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História Fantasmas do passado - Capítulo único


Escrita por: pimentel657

Capítulo 1 - Capítulo único


“Em frente por 15 km e vire à direita”

Anunciou o GPS, sistema muito útil para Marcos, agora que estava voltando para casa dos avos falecidos, em Clivewood.

Marcos nunca esteve na antiga fazenda da família, conhecia apenas por historias. Historias essas macabras na maioria das vezes, já que seus bisavós e avos ganharam muito dinheiro com escravos e engenho.

“Você chegou ao seu destino”

Marcos desligou o carro e logo ao abrir foi recebido por uma nuvem de mosquitos e ar quente.

O cheiro podre predominava na antiga propriedade.

Marcos analisou o local, o mato alto, o celeiro caindo aos pedaços, as arvores velhas e retorcidas sem sinal de frutas. Mas a casa parecia uma relíquia, intocada e bela.

A noite chegou e o único barulho era dos grilos e o coaxar dos sapos no brejo ao lado. O horizonte era uma linha tênue de breu e luzes bem distantes. Sentado na varanda limpou o rosto até perceber uma moça de vestido florido velho e simples correndo até o celeiro.

Olhando para os lados coçou a cabeça e ficou ali parado até se recostar em algo.

Em pernas.

O vento gélido invadiu o pé da sua coluna até o pescoço como se a morte lhe desse um abraço.

Ao levantar o rosto viu um velho, com um único dente escorrendo baba, olhos esbugalhados negros e pele podre com parasitas andando ao redor das feridas.

- AHHHH!  - Como se não houvesse amanha correu e nos milésimos de segundo eu olhou para trás tropeçou em cubos de feno e rolou uma ribanceira até o brejo.

Sua boca se encheu de lama e em um rápido movimento levantou se. Procurou ao redor até ver uma pequena luz de um lampião vindo em sua direção. Em estado de alerta cerrou os punhos e se preparou para o pior.

- O senhor está bem? – Perguntou um velho, baixinho, negro de cabelos alvos e chapéu de palha, sua face passava tranquilidade.

- Eu! Eu! ... Cai. Eu vi alguém.

- Quem? Onde?

- Uma moça e talvez algo que fosse um homem. Lá na minha fazenda.

-O senhor deve ser neto dos Lincon – O velho ajeitou as coisas e deu a mão em um gesto gentil. Marcos retribuiu e sentiu uma onda de calor no peito.

- O moço não deveria estar aqui, aqui é perigoso!

- Eu sei – Disse Marcos ainda assustado.

- Não sabe não! Essa terra é podre. Fede a morte. As coisas podres andam na madrugada pelas suas terras caçando justiça. Muitas pessoas já choraram em suas terras, sangue puro escorreu e amaldiçoou.

Vá embora, pegue suas coisas e vá embora. Suba por essa trilha a direita e vá.

Marcos olhou para a trilha escondida atrás de alguns galhos caídos. Ao se virar para agradecer o velho, ele já tinha sumido e o breu voltou.

Agarrando alguns galhos se segurou e subiu, pegou em alguns espinhos, mas se solta- se seria muito pior. Com um ultimo empurrão se projetou até agarrar uma raiz e chegar de volta na propriedade.

Tudo parecia normal.

Entrou correndo, pegou sua sacola e jaqueta.

-Casa maluca, cheia de coisas estranhas. Maldito dia de minha curiosidade e ganancia de vender isso aqui.

BAM!

A porta do quarto bateu e as luzes começaram a falhar, no teto uma mancha negra apareceu onde uma forma banhada em lama negra de olhos amarelados saiu, com seus braços quebrados e trono apodrecido. Mais rápido ainda pegou suas coisas e desceu as escadas embolando.

- Merda, meu joelho! – Agachado ao chão viu vários pontos amarelados brilhantes no escuro da cozinha. Tentou levantar mais caiu de novo. Todo o ambiente parecia ficar mais frio e escuro. Rastejando até a porta levantou a mão e agarrou um pano e ao olhar para cima viu uma mulher de roupas rasgadas e cabeça quebrada. Jogou se sobre seu pescoço o sufocando.

- O ultimo dos Lincon. – Dizia a mulher entre gargalhadas.

Sem se dar por vencido empurrou a mulher até joga lá nas escadas, mas seu corpo desapareceu.

Ainda no chão foi puxado até cozinha por mãos esqueléticas queimadas em brasa e unhas arrancadas. Cambaleou até a pia e recebeu uma pancada, o vidro voou por toda cozinha e sangrando sobre os cacos começou a chorar.

Virado para cima assistiu vários das mesmas coisas que viu durante a madrugada se aglomerar sobre si, alguns com mandíbulas arrancadas, bocas e olhos costurados,  faces congeladas pelo ódio e bestialidade mas todos com o cheiro podre de cemitério.

Fechou os olhos e esperou o fim.

Mas o dia começou a nascer e aos primeiros raios de sol todas as trevas se foram. Ainda ao chão levantou se devagar e tremendo saiu correndo até seu carro sem olhar para trás



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