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História Fernando - Capítulo 13


Escrita por: lavegass

Notas do Autor


PENÚLTIMO CAPÍTULO GENTE!

Capítulo 13 - Capítulo 13


Meu corpo estava todo dolorido e a minha cabeça parecia mais pesada que o normal. Lutava para abrir os olhos, mas algo me impedia, era como se por um momento eu não tivesse controle do meu próprio corpo. Quando finalmente abri os olhos minhas vistas estavam embaçadas, pisquei várias vezes até que conseguisse enxergar as coisas de forma mais clara. Márcia estava sentada em minha frente.

- Finalmente acordou. – Falou. – Qual séria a graça de acabar com você inconsciente?

- O que você quer?

- O que eu quero? – Repetiu ela em meio a uma risada debochada. – Eu quero minha família e minha vida de volta. Eu quero que você me devolva tudo que você me roubou.

- Eu não roubei nada, foi você que os abandonou. – Falei e no mesmo instante senti meu rosto arder do tapa que havia levado de Márcia. Quando fui revidar ela balançou a arma próxima do meu rosto.

- Se eu fosse você não faria isso.

Suspirei desapontada. Eu tentava me manter calma porque não queria que ela notasse o meu medo, mas é verdade era que eu estava desesperada, não sabia como sairia dessa.

- Eu sei que eles querem me denunciar e me prender assim como fizeram com o Alfredo, mas isso não vai acontecer. Eu não sou tão tola como ele. Depois de terminar isso. – Disse ela apontando para mim. – Eu vou fugir para um lugar que nunca irão me encontrar.

- Você não vai conseguir sair do país, qualquer ônibus ou avião que você cogitar em pegar vai ter um policial pronto para te levar para a cadeia.

- Por favor, Letícia, acha que eu sou estúpida? Já tenho tudo planejado e para sair do país não vou precisar entrar em um aeroporto ou rodoviária.

- Se você vai fugir, como pretende ter sua família de volta? – Perguntei. Márcia se contradizia a todo o momento e aquilo me irritava.

- Eu não consigo viver presa a ninguém. – Falou, e pela primeira vez via sinceridade nela. – Isso não significa que os odeie, mas sim que eu não consigo estar a todo tempo ou ir aos mesmos lugares. Eu não quero uma rotina, eu não quero um relacionamento eu não quero obrigações. Eu quero ser livre.

- Esta errada, família não prende ninguém, muito pelo contrario. Ela liberta. Você tinha uma maravilhosa e jogou fora. Quando eu olho para você Márcia tudo o que eu consigo sentir é pena. Você não foi capaz de enxergar todo o amor que tinha ao seu redor e o perdeu.

Márcia me olhava de forma furiosa e naquele momento eu comecei a me arrepender de ter dito aquilo. Não importava se fosse o que eu pensava, eu estava em uma situação perigosa e deveria ter ficado calada para não correr o risco de que as coisas se agravassem.

- Pelo jeito você soube enxergar muito bem, a ponto de se infiltrar em uma família que não era sua, mas já chega. Fernando continua sendo o meu marido e Rebeca e Victor os meus filhos. O fato de eu não querer estar com eles não significa que outra possa estar.

- E o que você vai fazer sobre isso? – Perguntei. Eu definitivamente estava fora de mim. As palavras saiam no automático, eu estava nervosa, mas ao mesmo tempo não conseguia ouvir todas aquelas barbaridades e ficar calada.

- Você verá. – Falou ela. Márcia engatilhou a arma e a apontou para mim. Era o fim. E eu não tinha nada para me defender. Fechei meus olhos na tentativa de que tudo aquilo sumisse, de que algo aparecesse e me tirasse de lá. Aparentemente minhas orações deram certo e logo ouvia a porta ser jogada no chão.

- O que você faz aqui? – Perguntou uma voz a qual eu logo reconheci, era Fernando. Abri meus olhos rapidamente e o olhei desesperada.

- Não se meta nisso. – Pediu Márcia. – Eu não quero machucar você. Ela precisa pagar pelo que fez.

- E o que ela fez? – Gritou Fernando. – Porque até onde eu saiba foi você quem matou o marido dela por causa de dinheiro e abandonou a nossa família pelo mesmo motivo.

- Sai daqui! – Gritou Márcia, apontado a arma na direção de Fernando dessa vez.

- Quem tem que sair é você. – Falou ele um pouco mais calmo dessa vez. Eu não sabia o que fazer, não queria ficar parada, mas tinha medo de interferir e piorar as coisas. Fernando caminhou lentamente em direção a ela. – Me dá essa arma Márcia. – Pediu. E ela apenas sacudiu a cabeça em negação, estava chorando. – Por favor. – Insistiu ele.

- Não! – Gritou ela. Fernando tentou puxar a arma a força, mas Márcia a segurou e em meio à briga dos dois eu ouvi um disparo e inevitavelmente disparei a chorar.

...

Você assiste aos jornais e fica horrorizado com o que esta acontecendo no mundo, mas você só se da conta da gravidade quando acontece com você. 
Podemos perder tudo, em um minuto ou até mesmo em segundos, porque querendo ou não a nossa única certeza é a morte. 

Relacionar-se com alguém e construir uma família é apenas uma forma de esquecer parcialmente de nosso destino cruel, mas quando se é jovem o mundo parece diferente, é um lugar cativante, de inúmeras possibilidades as quais parecem valer a pena serem exploradas. 

Eu fiz planos toda a minha vida. Ter tudo ao meu controle e visar um futuro distante não eram apenas prioridades, mas sim fatos responsáveis por definir parte de minha personalidade. Eu era uma controladora, uma estrategista, alguém que sabia o que queria, quando queria e como faria para conseguir. Agora eu não sei mais quem eu sou. Pensei que havia me perdido há três anos, quando na verdade eu nunca me tive, e quando finalmente me encontrei quase me perdi novamente. 

Estava sentada na sala de espera do hospital, há mesma em que estive algumas semanas atrás aguardado noticias da Rebeca. Dessa vez minha espera era por Fernando. O tiro disparou nele e eu me desesperei. Por sorte um dos meus vizinhos ouviu os gritos e ligou para a polícia a qual chegou rapidamente. Márcia foi presa e Fernando socorrido. O tiro havia sido na barriga, eu o acompanhei na ambulância e um dos médicos nos tranquilizou ao dizer que havia pegado apenas de raspão.

Mesmo que a situação não fosse tão grave quanto poderia ter sido ver Fernando daquela forma me deixava desesperada. Ele estava tentando me proteger quando aquilo aconteceu e por isso eu seria eternamente grata.

- Nós já tiramos a bala. – Falou o médico assim que entrou na sala. – Já pode ir vê-lo, só peço que não o deixe fazer muito esforço, ele precisa descansar.

Apenas assenti e o acompanhei até o quarto. Mesmo depois de tudo Fernando estava com uma aparência boa e sorriu ao me ver. O médico nos deixou a sós e eu puxei uma cadeira para ficar ao lado de sua cama.

- Como você esta? – Perguntei.

- Melhor agora. – Respondeu ele segurando a minha mão. – E você?

- Bem. – Falei beijando-o no rosto. – Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado. O que te fez voltar lá? – Perguntei.

- Quando eu cheguei à minha casa sem você a Rebeca surtou, disse que eu estava ficado louco em te deixar dormir sozinha com a mãe dela a solta. No inicio eu pensei que ela estivesse exagerando, mas depois dela insistir muito eu resolvi te ligar, mas você não atendeu e foi minha vez de surtar. Peguei o carro e fui correndo para lá.

- Correndo? – Falei advertindo-o.

- Um pouco mais rápido do que eu costumo dirigir. – Confessou ele. – Assim que cheguei ouvi alguns gritos, a porta estava trancada e eu me desesperei.

- É e agora o senhor me deve uma porta. – Brinquei.

- E a senhorita me deve uma barriga sem cicatriz. – Falou ele me mostrando o lugar onde a bala foi tirada.

- Eu achei ela bem sexy.

- Sério? – Perguntou Fernando levantando as sobrancelhas.

- Seriíssimo.

- Bom saber, talvez as outras também gostem.

- Que outra? – Perguntei colocando as mãos na cintura.

Ele riu, mas depois parou colocando a mão na barriga e fazendo cara de dor.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Peço desculpas por esse capítulo minusculo, mas prometo que amanhã (ou talvez ainda hoje) eu vou postar o último e o primeiro da nova fic, a qual eu espero que vocês também acompanhem. Obrigada por todos os comentários, só não estou respondendo-os ultimamente para evitar da spoiler haha, mas sempre leio todos e fico muito agradecida pelo carinho e atenção de vocês!


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