquestra, Seiji, essa é Inoue Orihime, uma amiga.

— É um prazer. — Cumprimentou o jovem estendendo a mão para a garota que a apertou risonha.

O loiro observou o cabelo longo e, aparentemente, macio e bem cuidado que a garota ostentava. Embora o alemão não tivesse costume de reparar nessas coisas, era impossível não notar as curvas femininas proeminentes da ruiva.

— Quer que eu te acompanhe até seu apartamento? — Propôs o maior visando a segurança da amiga.

— Não precisa Sado-kun, eu chego lá em um instante!

— Você mora do outro lado da cidade.

A garota corou ao perceber que sua desculpa não fazia sentido.

— Não precisa se incomodar por causa disso…

— Tudo bem, melhor que eu te acompanhe, por segurança.

— Hm… Certo, se é assim, podemos ir juntos, posso te ajudar caso um assaltante te ataque.

— Claro… Já vou indo Seiji, obrigado pela ajuda, nos vemos amanhã?

— Até amanhã, então. Foi um prazer te conhecer, Inoue-San.

— Igualmente. — Respondeu a ruivinha e ela e o moreno passaram a caminhar pela rua deserta.

Seiji os observou até sumirem de vista. Se pegou analisando em retrospectiva a naturalidade com que Sado e Inoue conversavam. Embora o moreno já estivesse infinitamente mais próximo do violinista do que quando começaram a estranha amizade, jamais, Yasutora, parecera tão espontâneo quanto com a ruiva. Aos olhos do alemão, eles pareciam até íntimos.

Estava experimentando um irracional sentimento que, nunca antes, atormentara o europeu, o ciúme.

Com um suspiro cansado de aceitação, suspeitando que jamais poderia competir com a ruiva, ele colocou as mãos nos bolsos do casaco e rumou para seu carro.

-

Ichigo abriu os olhos procurando pela dona da voz que tentava o salvar de toda aquela solidão. Encontrou o azul/violeta dos olhos de Rukia carregado de preocupação e dor, não que ela estivesse ferida, mas o ruivo sabia que estava causando um sofrimento quase físico nela com esses ataques noturnos.

— Ichigo, tá tudo bem, foi só um sonho… — Rukia trêmula, soava incerta.

Aparentemente Ichigo despertara, mas ainda tremia e suava frio como fazia quando estava sonhando. Os braços do ruivo prendiam com firmeza a cintura da morena e passara a pressionar com força o rosto contra o topo da cabeça dela, enfiando o nariz no meio dos fios escuros.

— … Eu sei… — Conseguiu murmurar, por fim. — Mas… Cada vez que eu acordo de outro pesadelo, fica mais difícil aceitar que essa é a realidade.

Ele afastou o rosto permitindo a ela levantar a cabeça para o encarar. Estranhamente, em nenhum momento ocorreu ao jovem libertar a cintura dela do abraço. Se sentia confortável assim, como se ela o estivesse envolvendo e protegendo. Além disso era perigosamente cômodo, como se seus corpos se encaixassem perfeitamente.

Rukia ergueu o rosto para encarar a face do amigo, paralisada, incapaz de o afastar ou de dizer qualquer coisa.

A respiração ainda ofegante e quente de Ichigo batia contra o nariz da morena, trazendo uma sensação prazerosa, como se o simples fato dele estar puxando e soltando o ar próximo a sua boca lhe deixasse mais viva.

O coração já acelerado de Ichigo passou a ditar o ritmo dos batimentos de Rukia. Um formigamento inesperado começou a percorrer o corpo da jovem, partindo do local em que os braços dele a pressionavam.

Por puro instinto Rukia aproximou o rosto da mandíbula dele, queria toca-lo, mas seus braços estavam imobilizados entre seus corpos. Deixou seu rosto se apoiar no pescoço do ruivo, próximo ao maxilar do maior.

Um instantâneo arrepio percorreu o corpo de Ichigo, desde seu pescoço até o baixo ventre e os pelos de sua nuca arrepiaram em aprovação.

O mundo parecia ter congelado ao redor deles, nada mais importava. Nem mesmo se davam conta do que estava acontecendo, apenas deixavam suas vontades mais profundas e perigosas aflorarem.

A sutileza e suavidade com que ambos deslocaram os rostos levando os lábios ao encontro um do outro foi tamanha que dava a impressão de ser um ato rotineiro para eles, mas essa era a primeira vez.

Com uma explosão de adrenalina, suas bocas se tocaram superficialmente em um gesto seco e quase desconfortável. Nesse instante os dois haviam se dado conta do que estava acontecendo e suas consciências sensatas gritavam inutilmente para que parassem.

Eles ignoravam o receio e todo o tabu que esse momento causaria, simplesmente, para sentir o calor interno acompanhado de um arrepio inexplicável, que lhes trazia a distante sensação de prazer, como se, enfim, depois de eras, seus corpos estivessem completos.

Ichigo afrouxou o abraço, permitindo a morena se posicionar melhor, o que ela fez prontamente. O primeiro contato havia acabado, mas a nenhum deles ocorreu parar por ali. Instintivamente, umedeceram os lábios e repetiram o processo de aproximação, dessa vez, puderam provar do gosto um do outro.

Era estranho, não poderiam dizer que o beijo era uma maravilha, não tinham prática, afinal, mas eles persistiam em experimentar como um vício silencioso que cresce à medida que é alimentado, quanto mais apreciavam um do outro, mais queriam.

Foi Rukia quem se atreveu a acariciar a língua dele com a própria. Ichigo, imediatamente compactuou com a ação, passando a reproduzi-la com mais intensidade.

Enquanto seus lábios se adaptavam, e suas línguas dançavam juntas se permitindo explorar os cantos desconhecidos da boca um do outro, seus braços passaram a se mexer tentando aliviar a tensão criada pelo contato.

Rukia se mantinha abraçada ao pescoço dele, com uma das mãos em sua nuca entrelaçada aos fios ruivos e a outra passeando distraidamente pelas costas largas dele. Ichigo pressionava o pequeno corpo contra si o enlaçando com o braço esquerdo, enquanto sua destra apertava a cintura fina.

Uma perna da morena se prendeu ao tronco dele, a pequena se empurrou contra o ruivo o fazendo rolar. Ichigo Acabou de barriga para cima, tendo Rukia deitada sobre si com uma perna de cada lado.

A posição era mais cômoda para ambos, permitindo a ela se mexer livremente e a ele passar a mão por uma parte maior do corpo dela.

Os beijos se tornavam mais afobados, mesmo assim a precisão aumentava, a cada novo contato, estavam mais habilidosos e confortáveis, o pudor não se fazia presente e até as vozes internas de suas consciências pesadas havia se calado, deixando para mais tarde o sermão sobre esse mau comportamento.

Relativamente consciente de seus atos, Rukia projetava seu corpo em direção ao rubro, gerando um atrito cada vez mais intenso. Enquanto a língua do maior deslizava entre os lábios da garota, sendo chupada com avidez pela mesma, os dedos carregados de curiosidade descobriam os sutis mistérios da curvatura esguia e delicada dela.

Mesmo por cima do tecido branco que Rukia usava para dormir, Ichigo pode sentir o calor que a pele clara emanava. As coxas finas e macias eram, surpreendentemente, torneadas. Embora o adolescente jamais tivesse usado essa palavra para se referir à alguém, ousaria dizer que o termo “gostosa” se aplicava, em parte, a ela.

Os seios pequenos e rígidos da garota já poderiam ser sentidos através do tecido roçando sobre o peito dele. Ichigo, sem pensar, levou a destra ao mamilo esquerdo dela, apertando e dedilhando sua delicadeza sem que suas digitais alcançassem diretamente a pele.

Ele se pegou especulando a tonalidade que teriam as pequenas auréolas, por fim, passou a imaginar e desejar todo aquele corpo nu e totalmente entregue.

Rukia não podia segurar os suspiros prazerosos acompanhados de sílabas ou vogais desconexas que deixavam claro o quanto estava gostando daquilo.

Suas pernas tentavam se manter firmes apoiadas no chão enquanto ela esfregava explicitamente sua intimidade contra a dele que já havia ganhado forma e tamanho fazendo com que a morena sentisse ainda mais satisfação no movimento.

Os dedos dele revezavam entre provocar deliberadamente seus mamilos sensíveis e apertar com força a carne das nádegas da morena contra si, acentuando o êxtase do momento.

A realidade foi chegando aos poucos conforme o quarto se tornava mais iluminado. Rukia sabia que estava na hora de se afastar, mesmo assim a tentação de só mais um beijo, só mais uma carícia a fazia permanecer ali, apenas alimentando o vício.

Com o lábio inferior dele entre dentes ela ouviu o gemido inconsciente dele antes de se desconectar ofegante. Com os narizes se acariciando sutilmente e suas respirações atropeladas atingindo a boca um do outro ela se esforçou para dizer:

— Tenho que ir trabalhar. — Embora tentasse soar informativa, o comentário da Kuchiki parecia mais um lamento.

— Fica. — A voz de Ichigo que normalmente parecia desinteressada ou carregada de tédio, saia como uma criança mimada pedindo um brinquedo.

Vale ressaltar que o jovem ainda tinha o mamilo esquerdo da morena entre o polegar e o indicador e a mão esquerda espalmada contra a confortável maciez do traseiro dela, tornando ainda mais difícil a decisão da pequena.

— Não dá. — Respondeu se arrastando de cima dele e sentando ao lado enquanto ajeitava suas roupas.

Ele se deu por vencido, era tudo que fazia quando ele e Rukia discordavam, aceitar que ela tinha a razão. Mesmo assim não podia reclamar de nada depois do que acabara de acontecer entre eles.

Um pouco vacilante Rukia se colocou de pé ao mesmo tempo em que ele se sentou a encarando. Deu alguns passos em direção a porta desejando não ir e ao mesmo tempo correr dali e se esconder de vergonha.

— Até mais tarde. — Foi tudo que o desconfortável Kurosaki conseguiu dizer encarando os pés dela enquanto bagunçava os cabelos da nuca.

— Uhum... — Concordou passando pela porta e a fechando em seguida.

— “Até mais tarde?”, Qual o problema comigo? — O ruivo murmurou sozinho caindo deitado com o antebraço tampando os olhos.

Do outro lado da parede a baixinha fechava a porta do próprio quarto tentando não fazer barulho. Sem se dar ao trabalho de caminhar até seu leito ela caiu sentada ali mesmo, apoiando as costas contra a entrada.

Levou as mãos ao rosto e fechou os olhos com força tentando manter os pensamentos mais calmos. Seu coração ainda estava acelerado, seu corpo inteiro parecia dormente, a pele estava mais quente em todo o lugar em que ele tocara.

— O que foi isso?! — Perguntou retoricamente passando a língua sobre os lábios tentando sentir mais uma vez o gosto dele. Se sentindo traída pelo próprio corpo e rezando, a nenhum deus em particular, para que o acontecimento não afetasse a amizade deles, ela se colocou em pé para começar a se arrumar.

Os dois, separados por uma parede, estavam cheios de dúvidas e muito confusos, mas tinham um pensamento em comum, que ressoava mais em suas cabeças do que qualquer outro: queriam provar dessa sensação outra vez.


Notas Finais


Eu realmente não sei o que achar desse capitulo, não é como se não gostasse dele, mas também não me agrada muito. Na verdade, eu estava bem nervosa em escrever essa cena IR, espero que não esteja tão ruim.
Se alguém acompanhou até aqui, obrigado por ler e postarei a continuação assim que der. ^^


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