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História Fera da meia-noite - Act V: Them


Escrita por: theoden

Notas do Autor


• Perdão pela demora, bloqueio criativo me prendeu de jeito!
• Nesse capítulo se inicia a história de dessie [dean+tessie].
• Boa leitura!

Capítulo 5 - Act V: Them


Ato V: Eles.

Se você sangrar, eu sangro da mesma forma.

— Eu deveria estar me sentindo intimidada? — interrogou Therese enquanto sorria para o rei do inferno.

Crowley deu leves passadas em direção à mulher, deixando um breve, embora notável, sorriso aparecer em seu rosto. Não tinha muita surpresa em seus olhos, parecia esperar que aquilo acontecesse de certa forma. Dean não precisou de muito para chegar a essa conclusão; apenas a horda de demônios ao seu lado bastou para concluir o pensamento.

Por outro lado, Tessie parecia estar se divertindo com toda a situação. O Winchester se empenhou em concentrar-se no corpo inconsciente de Ashley, que agora estava dando leves debatidas como se desejasse acordar, ou como se tivesse sido ordenada para isso. Sua pele não fora ferida pelos cacos de vidros que voaram da janela, mas, quanto a Dean; estava inteiramente perfurado e sentiria dor se não estivesse tão desatento as suas circunstâncias.

— Therese, querida, bom ver você! — exclamou Crowley, fingindo estar ao menos feliz com aquilo — Mesmo que tenha acabado de matar um dos meus demônios. Estou muito compreensivo hoje, porém. Para sorte de ambos. Mas devo dizer que fico surpreso em vê-lo aqui, Dean. Não deveria estar caçando seus unicórnios saltitantes com o alce?

O rei do inferno deslizou a mão pelo cabelo do cadáver de Travis enquanto lançava um olhar de desprezo para o loiro. Dean apenas balançou os ombros como se quisesse dizer: não sei de nada, e de certa forma não sabia.

— Hoje é dia de folga — respondeu o Winchester, impulsivamente.

— E nos seus dias de folga se junta a uma nephilim psicopata? — perguntou Crowley, de maneira sarcástica.

Therese ajeitou o vestido com as mãos enquanto se aproximava dos demônios, que se afastavam à medida que ela caminhava. Sorriu. Poderia não admitir afinal, mas apreciava os demônios mais do que os anjos e humanos. Eram sua raça preferida após os seus. O pensamento rápido sobre sua espécie lhe fez sorrir.

— Não gosto de ser referida dessa maneira. Acho muito rude, sabe?

— Mas é isso que você é, não? — questionou um dos demônios, recebendo um olhar de repreensão de Crowley.

— Não! — exaltou a voz — Eu sou justa e totalmente sã. Não faz ideia de quanto sou.

Tessie gritaria mais se não fosse pelo burburinho se instalando logo ao seu lado. Era Ashley. Aos poucos, ela acordava como se toda a agitação não tivesse interferido em nenhum momento de seu sono. Mas, pelo menos, diferente dos outros, estava acordando. Dean a ajudou a se sentar adequadamente na cadeira enquanto Crowley os olhava com desprezo e ao mesmo tempo evidenciando certa dúvida da situação. Franziu o cenho.

— Belo time — ironizou o rei do inferno.

Ashley murmurou: “onde estou?”, mas imediatamente Dean pediu que ela se calasse. Ela parecia surtar a qualquer instante e o Winchester sabia que isso não poderia terminar bem para ela em nenhuma hipótese. Queria mantê-la viva, fez a promessa para si mesmo e a cumpriria enquanto pudesse. Enquanto algo não a matasse.

Therese bufou. Não poderia negar que um bate-papo com Crowley não era sua ideia principal para a noite. Sua perspectiva envolvia coisas como: sangue, vísceras, mortes, cabeças e muito sangue. Mas, por mais que estivesse farta daquilo, iria dar o máximo de corda que pudesse. Ganharia quanto tempo pudesse. Therese Moseille sempre fora uma ótima predadora disposta a tomar métodos drásticos e até mortais para devorar sua presa.

— São os sortudos da noite — disse a loira sorrindo para Dean. — Não posso dizer o mesmo dos seus.

Crowley a fitou com curiosidade; ele poderia ser qualquer coisa, mas não se enforcaria nas forcas da nephilim. Não novamente. Ele era o Rei do Inferno, não pretendia deixar esse posto ser tirado de suas mãos novamente. Jamais voltaria a ser um vendedor qualquer. Therese poderia ser uma componente forte, mas não impossível de derrotar, pensava ele.

— Bem, você me chamou aqui, não chamou, querida? Acredito que não tenha colocado esse vestido gracioso por nada. Caiu perfeitamente em você, aliás. Mas devo ressaltar que fiquei curioso em saber a razão disso, ainda mais em um lugar tão público. Meus rapazes também ficaram curiosos — gesticulou para os demônios.

— Parecem mais amedrontados do que curiosos. Eles se voluntariaram a vir ou os trouxe forçadamente? — ela questionou com escárnio. Ashley se remexeu na cadeira e olhou curiosa para Therese, que apenas balançou a cabeça negativamente. Algo parecia estar acontecendo. Era como se elas conversassem entre si, mas ninguém ouvisse.

— O que foi? — sussurrou Dean para a garota.

— Não é nada — respondeu Ash, olhando para o nada, respirando de maneira descompassada.

— Voluntariaram-se — afirmou Crowley — Foi preciso dar um pequeno empurrão para isso, claro, mas se voluntariaram no final das contas. Demônios são muito resistentes e perigosos. Raça muito curiosa, não acha?

— Devidamente — concordou Therese caminhando lentamente pela sala.

No meio da situação, Dean não parecia estar se importando muito, algo lhe confortava – não sabia bem o que, mas tinha algo ali que o fazia lhe sentir confortável e seguro. Estava sentado na cadeira ao lado de Ashley, como se nada acontecesse, quando ouviu uma voz em sua cabeça. Fique pronto, eu sei que tem uma faca para matar demônios no seu casaco, use-a. Era a voz de Therese. Ela estava o instruindo ao que fazer.

Sem sucesso, o caçador fingiu não ter ouvido nada; não queria que Crowley percebesse e que isso acabasse custando sua vida ou a de Ashley. Deslizou lenta e atentamente a mão pelo casaco até sentir a lâmina fria entrar em contato com a palma da mão. Matar demônios era sua praia, afinal que tipo de caçador não gostaria de fazer algo assim?

— Eu gosto de demônios, mas prefiro o diabo em pessoa: Lúcifer, o rei do inferno — continuou Tessie, provocando-o ao máximo. — Acho que o cargo de rei sempre caberá a ele, todos sempre serão leais a ele. E você sabe disso. Se não soubesse, talvez não estivesse aqui. Talvez não tentasse me impedir. Mas, como sabe, tem medo do que pode acontecer a você e ao seu frívolo reinado. Patético é palavra que resume você, Crowley. O vendedor.

Dean havia calculado a quantidade de demônios que tinha ali e de acordo com sua contagem eram dez. Quantidade difícil de combater quando se está sozinho, mas, o supôs, que ao estar ao lado de Therese o trabalho seria mais fácil.

Ouvindo as palavras da mulher, Crowley sentiu suas veias ferverem e uma vontade imensurável de matá-la crescer dentro de si. Mas se recompôs, não pretendia desmoronar seu plano por frases cheias de veneno. Ele ergueu uma de suas mãos, dando o sinal para que os demônios atacassem. Todos com seus olhos pretos partiram para cima de Therese, que a essa altura já tinha Dean ao seu lado, armado. E Ashley escondida abaixo das mesas; como havia instruído.

Os momentos seguintes aconteceram rapidamente, eles esbanjavam os olhos pretos como se fosse algo para se orgulhar; era como eles se sentiam, afinal. Um deles, que usava como casca um homem loiro de aproximadamente trinta anos, avançou para cima de Dean, que o apunhalou com um golpe certeiro na cabeça enquanto sua alma era chamuscada por um brilho alaranjado que significou sua morte. Sem perceber, Dean tinha seu rosto coberto por sangue.

Outro veio, dessa vez para cima de Therese, que precisou apenas fazer um singelo gesto com a mão para que a fumaça preta deixasse aquele corpo, virando cinzas e desaparecendo. O Winchester a olhou com um sorriso no rosto; seria muito bom ter alguém como ela para ajudar nas caçadas. Expulsou o pensamento, juntamente com o sorriso, no mesmo instante. Isso jamais aconteceria. Therese não poderia ser uma caçadora, não era do tipo que ajudava pessoas.

No fim das contas, Dean matou quatro demônios e Therese havia cuidado do resto. Mas algo parecia não estar certo. Crowley não estava preocupado, ao contrário, sorria como se aquilo fosse exatamente o que tinha planejado desde o início. Tessie olhou para o caçador que tinha a mesma expressão de dúvida no rosto.

— Muito bom! Muito bom mesmo! — satirizou Crowley, fingindo surpresa. Entreolharam-se novamente, e Therese tinha em mente ideias sádicas de acabar com a vida do demônio agora mesmo, mas algo lhe a prendeu ali, parada, vendo-o sorrir para os ares. Algo estava errado.

— Honrando os velhos hábitos, não? — disse Dean, mantendo a mesma ironia de sempre.

Crowley direcionou ao olhar para outra direção, como se quisesse ver o que tinha atrás dos dois. Um sorriso brotou em seu rosto fazendo com que Dean e Therese virassem imediatamente para trás. Surpreenderam-se. Uma mulher ruiva, meio alta, com um vestido longo preto até os pés, estava atrás deles e parecia estar carregada de energia – de acordo com Tessie – como se estivesse fazendo algum feitiço.

— Eu sempre tive em mente que é preciso conhecer o inimigo, Therese — retomou Crowley. — E a conheço o bastante para saber que ter você como inimiga não é uma das mais sábias escolhas, mas, vale lembrar, que você causou isso. Você quis trazer-me para uma armadilha e eu teria caído se não fosse pelo anjo rebelde Castiel e pelo alce devoto, que passaram perto do inferno há alguns horas. Você quer Lúcifer solto e precisa me tirar do inferno para limpar a área dos seus dois cúmplices. Bem, isso não vai acontecer. Eu sou o rei do inferno, vadia! E você não irá tirar isso de mim.

Apenas com uma mão, Crowley retirou uma estaca de madeira da cadeira a sua frente e rodopiou o objeto em sua mão, ainda com o sorriso no rosto. Therese estava prestes a soltar variados palavrões para o demônio, mas a mulher ruiva a surpreendeu dizendo palavras em latim, se Tessie estivesse certa, ela disse: Join a sanguine eorum. Erit autem sanguis.

Junte-os pelo sangue. E o sangue será um só.

Foi necessário apenas uma boa olhada para a loira saber quem era aquela mulher. Rowena. Em seus tempos primordiais, Therese havia se esbarrado com a bruxa e seu filho; uma criança relativamente estranha e tosca. Não esperava vê-la de novo, muito menos ao lado de Crowley. Iria a matar também e pretendia aproveitar o momento.

Dean parecia estar estranhando a coisa toda e não poderia ser culpado por isso. Estava tudo pra lá de estranho. Rowena sussurrava palavras que ele sequer conseguia entender metade, mas sabia que era algum feitiço. Observou Therese ao seu lado, mostrando suas garras enormes e pronta da usá-las para rasgar a garganta da bruxa. No entanto, ela parecia não conseguir sair dali. Uma barreira invisível os prendia naquele local, um do lado do outro.

Ambos forçavam a barreira na tentativa frustrante de sair dali. Não poderia negar que Dean e Tessie tinham algo em comum: odiavam bruxas e seus feitiços, principalmente aqueles que os imobilizavam.

A parte preocupante chegou quando o silêncio se estabeleceu. Rowena permaneceu em silêncio, sentindo o olhar de fúria de Therese pesar sobre suas costas. Ela parecia incerta com o feitiço e parecia necessitar que tivesse dado certo. Crowley – da mesma maneira que a bruxa – olhava para os dois, esperando algum sinal do feitiço.

— Está feito — concluiu Rowena, dando longos passos para trás, evidenciando a insegurança.

— Como sei que funcionou? — interrogou Crowley, agora impaciente.

— Só há um jeito de saber, não é? — concluiu a bruxa, desaparecendo completamente do local.

Ótimo, sussurrou o demônio. Mirou a estaca em sua mão na direção de Therese e a atingiu certeiramente no coração. Ela cambaleou para trás, entretanto, bastou segundos para se recompor. Bufou. Crowley era mesmo estúpido de achar que aquilo a mataria? Era mais patético do que ela havia imaginado, afinal.

— Sério? — perguntou Tessie, descrente. Posicionou a mão direita na estaca espessa e a retirou, lançando-a ao chão. O sangue cor de vinho se misturou com o vestido avermelhado. Ter tido seu vestido manchado de sangue fora o que mais a irritara na noite — Isso me deixou muito, muito chateada, Crowley. Não faz ideia do quanto.

Encarou o demônio que tinha um sorriso pouco amigável no rosto. Therese sentiu o cheiro de orgulho adentrar as suas narinas e foi quando olhou para trás que concluiu qual era o motivo daquele sorriso que estampava o rosto de Crowley. Dean estava ao chão. A roupa completamente banhada em sangue. A mesma estaca que havia perfurado seu coração havia perfurado também a do Winchester.

— Um feitiço de ligação — disse ela, fingindo admiração. — Isso é baixo. Até mesmo para você.

— Realmente quer discutir sobre o feitiço? Não acha mais prudente salvar seu amigo de caça? Deixá-lo morrer talvez seja uma boa. Ele voltará de uma forma que será útil para você. Sabe o que a Marca faz com as pessoas, não sabe, Therese? Não as deixam morrer facilmente.

Sangue escorria pela boca do caçador enquanto ele se debatia lentamente. Ashley, antes ainda escondida debaixo da mesa, fora em direção ao corpo de Dean, implorando para que Therese o salvasse. Uma conturbação de sentimentos passou pela cabeça da mesma. Não poderia deixar o Winchester para morrer; isso estragaria seus planos futuros. E estava crente que aquele feitiço de ligação não era do simples. Rowena canalizou o seu poder com o da Marca e os uniu em um só. Se Dean morresse, parte do poder de Therese morreria também.

Cogitou a ideia de separar a cabeça de Crowley de seu corpo, mas os gritos de Ashley a atordoavam para ajudar Dean. E isso era o que mais beneficiaria no momento. Droga!, pensou ela, tinha que salvar o Winchester ou enfraqueceria ainda mais. Crowley deu seu último sorriu e se retirou do restaurante, vitorioso.

Therese, sem tempo, agachou-se ao lado do corpo de Dean, que estava próximo do seu último suspiro.

 — Apenas olha para mim, idiota — ela disse, tentando o manter com os olhos abertos enquanto posicionava sua mão sobre a ferida, pressionando-a com força. Uma luz cintilante envolveu o ferimento e de forma rápida fora curado. O corpo do Winchester estava cheio de vida novamente, completamente curado. E automaticamente Therese estava mais fraca por tê-lo curado e mais fraca ainda por ter metade do seu poder divido com o caçador.

— Não temos tempo, o dia irá amanhecer em breve, temos que encontrar eles — prosseguiu Tessie.

— Eles? — questionou Ashley, auxiliando Dean a se por de pé.

 — Sam e Castiel, os idiotas que estragaram tudo.


Notas Finais


pLAU
• Música citada no início do capítulo: Where's My Love – SYML.
• Obrigada a você, caro leitor, que está acompanhando a fanfiction e dando aquele apoio <3
• O que estão achando da 12temp de spn? Gente, eu to amando!!! [e ainda me recuperando do 7x01 de twd, scrr]
• ATÉ MAIS!!


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