História Excluded - Último Jogo

 — Bom... chegamos.— Ele falou assim que parou o carro.

— Obrigada pela carona.
— Sem problemas.— Eu ia sair do carro mas ele voltou a falar.— Você está bem?
— Sim...
— Por causa daquele jogo de basquete, eu quis dizer.
— Sim. Por que?
— Eu só queria saber, não tinha te perguntado ainda.
— Ok.
— Sabe, a gente podia sair algum dia.
— Tudo bem. É melhor eu ir. Tchau Alex.
— Tchau.

Entrei em casa, minha mãe ainda não tinha chegado, coloquei comida para o Steve e para o Dwayne, e limpei a sujeira deles. Uma hora depois minha mãe chegou, fui para o quartinho no fundo do meu quintal e fiquei lá um pouco. Logo o Peter apareceu.

— Oi.— Ele falou e sentou do meu lado.
— Oi.
— O que você tem?
— Qual é meu problema?
— Como assim?
— Faz três meses e meio que eu perdi meu pai, por que eu não estou tão mal quanto eu deveria estar?
— Cada um fica de luto em uma maneira diferente.
— Mas eu sinto falta dele. Só que eu não estou tão triste quanto eu deveria estar.
— Ficar sentada aqui em um quarto cheio com as coisas dele não vai te ajudar no momento. Você estava bem de manhã, o que aconteceu?
— Eu só vim aqui olhar e comecei a ficar mal.
— Vamos entrar, ok?
— Sim.— Nós fomos até meu quarto.
— Você conseguiu chegar aqui antes de começar a chover?— Logo depois que o Alex me deixou em casa começou a garoar.
— O Alex me deu carona.
— Sério?
— Aham. Ele foi surpreendentemente legal.
— Um milagre vindo dele.
— E meio que ele me chamou para sair, mas não exatamente.
— Como assim?
— Ele falou que a gente devia sair algum dia.
— E o que você disse?
— Tudo bem. Tchau Alex.
— Só isso?
— Sim. Eu fiquei com medo de falar muito e ficar estranho, aí eu entrei em pânico e saí do carro. Deve ter ficado estranho do mesmo jeito né?
— Yep.
— Eu sou uma batata mesmo.- Enfiei minha cabeça em um travesseiro.
— Olha, eu sei que você gosta dele, bastante, mas eu vou perguntar do mesmo jeito. Você não acha que tem uma mínima possibilidade dele estar fazendo a mesma coisa que ele faz com todas as outras garotas, com você?
— Sim. Têm uma grande possibilidade, mas ele também disse para mim que isso não era verdade, e uma grande parte de mim quer acreditar nele.
— E se o que ele falou for mentira?
— Aí e superar e seguir em frente.
— Você vai ficar bem?
— Provavelmente não. Mas tudo passa. E eu vou arriscar do mesmo jeito. Talvez valha a pena.
— Bom, se alguma coisa ruim acontecer, eu vou estar aqui para te ajudar.
— Obrigada. Vocês conseguiram arrumar o robô?
— Não. Foi perda total.
— Que pena.

Ficamos falando por um tempo, depois ele foi para a casa dele e eu fui dormir. No dia seguinte, terça-feira, era o dia do último jogo contra as escolas de Austin, se o time da minha escola ganhasse, ela ia começar a jogar com times de outras cidades do Texas, e depois disso, outros estados. Ou seja, também era dia se ser jogada para cima e torcer para não cair no chão depois.

— Você está pronta? A gente têm que ir para a quadra.— Perguntou a Meggy enquanto estávamos no vestiário nos arrumando para a apresentação das líderes de torcida antes do jogo.
— Sim, vamos.— Nós fomos até a quadra e as líderes de torcida do outro time se apresentaram antes.— É impressão minha ou o Alex está nervoso?
— Foi para esse time que eles perderam ano passado, aí eles tiraram o antigo capitão e colocaram o Alex como capitão do time, então se eles perderem hoje, o Alex vai perder o posto dele, então ele deve estar nervoso.
— Ah.

Nós nos apresentamos e depois o jogo começou. O time da minha escola ganhou, por dois pontos, nos últimos minutos mas o que importa é que o time ganhou.
Aliás, Alex fez várias cestas e em uma das vezes, ele meio que piscou para mim, mas eu não entendi direito o que aconteceu.
Depois do jogo, eu fui com a Meggy até meu armário pegar meu celular e minhas chaves.

— Fica aqui, eu já volto.— A Meggy falou e saiu. Logo o Alex apareceu, algo me disse que ela viu ele chegando perto e saiu.
— Oi.— Ele falou.
— Oi.— Eu falei e fechei o armário.— Parabéns pelo jogo de hoje.
— Obrigado. Parabéns por não ter caído quando te jogaram para cima.— Eu dei uma mini risada e o clima ficou meio estranho depois.
— Você vai fazer alguma coisa quinta-feira anoite?
— Não, por quê?
— Eu te pego na sua casa às oito então.
— Tudo bem.— Ele saiu e a Meggy voltou.
— Então... o que ele disse?— Ela perguntou animada.
— Ele me chamou para sair.
— Jura, quando?
— Quinta-feira.
— O que vocês vão fazer?
— Eu não sei. Ele só perguntou se eu queria sair com ele na quinta e eu respondi que tudo bem.