POV Chloe
Acordei meia grogue de mais uma noite de bebedeira. Suspirei pesadamente, enquanto tentava me levantar da cama e lembrar de algo, mas a noite passada era como breu em minha memória. Eu definitivamente devia parar com isso. Afinal, não era o que todos me diziam? Chloe, não faça isso, você vai acabar com a sua vida. Ri comigo mesmo. Fodam-se todos. Eu não ligava, quem eu estava querendo enganar?
Fui em direção ao pequeno banheiro do meu apartamento e me livrei de minhas roupas sujas. Assim que a água quente me envolveu, relaxei me encostando no azulejo frio e deixei com que ela escorresse por cada parte do meu corpo.
Após alguns minutos apenas respirando e curtindo cada gota de água quente despejada em meu corpo, voltei á tona e comecei a me lavar.
Assim que terminei, saí do Box me enrolando em uma toalha e indo em direção a cozinha. Vou até a bancada, me sirvo de cereal e começo a comer. O gosto não é dos melhores, mas devo isso a ressaca que se faz presente. Acabo não terminando o conteúdo de minha tigela, o deixando sobre a bancada.
Vou até o armário em cima da pia e pego uma aspirina, esperando que ela resolva a minha enxaqueca. Após isso volto para o quarto onde me atiro sobre a cama e apago novamente.
Acordo um tempo mais tarde com insistentes pancadas na porta, praguejo ainda com sono e finjo que não estou escutando que alguém está tentando colocar a porta do meu apartamento abaixo. Quando a batida finalmente cessa, relaxo suspirando aliviada. O que não dura nem se quer um minuto.
-Qual é Chloe?!- grita Diana já sem paciência. -Sei que você está aí garota.- Suspiro novamente me dando por vencida e dessa vez me levanto indo em direção a porta.
Assim que a escancaro, deixando aparente minha irritação, a garota de cabelos loiros revira os olhos e passa por mim como se eu fosse um mero obstáculo em seu caminho. Faço careta e a sigo pelo meu apartamento.
-Porra Dy! Você não notou que não é bem vinda?- a observo se deitar na cama, enquanto um sorriso malicioso surge em seus lábios. Reviro os olhos. -Está perdendo o seu tempo.- me desfaço da toalha, que antes envolvia meu corpo e sinto seu olhar vou até meu armário, onde pego uma camiseta preta e uma calcinha, os vestindo. Me volto para encará-la e rio. O que antes era um olhar faminto, havia se transformado em desolação.
-Chloe, você é tão broxante.- ela bufa e me faz careta, dou de ombros.
-O que você quer Dy? Não estou com paciência hoje.- ela me olha curiosa, pronta para mais uma de suas piadinhas, mas logo muda de ideia ao notar que falo sério. Ela bufa e se levanta, ajeitando seu vestido preto que a deixava estupidamente deliciosa e que me deixaria com um puto tesão, se não fosse pelo meu mal humor aparente.
-Vim te dizer que Troyan vai abrir o Street hoje- ela dá de ombros e me segue até a cozinha.
-Não estou afim hoje, aproveite por mim.- digo assim que tomo um gole de água.
Ouço ela gemer de desgosto e me viro fazendo menção pra que ela saia.
-Você que sabe- ela fala com desgosto e então vai embora, batendo a porta ao sair.
Suspiro e me recosto na bancada. Um problema a menos Chloe. Um problema a menos.
Me sento na bancada e fico por um tempo encarando o nada, até que meu olhar é atraído para a porta aberta do armário em baixo da pia, onde repousa uma garrafa de Jack. Minha boca saliva instintivamente, podia sentir... Balanço a cabeça negativamente. Não. Hoje não. Preciso ficar sóbria.
Volto para o quarto, cato uma calça no chão e a visto.
Eu não podia ficar aqui dentro, sozinha. Devia ter deixado Diana ficar e me distrair.
Pego meu celular e saio dali. Assim que o vento fresco do inicio da noite me envolve, sorrio satisfeita e vou até a lanchonete da esquina.
Assim que entro, sou recebida com um afetuoso sorriso de Debbie, minha mulher favorita. Me aproximo do balcão e deposito um beijo em sua testa enrugada.
-Olá docinho.- ela me cumprimenta, enquanto arruma o balcão.
-Olá gata- flerto com a doce senhora de 50 anos e ela bufa.
-Então. Qual a cor de hoje?- pergunta ela, agora contida. Lhe lanço um sorriso para tranquiliza-la.
-Acho que... Cinza claro, talvez.- minto, dando de ombros.
-Isso não é tão bom, mas melhor do que preto.- ela fala otimista. -Um dia chegamos lá-pega um prato e me serve sua torta de limão caseira, me fazendo salivar. Sorrio largamente.
-Você sabe como alegrar meus dias, tenho que admitir- falo levando uma garfada a boca.-Está deliciosa D.- ela desfere um tapa em meu ombro. -Ai!- reclamo e recebo outro.
-Não fale de boca cheia, menina.- e me alcança um copo de cherry coke, o bebo de imediato e em seguida lhe lanço um sorriso travesso.
-Você é a melhor, a única mulher da minha vida. Você sabe, né?- ela balança a cabeça descrente e aperta minhas bochechas.
Assim que se afasta para atender uma outra cliente ao meu lado, noto que fala de mim.
-Ela fala isso para todas- ela confessa para a ruiva que ri baixinho. -É sério.- balança a cabeça descrente e me olha fazendo careta.
Me apoio na mesa e analiso a garota. Ruiva, olhos verdes, mediana. Bonita. Eu diria que interessante. Eu poderia ir até ela e convencê-la a ir pra cama comigo, mas hoje não. E D me mataria, ela não permitia que eu cantasse garotas em sua lanchonete. Ela dizia que eu não prestava e não ia me assistir iludir as "pobres garotas", termo usado por ela.
A garota nota que a encaro e seus olhos verdes como esmeraldas me penetram. Dou de ombros, piscando pra ela e lhe lançando um sorriso.
-Boa noite Debbie, meu amor.- lhe mando um beijo no ar e a vejo revirar os olhos. Sorrio e vou em direção a saída. Deixando a noite decidir o meu rumo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.