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História Fernando - Capítulo 2


Escrita por: lavegass

Notas do Autor


O próximo capítulo provavelmente será postado em breve. Espero que estejam gostando!

Capítulo 2 - Capítulo 2


- Eu não sei se isso é uma boa ideia. – Falou Lucas pela décima vez em menos de uma hora.

  Revirei os olhos enquanto me concentrava em fazer a minha maquiagem.

- Estamos planejando isso há três anos, eu não vou desistir agora.

- Eu não estou falando de desistir Letícia. Acho que deveríamos levar todas essas informações até a polícia. Ele não é mais deputado, não vão hesitar em prendê-lo.

- Ele continua rico Lucas. Pessoas ricas conseguem tudo o que querem. Nós precisamos fazer isso. – Disse parando atrás dele e iniciando uma massagem em seus ombros. – Você sempre esteve comigo nessa história, por que esta tão relutante agora?

- É que... – Começou virando-se para mim. – Agora parece real. E eu estou com medo.

- Não precisa, você sabe que eu sei me cuidar. – Beijei a testa dele e caminhei até o sofá pegando minha bolsa. – Não se esqueça de pegar o Otávio na escola se não a Gabriela vai te matar. Vejo vocês três no jantar.

- Tem certeza que não quer que eu te leve? – Perguntou apreensivo.

- Não. Qualquer coisa eu ligo esta bem? Agora relaxa. – Falei já fechando a porta.

Eu fazia o possível para manter Lucas e Gabriela calmos, mas ninguém poderia fazer o mesmo por mim. Eu estava ansiosa e não queria que ninguém percebesse porque sabia que fariam de tudo para me fazer mudar de ideia.

Dirigi distraidamente enquanto o GPS me dizia o que fazer. Eu pensava na morte do Rodolfo e nós três anos que passei estudando sobre Fernando Mendiola. Minhas informações sobre ele eram suficientes para criar uma pagina no Wikipédia, coisa que estranhamente ele já tinha.

Fernando Mendiola nasceu aqui mesmo na capital, seu pai é dono de uma das maiores empresas publicitárias de nosso país. Ele se casou aos 23 anos com Márcia Villarroel a qual desapareceu misteriosamente seis anos depois. Fernando teve dois filhos com ela Rebeca de 18 anos e Victor de 20. Após o desaparecimento da esposa não teve um relacionamento sério com ninguém, mas foi visto saindo com diferentes mulheres centenas de vezes. Ele não tem irmãos e nem parentes próximos, seus pais e filhos são sua única família.

Além desses dados pessoais eu investiguei sua vida profissional, assim como eu ele se formou em Publicidade e começou a trabalhar na empresa de seu pai como vice-presidente, quando Humberto se aposentou ao invés de assumir o cargo da presidência ele se envolveu com a política e acabou tornando-se deputado. Com pouco mais de um ano de mandato ele renunciou e voltou a trabalhar na empresa de seu pai.

Exatamente. Um mês após a morte de Rodolfo, Fernando cortou todos os laços que tinha com a política. Sua desculpa em frente às câmeras foi que precisava de mais tempo com seus filhos, como se os políticos realmente trabalhassem, não é mesmo?

Apesar dessas e outras coincidências eu não posso afirmar que ele é o responsável pela morte do meu marido e é por isso que decidi que chegou a hora de investiga-lo de perto.

Há uma semana Gabriela veio com a noticia de que Fernando estava em busca de uma nova assistente, e isso foi como um sinal para mim de que estava na hora. Eu pensei em várias maneiras de como me aproximaria dele e todas as opções se voltavam em tentar me relacionar de forma amorosa, mas eu não queria isso. Mesmo Fernando sendo um homem atraente só de pensar nas coisas que ele supostamente fez me dava ânsia. Por isso estar com ele no trabalho onde ele passa a maior parte do tempo me pareceu o plano perfeito e mesmo Gabriela e Lucas não concordando com isso eu já havia tomado a minha decisão.

- Senhorita Letícia... Solis? – Chamou uma mulher loira de cabelos cacheados e roupa curta.

- Sou eu. – Respondi forçando uma simpatia.

- Pode subir para o andar de cima, a senhorita é a próxima que o Seu Fernando vai atender.

- Obrigada! – Respondi acenando e caminhando em direção ao elevador.

A empresa era colorida, totalmente o oposto do que eu havia imaginado e confesso que aquela quantidade exagerada de cores me irritou. Cheguei no lugar indicado e vi várias secretarias que falavam alto e encaravam curiosa todos que passavam por aquele lugar, inclusive a mim.

- Você é candidata a vaga de assistente? – Perguntou uma gordinha de cabelos vermelhos.

- Sou sim. – Respondi em meio a um sorriso. – Por que?

- Você é bonita, pensei que fosse uma das modelos do novo comercial e se fosse ia te avisar que era melhor nem entrar porque Luigi ia te matar pelo atraso. – As outras riram e eu me senti na obrigação de também forçar uma risada.

Nesse momento uma loira com a roupa ainda mais curta que da anterior saiu com raiva da presidência dando passos duros.

- Ih! Parece que alguém não conseguiu o cargo. – Comentou uma mulher de óculos. – Boa sorte- Completou se direcionando a mim.

- Obrigada. – Falei quase como um sussurro.

- Não vai entrar? – Perguntou a alta de cabelos pretos.

- Eu posso?

- Claro, menina! Anda logo que o senhor Fernando não gosta de esperar.

Apressei-me e segui em direção à presidência. Bati na porta e logo em seguida ouvi pela primeira vez sua voz.

- Pode entrar. – Ele disse. E me surpreendi. Não era o tipo de voz autoritária que eu esperava.

- Com licença. – Pedi me virando de costa para fechar a porta.

- Sente-se. – Ele pediu e pela primeira vez o olhei. Era ainda mais alto e mais bonito do que por vídeos e fotos, me xinguei mentalmente por pensar nisso. – Você é Letícia Solis, certo?

- Sim. – Respondi e minha voz saiu trêmula, que diabos estava acontecendo comigo?

- Eu olhei o seu currículo e confesso que estou impressionado. Você tinha as melhores notas da sua turma, já ajudou na produção de grandes comerciais... Por que esta interessada em um cargo de assistente?

- Bem eu... Sempre admirei a Conceitos e sonhei em trabalhar aqui... Essa foi a única vaga aberta até agora. – Ele sorriu. E que sorriso. Tive vontade de bater na minha própria cara.

- Tem razão, trabalhamos com as mesmas pessoas há muito tempo. Assim como meu pai eu tenho o coração mole, nunca consigo demitir ninguém. – É claro que tem, pensei comigo mesma. – Mas voltando ao seu currículo ele é definitivamente o melhor...

- Pai! – Gritou uma mocinha abrindo desesperadamente a porta.

- Seu Fernando, me desculpe, dessa vez eu não consegui controla-la.

- Tudo bem Sara, pode ir.

- Pai! – Continuou a menina caminhando de forma animada até Fernando. – Eu te amo tanto. – Disse o abraçando.

- Eu não posso te dar mais dinheiro Rebeca. – Falou em um tom divertido.

- O que? Eu não vim pedir dinheiro. É isso que o senhor pensa de mim? Que eu sou uma interesseira? – Questionou ela de forma dramática.

- Não meu amor, eu não quis dizer isso. Foi só uma brincadeira, não fica chateada... Por favor.- Pediu ele dando a ela repetitivos beijos na bochecha. Ela riu e logo respondeu.

- Esta bem, esta bem. Mas com uma condição...

- E qual séria?

- O senhor vai me deixar colocar silicone.

- O que, mas é claro que não!

- Por que não?

- Porque você não precisa disso.

- Como sabe que eu não preciso disso? Por acaso o senhor andou reparando nos peitos? Isso é incesto viu?

- O que? Rebeca pelo amor de Deus não fala uma coisa dessas.

- Mas quem falou foi o senhor.

- O que? – Gritou ele, parecia assustado e apreensivo e eu me segurava para não rir daquela situação. Até que a própria Rebeca soltou uma gargalhada.

- Calma, é brincadeira. – Ela o abraçou e ele não correspondeu, mas logo se juntou a gargalhada dela a abraçando. – Mas o senhor realmente deveria repensar sobre me deixar colocar silicone.

- Prometo que tentarei.

- Esta bem. Isso é melhor que um “Não”.

- Ah, me desculpe. – Ele disse para mim, finalmente lembrando que eu estava na sala. – Letícia essa é Rebeca, minha filha.

- Oi! – Ela disse estendendo-me a mão e eu correspondi ao cumprimento.  – Então você é a nova assistente do Papai?

Antes de abrir a boca para responder Fernando se adiantou.

- É sim, Letícia você esta contratada. Rebeca dá só uma olhada no currículo dela que é assim que eu quero o seu daqui a alguns anos.

Ela revirou o olhos e pegou meu currículo analisando.

- Ual! E você se candidatou para a vaga de assistente? Merece estar mais na presidência do que o meu pai...

- Ei! – Resmungou Fernando. Ela ficou nas pontas dos pés e o beijou na bochecha.

- Eu tenho que ir. – Disse. – Vejo você no jantar, foi um prazer conhecê-la Letícia, a gente se vê.

- O prazer foi meu. – Respondi e ela sorriu saindo da sala.

Fernando soltou um suspiro cansado e se sentou na cadeira me olhando e sorrindo novamente.

- Infelizmente ela puxou minha loucura.

- Ela é uma graça.

- Obrigado. – Ele respondeu parecendo orgulhoso. – Bom como eu disse anteriormente você esta contratada. Vai ser um prazer trabalhar com alguém com tanta experiência e talento como você.

- O prazer é todo meu. – Respondi satisfeita. – E eu começo hoje mesmo?

- Não.. Não. Vou pedir para organizarem sua sala, vai ser essa aqui do lado. – Disse apontando para uma portinha ao lado de sua estante. – Hoje você pode ir para casa, descansar que a gente se vê amanhã as oito, combinado?

- Combinado. – Estendi minha mão para cumprimenta-lo, mas ele ignorou me abraçando. Um abraço forte que me fez fechar os olhos por um momento para apreciar melhor o seu cheiro. E que cheiro.

- Até amanhã. – Ele disse.

- Até. – Respondi saindo de sua sala logo em seguida.

...

Fui até a minha casa e tomei um longo banho me deitei no sofá e assisti televisão até às 19h. Troquei de roupa e fui para a casa de Lucas e Gabriela como havia combinado.

- Tia Lety! – Falou Otávio assim que atendeu a por e me viu. Ele pulou no meu colo envolvendo-me em um abraço gostoso.

- Oi meu amor! Como foi a escola?

- Ótima, mas fiquei vinte minutos a mais que todo mundo porque o meu pai atrasou em me buscar. – Disse de forma alta para que Lucas escutasse.

- A culpa não foi minha e sim do trânsito. – Disse Lucas se defendendo enquanto pegava a garrafa de vinho das minhas mãos. – Vou por para gelar.

- Ei meu amor, por que não vai lá em cima fazer um desenho bem bonito para a gente? – Sugeriu Gabriela a Otávio.

- Vocês querem conversar a sós não é? Tudo bem eu vou. – Disse subindo as escadas rapidamente.

- Ele é esperto, não puxou vocês dois. – Brinquei e Gabriela sorriu colocando a mão nos meus ombros e me direcionando até a cozinha.

Nós três nos sentamos e os dois me encararam curiosos.

- O que foi? – Me fiz de desentendida.

- Como assim o que foi? Conta logo! – Pediu Lucas.

- Eu consegui o emprego. – Falei por fim.

- É sério? – Perguntou Gabriela animada. Ao contrario de Lucas ela não insistia que eu deveria parar com isso, ela entendia o meu lado e estava disposta a me ajudar. – E como ele é?

- Eu não passei muito tempo com ele, mas ele me pareceu... Normal.

- Normal? Ele é podre de rico não tem como alguém assim ser normal. – Disse Lucas tomando um gole de cerveja.

- Sim, e isso me incomodou ele é muito simpático.

- Então ele é definitivamente culpado, todas as pessoas ruins são simpáticas. – Disse Gabriela.

Eu a olhei sacudindo a cabeça e Lucas pareceu ignorar seu comentário.

- Quando você começa? – Ele perguntou.

- Amanhã. – Respondi. – E hoje mesmo precisamos nós organizar para por o que pensamos em pratica. 



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