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História Feelings - Amberley


Escrita por: Giovanna_viana_

Capítulo 4 - Amberley


Assim que a água se desmorona sobre meus ombros, sinto algum tipo de dor térmica, não sei se isso existe, mas esse é o jeito de descrever o quanto meus ombros - e o resto dos meus outros músculos - estavam doloridos e tensos e que com a água quente sobre eles, me fazem relaxar.

 

 

Ouço um barulho do lado de fora do boxe de vidro embaçado pelo vapor. Fico parada para tentar colocar toda minha atenção para o lado de fora, mas por poucos minutos que se passam, começo a perceber que é apenas uma coisa da minha mente ilusionista. Coloco as minhas mãos na parede e abaixo minha cabeça e começo a refletir sobre quantos problemas tenho e não me movo para resolver um sequer.

 

Ouço novamente o mesmo barulho, o mais estranho, é que não sei como identifica-lo, se parece mais com algum objeto de plástico fazendo contado quebradiço com o chão. Talvez até possa ser algum shampoo de outro boxe, são vinte e cinco boxes de banho, por tanto, quero presumir que seja outra garota usando um dos vinte e quatro que sobraram.

 

''Tem alguém aí?''-minha voz faz um eco tão grande que já sei que se caso ninguém me responder, e eu quiser perguntar de novo, só preciso basicamente sussurrar.

 

Ninguém me responde. Isso está parecendo uma parte de suspense da maioria dos filmes de terror. Onde a mocinha burra fica perguntando quem está atrás dela, como se o assassino fosse responder a ela, mas ela é tão burra que não percebeu que não faria diferença ele responder sim ou não, já que ela não tem pra onde fujir, ele está armado e sabe que vai morrer de um jeito ou de outro. Por isso odeio filmes de terror.

 

''Okay, seja lá quem for você não ira me assustar...''-quando eu disse isso eu ainda esperava esperançosamente que houvesse respostas, mas isso não aconteceu...

 

''O que está fazendo aqui? Como foi que entrou aqui? Vá embora!'' -quase grito após tomar um susto. Ele não pode ficar aqui, este é o vestiário feminino, se ele tivesse apenas com a desculpa de:"Eu errei de vestiário", mas não, ele nem sequer estuda aqui para tentar.

 

''Eu não estou aqui.''-ele sussurra abrindo um sorrisinho. Olho para baixo. Ele estava de roupa, e eu, não.

 

''Como assim? Mas é claro que está aqui.''-ergo a sobrancelha. Não sei, acho que deveria estar tímida e envergonhada por estar nua em sua frente, mas não estou. É irônico, eu teria vergonha se no caso fosse uma menina aqui na minha frente, Harry é homem e não sinto tanta atração assim.

 

''O que há entre nós dois, ninguém sabe.-olho para ele com a reação confusa, com a testa enrugada. Eu realmente não entendo o que está acontecendo aqui .''-Abra os olhos Amberley...''-e a voz dele foi se ecoando e cada vez mais baixa.

 

Eu ainda continuo sem entender, eu mal sabia como reagir a aquilo que acabou de invadir minha minha mente e sair tão de repente. Eu nem ao menos sabia que eu estava com os olhos fechados. Não mesmo, foi tudo tão sobrenatural, realmente parecia que eu estava vivendo aquele momento com o Harry. É tão constrangedor da forma como eu penso nele. Só espero que essa seja a minha primeira e última vez que penso em algo assim seja lá com ele ou sem ele.

 

Viro-me para fechar o chuveiro e logo passo minhas mãos sobre meus cabelos para tirar o excesso da água que resta presa entre eles. Minha respiração está tão pesada, que acredito que se dá para ser ouvida de longe. Isso tudo foi literalmente confuso. Pensei em ir até o quarto para me trocar, mas resolvi me vestir aqui. Se eu me trocasse no quarto eu seria capaz de provocar as coisas entre mim e Gemma, e para falar a verdade, esses dias não ando com animo para relações mais íntimas.

 

Caminho pelo corredor até chegar na minha porta do quarto. Quando abro a porta a primeira visão que tenho é da minha cama. Minha bolsa não estava no lugar em que deixei, na verdade estava, só não estava do jeito em que deixei, ela estava revirada, como se alguém houvesse mexido muito bem nela.

 

''Já não disse que odeio quando mexe nas minhas coisas?!''-entro e encontro ela com os olhos grudados em meu celular. Eu avanço até ela e retiro-o de sua mão,com brutalidade, com tanta brutalidade que até eu me assusto com minha atitude.''Muito menos em meu celular!''

 

''Por que não quis me dizer que o Harry iria ser seu professor particular?''-ela se levanta e fica na minha altura, embora ela seja quatro ou três centímetros mais alta que eu.

 

''Porque isso não te importa.''

 

''Não me importa? não te custava nada você só me dizer: " Oh, seu irmão Harry vai me dar algumas aulas particulares, estou com dificuldade no meu novo trabalho" . Era só isso Amber, eu compartilho pequenas coisas com você. Por que você nunca faz o mesmo? Eu não iria brigar, ele é meu irmão. Onde você acha confiança quando você é assim?''-ela diz enquanto eu vou colocando tudo o que ela tirou da minha bolsa de volta.

 

''Você olhando já não dá para perceber? Olha só a bagunça que você fez, revirou toda minha bolsa. É por isso que não conto certas coisas, você começa a agir como uma pessoa possessiva. E sabe que eu odeio isso.''-eu realmente estava com raiva, parte de mim não queria estar com raiva dela, mas ela nunca sabe ter seu limite de curiosidade.

 

''Desculpa...''

 

''Vai ficar tudo bem. Só não faça mais isso, Gem. É chato.''-viro-me de costas para ela e pouso novamente minha bolsa na cama.''Olha... me desculpe também. Eu não devia ter me exaltado com você, eu não sei o que anda acontecendo comigo esses últimos dias...''- me sento na cama com os cotovelos apoiados nos joelhos, tapando meu rosto com as mãos.

 

''Quer conversar sobre isso?''- solto uma risada. Épico! ela quer conversar comigo para se testar. Foi uma bela jogada já que ela está aqui para fazer faculdade de psicologia.

 

''No banheiro... é que''- não sabia o jeito de como dizer a ela que vi o irmão dela quando estava tomando banho, ou ela vai me chamar de louca, ou então dizer que estou mentindo. Ela me dizendo um dos dois eu vou estar sabendo que não é verdade. 

 

Quando pego o impulso da coragem para dizer a ela o que tenho a dizer, meu celular começa a tocar. Ela não diz nada, talvez ela ainda esteja meio magoada pelo que eu disse, se não ela quem o pegaria. Me esquivo para pega-lo na beira da cama e olho para o ecrã, é minha mãe.

 

''Minha mãe.''-anuncio a ela, e como sempre, ela muda de postura.

 

''Ambeley, está ocupada? Atrapalho?''-ela pergunta assim que atendo.

 

''Não, mãe. Pode falar!''

 

''E amanhã? Vai estar ocupada?... A noite, especificamente!''

 

''Tenho aula de manhã.  Uma aula em particular a tarde. E nada para esta noite.''-olho para Gemma e ela está lindamente me olhando. Todas as vezes em que ela me olha do jeito que está me olhando agora, tenho vontade de jogar tudo o que está a minha frente para abraça-la, mas estou conversando com a minha mãe e não posso fazer isso. 

 

''Ótimo.''-ela fala.

 

''Mas por que o motivo de estar me perguntando isso Mrs. Collins?''

 

''Um jantar!''

 

''Um jantar?''

 

''Sim, um jantar. Sua irmã arranjou um namorado, e quer nos apresentar''- ela diz empolgada.

 

''Dá para me explicar melhor?''-descruzo minhas pernas e me armo para levantar.

 

''Sua irmã nos escondeu durante três meses um namorado que arranjou por fora. Mas agora me disse que ele voltou, então por isso quer fazer um jantar aqui em casa. Você irá vir?''-ela pergunta. Ela realmente está muito empolgada, fico aqui tentando imaginar como vai ser quando eu ter que apresentar Gemma a ela. Ela com certeza vai ficar louca, e absolutamente decepcionada comigo. Mas já tenho dezenove anos e agora quem cuida da minha vida sou eu.

 

''Posso levar minha amiga?''-Gemma estava olhando para a parede, antes de eu dizer aquelas palavras.

 

''Amiga? Você mesmo dizia que não tinha amigas!''- e não tenho amigas, Gemma não é minha amiga mesmo.

 

''Talvez eu tenha arranjado uma... e a Samantha nem irá se preocupar com a minha presença, então não se importa se eu levar mais uma, não é mesmo?''

 

''Não fale assim da Sam, ela é sua irmã mais velha, é claro que ela vai te notar amanhã, foi ela mesmo quem me pediu para fazer o convite''-minha mãe diz. É estranho a forma de como minha mãe chama a minha irmã pelo apelido e eu não, ela nunca gostou de ''Amber'', ela detesta este apelido. Detesta tanto que irei ter que dizer isso a Gemma, para que ela não cometa o erro de me chamar de Amber em sua frente.

 

''Mãe, vamos aos fatos: Se Samantha realmente se importasse com minha presença, ela ligaria, não a senhora, e sabe porquê? Ela tem meu número. E para que ela quer tanto este jantar, a senhora sabe e ela sabe que este relacionamento estará oficialmente acabado logo no mês que vem.''

 

''Ela me disse que desta vez é para casar''-ela diz e eu fui absolutamente surpreendida por uma risada debochante que sai da minha boca.

 

''Mãe! Fala sério, sabemos que Samantha não é de homem nenhum e muito menos para casar. O que ela está querendo?''

 

''Ela não quer nada Amberley, apenas ser feliz. Bom... o jantar é ás oito, tudo bem?. Vou tolerar apenas trinta minutos de atraso.''

 

''Mãe, não é algum tipo de consulta médica, é só um jantar que provavelmente terá outra vez mês que vem, com um outro homem''-riu no final da frase, mas deu para ver que ela não achou graça alguma.

 

''Okay. Não se atrase.''-ela desliga sem esperar que eu a um ''tchau''.

 

Olho para Gemma e percebo que ela, durante toda a conversa no celular com minha mãe, esteve me observando. Inspiro o mais forte que posso e digo:

 

''Um jantar amanhã a noite. Minha irmã arranjou um novo namorado e quer nos apresentar a família... e você vai.''-ela se aproxima de mim, mesmo estando sentada.

 

''A que horas?''-ela pergunta.

 

''Oito! E ela disse que só tolera trinta minutos de atraso.''

 

''Uh, então você vai passar aqui depois da sua aula?''

 

''Acho que sim, eu te ligo. Não quero muito ir...''-comento.

 

A verdade é que Samantha e eu, não nos damos muito bem. Aos olhos de quem não vê; Samantha é perfeita, para minha mãe principalmente. E aos olhos de quem realmente vê; Samantha é uma mulher perigosa, e para mim principalmente. Samantha nunca gostou de mim, percebi isso desde o dia em que ela tentou me matar, me enforcando com suas próprias mãos enquanto minha mãe estava de baixo do chuveiro. Ela mesmo disse que me odiava. Bom, isso aconteceu quando eu tinha treze, quase quatorze anos. Mas não é diferente, eu sei que se ficarmos três dias juntas apenas nós duas na mesma casa, não ficariamos três dias.

 

''Eu sei que não quer, mas vamos. Ela não vai querer te matar em pleno o jantar. Quem faria isso?''-ela diz se sentando em sua cama, creio eu que ela agora irá dormir. Por pouco eu ia descordando dela, pois isso já aconteceu em um dos dois mil livros que já li em toda minha vida. Eu retrucaria, se eu lembrasse o nome do livro.

 

''Da Samantha, podemos esperar por qualquer coisa.''-Olho para o relógio e ele marca exatos vinte e uma horas e trinta e dois minutos. Eu tenho que dormir, ou então perderei minha aula de amanhã.-''Podemos deixar o filme para amanhã quando chegarmos da casa da minha mãe?''-pergunta também me deitando.

 

''Hmm... Acho que sim''-ela sorri e pega o celular de baixo do seu travesseiro.''Pode apagar a luz?''-ela pergunta com os olhos no celular, ela faz isso todas as noites.

 

Me levanto e vou caminhando para perto do interruptor e desligo. Volto arrastando os meus pés, confesso que é por medo de bater meu dedinho em alguma quina de algum objeto, para chegar até a cama. Passo a coberta para cima de todo meu corpo, apenas deixando minha cabeça para fora.

 

''Boa noite Gem...''-sussurro para ela. Gemma desvia o olhar do celular para mim. E tomo coragem para lhe dizer o que nunca disse a ela-''Eu te amo''- disse eu. Para mim demonstrar algum tipo de sentimento é bem complicado, não sei o que me deu para eu ter dito isso agora.

 

 

 

 

''Boa noite Amber... eu também te amo, muito''-seus olhos sorriem de acordo com seus lábios que sorri, fazendo as maças de seu rosto se levantarem.


Notas Finais


Instagram: @giovanna_viana__

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