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História Farce - Rendu


Escrita por: souhamucek

Notas do Autor


Eu sei que estou atrasada com a postagem e não me orgulho disso. Não mesmo.
Este final de semana me deixou completamente enrolada. Para piorar, estou focada no meu Trabalho de Conclusão de Curso, então estou bem atordoada ultimamente.
O importante é que hoje eu trouxe atualização de Farce ♥
Confesso que esse capítulo não ficou 300% como eu tinha imaginado, mas gostei bastante dele. No entanto, não tive tempo para revisá-lo. Perdoem os erros e, se tiver algum gritante, avisem-me!!
Ps. Farce cresceu!! A fanfic não terá mais 21 capítulos, ao todo, serão 25. Espero não passar muito dessa marca, porém, tenho o futuro da estória planejado até ali. Espero que esta seja uma boa notícia, porque eu estou bem feliz!!
Sem mais delongas, o capítulo:

Capítulo 15 - Rendu


Fanfic / Fanfiction Farce - Rendu

Rendido

Sinto o meu interior estremecer. Ouvir a Chloé dizer aquelas palavras me magoou. Não sou capaz de conter as lagrimas que nascem em meus olhos. Minhas mãos tremem. Meu cérebro procura alguma resposta boa o suficiente para confortá-la, mas a única coisa que eu consigo pensar de imediato é envolvê-la em meus braços. Antes que eu pudesse pensar numa possível reprovação da loira, seu corpo já estava contra o meu num abraço sincero.

O rastro negro de rímel se destaca em meio à pele alva. Os olhos azuis se espremem contra a minha camisa úmida. A professora suspira com o rosto recostado a mim. As mãos embrenham em seus cabelos com cuidado, acariciando-os a fim de acalmá-la. A francesa tenta falar alguma coisa, mas os soluços a interrompem. Mantenho nossos corpos unidos com todo meu apreço.

— Qua-quando eu me acostumei com a gravidez, tudo foi por água abaixo. — gagueja contra meu pescoço.

— Não precisa falar nada, Chloé. — aperto-a ainda mais em meus braços. — Estou aqui com você. Chore, depois conversaremos sobre isso.

Seu rosto afasta de mim, os olhos azuis inchados e avermelhados me encaram.

— Eu quero falar agora.

— Fale o quanto quiser. — sorrio com o canto dos lábios. — Apesar de tudo, eu sou seu amigo.

— No dia em que terminamos, o meu mundo veio abaixo. — abro a boca na tentativa de me defender, porém a mão erguida em frente aos meus lábios me impede. — Claro que o fato de você mentir para mim me pareceu uma facada no peito, contudo isso não foi o pior. — relaxo os ombros, ouvindo-a atentamente. — O que matou cada pedacinho de mim foi o que você me disse.

— E-eu?

Os orbes azuis reviraram. Suas mãos foram até as bochechas coradas e secaram as lágrimas que estavam ali.

— A culpa não foi sua. Justin, você não tinha ideia da sensação a qual me causaria com aquelas palavras. Eu sei que você não fez por mal, mas elas foram o suficiente para me destruir. — meus olhos arregalam, bem como meu semblante estupefato é nítido. — Quando me disse que eu havia engravidado de um homem quem eu mal conhecia, você estava certo. E esta razão me machucou.

— Ignore tudo o que dissemos aquela noite, estávamos irritados. Não falávamos por nós mesmos... — ela interrompe.

— A questão é: a minha mãe fez exatamente isso. — fico sem ação. — Ela engravidou de um qualquer e me criou sozinha. Savannah fez questão de me ensinar como os homens não prestavam, dizia que eu não tinha pai... até o dia em que ela pareceu com um namorado em casa. — as lágrimas voltaram a banhar seu rosto. — Naquele dia, a minha vida virou de cabeça para baixo.

Aproximo-me da francesa, abraçando-a. Ela se esquiva para ficar de frente para mim e, desta forma, firma os olhos nos meus.

— Por quê?

— Ele me visitava à noite. — era tarde demais para eu evitar um choro. — Do dia para noite, eu virei mulher. Aguentei quieta por anos longos três anos, quando contei a minha tia e ela me incentivou a contar para a minha mãe. Eu contei. Justin, eu contei que o namorado cretino dela me alisava! — grita em meio ao metrô lotado.

Um soluço interrompe sua fala.

— A minha mãe não acreditou em mim. Ela disse que eu estava com ciúmes dos dois e estava inventando isso para afastá-los. Mesmo menor de idade, eu nunca mais voltei a minha casa. Fiquei morando com os meus tios até começar a dar aulas de francês e conseguir comprar o apartamento onde moro. — a professora se levanta. — Chegamos, venha. — ergo-me, dando a mão a ela. — Resumindo tudo o que eu falei, no momento em que você me disse aquilo, eu vi semelhança com a minha mãe.

— Chloé, você não é igual a sua mãe! — berro na tentativa de fazê-la absorver o que digo.

— Eu fui, Justin. Contra fatos não há argumentos.  — os passos ágeis a levam depressa para fora do trem, sigo-os. — Essa semelhança me destruiu. Eu estava triste porque tinha mentido para mim, eu carregava uma criança oriunda de uma noite e eu me senti a mesma vadia que a minha mãe fora anos atrás.

— Você é a melhor pessoa que eu já conheci. Chloé, sua personalidade é forte, você é sincera, verdadeira e autêntica. Não desmereça quem você é.

Num movimento brusco, meu corpo é puxado para próximo do dela, e, desta vez, ela quem me puxa para um abraço. Caminhamos juntos para fora do metrô. A chuva ameniza um pouco, mas os estreitos pingos insistem em cair só para nos mostrar que ainda marcam presença. A francesa não me agradeceu. Todavia, sua companhia vale muito mais que um simples “obrigado”.

Chegamos a casa de Chloé. O chão está completamente alagado. Em cima do armário, o gato descansa como se nada o atingisse. Corro para a área de serviço, vasculho as estantes lotadas atrás de um pano. Encontro um embolado no canto do tanque e o pego. Volto à sala.

Atirando o pano no chão, arrasto ambos os meus pés sobre o tecido. Conforme ele encharca, a madeira seca. Choé escoa o maior volume com um rodo. Notamos que o chão insiste em molhar. O erro tolo nos recorda de fechar a janela. O céu é rude com um raio branco e comprido. A chuva aperta novamente.

Para esperar as gotas cessarem, assistimos a um filme. Sentado no lado direito da cama, seguro o balde com pipocas.  A professora tem uma almofada nas mãos para tampar os olhos nos momentos de susto. No meio de nós, Boris descansa, ignorando qualquer coisa ao seu redor.

Assim que o filme encerra, deparo-me com o relógio. Levanto-me de supetão, encaixando o celular no bolso de trás da calça.

— Perdemos a hora! Vou chegar a Paris muito tarde. — corro em direção a porta, sem olhar para trás. — Boa noite, Chloé.

— Justin, fique.

Hesito. Minha respiração abandona as narinas um tanto pesada. Giro em torno de mim mesmo, mirando a loira no colchão.

— Está tarde para voltar a Paris... — ela inicia meio insegura. — E eu não quero ficar sozinha hoje.

— Não quero te atrapalhar. — improviso, disfarçando o meu interior que clamava por ficar.

— Justin Bieber, não me faça esta desfeita.

Dando-me por vencido, caminho de volta para o meio do flat. Chloé atira a almofada que estava em suas mãos para mim, e eu, em seguida, jogo-a no braço do sofá. Vou até o armário ao lado da cama, pego um cobertor e o deixo no móvel. Sorrio satisfeito com a minha independência.

No momento em que o sofá estava arrumado, encaro a loira deitada abraçada ao gato. Volto o olhar para o assento. Finalmente, decido por me livrar da roupa a qual pegou chuva. Espio a francesa entretida com o felino, retirando a camisa de forma discreta. Ela ignora o fato de eu estar a me despir. O tecido abandona o meu corpo e o alívio se faz presente. Deito-me na cama improvisada, abro o zíper e botão da calça.

Cubro o meu corpo do abdômen para baixo. O meu peito se eleva e abaixa lentamente. Viro-me de lado, colocando ambas as mãos sob o rosto. Observo o couro branco do sofá em que estou deitado. Preciso dizer que estou contando os segundos para ela me convidar a deitar na cama. Não que aqui esteja desconfortável, muito pelo contrário. Entretanto, dormir ao lado de Chloé é o que eu mais quero agora.

Como se ela escutasse os meus pensamentos, percebo seus movimentos na cama encostada na parede.

— Justin, você já está dormindo? — meus lábios se erguem num sorriso esperançoso.

— Não, pode falar.

Preparo meu interior para o mais fervoroso "venha se deitar comigo", mas ele não vem. As palavras que chegam aos meus ouvidos valem muito mais que algo carnal.

— Muito obrigada, Justin. Você me fez muito mais feliz esta noite.

Paris, 17 de maio de 2015

Parece que tudo está dando errado com a brasserie. Definitivamente, a pressa é inimiga da perfeição. A obra corria bem, mas, do dia para noite, tudo desandou. Foi encontrado um furo no negócio. Ninguém menos que o antigo dono do local comprado quis voltar atrás com a venda. Entrei com uma ação contra o ex-proprietário, porém, por mais que a justiça seja feita, o processo levará tempo. Tempo que eu não gostaria de perder.

Em breve, o meu pai chegará a cidade para tentar convencê-lo ou me apoiar. Independente do motivo, sempre é bom rever o homem quem tanto me orgulho. Pierre e eu tentamos de mil e uma maneiras entrar em contato com o marido de minha mãe, todavia, assim como ela, ele é irredutível (e insuportável). Graças a esse jogo de interesses, o meu plano de construir uma brasserie para Chloé se torna cada vez mais utópico... bem como a meta de reconquistá-la.

Ultimamente, enxergo-nos como bons amigos. Quando não nos encontramos, a francesa me liga para contar sobre o dia, envia imagens de gatinhos por aplicativos de celular. Porém, temos nos visto bastante. Desde o dia em que dormi na casa dela, um misto de carinho e respeito nos uniu ainda mais.

Três vezes por semana eu vou às aulas de francês. Divertimo-nos com as coisas mais simples. Ouso a dizer que, desta maneira, eu aprendo mais. Estou quase um francês nato, tirando o fato de não saber escrever corretamente as palavras que pronuncio. Mero detalhe.

Por conta disso, Chloé programa o exercício de hoje mais focado na escrita. O iPhone repousa no amplificador de som. A francesa escolhe a música de 500 Dias Com Ela. Não sei ao certo, mas isso poderia ser uma bela indireta. Encaro a folha de papel com a letra da música. Quelqu'un M'a Dit começa a murmurejar, aumentando gradativamente enquanto a professora mexe no volume.

— Cante junto com a música e escreva a palavra que está faltando. — ordena a professora. Obedeço prontamente.

Conforme a melodia toca, encaro as palavras alinhadas e fisgo cada palavra faltosa. A caneta desliza facilmente no papel. Não sei como escrever as palavras as quais escuto, mas, mesmo assim, rabisco como vem à minha mente. Os minutos passam devagar, depois que preencho todas as lacunas. É como se a música sumisse em meio às poucas palavras entre nós. O silêncio invade a sala, e, assim, Chloé se levanta para colocar novamente a canção.

As palavras cantaroladas quase que sussurradas por Carla Bruni instigam a minha mente. Os lábios da professora sibilam a letra, adorando cada vocábulo usado na letra.

— Já terminou? — ela pergunta em pé, de frente para mim. Balanço a cabeça em concordância. — Venha, dance comigo enquanto a música chega ao fim. — a mão alva se estende.

— Não sei dançar, Chloé. — uno nossas mãos, levantando-me.

Nossos corpos estão próximos o bastante para sentir o calor um do outro, entretanto distantes o suficiente para demonstrar o lugar de aluno e professora. Minhas mãos estacionam na cintura estreita da francesa, quem me segura pelos ombros. Um passo lento para a direita, outro ainda mais devagar para esquerda. Os corpos oscilam brevemente ao mesmo tempo que a melodia ecoa.

— Você consegue entender o que a música diz? — sua voz é serene.

— “Alguém me disse que você ainda me ama”? — pergunto receoso. Ela assente e sorri. — “Mas quem me disse que você sempre me ama? Eu não recordo mais, era tarde da noite...” — continuo traduzindo simultaneamente. — Eu ouço ainda a voz, mas eu não vejo mais os t...”

— “Traços”. — corrige. — Os traços do rosto, entende? “ ‘Ele ama você. Isto é segredo, não lhe diga que eu disse a você. ’, será isso possível? ”

Coro de imediato, como se ela me perguntasse aquilo de fato. Encaro nossos pés ainda dançantes mesmo sem a presença da canção e ergo meus olhos de volta, encontrando, consequentemente, os dela.

E, mais uma vez, vejo-me perdido na imensidão azul a minha frente. Os pelos de meu braço se eriçam, bem como o meu coração dispara. Chloé ainda consegue me enlouquecer depois de tudo o que passamos. Era para eu odiar esta mulher, mas olhá-la, assim, tão de perto, descompensa por completa a minha respiração. Malditos lábios rubros.

Com a mão a suadouro, aproximo-me involuntariamente do rosto alvo. A professora vira de forma doce o rosto para a direita, como se tentasse esquivar de mim. Posso notar os orbes filmarem meus lábios seguidamente, não tardando a desvia-los de volta para o meu olhar. Ouço-a engolir em seco e, como em forma de reflexo, imito seu gesto tenso. A boca carnuda e desenhada se entreabre enquanto, sem que eu pudesse perceber, nossas faces quase colam. Sinto a respiração quente tocar meu rosto, fazendo com que qualquer protesto seja inútil. Estou rendido. De novo.

— Jus... — sussurra a loira, na tentativa de pronunciar o meu nome. Ela balança a cabeça, recobrando a consciência. — Justin, eu acho melhor nos afastarmos. — repreende.


Notas Finais


O capítulo ficou pouco pequeno em comparação aos outros, mas achei um tamanho suficiente para a quantidade de informação.
Espero que vocês tenham gostado, eu adorei escrevê-lo.
Se tudo der certo, no Domingo posto a continuação deste momento de tensão.
Não me matem pelo suspense kkk.
Um beijooo,
Obrigada por lerem até aqui.
Lali ♥


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