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História Falling Crazy In Love - Capítulo 1


Escrita por: jamunnie

Notas do Autor


Hold my hand and step by step
Secretly come to my side
I’m falling babe, I’m falling for you,
Falling crazy in love (...) ♫
— Falling Crazy In Love (Jessica – With Love, J)

Capítulo 1 - Capítulo 1


Estava deslumbrada e assustada com a atmosfera daquele ambiente. Tudo era novo, intenso e excitante. Tudo o que eu há muito desejava. Quando eu decidi ir contra meus pais e me mudar para aquela grande e nova cidade eu estava atrás daquilo, eu queria ser livre para fazer minhas próprias escolhas, para me desafiar, para viver...

E eu custaria a me sentir viva se continuasse sobre as sombras de meus pais. Fora por isso que eu agarrei a chance de me mudar assim que ela surgiu. Eu queria coisas novas para mim. Precisava sentir que havia algo a mais para mim aí afora. Da mesma forma que eu queria mostrar a meus pais que eles estavam errados sobre mim. Para eles, eu não teria coragem o bastante para suportar as dificuldades daquela cidade e logo estaria voltando para casa, para a segurança do lar deles.

Mas eu provaria que eles estavam errados a meu respeito. Eu não era mais a garota indefesa que não ousava se distanciar deles... Meus pais precisavam entender que eu queria mais para mim. Fora por aquele motivo que eu escolhi me mudar, mesmo sem apoio algum dos dois, mesmo assim eu ainda fui embora. Eu batalhei muito para conseguir uma bolsa integral na faculdade e quando o resultado positivo veio, eu apenas soube que precisava ir.

As únicas pessoas que estiveram ao meu lado naquela decisão foram minha amiga, que também tinha escolhido se mudar, e minha prima que há algum tempo já morava em Seoul. Minha prima já tinha uma situação estável na cidade e ela que incentivou para que tomasse os rumos da minha vida, era a única da minha família que se comprometeu a me apoiar e ajudar para que me mantivesse ali. Minha melhor amiga foi a outra ponta para que minha decisão se firmasse, uma vez que ela também tinha conseguido ingressar na Universidade da Coreia. Mas diferente de mim, ela não precisou ir contra os pais para conseguir isso. Eu estava feliz por tê-la por perto, porque a experiência de vivenciar aquilo seria melhor e, talvez, um pouco menos assustadora.

Mas nós não chegamos à Seoul juntas, já que eu precisei vir um dia antes. Minha amiga só chegaria no dia posterior porque ela tinha uma família para se despedir e celebrar junto aquele novo momento de vida. Eu não tinha algo semelhante, por isso não hesitei em comprar minha passagem um dia antes e me hospedar em um pequeno hotel próximo ao dormitório para o qual estávamos nos mudando antes que nos encontrássemos e fôssemos juntas para o dormitório.

Durante o dia eu perambulei pelos quarteirões próximos ao hotel, buscando me familiarizar com os nomes das avenidas e com as linhas de ônibus e metrô. Tinha ido ao campus da Universidade confirmar se minha documentação estava devidamente correta e saí de lá contente por estar tudo encaminhado bem. Era uma sensação boa sentir que tinha o próprio controle da minha vida. Quando voltei ao hotel, liguei para minha prima e contei como tudo tinha sido. Eu estava com saudades dela, mas devido aos compromissos do trabalho, nós só poderíamos nos encontrar no fim da semana.

Por fim quando anoitecera eu me encontrei entediada naquele quarto de hotel, tentando evitar pensar nos murmúrios de meus pais proclamando que eu fracassaria naquilo e que voltaria pedindo perdão a eles, aceitando a minha derrota. E aquilo me irritou e me fez agir no sentido que eu deixei aquele quarto de hotel para trás decidida a explorar a noite da grande Seoul e fazer daquela primeira noite um novo recomeço para mim. Um recomeço que fosse memorável.

E a minha escolha para aproveitar aquela minha primeira noite de liberdade fora uma boate. Uma que era bastante badalada pelo que eu pude perceber. Sorria para a mistura de sensações que sentia naquele momento... Era uma mistura inquietante de liberdade por estar em um lugar que ninguém te conhecia e por isso não julgava, na mesma proporção que era solitário porque não havia alguém com quem dividir aquilo...

Era o que estava pensando antes de me sentar em um dos bancos diante a bancada do bar e bebericar o drink que tinha pedido a um barman. Ingeri um gole da bebida antes de deixar meus olhos voltarem a percorrer o lugar, até o momento que minha atenção se voltou para uma figura que tinha acabado de se debruçar sobre o balcão do bar. Vi quando ela chamou o barman que tinha me servido de forma divertida, rindo quando ele revirou os olhos para ela. Não pude deixar de notar o quão relaxada ela parecia e o quanto o som da risada dela era agradável de ouvir.

Acho que observei o perfil da garota por tempo demais e eventualmente ela deve ter sentido meu olhar, porque ela virou o rosto depois que fez o pedido e me encarou. Eu imaginei que ela teria uma expressão séria para mim, até mesmo rude, porque poderia ser desconfortável ter alguém lhe encarando... Mas eu me surpreendi quando a vi sorrir para mim. Um sorriso largo e lindo.

Sem que eu percebesse, meus lábios também se repuxaram em um sorriso para ela, antes que eu desviasse meus olhos para meu drink novamente quando a vi se virar um pouco para meu lado. Eu beberiquei mais uma vez a bebida enquanto eu podia ouvi-la rindo baixo. Pelo canto do olho eu pude notar que era ela que agora me encarava... E aquilo me inquietou um pouco.

Desde que entrei naquela boate eu tinha recebido alguns olhares, mas até então nenhum tinha atraído tanto minha atenção quanto o daquela garota. Mordi meu lábio quando notei o barman entregar o drink dela e os dois brincarem levemente. Imaginei que ela se afastaria em seguida, porque certamente ela estava com algum grupo de amigos, mas eu me surpreendi quando a vi apenas ocupar um dos bancos do balcão e tomar um gole do drink, antes de voltar a me olhar.

— Hey! — ela murmurou em minha direção, me fazendo olhá-la. Ela tinha um sorriso de canto, enquanto me encarava.

 — Hey! — Acenei para ela e voltei a bebericar minha bebida, ainda sob o olhar atento dela.

— Por onde você estava que eu nunca te encontrei por aqui? — Arqueei a sobrancelha para o tom rouco e de flerte na voz dela e voltei a encará-la.

O sorriso dela se alargou e ela inclinou levemente a cabeça contra uma das mãos apoiadas sobre o balcão enquanto sustentava meu olhar.

— Você nunca me encontrou por aqui porque eu não costumo frequentar muitos lugares assim. — Maneei minha cabeça em direção ao ambiente ao nosso redor. —E é a minha primeira vez nessa boate. — Dei de ombros e voltei a mexer no canudo do drink.

— Hum, só podia ser mesmo. — Murmurou e eu a olhei mais uma vez. — Se já tivesse vindo aqui, eu certamente já teria te notado há muito mais tempo. — Piscou para mim. — Você é linda para passar despercebida.

Eu senti meu rosto corar e desviei os olhos dela. Aquela garota estava realmente flertando comigo? Aquilo era inesperado. Maneei a cabeça antes de virar mais uma dose da bebida, o álcool queimando a minha garganta. Ouvi ela rir baixinho antes de bebericar a própria bebida.

— Desculpe. Muito rápido para esse tipo de comentário? — Ela sorriu divertida para mim e eu não soube muito bem o que dizer.

Era cedo? Talvez. Mas ela não tinha me ofendido com aquilo, pelo contrário... Tinha soado de maneira leve. Descontraída. Diferente.

— Talvez sim, talvez não. — Foi tudo o que murmurei para ela. E foi a minha vez de sorrir quando a vi arqueando uma das sobrancelhas.

Nós permanecemos alguns instantes em silêncio, apenas bebericando nossas bebidas juntas naquele balcão de bar, com a música alta da boate explodindo ao nosso redor.

— Será que posso me sentar ao seu lado? — Apontou para o banco vazio que ela tinha deixado entre nós ao se sentar próxima.

Meus olhos caíram sobre o lugar vazio, antes de se deslocarem para aquela garota. Ela ainda tinha o mesmo sorriso largo nos lábios, os olhos presos a mim, a expressão relaxada... Nós erámos duas estranhas e mesmo assim ela ainda fora a primeira pessoa a querer se aproximar de mim por livre e espontânea vontade. E eu não podia negar que era bom ter alguém para conversar... Ainda mais se esse alguém parecesse acolhedor e lindo como ela era. E aquele era um recomeço... O que necessariamente incluía conhecer pessoas novas... Então, por que não? Suspirei antes de acenar confirmando, o sorriso nos lábios dela se alargando.

— Seus amigos ou namorado não vão se incomodar por eu ter ocupado o lugar do seu lado, não é? — Pude ouvir a voz divertida dela mais próxima do meu rosto.

— Não há nenhum namorado. — Murmurei.

— Hum... Namorada então? — Ela arqueou a sobrancelha e eu acenei negando mais uma vez.

— Estou sozinha. — Dei de ombros e a vi arquear a sobrancelha quando a encarei. — E você?

— Com algumas amigas perdidas por aí. — Ela apontou divertida para a pista de dança.

Meu olhar seguiu a direção que ela apontava e não pude evitar sorrir diante a animação do local. A pista de dança fervia e estava lotada, corpos dançando juntos ao som da batida animada do DJ.

— Elas não vão sentir sua falta por estar demorando? — Virei-me novamente para a garota e corei ao perceber que o olhar dela estava sobre mim há um bom tempo.

— Está mais interessante ficar aqui contigo. — Ela piscou mais uma vez para mim e dessa vez eu não evitei sorrir diante do olhar intenso dela. — Além disso, eu as vejo sempre, e essa é só a primeira vez que estou te vendo – Arqueei minha sobrancelha quando ela franziu a testa em confusão. — Hum, como eu devo te chamar?

Mordi meu lábio ao ouvir a pergunta dela, porque a garota tinha razão. Nós não tínhamos mencionado nossos nomes ainda. Como eu deveria me apresentar? Formalmente? Não me pareceu que seria o adequado para o ambiente que estávamos, além dela parecer descontraída demais no momento para nos tratarmos com formalidade. E eu não queria estragar aquele clima leve entre nós.

— Você pode me chamar de SinB. — Murmurei e vi um sorriso de canto repuxar os lábios dela.

— SinB – ela murmurou meu nome lentamente, parecendo experimentar como ele soaria na boca dela. Eu senti minha garganta secar ao ouvir meu nome soar nos lábios daquela conhecida... Estranhamente foi gostoso ouvi-la pronunciar meu nome, a palavra se arrastando pela boca dela. — Gostei! Soa diferente, assim como você.

Ela umedeceu os lábios com o drink dela antes de continuar pronunciando baixo meu nome. Maneei minha cabeça para aquilo, porque ela soava boba repetindo meu nome.

— Diferente como eu?

— Yeah, algo em você parece diferente. — Pela primeira vez ela pareceu séria ao me encarar. — Sei que disse que é sua primeira vez aqui na boate mas além disso, parece que há uma sensação de algo novo de alguma forma. – Deu de ombros antes de rir e terminar o drink. — Releve SinB, às vezes eu falo algumas coisas sem muito sentido, pode culpar o álcool quanto a isso.

— Talvez transmita essa sensação porque você tem razão quando pensa em algo novo. – Tinha voltado meu olhar para o copo a minha frente, suspirei antes de virar o restante do líquido na minha boca, e pude sentir o olhar dela sobre mim. — Não estou familiarizada com esses ambientes – murmurei ao encará-la de volta. — E, na verdade, essa é minha primeira vez na boate porque é também minha primeira noite na cidade.

Dei um pequeno sorriso para a garota ao ver um ar de surpresa cruzar os olhos dela. Meus ombros encolheram diante da naturalidade que vinha ao falar com ela.

— Primeira noite na cidade e escolheu uma boate. – Provocou e eu dei de ombros, retribuindo ao sorriso dela.

— Estava cansada do hotel, e bem... Apenas queria uma primeira noite memorável. – Mordi meu lábio e pelo canto do olho a vi sorrir.

— É uma boa escolha. – Murmurou e eu acenei concordando. — E tem sido assim? – Franzi a testa para ela. — A boate... Tem curtido?

— Yeah, o ambiente é bacana, o DJ toca bem, o serviço do bar é bom.

— E a companhia?

A garota virou o corpo de lado, ficando sentada de frente para mim e eu assemelhei o gesto dela.

— O que tem a companhia? – Resolvi brincar com ela e a vi sorrir divertida.

— Tem aproveitado?

Eu não pude evitar sorrir para ela. Porque sim, eu não podia negar que vinha sendo bom manter aquela conversa com a garota.

— Yeah, tem sido boa sim. – Pisquei para ela. — Não tenho do que reclamar da minha primeira companhia aqui. – Dei de ombros e a vi rir.

— Primeira, huh? – Acenei concordando. — Que bom que tive a honra então. – Ela piscou para mim e eu ri baixo.

A garota pegou a taça e franziu a testa ao vê-la vazia, então acenou para o barman que havia nos atendido e solicitou mais dois drinks, apontando para os nossos copos. Não demorou a que o barman se aproximasse e deixasse novos drinks a nossa frente. Ela empurrou um em minha direção enquanto tomava o outro em mãos. Arqueei uma sobrancelha para ela, enquanto ela sorria para mim.

— Acho que isso merece um brinde. – Deu de ombros.

— Você está tentando me embebedar? – Semicerrei meus olhos na direção dela, mas tomei a outra taça em minhas mãos mesmo assim.

— Não é minha intenção, SinB. Pelo contrário, gostaria que estivesse muito consciente para se lembrar de mim no dia seguinte.

Maneei minha cabeça ao tom de flerte mais uma vez que ela empregava na nossa conversa. Mas eu não ia negar que estava me divertindo na companhia dela. Não estava sendo nada forçado ou penoso estar com ela. Pelo contrário, estava deixando aquela noite bem melhor. Por isso eu não recusei o brinde que ela propôs.

— Algum desejo especial para o brinde? – Murmurou ao levantar a taça para a mim.

— A que essa noite seja memorável.

Encostei minha taça à dela e nós trocamos sorrisos antes de bebericarmos nossos drinks. Nossos olhos não se deixaram mesmo enquanto bebíamos o líquido. Eu tinha que admitir que conversar com aquela desconhecida tinha melhorado muito a minha noite, assim como eu tinha que admitir que gostei de ter a atenção dela, porque ela havia capturado a minha também.

Nós continuamos bebericando nossas bebidas enquanto conversávamos e ríamos uma com a outra.  Ela era divertida e eu ria com facilidade do que dizia, e aquilo não era efeito do álcool, eu tinha certeza. A bebida me deixou um pouco mais descontraída, mas eu ainda estava muito consciente da presença dela ao meu lado.

— Wow! Eu adoro essa música! – Ela murmurou antes de terminar o drink e apoiar a taça no balcão.

— Eu também! É ótima! – Acenei concordando quando as batidas da música preencheram o ambiente da boate. Surpreendi-me quando a vi dar um pulo do balcão e parar a minha frente, estendendo uma mão. — O que?

— Vamos dançar, SinB! – Comentou animada, encarando-me.

— Não danço com desconhecidos. – Murmurei divertida e mordi meu lábio para evitar uma gargalhada quando vi a expressão confusa dela. Ela abriu a boca para responder, mas a interrompi antes que o fizesse. — Eu ainda não sei seu nome. – Encolhi meus ombros e terminei meu drink, deixando a taça ao lado da dela.

— Oh! Claro! – Ela riu. — Você pode me chamar de Yenni, SinB.

Yenni. Meu sorriso se alargou ao enfim conhecer o nome dela. Fiz uma nota mental sobre o quão fofo ele soava.

— Yenni! – Gostei de como o nome dela soou em minha boca e aparentemente ela também gostou de me ouvir pronunciá-lo, visto o largo sorriso que exibiu. — Agora nós podemos dançar. Yenni! – Pisquei para ela.

Deixei que ela tomasse minha mão, me puxando suavemente do banco. Eu me desiquilibrei levemente, mas Yenni me sustentou no lugar ao apoiar uma mão na minha cintura. O contato tinha aumentado a proximidade entre nossos corpos, e como efeito nossos olhares se tornaram mais intensos, ardentes. Ela sorriu travessa para mim e apertei a mão dela, antes que deixasse Yenni me guiar para a pista de dança.

×××

A proximidade entre nós não se desfez na pista de dança, pelo contrário. Yenni e eu dançávamos juntas, minhas mãos se apoiando nos ombros dela, enquanto as dela se firmavam em minha cintura e quadril. Eu ria quando ela me girava ao redor dela ou quando esbarrava levemente nas pessoas para termos mais espaço para dançar.

Eu já tinha perdido as contas de quantas músicas dançamos, só sabia que a cada nova batida que soava pela boate, mais eu me divertia com ela e mais nós nos aproximávamos. Se antes nós estávamos flertando com palavras, agora nós continuamos com aquele jogo por meio de nossos corpos.

Naquela noite eu me sentia livre o bastante apenas para aproveitar o momento. E foi exatamente o que fiz. Tinha virado de costas para a garota, permitindo-a envolver minha cintura por trás, enquanto sentia-a grudada às minhas omoplatas, nossos quadris encaixados balançando ao mesmo ritmo. Mordi meu lábio quando a senti empurrar meu cabelo para trás e aproximar a boca do meu ouvido.

— Você dança muito bem, SinB.

Minha pele se arrepiou ao sentir a boca quente dela roçar em minha orelha. E apenas permiti que meu corpo agisse por conta própria ao jogar meu braço para trás, minha mão pousando sobre a lateral do rosto dela, enquanto virava meu próprio rosto na direção dela. O calor envolvente da boate, a baixa iluminação do local, o contato dos nossos corpos... Todas aquelas variáveis deixavam o clima entre nós mais sedutor. E apenas me permiti sorrir de lado para aquela garota, enquanto sentia a respiração dela bater em minha pele.

— Você também, Yenni. Muito! – Murmurei ao acariciar o rosto dela e mordi meu lábio quando ela apertou minha cintura.

Ela apoiou o rosto em meu ombro e eu sorri quando a senti me olhar de lado. Coloquei minhas mãos sobre as de Yenni, enquanto nós ainda nos balançamos ao som da música. Senti a garota virar o rosto contra meu pescoço e suspirei quando Yenni cheirou meu pescoço, deixando um pequeno beijo no lugar antes de voltar a aproximar a boca da minha orelha.

— O que acha de continuar essa noite memorável em outro lugar?

Encolhi meu lábio com a pergunta dela e fechei meus olhos ao sentir a leve mordida que Yenni deixou no lóbulo da minha orelha. Eu estava tentada a aceitar aquela proposta, porque eu não iria negar a sensação boa que o calor do corpo dela causava no meu, mas parte de mim ainda dizia que éramos duas desconhecidas... Era uma boa ideia sair com ela?

Abri os olhos antes de me virar para ela. Minhas mãos voltaram a se apoiar nos ombros dela, enquanto as de Yenni acariciavam as laterais da minha cintura. Deslizei uma de minhas mãos até a bochecha dela, e vi Yenni sorri quando acariciei a lateral do rosto dela, antes de virá-lo um pouco para poder sussurrar no ouvido dela.

— Adoraria isso, mas não sei se devemos você sabe o quê, Yenni. – Sussurrei antes de deixar um pequeno beijo na bochecha dela.

A garota me olhou em seguida e por um instante eu achei que ela daria de ombros e a nossa dança acabaria ali, mas Yenni me surpreendeu quando maneou a cabeça rindo.

— Você é mesmo diferente, não é, SinB? – Ela murmurou estranhamente séria e eu franzi a testa. — Eu não vou negar que adoraria terminar a noite na sua cama – ela aproximou mais nossos corpos e mordi meu lábio. — Mas entendo, claro, não se preocupe. – Piscou para mim. — Mas como é sua primeira noite aqui, eu ainda gostaria de te mostrar uma Seoul memorável. Você topa?

Minhas mãos apertaram os ombros dela enquanto nos encarávamos. Eu tinha passado grande parte da noite com aquela garota ao meu lado, e eu só tinha me divertido com ela até então. Tudo bem que nós não nos conhecíamos bem e que, talvez, aquela fosse a única noite que passaríamos juntas... E já que tínhamos chegado até ali, o que haveria de mal passar mais algumas horas da madrugada com ela? Era uma escolha exclusivamente minha... E não era aquilo mesmo que eu tinha buscado?

Foi pensando naquilo que eu apenas sorri para Yenni ao acenar concordando. O sorriso dela também aumentou e a garota voltou a estender a mão para mim, e eu logo a deixei me guiar novamente por aquela multidão. Não demorou a que alcançássemos o caixa da boate, pagando o que havíamos consumido e Yenni logo voltou a me puxar para fora do lugar.

— Hey! – A puxei, impedindo que ela continuasse andando. — Não precisa avisar suas amigas?

— Não é necessário, e também nem sei se a essa altura elas estão mesmo aí ainda. – Ela deu de ombros ao apontar para o letreiro digital na saída da boate, indicando que já era madrugada a fora.

Eu me surpreendi com o horário porque sequer percebi que havíamos ficado tanto tempo juntas. E ainda assim, continuaríamos por mais alguns momentos. Achei que ela fosse chamar algum táxi para nós, mas me surpreendi novamente quando Yenni apenas me puxou para caminhar com ela ao longo da rua.

Yenni tinha me apresentado alguns lugares que durante meu passeio de dia eu sequer teria percebido. A maioria eram lugares simples, mas muito encantadores. Arcades, ruas tradicionais do bairro com deliciosas comidas, as melhores lojas de conveniência da região... Mas o que mais havia me impressionado naquela nossa caminhada pela madrugada, fora quando ela nos guiou por um parque apenas para dali eu pudesse ver o rio Han cruzar a cidade.

— Claro que há pontos turísticos maravilhosos e clássicos na cidade que certamente você ainda vai conhecer, SinB, mas acho um dos lugares mais naturais e banais para observar o Han. – Yenni tinha se sentado em um banco próximo, enquanto eu permanecia em pé, apoiada na mureta do parque.

Os postes do lugar junto com os refletores ao longo da pista de caminhada e da ciclovia, para além da lua alta no céu, permitiam ter uma visão linda do rio. Yenni tinha razão ao dizer da naturalidade e da banalidade que aquele lugar tinha, e mesmo assim bastava que se prestasse atenção para ter uma das visões mais bonitas do rio.

Virei para a garota mais uma vez e a peguei me observando. Yenni estava sentada no encosto do banco, enquanto os pés permaneciam apoiados na área própria para se sentar. Encostei-me à mureta e sorri divertida para ela.

— Você sempre faz isso, Yenni?

— O quê?

— Trazer garotas em lugares assim. – Dei de ombros enquanto ela ria.

— Você pode não acreditar, mas definitivamente não. – Arqueei a sobrancelha para ela. — Em geral só vou direto para a casa delas mesmo. Eu ri diante da sinceridade da garota.

— Por que fez isso hoje então? – Minha expressão ficou séria e a dela também. Eu realmente estava curiosa com aquilo tudo.

— É uma noite diferente. – Yenni murmurou depois de alguns instantes em silêncio.

Eu acenei concordando porque era realmente uma noite diferente em minha vida, e diante de todos os bons momentos que tínhamos compartilhado, eu sabia que me lembraria daquela noite por muito tempo. Olhei para o horizonte do rio Han, bem ao longe o negro do céu noturno começava a se misturar com tons de azul marinho, indicando que a madrugada corria alta.

— Uma noite memorável entre duas desconhecidas, huh? – Sorri para ela ao voltar a me aproximar de onde Yenni estava. A garota sorriu de volta, antes de dar um pulo do banco para o gramado.

— Yeah, soa agradável para mim. – Ela piscou antes de estender a mão. — Ainda tenho um último lugar para te levar, e acho que você vai gostar.

— Vamos lá então! – Segurei firme a mão de Yenni, e empurrei levemente meu ombro contra o dela, dessa vez tomando a frente para puxá-la.

Nós não nos distanciamos muito do parque até ela sinalizar para um prédio do outro lado da avenida. Franzi a testa quando Yenni nos guiou para dentro do lugar, parando apenas para conversar com o porteiro do local. Não ouvi o que eles conversaram, mas não demorou para que ela voltasse a se aproximar de mim, segurando minha mão e acenando com uma penca de chaves na outra. Ela nos guiou até um pequeno elevador de serviços. Tão pequeno que tivemos que nos comprimir em um espaço apertado, o que nos deixou mais próximas ainda. Eu semicerrei os olhos na direção dela quando a vi sorrir maldosamente diante da nossa proximidade de novo.

Enquanto subíamos e a garota verificava os andares, eu deixei que meus olhos gravassem os detalhes do rosto dela. A linha da mandíbula, os lábios cheios, as pintinhas que ela tinha próximo aos olhos... Senti vontade de segurar aquele rosto e deixar que meus lábios cobrissem os dela. E só não fiz enfim aquilo porque o elevador parou com um solavanco quando enfim chegamos ao destino.

O solavanco tinha me assustado e empurrado meu corpo para frente, mas felizmente Yenni já conhecia aquilo e apenas me segurou. O movimento tinha nos aproximado, feito nossos narizes e lábios roçarem-se levemente. Era palpável a tensão que havia entre nós, e eu suspirei quando a vi umedecer os lábios, antes de enfim empurrar a grade do elevador.

Yenni tomou minha mão na dela e me puxou para a área que tínhamos parado ao abrir uma porta, e então o vento noturno me alcançou. Estávamos no telhado do prédio, e antes que eu pudesse dizer algo, apenas senti minha boca secar. Ela parou de caminhar, mas eu não o fiz e apenas dei alguns passos no lugar. Porque era uma visão surpreendente. Diante dos meus olhos as luzes e vibrações da Seoul noturna brilhavam... Do alto daquele prédio eu podia ver o rio Han e a grande maioria das pontes que cortavam a cidade, o grande centro financeiro, alguns parques, os bairros mais próximos, até mesmo alguns campus da universidade.

Meus olhos passeavam pelo lugar, que só percebi quando Yenni se aproximou de mim quando senti os braços dela ao redor da minha cintura, o queixo apoiado em meu ombro, do mesmo jeito que estávamos na boate.

— É uma cidade bonita, não é? – Eu apenas coloquei meus braços sobre os dela e acenei concordando.

— Por que me trouxe aqui, Yenni?

— Você disse que era sua primeira noite na cidade e que gostaria que fosse memorável, então pensei nesse lugar, porque pode encarar Seoul daqui e de certa forma, ter ela aos seus pés. – Eu senti minha pele se arrepiar diante das palavras dela. — É pelo menos o que eu penso quando venho aqui... Me mostra que eu posso escolher para onde ir por aí. – Ela apontou para a cidade a nossa frente, antes de voltar a me abraçar. — Espero que Seoul mostre para você o que deseja, SinB.

Senti o sorriso dela contra meu rosto e suspirei ao deixar meu corpo relaxar contra o dela. Fechei os olhos diante das palavras de Yenni, e um pequeno sorriso se formou em meus lábios ao pensar na noite que havia tido. Quando deixei o meu quarto no hotel, não pensei que teria tantos bons momentos como os que tive. E estava grata por aquela desconhecida ter me acompanhado àquela noite.

Abri meus olhos e contemplei a cidade a minha frente mais uma vez, pedindo silenciosamente para que as palavras dela se concretizassem, e pudesse viver tudo o que eu queria naquele novo recomeço. Virei-me para Yenni e daquela vez meus braços circularam o pescoço dela, nós sorrimos uma para a outra. Não me afastei quando ela juntou nossas testas, e nem quando nossas respirações se misturaram.

E naquele instante eu apenas me permiti fazer o que eu queria ter feito em diferentes momentos ao longo da noite. Aquela garota tinha tornado minha noite memorável, e tudo o que eu queria ainda era sentir o gosto dos lábios dela contra os meus. E fora isso o que eu fiz quando puxei Yenni pelo pescoço e deixei que meus lábios tomassem os dela.

O beijo começou tranquilo, com nossos lábios apenas se provando, conhecendo um ao outro. Então prendeu o lábio inferior dela entre os meus, para em seguida sentir a ponta da língua de Yenni pedir passagem para a minha boca, que logo concedi ao entreabrir meus lábios. Nossas línguas deslizaram juntas, e à medida que o faziam, o beijo se tornava intenso, necessitado. As mãos de Yenni seguravam firmemente em minha cintura, enquanto as minhas se perdiam pelo cabelo dela. Nossas bocas se encaixavam bem e aquele beijo estava sendo altamente prazeroso, libertando parte da tensão e atração que houve entre nós durante toda a noite. A língua de Yenni explorava os cantos da minha boca, enquanto brincava com a minha, antes de voltar a deslizar a ponta sobre meus lábios.

Nos separamos quando o ar se fez necessário, e eu selei nossos lábios antes de morder o canto inferior dos lábios dela, enquanto recuperávamos o ar. Yenni me abraçou e a senti sorri contra minha pele, quando afundei meu rosto no pescoço dela. Acariciei a pele do pescoço dela e só então eu percebi a fina corrente de ouro que ela usava.

Meu olhar caiu sobre a região quando eu deslizei meus dedos por ali, puxando a correntinha para que pudesse ver. Era uma peça simples, mas extremamente delicada com um pequeno pingente em formato de coração nela. O movimento fez com que o olhar dela seguisse o meu e pela primeira vez naquela noite, eu vi o sorriso da garota fraquejar à medida que o corpo dela tensionou.

— Que corrente linda. – Murmurei ao correr a ponta dos meus dedos pelo pingente e ouvi Yenni prender a respiração.

Franzi a testa para aquela reação, mas antes que pudesse perguntar algo, Yenni apenas puxou a corrente delicadamente da minha mão e a colocou por debaixo da blusa mais uma vez. E acenar concordando apenas.

— Obrigada, SinB. – A voz dela soou levemente nervosa e a vi engoli em seco ao apertar a corrente por baixo da blusa. Observei Yenni fechar os olhos e suspirar lentamente.

Mordi meu lábio para conter a pergunta que eu quis fazer sobre se havia algum significado especial por trás daquela peça, porque provavelmente havia. Mas pela reação dela, duvidava que ela responderia. Afinal, nós ainda éramos apenas duas desconhecidas. Suspirei antes de vê-la abrir os olhos novamente, e vi que Yenni já parecia ser a mesma garota que eu beijei há pouco quando ela sorriu para mim.

— Vamos? – Murmurou. — Infelizmente eu tive que prometer que não demoraríamos aqui, ou nós não conseguiríamos subir.

Acenei concordando e senti Yenni selar nossos lábios rapidamente, antes de me puxar novamente pela mão em direção ao elevador. Dessa vez a descida fora diferente da subida, já que Yenni não hesitou em circular meu corpo com os braços dela e eu fiz o mesmo e roubamos alguns beijos uma da outra, rindo sempre que os solavancos do elevador nos fazia tremer e deixar suaves mordidas ao invés de beijos.

Novamente nas ruas, nós caminhamos despreocupadamente pelas calçadas. O braço dela pendia sobre meus ombros, enquanto eu abraçava a cintura dela. Nós nos revezamos em conversar sobre o que víamos da cidade e entre trocar risos e roubar beijos da outra. Até que em determinado momento, nós tínhamos chegado ao hotel onde eu estava hospedada.

— E última parada da noite. – Murmurou divertida ao pararmos de caminhar. Suspirei ao ficar de frente para Yenni. Ela tomou meu rosto nas mãos e beijou lentamente meus lábios, antes de colar nossas testas. — Espero que sua noite tenha sido memorável, SinB e que sua estadia em Seoul também o seja. Foi bom ter tido essa noite diferente com você.

Meus braços tinham envolvido a cintura de Yenni e eu apenas a abracei, escondendo meu rosto mais uma vez no pescoço dela.

— Obrigada por ter me acompanhado essa noite. – Deixei um beijo no pescoço dela, antes de me afastar para olhá-la. — Foi melhor do que eu poderia ter imaginado. – Sorri.

— Fique bem, SinB. – Yenni selou nossos lábios uma última vez, antes de se afastar levemente de mim. Eu mordi meu lábio ao fechar minhas mãos sobre o tecido da blusa dela e encará-la. — SinB? – Ela murmurou ao arquear uma sobrancelha para mim.

Meus olhos fitavam o rosto daquela garota, revezando entre os olhos dela e os lábios. Eu realmente havia desfrutado de todo aquele tempo com ela, e a noite ainda não havia acabado... Eu não queria que acabasse ali. Muito provavelmente nós não voltaríamos a nos encontrar, aquela havia sido uma promessa velada entre nós durante toda a noite... Em nenhum momento falamos sobre, de fato, conhecer uma a outra. Então por que precisaríamos nos despedir ali? Talvez fosse o mais sensato a se fazer, mas eu estava cansada de nunca ousar me arriscar... Eu tinha ido à Seoul para fazer as minhas próprias escolhas sobre como eu queria viver... E o que eu queria no momento era continuar fazendo daquela noite memorável com ela.

— Provavelmente nós não vamos nos encontrar novamente. – Murmurei e vi Yenni acenar confirmando. — Então gostaria que você subisse comigo, Yenni. – Minha mão contornou o rosto dela, o polegar deslizando sobre o lábio inferior.

— Você tem certeza? – Sussurrou ao morder levemente a ponta do meu dedo e eu sorri confirmando. — Yenni e SinB, duas desconhecidas apenas tendo uma noite memorável, é isso? – As mãos dela voltaram a tomar posse da minha cintura, enquanto aproximava o rosto do meu.

— Soa agradável para mim. – Repeti a frase anterior dela e senti Yenni sorrir contra minha boca, antes de deixar um selinho nos lábios dela. — Então vamos? – Foi a minha vez de estender a mão para ela, e tudo o que Yenni fez foi tomar a minha mãe e me deixar guiá-la para o hotel.

×××

Bastou que as portas do elevador se fechassem para que eu sentisse Yenni pressionar meu corpo contra a parede fria do lugar, enquanto o corpo dela cobria o meu. Nossas bocas tão logo voltaram a se encaixar e nossas mãos já percorriam a cintura e o pescoço uma da outra. Aquele beijo fora mais intenso que os demais, porque enfim havíamos escolhido libertar a atração que acumulamos durante toda a noite.

As mãos dela foram ousadas e não demoraram a deslizar pelo meu abdômen antes de correm pelas laterais do meu corpo, contornando provocativamente os meus seios. Minhas mãos arranharam as costas de Yenni até a base da coluna dela e deixei que minhas mãos deslizassem mais para baixo, apertando o bumbum dela. Sorri contra a boca dela, quando a ouvi arfar, e como resposta tudo o que recebi dela fora um aperto firme no meu seio esquerdo.

Nós nos afastamos levemente apenas quando o elevador parou no meu andar, e agradeci por ser madrugada e o movimento ser mínimo nos corredores do hotel àquele horário. Puxei Yenni comigo até meu quarto, e enquanto buscava pelo cartão para abrir a porta, sentia os beijos que ela distribuía em meu pescoço por trás. Antes que pudéssemos entrar em meu quarto, eu estremeci ao sentir as mãos firmes dela puxarem meu quadril pra si, pressionando nossos corpos, enquanto a boca dela mordiscava minha nuca.

Assim que abri a porta do quarto, foi minha vez de puxar o corpo dela contra o meu. Meu movimento fora rápido o bastante para surpreendê-la, e não demorou a que dessa vez fosse o corpo de Yenni recostado à porta enquanto eu atacava o pescoço dela. Nós nos afastamos apenas para nos despir e assim que o fizemos, eu umedeci meus lábios ao ver Yenni morder os lábios dela antes de me puxar novamente pela cintura, com nossas bocas voltando a se encaixar.

Gemi na boca dela com a sensação de nossas peles nuas, seios se roçando, línguas se provando, o calor em nossas intimidades se misturando... Eu a puxei junto comigo até sentir meus joelhos cederam ao encontrar a cama, e não demorou a que me acomodasse no colchão com Yenni sobre mim e entre minhas pernas. Minhas mãos se fecharam mais uma vez no bumbum dela quando eu senti a dela cobrir meu centro, a ponta dos dedos circulando meu clitóris e ameaçando se introduzir na entrada do canal.

Yenni chupou meu lábio inferior entre os dela, antes de deslizar beijos e mordidas por meu pescoço. Minha mão subiu para se prender entre o cabelo dela, arranhando a nuca quando ela encaixou um dos meus seios na boca, a língua circulando meu mamilo antes de abocanhá-lo. Puxei o cabelo dela antes de deslizar minha mão livre para o meio das pernas dela. Arfei quando senti a umidade molhar meus dedos, e deixei um gemido rouco escapar dos meus lábios quando ela penetrou dois dedos no meu sexo.

A cada nova estocada de Yenni, sentia meu corpo estremecer com o movimento dos dedos dela e da boca sugando meus seios. Uma de minhas mãos se ocupava em puxar o cabelo dela, enquanto a outra se revezava em pressionar e circular o clitóris dela. Mordi meu lábio ao sentir meu corpo se comprimindo contra os dedos dela, e puxei o rosto de Yenni para mim, afundando meus dentes no pescoço dela ao arranhar a nuca com minhas unhas. O orgasmo estremeceu meu corpo quando ouvi o gemido dela em meu ouvido junto com os dedos dela que ainda se enterravam em mim, e meus dedos molhados com a própria umidade dela.

Yenni mordiscou minha orelha, antes de roubar um selinho dos meus lábios e descer a boca pelo meu corpo em direção ao meu centro. Suspirei quando a senti beijar meu ventre e começar a explorar com a língua quente a minha intimidade. Corri minha mão pelo cabelo dela, antes de deixa-la pousar sobre o colchão. Percebi que com aquele gesto no emaranhado do cabelo dela, a corrente que usava tinha ficado presa em meus dedos. Mordi meu lábio ao olhá-la entretida em meu sexo, e estiquei minha mão com a corrente para depositá-la sobre o criado-mudo, eu só não esperava que a corrente caísse na beirada do móvel e depois escorresse para o chão. Fiz uma nota mental para avisá-la sobre depois, porque agora tudo o que poderia fazer era tentar recuperar o ar que ela havia me tomado.

×××

Yenni e eu havíamos tocado uma a outra boa parte da madrugada. Lembrava que quando ela voltou a me beijar, a luminosidade no meu quarto já era maior, sinal que o dia estava quase amanhecendo. Lembro-me de ter correspondido aos beijos dela, antes de enfim ter deixado meus olhos sonolentos se fecharem por alguns instantes. Minutos depois meus olhos ainda se abriram quando senti falta do calor dela sobre mim e lembro-me de ter visto flashes da sombra das costas nuas de Yenni se levantarem, mas finalmente o cansaço da noite intensa que tivemos me abateu e eu voltei a fechar os olhos sem conseguir chamá-la. Tudo o que lembrava foi de ainda ter sentido um casto selar de nossos lábios, antes de enfim me deixar levar pelo sono.

Quando enfim despertei meu quarto já estava completamente iluminado pela manhã ensolarada que fazia em Seoul naquele dia. Passei a mão por meu rosto afim de realmente despertar e me espreguicei na cama, antes de enfiar meu rosto contra o travesseiro. Foi então que eu senti um perfume que não era o meu, e imediatamente abri os olhos com a lembrança da noite. Um sorriso preguiçoso se formou em meus lábios e eu me virei novamente, me sentando em minha cama. E então percebi que estava sozinha. Yenni já tinha ido embora.

Suspirei diante daquilo e maneei a cabeça para afastar a sensação que aquela realização me trouxe. O que eu deveria esperar? Que ela acordasse ao meu lado? Não seria estranho acordar com uma desconhecida? Mordi meu lábio diante daqueles pensamentos, confusa com as sensações que senti. Eu encolhi os joelhos na cama e os abracei, enquanto repousava minha cabeça sobre eles.

Um pequeno sorriso enfeitou meus lábios ao perceber o lençol que me cobria deslizar e revelar a nudez do meu corpo. Não me lembrava de ter me coberto quando caí no sono, então aquilo só poderia significar que alguém havia feito por mim. Yenni. Aquela lembrança ativou todas as memórias que ela havia deixado comigo na noite passada. Desde a boate, a nossa caminhada noturna... às memórias que ela imprimiu em meu corpo.

Havia tido uma primeira noite naquela cidade realmente memorável. Não podia me queixar daquele recomeço... Por mais que ficasse restrita àquela noite. Apesar de tudo, Yenni e eu ainda éramos duas desconhecidas. Tudo o que sabíamos uma da outra eram aqueles nomes e a intimidade que experimentamos de nossos corpos.

Suspirei antes de encarar o relógio na bancada do criado mudo. Mas antes que eu me concentrasse nas horas, notei um pequeno bilhete sobre o móvel. Eu não havia deixado aquilo ali, então só poderia ser dela. Alcancei pelo bilhete e li em uma caligrafia bonita, apesar de aparentar ser escrito às pressas, o que ela tinha a dizer. Não fora muita coisa, mas ainda assim aquelas curtas palavras causaram um sorriso em mim. ‘Foi um prazer te conhecer, SinB. Espero que Seoul lhe traga mais noites e dias memoráveis. Ganhei uma por sua causa.’.

Dobrei o bilhete com cuidado e enfim resolvi me levantar, quando notei o horário. Precisava arrumar minhas coisas e fazer o check out no hotel em cerca de uma hora, o que significava que minha amiga também estava perto de chegar. Assim que me levantei senti algo gelado sob meu pé, franzi a testa para aquilo ao recolher minha perna e então senti minha boca se entreabri, porque me lembrei do que se tratava. Abaixei e recolhi a corrente de Yenni em minhas mãos. Fiquei alguns instantes encarando a peça e mordi meu lábio ao pensar como poderia devolvê-la.

Eu estava deixando o hotel em alguns instantes e eu não fazia ideia onde ela poderia estar, ou sequer se voltaríamos a nos encontrar. Naquele instante eu lamentei por ainda sermos duas desconhecidas, porque não havíamos trocado nenhuma forma de estar em contato. Mas também não fora esse o plano desde o início.

Suspirei ao segurar a corrente e o bilhete em minhas mãos. Tudo o que me restava era guardá-los. E ao menos eu faria isso. Seriam memórias concretas da noite que havíamos compartilhado.

×××

Quando desci para finalizar minha conta no hotel, vi que minha melhor amiga havia acabado de entrar no lugar. Sorri para ela acenando que já estava saindo, e não demorou a que logo depois Eunha e eu já estivéssemos presas em um abraço. Com a menor me puxando em seguida para fora do hotel, mostrando que o táxi já estava nos aguardando. Tão logo minhas malas se juntaram as dela no porta malas do veículo, nós ocupamos nossos acentos e o motorista nos conduziu para o endereço do dormitório que Eunha passou.

O lugar não era muito longe do hotel que estava, pelo que eu poderia dizer fora apenas um bairro vizinho. E assim que o táxi estacionou, o motorista nos ajudou a retirar as malas do veículo e minha amiga se prontificou em acertar o valor, enquanto eu arrastava nossas bagagens pelo jardim de entrada da residência.

Respirei fundo quando larguei mais uma das malas de Eunha próximo à entrada. Francamente eu não entendia como uma pessoa tão pequena podia ter roupas tão pesadas. Afastei o suor do meu rosto e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, mas me arrependi em seguida quando ouvi o grito de minha amiga.

— Hwang Eunbi! Pode ir me explicando agora o que é esse chupão na base do seu pescoço. – Soltei um muxoxo assim que Eunha parou a minha frente, empurrando meus ombros. — O que você fez ontem? Primeira noite na cidade e já está assim, SinB! Pode ir me contando tudo!

— Devagar com as perguntas, Jung Eunbi! – Murmurei ao tapar a boca dela. — E aqui não é o momento para termos essa conversa, pare com isso. Não foi você que estava ansiosa para chegarmos logo ao nosso novo dormitório? Então anda, vamos lá. – Apontei para a porta de entrada do lugar, empurrando-a pelos ombros.

— Não pense que você vai escapar de uma explicação, SinB. – Eunha apontou para mim, antes de dar um peteleco em meu nariz. — E é melhor você soltar o cabelo se já não quiser que nossas roommates vejam essas marcas aí. – Piscou para mim antes de enfim tocar a campainha do local.

Eu bufei irritada para minha amiga, mas segui a recomendação dela ao soltar novamente meu cabelo. Não demora a que uma garota abrisse a porta para nós, o rosto dela mostrando um sorriso gentil assim que nos viu com as bagagens.

— Vocês são as novas moradoras, certo? – Murmurou com uma voz levemente animada enquanto revezava o olhar entre nós.

— Yeah, somos nós. Eunha e SinB. – Minha amiga respondeu à garota, e apontou para nós. Eu apenas acenei com um pequeno sorriso.

— Vamos entrando! Sowon unnie avisou que vocês chegariam hoje. – Ela deu espaço para que nós passássemos e nos ajudou com algumas malas, que deixamos no hall de entrada do dormitório. — Ah, e eu me chamo Umji.

Nós acenamos umas para as outras mais uma vez e Umji nos guiou pelo lugar. Meus olhos analisavam os ambientes e detalhes por onde passávamos e não pude deixar de notar que Eunha realmente havia escolhido um lugar agradável.

— Sowon unnie! As novas moradoras chegaram. – Umji murmurou em voz alta, atraindo a minha atenção e a de Eunha para a figura com quem falava.

Vi uma garota alta se aproximar de nós, e assim como Umji ela tinha um sorriso gentil, mesmo que a expressão dela fosse mais séria.

— Sejam bem vindas. – Murmurou acenando para nós, e Eunha e fizemos o mesmo.

— Foi com você com quem eu falei ao telefone, certo? – Observei minha amiga se dirigir para a mais alta e sorrir largamente para ela quando a garota sorriu de volta confirmando.

— Você deve ser a Eunha então. – Sowon murmurou e minha amiga confirmou. — Sua imagem combina com a voz fofa ao telefone. – A mais alta comentou divertida e eu franzi a testa ao ver as bochechas de minha amiga corarem. — E você deve ser a SinB. – Ela apontou para mim e apenas concordei. — Ótimo! Vou apresentar vocês as outras garotas.

Sowon acenou para que nos acomodássemos na sala e vi Umji sumir por um corredor, voltando logo em seguida puxando uma garota alta e com cabelos negros pela mão. A garota parecia confusa, mas a expressão de confusão sumiu assim que viu Eunha e eu ali com Sowon.

— Essa é a Yuju. – Sowon apontou para a garota que sorriu para mim e para Eunha. — Yuju-ah, essas são a Eunha e a SinB. Falei que elas iriam morar conosco, lembra?

— Yeah! Lembro. – Yuju acenou para nós. — A baixinha é a Eunha, e você é a SinB.

Eu mordi meu lábio para impedir o riso ao ver o pequeno beicinho que minha amiga fez ao ser chamada de baixinha. Eunha percebeu e sibilou para que ficasse calada, mas aquilo só havia feito às outras meninas rirem baixo, murmurando que ela era fofa. Eu rolei os olhos, mas não pude evitar o sorriso diante do clima agradável que estava entre nós.

— Agora só falta mais uma. – Sowon encolheu os ombros, antes de virar o corpo em direção a uma porta no lado oposto ao da sala e murmurar alto. — Yenni!

Eu senti meu corpo paralisar diante do que escutei. Pisquei repetidamente e senti minha garganta secar ao repetir silenciosamente o que a mais alta havia murmurado. Ela havia chamado por Yenni? Eu tinha escutado corretamente? Não poderia ser a mesma Yenni... Ou poderia?

Engoli em seco quando notei uma das portas se abrindo, e os olhos de todas as outras garotas se voltarem naquela direção. Eu fechei meus olhos brevemente, antes de enfim respirar fundo e os abrir. Apenas para saber que era realmente a mesma Yenni. Os olhos da garota pareceram tão surpresos quanto os meus assim que nossos olhares se encontraram, e por alguns instantes nós permanecemos apenas naquela troca de olhares. Tinha noção que Sowon murmurava algo, mas meus olhos não deixaram aquela garota e tudo o que fiz foi suspirar quando vi que o sorriso travesso da noite anterior tinha voltado aos lábios dela.

Suspirei quando meu olhar caiu sobre a marca que ela trazia no pescoço, marca que eu havia deixado nela... Mordi meu lábio com o pensamento de como aquilo poderia estar acontecendo? Eu não sabia se fora por destino ou coincidência... Tudo o que sabia era que aparentemente agora já não seríamos mais desconhecidas. Não quando estaríamos sob o mesmo teto e depois de termos nos tornado tão íntimas. Eu só não sabia também porque meu peito se sobressaltou diante daquilo. Definitivamente aquele era mais uma vez um recomeço.


Notas Finais


Eu não resisti e tive que postar a nova história logo, porque eu estou empolgada com essa narrativa! E vocês, Babies? O que acharam? Espero que tenham gostado e se animado com o que a história promete! *-*
Perceberam que há algumas mudanças por aqui: tanto no formato de diálogo, quanto no conteúdo em si, quanto na narração (por enquanto de uma única perspectiva), certo? Digamos que "Falling Crazy In Love" tem a intenção de ser mais "madura", ok? ;) Tenho grandes planos para ela! E espero que vocês gostem tanto quanto de Sunshine! ❤
Devo avisar também que (por enquanto, talvez) essa história não vai ter atualização semanal, devido que ainda estou finalizando Sunshine e tenho minhas outras histórias... E fora isso, a unnie aqui ainda tem o TCC para escrever, ok? Então tenham paciência que o próximo capítulo não está pronto, mas eu prometo tentar o meu máximo para não demorar muito para aparecer por aqui (aviso sempre pelo twitter @jamunnie).
Estou muito curiosa para o que vão dizer/achar/sentir a respeito da nova história. Me deixem saber, por favor! ;)
Nos encontramos por aqui e no twitter, sim? Realmente espero que desfrutem e venham junto comigo nessa nova história! ❤
Beijos My Babies! ❤


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