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História Fernando - Capítulo 3


Escrita por: lavegass

Notas do Autor


Oi! Disse que postaria só quarta, mas já adiantei haha. Divide esse capítulo em duas partes, a próxima postarei em breve. Espero que gostem (=

Capítulo 3 - Capítulo 3


Eu não pude dormir a noite toda. Eu não conseguia parar de pensar em Fernando Mendiola. Achei que quando entrasse naquela sala encontraria um homem frio, mal humorado e arrogante, mas o que eu encontrei foi alguém simpático e aparentemente com uma ótima relação com os filhos. As pessoas na empresa também não pareciam odia-lo, pois sempre que falavam dele era notável a admiração que sentiam. No entanto eu continuava confusa, se Fernando era essa pessoa maravilhosa por que tinha um criminoso trabalhando para ele? E por que foi considerado o principal suspeito no desaparecimento de sua esposa? Esse caso foi arquivado. Márcia não foi encontrada morta ou viva e depois de 11 anos a família e as autoridades aparentemente se cansaram de procura-la e isso acabou tornando-se minha mais nova obcessão. Saber se o Fernando era ou não culpado pela morte de Rodolfo não era mais meu único objetivo, eu precisava descobrir o que realmente havia acontecido com Márcia.

Quando o relógio despertou eu suspirei aliviada, não via a hora de por novamente os pés naquela empresa. Tomei meu café e me arrumei. Coloquei uma de minhas melhores roupas e fiz uma maquiagem mais trabalhada. Por algum motivo desconhecido eu queria estar bem bonita, e tentei convencer a mim mesma que era por ser o meu primeiro dia no novo emprego.

Minha cabeça doía por ter exagerado no vinho e cerveja ontem à noite. Depois do jantar quando Otávio dormiu, eu, Gabriela e Lucas conversamos, bebemos e comemos até tarde. Parecíamos três adolescentes, o nosso nível de embriaguez foi tão alto que começamos a jogar verdade ou consequência. Lembro que tive de admitir coisas constrangedoras que fiz na faculdade, mas eles também não ficaram em leso.

--------------------------------------- Noite Anterior -----------------------------------------------

- Eu não acredito que você transou com a professora Irene. – Falei em meio a uma alta gargalhada.

- Eu não podia reprovar a matéria dela. – Justificou Lucas.

- Ok, eu não posso julgar meu marido. – Disse Gabriela com a voz de bêbada. – Eu fiz a mesma coisa com o professor de Artes visuais.

- O que? Oh meu Deus! Vocês dois são umas putinhas. – Falei e eles caíram na gargalhada. – Definitivamente feitos um para o outro. – Disse dando um gole em minha cerveja.

- Na verdade você é que é quietinha demais, com quantos caras você transou além do Rodolfo? – Perguntou Lucas e Gabriela me encarou curiosa.

Soltei um longo suspiro, eu gostava de rir das coisas pessoais deles, mas me sentia desconfortável em falar das minhas.

- Um. – Respondi por fim.

- O que? E isso foi antes ou depois do Rodolfo? – Perguntou Gabriela.

- Antes. – Respondi.

- Então você esta há três anos sem transar? – Observou Lucas. Eu apenas assenti.

- Wouw! Isso é... Muito. – Disse Gabriela.

- Eu ainda não superei ele. É como se ainda estivesse de luto, vocês sabem... Eu não consigo me relacionar dessa forma com mais ninguém.

- Escuta. – Disse Lucas pegando em minha mão. – O Rodolfo era ótimo, ele sempre vai ser o meu melhor amigo, mas você tem apenas 28 anos não pode se prender a esse relacionamento para sempre. Não estou dizendo para você namorar ou se casar de novo, mas ter uns encontros casuais vai te fazer bem.

- Me desculpe, mas eu não sou esse tipo de mulher. – Falei.

- Ok, chega desse assunto. – Falou Gabriela mudando rapidamente seu comportamento, o que me deixou desconfiada. – Roda essa garrafa de novo. – Eu rodei e a garrafa apontou que Gabriela me perguntaria, ao ver isso ela sorriu satisfeita.

- Verdade ou consequência? – Perguntou.

Eu estava cansada de ter que falar coisas sobre o meu passado mesmo ele não chegando a ser tão constrangedor quanto o deles.

- Consequência. – Respondi. Ela sorriu mais satisfeita ainda.

- Ótimo. – Ela se virou para Lucas e cochichou algo em seu ouvido.

- O que? Esta maluca? – Ele perguntou apreensivo. Ela voltou a cochichar como se explicasse a ele a sua intenção. – Esta bem, isso pode ser... Interessante.

- Ok, chega do que vocês estão falando?- Perguntei.

- Da sua consequência. Eu já decidi. – Falou Gabriela.

- E o que é?

- Você vai fazer o seu chefe se apaixonar por você e vai para a cama com ele.

- O que? Ta maluca Gabriela? Esse cara pode ter matado o meu marido.

- Eu sei, por isso você só vai para a cama com ele quando tiver certeza de que ele é inocente, mas de todo jeito vai ter que fazê-lo se apaixonar por você.

- Você esta louca, eu não vou fazer isso.

- Eu também pensei dessa forma, mas agora acho que faz sentido. – Disse Lucas. O olhei esperando por uma explicação e ele continuou. – Vamos lá Letícia o Fernando não é de se jogar fora, então caso ele seja inocente você vai ter um homem bonito e rico aos seus pés e vai poder tirar esse atraso. Se ele for culpado ir para cadeia por causa da mulher por quem ele está apaixonado vai ser mais doloroso e um prato cheio para a sua vingança. Pense no assunto.

--------------------------------------------Fim ---------------------------------------------------

Eu continuava pensando no que Lucas disse, às vezes parecia absurdo e outras vezes fazia sentido, eu ainda não sabia o que ia fazer, mas confesso que estava aberta a todas as possibilidades.

- Bom dia! – Cumprimentou a loira de roupas curtas assim que eu cheguei na empresa.

- Bom dia! – Respondi.

- Eu sou Paula Maria a recepcionista da Conceitos, e você é Letícia a nova assistente, certo?

- Sim.

- Seja bem vinda! O Senhor Fernando acabou de chegar, disse que sua sala já ficou pronta.

- Ótimo! Muito obrigada e tenha um bom dia. – Falei. – Foi um prazer. – Completei já dentro do elevador. Ao contrario do dia anterior as secretarias não estavam na sala e por um momento fiquei me perguntando onde elas teriam ido.

- Provavelmente estão fazendo uma reunião banheiro – Disse uma voz masculina como se adivinhasse meus pensamentos. Virei-me para olha-lo.

- Meu nome é Omar. – Disse estendendo a mão.

- Letícia. – Respondi retribuindo ao cumprimento.

- Oh, você é a nova assistente do Fernando? Ele não nos apresentou, eu sou vice-presidente da Conceitos.

- É um prazer conhecê-lo.

- Vejo que o Omar já se adiantou não é mesmo? – Disse Fernando fechando a porta de sua sala. – Ué, onde esta todo mundo?

- De acordo com o senhor Omar elas estão no banheiro. – Respondi.

- Ah claro, as famosas reuniões. Devem estar falando de você.

- De mim? – Perguntei um pouco assustada.

- Sim, os famosos pré-julgamentos. Elas sempre fazem isso quando aparece alguém novo. – Explicou Omar. – Não se preocupe vocês vão se dar bem.

- Letícia. – Chamou Fernando. – Eu ia te apresentar a empresa, mas eu preciso entregar um orçamento às dez horas e gostaria que você revisasse, tem algum problema de deixarmos essa apresentação para mais tarde?

- É claro que não Seu Fernando.

- Ótimo. Vem aqui, vou te mostrar sua sala.

- Tudo bem, até logo senhor Omar, foi um prazer. – Disse me despedindo.

- O prazer foi meu. – Falou de forma simpática. – Vejo vocês na reunião.

...

Fernando me mostrou a pequena sala, era pequena, muito pequena, porém aconchegante. Ele me entregou o orçamento e fez diversas perguntas, números definitivamente não eram sua área, e eu apesar de também nunca ser muito fã de exatas sempre me dei bem. 

Eu praticamente refiz todos os dados do orçamento e antes das dez ele já estava pronto. A reunião foi tranquila o cliente gostou da ideia apresentada e achou o preço bastante razoável, Fernando pareceu bem contente com isso e passei a manhã observando a forma como ele era encantador com todo mundo. Por um momento pensei que seria impossível alguém como ele fazer o que provavelmente havia feito.

- Letícia. – Disse ele batendo na porta da minha sala.

- Pode entrar - Respondi.

- Eu vim aqui para... Primeiramente te agradecer por ter concertados os meus cálculos extremamente errados. – Disse em meio a uma risada, eu não me contive e ri também. – E segundo para me desculpar. Disse que te levaria para conhecer a empresa e até agora nada, já são onze e meia e eu preciso ir almoçar com o meu genro, se eu faltar ele me mata e apesar de já estar na casa dos quarentas eu ainda me acho muito jovem para morrer.

- Não se preocupe. Amanhã ou mais tarde o senhor me mostra.

- Não, eu já conversei com o Omar e ele disse que vai te apresentar a empresa e o pessoal. Um milhão de desculpas novamente e vejo você daqui a pouco, combinado?

- Claro.

- Até logo. – Disse ele saindo da sala.

- Até. – sussurrei.

...

Omar me apresentou a empresa e todos os empregados, Sara a alta era secretaria do Fernando, Martha a gordinha de cabelos vermelhos era secretaria dele, Irminha a simpática senhora era secretaria do Luigi diretor de criação da empresa, e Lola, a de óculos era a secretaria de Carolina que de todos foi a com quem mais me identifiquei. Carolina era uma mulher bonita, elegante e muito educada ela e Omar namoravam a dois anos e pareciam extremamente apaixonados. Os dois me convidaram para almoçar, eu neguei várias vezes, mas ambos continuaram insistindo e eu não vi outra alternativa a não ser aceitar.

Quando retornei a Conceitos Fernando ainda não havia chegado, entrei para a minha sala e comecei a analisar os próximos trabalhos que a empresa faria.

- Papai? – Chamou uma voz. Era Rebeca.

- Oi. – Falei saindo de minha sala para recebê-la.

- Oi Letícia, boa tarde. – Cumprimentou ela bastante animada. – Você sabe onde meu pai esta?

- Ele saiu para almoçar com o seu namorado.

- Com meu namorado? – Perguntou Rebeca me olhando de forma confusa. – Eu não tenho um namorado. Pelo menos não que o meu pai saiba.

- Oh! Bom ele me disse que iria almoçar com o genro então eu pensei que...

- Ah sim! Claro ele foi almoçar com o Gustavo. O Gustavo não é meu namorado, ele é namorado do meu irmão.

- Eu... Não fazia ideia, me desculpe. – Disse um pouco surpresa.

- Tudo bem, não se preocupe. O Gustavo esta querendo um estágio aqui na empresa e eles devem estar conversando sobre isso.

- Ele também faz publicidade? – Perguntei.

- Na verdade administração, mas meu irmão faz publicidade.

- E você já esta na faculdade? – Perguntei e por um momento senti que estava passando dos limites, mas é que assim como seu pai Rebeca era muito simpática e me sentia muito confortável em conversar com ela.

- Não. Eu me formei ano passado e ainda não tenho ideia do que vou fazer da minha vida. – Resmungou.

- Não se preocupe com isso, você ainda é jovem vai ter muito tempo para pensar.

- Assim espero. – Ela disse laçando-me um sorriso. – Eu vou à sala da tia Carolina, se o meu pai chegar você pede para ele me chamar lá?

- Claro.

- Muito obrigada. Foi um prazer conversar com você, espero que não desapareça que nem a ultima assistente do meu pai. – Disse saindo da sala me deixando com sua ultima frase a tarde toda na cabeça.

...

O restante do dia seguiu tranquilamente eu fiz tudo que o Fernando me passou para fazer e ainda tive tempo de analisar parte de sua agenda de contatos e até aquele momento não havia nenhum nome conhecido ou que me chamasse atenção. Eram apenas de mulheres com as quais ele provavelmente já havia se relacionado e clientes da empresa.

Procurei também por dados da sua antiga assistente, mas nada foi encontrado, nem se quer um nome, é como se antes de mim não houvesse existido nenhuma outra. Aquilo me intrigou e pensei em perguntar sobre ela há alguém da empresa, mas eu ainda não tinha intimidade com ninguém a ponto disso.

Assim que o horário de serviço terminou eu juntei minhas coisas, precisava chegar em casa logo e tomar um longo banho para relaxar. Depois iria até a padaria e compraria a minha torta de cereja preferida, pois se tinha uma coisa que eu havia pensado mais do que Fernando Mendiola durante aquele dia foi na torta de cereja.

- Boa noite Seu Fernando, eu já vou indo. O senhor precisa de mim para mais alguma coisa? – Perguntei.

- Não, eu estou bem, na verdade também já estou indo... Boa noite.

- Nós vemos amanhã. – Falei.

- Sim, até amanhã. – Disse em meio a um sorriso o qual pela primeira vez eu retribuí.

Ao chegar em casa fiz exatamente o que eu disse que faria, exceto a minha ida a padaria pois tive que adia-la após receber uma ligação de Gabriela a qual me fez descrever detalhe por detalhe do meu dia. Depois disso foi a vez de passar o telefone para Otávio o qual me contou tudo o que aconteceu com ele na escola. Quando finalmente desliguei a ligação peguei o meu casaco e segui em direção a padaria, já se passava das sete da noite e havia um grande número de pessoas lá dentro a ponto de ser necessário uma fila para os atendimentos. Eu olhava distraída para uma linda menininha que encarava curiosa os doces da vitrine enquanto era vigiada por sua mãe, até ouvir uma voz conhecida me chamar.

- Letícia? – Olhei para frente e era ele, Fernando.

- Seu Fernando, desculpe-me eu não vi que era o senhor.

- Tudo bem. Veio comprar a sobremesa do jantar? – Perguntou divertido.

- Na verdade a sobremesa será o jantar.

- Ah é? E o que seria? Torta de cereja?

- Como o senhor adivinhou? – Perguntei um pouco assustada.

- É serio? – Ele disse surpreso. – Você realmente veio para comprar a torta de cereja?

- Sim! É a minha preferida.

- A minha também! – Ele disse animado. –Eu viciei o Victor e a Rebeca nisso e como hoje o Gustavo foi jantar lá em casa eles me obrigaram a vim comprar para ele experimentar.

- Então ele é provavelmente a próxima vítima desse vicio.

- Eu espero que sim, eu adoro ser alguém influente. – Disse ele em meio aquele sorriso.

- Fernando! – Disse Roberto um dos padeiros interrompendo a nossa conversa. – Me deixa adivinhar, torta de cereja?

- Exatamente. – Respondeu Fernando.

Roberto se abaixou, pegou a torta no balcão e entregou a Fernando.

- Muito obrigado. – Falou ele. – Sábado o futebol lá em casa ainda esta de pé não é?

- Eu não perderia por nada. – Disse Roberto que logo se virou para mim. – Letícia, eu sinto muito, mas essa era a ultima torta.

- É serio? – Perguntei desapontada. – Eu estava sonhando com essa torta.

- Eu realmente sinto muito, mas prometo que amanhã separo uma para você.

- Tudo bem. – Respondi ainda decepcionada e Roberto me deu um sorriso amarelo indo atender o próximo cliente.

- Eu tenho uma solução. – Falou Fernando o qual por um momento eu havia esquecido que estava perto de mim. – Vem jantar lá em casa, aparentemente a sobremesa vai ser torta de cereja. – Disse ele apontando para a Torta na sacola.

- Eu não posso...

- Por que não? – Ele perguntou e eu realmente não tinha um motivo. Eu queria comer aquela torta de cereja e queria mais ainda conhecer melhor Fernando Mendiola e a casa dele parecia o lugar ideal para isso. – Aparentemente você não tem um motivo, a não ser é claro que não tenha ido com a minha cara.

- Não é isso é só que... Eu me sinto estranha...

- Não precisa se sentir assim, você já me conhece, já conhece a Rebeca. Victor e Gustavo são ótimos você vai adora-los.

- Esta bem. – Concordei, afinal eu realmente estava louca para ir. 



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