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História Fairy Tales - Uma Mulher De Branco.


Escrita por: Yerin_Y

Notas do Autor


Olá mortal...
A vida é dura até mesmo para um cervo, devo confessar, existem caçadores em todos os lugares, uma vez eu fui um, mas isso não vem ao caso, não é conversa para agora.
O que quero dizer mortal, é que existem caçadores em uma estrada silenciosa e vazia, cuja sua principal presa é uma bela mulher de branco.

Capítulo 11 - Uma Mulher De Branco.


Fanfic / Fanfiction Fairy Tales - Uma Mulher De Branco.

Uma Mulher de Branco

 Uma sombra azul escuro borra descuidadamente as pálpebras acima de seus sobrecarregados olhos verdes, o rímel escorre junto com as lágrimas, um líquido negro que verte, corre, como uma cachoeira poluída. O batom escuro endureceu em seus lábios, os rachou.

O ar frio congela suas pernas abaixo do vestido branco, fino, curto, manchado de rubro. Seus braços envolta do corpo que treme, tentando o aquecer, como se fossem asas de um pássaro que não conseguia voar para casa.

‎ Um dos braços se estende para estrada repentinamente, a espera de uma carruagem encantada que a salve do vento que arde, maltrata, fere.

‎ Os carros passam, suas luzes focam em seu rosto pálido, maltrado, cansado. Eles não param, ela continua ali na estrada aguardando, com o salto agulha apertado e a lembrança de horas antes vibrando.

‎Ela sabe que não vão parar, ao menos que queiram alguma coisa. Ela sabe que acham que esta bêbada, drogada, uma vadia, puta, desalmada. Eles não enxergam que aquilo é horrendo, se entregar para um qualquer que a apalpa, ofende, enoja.

Uma serva de prazeres, que só pensa nas suadas e imundas notas verdes.‎

Esperar cansa, uma hora cai na grama da calçada, fica ali sentada, sem respostas, sem chegadas.

‎As luzes vão e vem, as rodas cantam alto, alguns garotos em seus carros esportivos quando a vejam fazem sinais obscenos, mas também não param, ela não é o tipo de vadia que os atrai.

‎Entao as lágrimas vem, mais fortes que da última vez, sujam o vestido branco de preto e a alma também.‎

Uma porta se abre de um carro acinzentado, há uma família ali dentro, coisa que ela nunca teve. A mãe sai de fora do carro a acolhe, abre espaço no banco de trás para que ela sente. Volta para o da frente, o carro parte. Pergunta-lhe o que aconteceu, se está bem e com frio. As crianças atrás a olham sorrindo, o garotinho lhe alcança um casaco, quando pega, ela se pergunta se no futuro ele irá dirigir por aí em carros esportivos com seus amigos. O pai da um sorriso pelo espelho, um sorriso de empatia e afeto, não como os outros homens dão, não é malicioso e asqueroso. Ela fita a garotinha imaginando se em algum momento ela vai andar por aí com saias curtas e espartilhos apertados que deixem seus seios atraentes e desejados, mas percebe que não, os óculos redondos na face gordinha e calma indicam que não. Ela sorri, aquela família é tudo menos o que ela conhece.‎

Eles se importam, perguntam, cuidam. E ela fica ali no banco de trás, feliz por os conhecer, mas ainda assim triste, pois seu vestido está sujo e o machucado em sua barriga dói.‎

Ela, mais uma mulher de branco, no banco de trás de um carro, sendo levada para casa, mas então lembra que sua casa já desmoronou a muito tempo e tudo o que lhe resta é desaparecer, em uma poça de sangue e maquiagem, em uma poça do que antes era uma garota, que assim como toda garota adolescente tinha sentimentos, sonhos e lamentos.


Notas Finais


Querido mortal, quantas vezes você já não viu elas? As mulheres de branco?
Elas pareciam felizes? Muitas não se importam eu digo, mas outras, estão morrendo por dentro, desaparecendo cada dia mais.
Meu querido mortal, não olhe para elas com seus olhos julgadores de caçadores, você não sabe o que acontece com elas, não tem direito de apontar o dedo. Respeite apesar de tudo, respeite, pois elas também tem sentimentos.


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