[…]
Jay: Gray? Onde vai?! – corro ate ele, mais locais vazios! O QUE ESTA ACONTECENDO! – olho para baixo, o chão esta sujo de sangue, esta vindo do pano…deixo o pano cair no chão…- O QUE ESTA ACONTECENDO?!! PORQUE NINGUÉM ME DIZ O QUE ESTA ACONTECENDO?!
Gray: Jay? É a S/n…acorda, Jay acorda…
Acabo acordando num sobressalto, estou todo molhado de suor…foi um pesadelo…foi um pesadelo, nada disso foi real, nada disso aconteceu…esta tudo bem…
Gray: Jay esta tudo bem? Voce esta suando muito…
Jay: Apenas olho para ele não digo nada, saio da li e vou para o corredor, fico parado no meio, observando…tem portas…não é um corredor vazio…
Gray: Jay, foi um pesadelo?
Jay: - apenas concordo com a cabeça, viro para ele – a S/n, onde ela esta?
Gray: Estamos aguardando o medico chegar.
Jay: Esta tudo bem com ela?
Gray: …eu não sei…eles já estão vindo, vem, vamos nos sentar e aguardar.
[…]
Medico: Senhor Park?
Jay: - levanto do banco – Sim. A S/n esta bem?
Medico: Por favor, me acompanhe.
Jay: Gray?
Gray: Vai lá, eu vou ficar aqui…
Acompanho o medico, ate a sala…S/n…
Jay: Porque ela continua inconsciente?
Medico: Foi a anestesia. Ela vai despertar quando estiver pronta. Basta esperar.
Jay: E o bebe? – minhas palavras saem ofegantes, angustiadas.
Medico: O bebe esta bem, Senhor Park.
Jay: Ah, graças a Deus. – as palavras soam como uma suplica…uma oração. – Graças a Deus.
EU ONN.
TUDO PESA E DÓI: membros, cabeça, palpebras, nada se mexe. Meus olhos e minha boca estao resolutante fechados, negando-se a abrir, deixando-me cega, muda e dolorida. A medida que emerjo das névoas, a consciência começa a pairar sobre mim, como uma sirene sedutora mas fora de alcance. Os sons se transformam em vozes.
Jay: Não vou sair de perto dela.
Jay! Ele esta aqui…tenho que acordar – sal voz é um sussurro tenso e angustiado.
Medico: Voce precisa descansar um pouco.
Jay: Não. Quero estar aqui quando ela acordar.
A névoa me encobre.
[…]
A NÉVOA SE DISPERSA, mas não tenho nenhuma noção de tempo.
Appa: Como eu queria bater nos dois…onde vocês estavam com a cabeça?!
Jay: Voce quis me prender…
Appa: Eu estava sendo um bom appa.
Jay: Voce mandou me matar…é culpa sua, por ela estar aqui.
Appa: Se voce não tivesse fugido, isso não teria acontecido.
Jay: Se voce não tivesse chamado a policia, eu não teria fugido.
Appa! Ele esta aqui. Luto contra a névoa…tento…mas mergulho novamente na inconsciência. Não…
Omma: Ah querido, se controla, agora não é hora…
Jay: Por que ela não acorda? – sua voz fica embargada. – eu quase a perdi.
Jay! Ouço soluços contidos. Não…
Ah…A escuridão me envolve. Não…
[…]
Sinto, meus dedos, sendo apertados, contra o seu rosto.
Jay: Ah, S/n, por favor, volte para mim. Eu sinto muito. Por tudo. Acorde. Estou com saudades. Eu amo voce…
Eu tento. Tento. Quero vê-lo. Mas meu corpo não me obedece, e caio no sono mais uma vez.
[…]
SINTO UMA NECESSIDADE enorme de fazer xixi. Abro os olhos. Estou no ambiente limpo e estéril de um quarto de hospital. Está escuro, a não ser por uma janela, e tudo quieto. Minha cabeça e meu peito doem, mas o pior é a bexiga prestes a estourar. Preciso fazer xixi. Testo meus membros. Meu braço direito dói, e reparo no soro preso…fecho os olhos rapidamente. Girando a cabeça e fico satisfeita ao ver que ela responde a minha vontade, abro novamente os olhos. Jay esta dormindo sentado ao meu lado, debruçado na cama com a cabeça sobre os braços dobrados. Levanto a mão, mais uma vez feliz em ver que meu corpo reage, e passo os dedos pelo seu cabelo macio.
Ele acorda assustado, e levanta a cabeça tão bruscamente que minha mão cai fraca na cama.
Voce: Oi – falo, num arremedo de voz.
Jay: Ah, S/n. – sua voz parece contida e carregada de alivio. Ele pega a minha mão e a aperta com força, encostando-a em seu rosto.
Voce: Preciso ir ao banheiro – murmuro.
Ele fica perplexo, depois enruga a testa por um instante.
Jay: Tudo bem.
Tento me colocar sentada.
Jay: S/n, não se mexa. Vou chamar a enfermeira.
Levantando-se rapidamente, ele aperta uma campainha ao lado da cama, alarmado.
Voce: Por favor – murmuro. Por que será que esta tudo doendo? – preciso levantar. – Caramba, eu me sinto tão fraca.
Jay: S/n, espera, ela já esta vindo, não é para se mexer – reclama ele, exaltado.
Voce: Eu preciso muito fazer xixi. – minha voz continua fraca e aguda. Minha garganta e minha boca estão tão secas…
Uma enfermeira irrompe no quarto. Ela deve ter uns cinquenta anos, apesar do cabelo preto retinto.
Enfermeira: Senhora Park, bem-vinda de volta. Vou avisar ao Doutor, que a senhora acordou. – Ela se aproxima da cama. – A senhora sabe onde esta?
Voce: Sei, Hospital. Preciso fazer xixi.
Enfermeira: A senhora esta com um cateter.
O que? Ai, que nojo. Olho tensa para o Jay, depois me volto para e enfermeira.
Voce: Por favor. Eu quero me levantar.
Enfermeira: Senhora Park…
Senhora Park???
Voce: Por favor.
Jay: S/n – adverte Jay.
Novamente faço esforço para me levantar.
Enfermeira: Vou retirar o cateter. Senhor Park, tenho certeza de que a sua esposa vai querer um pouco de privacidade. – Ela olha incisivamente para o Jay.
Jay: Não vou a lugar nenhum. – Ele a encara.
Voce: Jay, por favor – murmuro, pegando sua mão. Ele aperta minha mão por um segundo e depois me fita exasperado. – por favor – suplico.
Jay: Tá bom! – Ele passa a mão pelo cabelo. – Voce tem dois minutos – diz, rápido, a enfermeira, depois se abaixa e beija minha testa antes de se virar e deixar o quarto.
JAY IRROMPE de volta no quarto dois minutos depois, no momento em que a enfermeira esta me ajudando a sair da cama. Estou vestindo uma fina camisola hospitalar. Não me lembro de terem tirado minha roupa.
Jay: Deixe que eu a levo – diz ele, e vem apressado ate nos.
Enfermeira: Senhor Park, eu posso fazer isso – repreende-o a enfermeira.
Ele lança um olhar hostil para ela.
Jay: Mas que droga, ela é minha mulher. Eu é que vou leva-la – diz ele entre-dentes, e afasta do seu caminho o suporte para o soro.
Enfermeira: Senhor Park! – protesta a enfermeira.
Ele a ignora, abaixa-se e gentilmente me levanta da cama. Passo os braços ao redor do pescoço dele, sob protestos do meu corpo. Nossa, esta doendo em tudo quanto é lugar. Ele me carrega ate o banheiro enquanto a enfermeira nos acompanha, empurrando o suporte do soro.
Jay: Senhora Park, voce esta muito leve – murmura ele em tom de reprovação, e me coloca de pé com cuidado.
Eu me desequilibro. Minhas pernas parecem gelatina. Jay aperta o interruptor e fico momentaneamente cega pela luz fluorescente que estala e treme, ganhando vida.
Jay: Sente-se para não cair – diz ele como se me desse bronca, ainda me segurando.
Hesitante, sento-me no vaso sanitário.
Voce: Saia. – Tento enxotá-lo.
Jay: Não. Faça logo, S/n.
Que coisa mais constrangedora!
Voce: Não consigo, não com voce aqui.
Jay: Voce pode cair.
Enfermeira: Senhor Park!
Ambos ignoramos a enfermeira.
Voce: Por favor – suplico.
Ele levanta a mão, aceitando a derrota.
Jay: Estou aqui fora, de porta aberta.
Ele da alguns passos ate se postar de pé logo após a porta, junto com a enfermeira irada.
Voce: Vire de costas, por favor – peço.
Por que me sinto tão ridiculamente tímida com este homem? Ele revira os olhos, mas obedece. E quando ele me da de costas…eu solto a bexiga, e me alivio.
Verifico me ferimento, esta tampado. A cabeça doí.
Além disso, estou com sede e com fome. Minha nossa, muita fome. Eu termino, feliz de não ter que levantar par lavar as mãos, já que a pia é bem próxima. Simplesmente não tenho forças para me levantar.
Voce: Pronto – chamo, secando as mãos na toalha.
Jay retorna, e, antes que eu possa perceber, estou em seus braços novamente. Como senti falta destes braços. Ele faz uma pausa e enterra o nariz no meu cabelo.
Jay: Ah, eu estava com saudades… - murmura ele, e, com a enfermeira na sua cola, me deita de novo na cama e me solta, relutantemente, eu acho.
Enfermeira: Se o Senhor já acabou, Senhor Park, eu gostaria de verificar a condição da Senhora Park agora. – A enfermeira esta irritadíssima.
Ele se afasta.
Jay: Ela é todo sua – diz, em tom mais contido.
Ela olhada irada para ele, depois volta a atenção para mim.
Enfermeira: Como se sente?
Voce: Dolorida e com sede. Muita sede – murmuro.
Enfermeira: Vou buscar agua depois que verificar seus sinais vitais.
Ela apanha um aparelho de medir pressão e o envolve em meu braço. Olho ansiosa para Jay. Sua aparência é horrível, parece ate um fantasma, como se ele não dormisse há dias. O cabelo esta desgrenhado e a camisa esta toda amarrotada.
Jay: Como esta se sentindo?
Voce: Confusa. Dolorida. Faminta.
Jay: Faminta? – Ele pisca, surpreso.
Aquiesço.
Jay: O que quer comer?
Voce: Qualquer coisa. Sopa.
Enfermeira: Senhor Park, precisamos ter o consentimento do medico antes de a Senhora Park começar a se alimentar.
Ele a fita impassível por um minuto, tira o celular do bolso e pressiona um numero.
Jay: Gray, me faça um favor pode trazer, uma sopa para a S/n…sim ela acordou, ela esta bem…obrigado. E desliga.
Dou uma espiada na enfermeira, que estreita os olhos para ele.
Voce: Gray, ele esta bem?
Ele confirma.
Enfermeira: Sua pressão esta normal, Senhora Park. Vou chamar o medico.
Ela retira a braçadeira e, sem mais nenhuma palavra, sai a passos largos do quarto...
Voce: Acho que voce deixou a enfermeira zangada.
Jay: Eu não ligo – ele ri com sarcasmo.
Dou uma risada, mas paro subitamente porque a dor se prolonga no meu peito.
Jay: Ah, é bom ouvir voce rir.
A enfermeira volta com uma jarra d´ agua. Ambos ficamos em silencio, olhando um ao outro, enquanto ela enche um copo e me oferece.
Enfermeira: Pequenos goles por enquanto – avisa ela.
Tomo um gole, tomo outro…outro, ele me observa intensamente.
[…]
Voce: Eu quase morri!?
Ele fecha os olhos, deixando transparecer o terror no rosto.
Jay: Eu morri mil vezes nessa quinta-feira.
Quinta-feira?
Voce: Que dia é hoje?
Jay: Quase sábado – diz ele, olhando o relógio de pulso. – voce ficou inconsciente por mais de vinte e quatro horas.
Ah.
[…]
O medico vem faz um exames…receita uns analgésicos…Alguém bate na porta, era o Gray, olho para ele, também estava com uma aparência horrível…
Voce: Oi Gray.
Gray: Bom ouvir a sua voz, de novo, S/n. Trouxe a sua comida.
Medico: Comida?
Jay: A S/n esta com fome – retruco.
Medico: Nada pesado.
Jay empurra a bandeja com rodinhas na minha direção e o Gray coloca.
Jay: Gray voce pode ir embora…
Gray: Ok, eu preciso mesmo dormir e tomar um longo banho. Estou indo, esta sendo muito bom, ver voce S/n, deu um enorme susto em todos nos…
Voce: Desculpa…
Gray: - dou um beijo na sua testa – é bom ter voce de volta…tchau.
Voce: tchau.
Jay: Obrigado Gray...
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