História Feelings - Amber

'Não parece ser errado quando os dois querem'...

A ansiedade percorre por todo meu corpo, da última vez que havia me sentido assim foi quando ia ter meu primeiro dia de aula na UCL, lembro-me de que não conseguia nem ao menos dormir, passei noites em claro por conta da curiosidade de como seria estar na pele de uma universitária, mal eu sabia que logo no primeiro semestre já queria me formar. Mas dessa vez a ocasião é bem mais diferente. Uma ocasião que vai despertar a ira e a magoa da minha irmã. Apenas sei que depois que eu conseguir o que quero vou me sentir feliz. Porque para ela, é uma simples paixão que está deixando ir, comigo não. Eu vou tirar o Harry da vida dela, ela me tirou os pais, eles não me amam, tudo o que eles sentem por mim agora é nojo, decepção, vergonha e mágoa. Ela tem que pagar caro! Ela vai pagar caro!

Aperto o número treze do elevador, ele para no quinto andar e assim que as portas se abrem vejo uma moça elegante, lá para os seus vinte e seis anos com uma garotinha de cinco.

"Descendo?"-a moça pergunta com a foz firme.

"Subindo!"-lhe afirmo e ela parece ter ficado desanimada.

O elevador se fecha e finalmente se abre no décimo terceiro andar dando de cara já com sua porta. Dou leve duas batidas na porta de madeira. Harry a abre, ele está sorrindo. Por mais que eu o tenha visto tantas vezes sorrindo, para mim ainda consegue ser surpreendedor. A forma de como cada traço de seus lábios são perfeitos, isso é uma possível ação que possa me fazer esquecer do mundo a fora. Mas sabe o que é pior? É que eu estou pensando como uma garotinha apaixonada, e isso é horrivelmente ruim.

"Você demorou! Desde a hora em que me ligou já era para estar aqui à quinze minutos atrás."-ele me dá a passagem para que eu possa entrar.

"Não imaginava que a fila do banco estaria enorme."-falo passando por ele e me aproximo do sofá, mas não me sento.

"Ela vai chegar às cinco e agora são..."-ele aperta os olhos em seu pulso esquerdo para poder ver a hora.-"Quatro e vinte e cinco."ele diz.

Me desperto para a certeza do que vou fazer, borboletas voam não apenas pelo meu estomago, mas sim por meu corpo todo.

"Posso te fazer uma pergunta?"-eu finalmente me sento no sofá. Ele caminha até meu pé e se senta próximo de mim.

"Pode. Mas tem que me prometer que vai parar de me perguntar se pode me fazer uma pergunta"-ele ri. Me entrego e riu junto a ele.

"Tudo bem... mas... por que está fazendo isso?"

"Isso o que?"

"Isso. Essa coisa de me ajudar a magoar minha irmã. Por que de repente decidiu que não ama mais ela?"-ele muda sua expressão, um pouco mais séria. Parece-me que está pensando numa resposta.

"Não sei. É isso! Não sei... apenas... me deu vontade. Sou um cara lindo, consigo achar uma vadia qualquer em qualquer esquina que eu virar"-ele diz sério.

Solto uma risada alta ao ouvir as mesmas palavras que disse a ele quando lhe fiz a proposta. Nunca imaginaria que seria dessa forma. Uma forma arriscada, divertida e estranha ao mesmo tempo.

"Seu sorriso."-ele murmura e eu paro de rir.-"Ele é... lindo."-ele sorri com os lábios.

Não sou muito elogiada por garotos. Na escola muito menos. Os garotos além de me chamarem de 'A garota dos limões' por eu ter seios pequenos, me chamavam também de lésbica antes mesmo de eu saber que era lésbica. Fico em silencio ao ouvir aquilo e vejo que sou grosseira por isso, então digo:

"Bem, obrigada. O seu também é muito lindo."-digo. Me sinto esquentar por estar sem jeito em sua frente. Seu ar quente invade meu rosto quando vejo ele mais próximo a mim. Seu rosto é selvagem, ele parece que tem o dom de me paralisar sempre quando quer. Seus olhos fixado nos meus, sua boca perto da minha, seu nariz encostado no meu, tremo ao perceber cada detalhe se encaixar junto a minha pessoa.-"Você é lindo."

"Perfeita!"-ele sussurra.

Fecho os olhos me deixando levar por qualquer ação que iremos fazer daqui para frente. Sinto seu corpo embater com o meu, me fazendo ir para trás. Seus lábios estão encostados nos meus de forma carinhosa e perigosa, como se ele quisesse tomar cuidado comigo, mas ao mesmo tempo quer mais. Passo a língua em seus lábios para lhe dizer que eu também quero mais dele. Cada pelinho do meu corpo fica arrepiado ao sentir sua língua quente e macia tocar a minha. Mordo seu lábio e o puxo sem muita força, ele olha para mim e solto, ele apenas sorri.

"isso é bom."-ele diz.

Harry se levanta me puxando com ele num movimento rápido. Ele me beija da forma diferente de antes. Antes ele ainda havia carinho, agora há velocidade, agilidade e desejo. O sentimento da forma como ele rodeia seus braços em meu corpo e o aperta é completamente deliciosa. Puxo seus cabelos e subo nas pontas dos pés, mas mesmo assim não consigo chegar a sua altura.

"Aqui na sala?"-ele interrompe nossas bocas e pergunta ofegante.

"No seu quarto!"-sussurro no quanto da sua boca.

Ele me arrasta para o seu quarto, mal conseguimos entrar e já sinto suas mãos me empurrando para a cama. Me sento e tiro meu casaco e me deito novamente. Harry faz o mesmo só que com sua camiseta preta, ver ele sem camiseta agora foi uma surpresa, eu não sabia que ele tinha mais tatuagens, balanço a cabeça e foco-me em seu rosto, ele estava incrivelmente sexy com a testa enrugada e seus olhos escuros. Ele caminha até a cama e sobe ficando por cima de mim. Ele ataca meus lábios como se fossem seus, mas posso lhe dizer que são agora. Harry me causa algo diferente, uma reação diferente que nem meus ex-namorados causaram antes.

"Foda-se, Amberley! Eu vou te foder inteira!"-ele murmuro no meu pescoço e me desperto mais ainda.