História Favorite Sin 2.0 - Embrace your demon

"Nunca mecha com uma garota indefesa pois ela pode se tornar o seu pior pesadelo no futuro." 

Ashley Somers 

Estacionei em frente ao local indicado, vendo o carro de Nolan estacionado a alguns carros do meu. A rua era sem movimento, as casas eram simples, parecia uma periferia.  

Abri meu porta luvas, pegando a arma que guardava ali. Não pretendia fazer nada, era apenas para proteção. 

Ao tocar aquela arma, sentia todas as lembranças de minha ultima noite em um banheiro de boate voltando aos poucos. 

Observava Paige fazer o seu show, sabia que tudo ali era uma distração. Ela sabia que hoje era seu ultimo dia de vida, e mesmo assim agia como se ainda tivesse milhares de noites como essa pela frente. 

Me afastei do corrimão, tirando a arma de Justin de minha bota. Eu havia a pegado quando puxei Justin para um beijo, era um truque que Caitlin não se importou de me ensinar.  

Fechei os olhos por alguns segundos, me lembrando de cada sensações que passou por meu corpo naquela noite.  

-Vamos lá, Paige... Você só precisa falar o que esta entalado ai... -disse, sentindo minhas mãos tremerem. 

Paige riu, nos observando. Soltou um longo suspiro e por fim, me fitou. 

-Me conhecendo como você conhece, Ash... Qual grito você acha que foi o mais prazeroso para mim? O de Nolan quando eu lhe dei o prazer que ele nunca teve com você, ou o de Chaz, quando eu engatilhei aquela arma e... 

Eu atirei, sem perceber. Eu havia ficado cega, cega de raiva. 

O toque de Justin fez com que minha visão voltasse ao normal, e eu conseguisse ver o corpo ensanguentado de Paige no chão.  

Despertei quando ouvi o barulho de um portão automático se fechando. Nolan havia saído da gigante casa na esquina da rua e caminhava até o seu carro, vendo algo em seu celular. 

Desbloqueei meu celular, ligando o bluetooth do mesmo e segundos depois o escutando tocar. O nome de Nicholas apareceu na tela de meu celular, ele estava ligando para Nolan. 

-Parceiro! Como anda? -Nolan atendeu. 

-Esgotado, assumo. -riram. - Acabei de sair de meu quarto plantão na semana. Estou esgotado, mas com uma bela grana no banco. 

-Sei como é esse sensação. -disse, soltando uma leve risada. 

-Enfim, te liguei para avisar que estou indo embora de Los Angeles.  

-Como? 

-É... A saúde de meu pai não anda muito boa, cara.  

-Agora entendi o porque de tantos plantões, logo você que sempre odiou trabalhar mais do que seis horas por dia. 

-Eu precisava juntar uma grana, para me manter bem enquanto estiver com ele. 

-Entendi... Boa sorte, cara. 

-Obrigado, Nolan! Até mais.  

-Até mais, Nicholas. 

A ligação foi finalizada e logo eu pude ver o carro de Nolan ser ligado. Ele passou por mim, mas não percebeu minha presença ali.  

Nicholas estava indo embora de Los Angeles, e eu sabia que não era por causa de seu pai. Antes de ele partir eu iria lhe entregar uma lembrancinha.  

Peguei meu celular e disquei o número de Hounsted, que atendeu no segundo toque.  

-Senhorita Somers. -atendeu. 

-Hounsted, eu tenho um trabalho para você.  

-Estou a sua disposição. 

-Me encontre no cemitério de Los Angeles, leve homens e algumas enxadas.  

-Tudo bem, Senhorita Somers. -respondeu, segundos depois. 

-Ah, tem mais uma coisa... Certifique-se de que ninguém saiba sobre isso.  

-Me certificarei.   

-Ótimo! 

Justin Bieber 

-Finalmente. -exclamei assim que Caleb passou pela porta de minha sala. 

-Eu vim o mais rápido que pude.  

-Conseguiu o que eu pedi? -perguntei. 

-Não. -disse, me fazendo bufar. - O Alex esta tentando, mas é impossível.  

-Odeio o fato de que estou começando a me cansar de Ashley sumindo o tempo todo. 

-Ela é complicada, você sabe disso... Ela acabou de matar alguém, deve estar confusa. 

-Ela já fugiu antes, Caleb. -disse. - Várias e várias vezes. Como eu posso namorar alguém que eu nem mesmo sei se vou conseguir acordar do lado todos os dias? Não consigo nem contar no dedo todas as vezes que ela sumiu e me deixou preocupado, sem noticias.  

Caleb não falou nada. Não o culpava, ele era amigo de Ashley e nunca daria motivos para eu terminar com ela. 

-Eu não quero viver nessa incerteza. -neguei. - Hoje mesmo, ela saiu com as garotas, algo aconteceu e ela nem quis me contar. E quando contou, mentiu. 

-Ela teve um ataque de pânico. -Jazmyn disse, só então a vi saindo da cozinha com os braços cruzados, parecia escutar a conversa. 

-O que? -franzi o cenho. 

-E tem mais. -se aproximou de nós. - Nolan estava lá. Ele quem a examinou. 

-Nolan? -Caleb repetiu. 

O mesmo me fitou e eu assenti, pegando minha jaqueta que estava jogada no sofá. 

-Justin, tem mais uma coisa! -Jazzy exclamou, quando eu estava prestes a passar pela porta. 

-Eu preciso ir, Jazmyn. -exclamei em seguida. - Conversamos depois.  

-Justin. -a escutei me chamar, mas apenas acelerei o passo até o carro de Caleb, entrando no mesmo. 

Saímos da casa em direção ao hospital que Nolan trabalhava.  

-Eu juro que se eles fugiram juntos de novo, eu... -Caleb me interrompeu. 

-Você não vai terminar com ela. -me fitou. - Se você terminar com ela, o que vai ser da Ashley? 

-O que vai ser de mim se eu continuar com ela? Ela não me da estabilidade, porra! Esse sempre foi o meu papel em um relacionamento. E ai ela chega e bagunça tudo. Ela é teimosa, não me escuta, não me obedece... 

-Justin, você a ama. -disse obvio. - Ela não estava ao seu alcance, você a alcançou e agora quer desistir? 

Soltei o ar, passando a mão no rosto. 

Eu amava Ashley, eu respirava aquela garota. Ela fodia com a minha mente, me deixava confuso e irritado. Ela me dava prazer e dor de cabeça ao mesmo tempo. Não sabia até quando conseguiria viver com alguém assim. 

O carro de Caleb parou em frente ao hospital e eu desci. Sabia o andar que aquele filho da puta trabalhava, e até mesmo a sua sala. Por isso nem parei na recepção.  

Ao chegar no andar vi a porta da sala de Nolan se abrir e ele sair com o paciente, conversava com ele. O sorriso que ele continha no rosto sumiu assim que ele me viu. Fui em sua direção e passei por ele, entrando em sua sala e o vendo fechar a porta logo em seguida. 

-Já até consigo imaginar o motivo de sua visita, Bieber.  

-Ao que tudo indica, você sempre terá uma ligação com ela, certo? 

-Felizmente sim. -curvou os lábios, 

Como eu queria encher aquela cara com tiros. 

-O que você fez com ela? -perguntei. 

-A examinei. -respondeu simples. - Aliás, pela aparência de Ashley, ela não anda nada bem... Ashley sempre foi uma pessoa saudável, e eu fiquei assustado ao ver os ossos de sua clavícula saltados. As olheiras fundas indicam a falta de son... 

-Nolan, vai tomar no cu você e esse seu papinho de médico! -disse, perdendo a cabeça. - Ashley não estava dormindo e nem comendo porque ela estava depressiva, porra! Sua ex namoradinha perfeita entrou no meu mundo agora. E ela não só faz parte dele como faz o que tem que se fazer quando se entra nele.  

Sua feição de deboche logo se desmanchou. Nolan franziu o cenho. 

-O que você fez com ela? -perguntou. 

-Eu quem te fiz essa pergunta. Porque minha namorada sumiu, coincidentemente logo depois de te ver. 

-Por que você sempre vem atrás de mim quando ela some? Ela não é a sua namorada? -arqueou a sobrancelha. 

-Ela é a minha namorada, mas você é o desgraçado que não sai do pé dela.  

-Eu? -perguntou, soltando uma leve risada logo em seguida. - Eu faço bem para ela. -disse, me fazendo rir. - Justin abre o olho, cara! Eu faço parte do melhor passado que a Ashley já teve.  

-O melhor passado? -ri. - Ashley perdeu os pais e o seu irmão em um acidente só, sofreu durante anos sozinha, e você vem me falar que era o melhor passado dela? 

-Você deveria parar por um segundo e se perguntar como a vida da Ashley era antes desse acidente. -disse. - Não, não precisa se perguntar, eu te conto como era... 

-Não precisa, eu já terminei tudo por aqui. -disse, passando por ele, e indo até a porta. 

-Ela era líder de torcida, sabia? -perguntou, soltando uma leve risada. - Meu irmão era baterista da banda que tínhamos na escola, ele namorava a Ashley a tanto tempo que ninguém mais conseguia os ver apenas como Ashley ou apenas como Brad. Lembro da ultima vez que eles sumiram... Foi em um final de semana. Cara, a minha mãe ficou louca e ligou para o pai da Ashley, na mesma hora várias viaturas foram para a rua atrás dos dois. Os procuraram por toda a cidade e até mesmo nas cidades vizinhas. -riu, parecendo se lembrar de algo. - Na segunda de manhã os dois apareceram como se nada tivesse acontecido. Foram para as suas aulas, para os ensaios da banda e do jogo. Eles ficaram um bom tempo de castigo, mas isso não os impediu de ficarem juntos. -deu de ombros, caminhando até a sua mesa e se sentando na mesma. - O sorriso dela era diferente com ele, o modo como ela o olhava é diferente do modo como ela te olha, cara. Eu não implico com você, não ligo se você é um traficante ou se ela me deixou para ficar com você... Mas eu ligo se ela não estiver feliz, não estiver satisfeita com essa nova vida dela.  

-Eu não preciso de você metendo o dedo na nossa relação. -disse. 

-Eu não dou a mínima para a sua relação com ela, Justin. -me fitou. - Apenas de um tempo para ela. A deixe respirar um pouco. Ashley é rara, você já a perdeu uma vez, e eu tenho certeza de que se isso acontecer novamente, você não vai conseguir recupera-la. 

-Você também tinha certeza de um futuro ao lado dela, e olha só aonde vocês estão agora. -disse, por fim saindo da sala. 

Ashley Somers 

Me encontrava sentada em cima de um muro, não muito alto. Balançava os meus pés enquanto observava meus seguranças tirando toda aquela terra que cobria o caixão de Paige. 

Já estava entediada, e com frio.  

-Chegamos no caixão. -Housnted disse. 

-Finalmente. -exclamei, pulando e indo em direção a eles. 

Os outros seguranças abriram o caixão, usando as enxadas e muito esforço. Vi os mesmo fazerem caretas e logo sair daquele buraco. O cheiro era forte e horrível. 

-Vamos acabar logo com isso. -resmunguei, pegando a pá da mão de Housnted e entrando no buraco. Que não era fundo. 

Mas era a porra de um buraco com um defunto dentro. 

-Senhorita Somers, não entendo seus motivos para fazer isso. -ouvi Hounted falar. 

-Ah Hounsted... Eu tenho um ego, sabe? E Nicholas o feriu, por isso eu vou apenas pagar com a mesma moeda. -dei de ombros. - A caixa térmica está pronta?  

-Sim. -respondeu. 

-Eu nunca fiz isso antes. -resmunguei, voltando a observar o corpo de Paige. - Deve ser difícil arrancar uma cabeça de um corpo, não acha? 

-Nunca tentei fazer isso antes, senhorita.  

-Ótimo. -resmunguei, bufando. - Alguém tem uma faca? -perguntei, vendo um dos seguranças tirar uma de sua cintura e me entregar.  

Me abaixei e coloquei a faca em seu pescoço, a forçando. Mas depois de alguns segundos percebi que não iria conseguir fazer aquilo. 

-Não tem como eu fazer isso. -disse. - É como se ela fosse abrir os olhos a qualquer momento. -completei, bufando. 

Soltei a pá e a faca, tirando a blusa de frio que eu usava e colocando sobre o rosto de Paige. Em seguida voltei a colocar a faca em seu pescoço, sem cerimonias a passei com força sobre o mesmo, vendo um corte profundo se abrir.  

Me levantei e coloquei a pá sobre o corte, colocando meu pé em cima e forçando o mesmo até finalmente cortar o pescoço por completo. Aquilo era nojento, mas a sede pela vingança era maior que qualquer nojo. 

Puxei minha blusa, a jogando para fora. Em seguida peguei a cabeça de Paige, pelos cabelos, me aproximando da borda do buraco e colocando dentro da caixa. Vi dois seguranças esticarem suas mãos, para me ajudar a subir. Aceitei a ajuda, já estava de noite e eu estava completamente cansada. 

-Você quem vai levar, certo? -disse para o segurança que fechou a caixa e a pegou.  

O mesmo assentiu.  

-Você tem uma caneta? -perguntei ao mesmo. 

-Não, senhorita. 

-Aqui. -Hounsted me entregou uma.  

-Você sempre me salva, Hounsted. -exclamei, pegando a caneta. 

Tirei do bolso a nota da água que havia comprado na ultima vez que tinha usada aquela calça. Com a letra cursiva escrevi o que a algumas semanas atrás Nicholas havia me dito. 

"Minhas ameaças sempre serão apenas ameaças, certo?"