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História Fernando - Capítulo 4


Escrita por: lavegass

Notas do Autor


Oi! Como eu disse o capítulo anterior foi dividido em duas partes e essa é a segunda. No próximo capítulo começaram a aparecer algumas respostas do que realmente aconteceu com Márcia e quando isso for resolvido e vez de descobrir a verdade por traz da morte de Rodolfo. Espero que gostem! Tentarei postar o próximo o mais rápido possível.

Capítulo 4 - Capítulo 4


A casa de Fernando não era longe da minha, e eu é claro já sabia exatamente onde era, por ter ido diversas vezes observa-lo no intuito de encontrar algo, mas isso nunca aconteceu. Ele morava em uma mansão com um enorme jardim na frente, ao nos aproximarmos da entrada pude ouvir uma música vindo lá de dentro, era “Shake It Off” da Taylor Swift.

- Aqui nessa casa somos todos swifties, principalmente o Victor, então se você é Team Kim aconselho a não entrar. – Falou Fernando de forma séria e eu resolvi entrar na brincadeira.

- Eu sou totalmente Team Taylor.

- Então seja bem vinda ao lar dos Mendiolas. – Disse ele abrindo a porta e fazendo sinal para que eu entrasse.

A casa era ainda mais bonita do lado de dentro e eu não pude disfarçar a minha cara de boba ao admira-la. Fernando olhou para mim de forma divertida e só então me lembrei de fechar a boca.

- Vamos, eles estão na sala de TV. – Disse Fernando depositando sua grande mão em um dos meus ombros, eu o acompanhei até a sala e lá pude ver dois rapazes e Rebeca animados no karaokê ao som de “22” dessa vez.

- Letícia! – Gritou Rebeca ao me ver. – Que surpresa boa.

 - Encontrei ela na padaria, Letícia também queria torta de cereja e como eu peguei a ultima convidei ela para comer com a gente.

- Fez bem. – Disse Rebeca pegando a torta nas mãos de seu pai. – Vou levar para a cozinha.

- Letícia, esse é Victor meu filho. – Disse Fernando me apresentando um rapaz alto assim como ele, porém loiro e de pele mais clara.

- É um prazer conhecê-la Letícia. – Disse ele exibindo em seguida um sorriso idêntico ao do pai.

- E esse é Gustavo, o namorado do Victor. – Completou Fernando. Gustavo era mais baixo tinha o cabelo castanho e os olhos azuis.

- Você que pensou que eu fosse o namorado da Rebeca certo? – Perguntou ele apertando a minha mão.

- Sim. – Falei envergonhada. – Me desculpe.

- Só desculpamos se você conseguir cantar uma musica inteira da Taylor Swift no karaokê. – Disse Victor.

- Tudo bem. – Respondi pegando o microfone de suas mãos.

- Qual você vai querer? – Perguntou Rebeca se jogando no sofá ao lado de Fernando que entregou a ela o controle.

- Qualquer uma. – Respondi.

- É sério? – Perguntou Fernando impressionado.

- O que eu posso dizer? Eu também sou swiftie. – Falei e todos me olharam animados e logo em seguida eu comecei a cantar, a musica escolhida por Rebeca foi “Blank Space” e devido a minha grande habilidade artística e a experiência que adquiri por ter cantado em diversas bandas quando adolescente eu consegui bater o recorde. Todos comemoraram se agrupando para me abraçar. Exceto Fernando que ficou olhando boquiaberto para o recorde na televisão.

- Ele esta com inveja. – Disse Victor. – Essa musica é dele então ele pensa que o recorde deveria ser dele.

- Como assim a música é dele? – Perguntei curiosa.

- Got a long list of ex lovers, They'll tell you I'm insane. – Cantou Gustavo.

- Ok, podem parar com isso que eu só tive uma namorada, só a mãe de vocês.- Falou Fernando.

- Claro, porque nenhuma das outras conseguiu ficar tanto tempo até chegar nesse nível. – Provocou Rebeca.

- Hahaha. – Disse Fernando forçando uma risada. – O motivo de não ter dado certo é que nenhuma delas eram swiftie.

- Claro. – Concordou Victor de forma irônica.

- Todo mundo para a cozinha porque esse jantar não vai ficar pronto sozinho, anda, anda. – Ordenou Fernando.

- Você também vai ajudar não é? – Perguntou Rebeca.

- Claro que não! Eu e Letícia vamos apenas observar, afinal já fizemos a sobremesa. Rebeca revirou os olhos e os três bufaram caminhando até a cozinha.

Fernando não resistiu e os ajudou a preparar a jantar, eu também ajudei piquei a salada e fiz o suco. Victor e Rebeca eram bem humorados e escandalosos assim como o pai e Gustavo era engraçado e parecia se sentir extremamente confortável com aquela família. Eu também estava me sentindo dessa forma. Os três aparentemente tinham o tipo de relação que todo pai sonha em ter com o filho e todo filho sonha em ter com o pai. Eles tinham uma enorme liberdade com Fernando a ponto de brincar e zoar com ele, mas ao mesmo tempo era notável que ambos o respeitavam e o obedeciam.

O jantar finalmente ficou pronto, e estava maravilhoso! O que explicava o fato deles não terem uma cozinheira, a família Mendiola aparentemente era composta por chefs.

- Ok, vocês tinham razão essa torta é deliciosa. – Comentou Gustavo enquanto se servia do seu segundo pedaço.

- É a melhor da cidade. – Respondeu Fernando. – Eu já implorei para o Roberto me passar a receita, mas ele se nega.

- Nós deveríamos entrar lá e rouba-la. – Sugeri.

- Isso é uma ideia de gênio! – Concordou Fernando animado.

Sorri e desviei meu olhar para Victor e Gustavo, os dois pareciam tão apaixonados que fiquei curiosa para saber um pouco mais daquela relação.

- Como vocês se conheceram? – Perguntei.

- No show da Britney Spears, há dois anos. – Disse Victor.

- Mas a ultima vez que a Britney esteve aqui foi em 2011. – Falei. E todos me entreolharam como se perguntassem como eu sabia daquilo. – Eu tenho uma cultura pop. – Completei na tentativa de me explicar.

- Na verdade, foi em Las Vegas. – Informou Gustavo.

- Eu esqueci que vocês são ricos. – Falei enquanto bebi mais um gole do meu vinho o qual Fernando havia colocado mais pela terceira vez.

- Foi o presente dele de 18 anos, e ao invés dele trazer a calcinha ou um fio de cabelo da Britney Spears como ele havia prometido, trouxe um macho. – Implicou Fernando. – Eu espero que você não falhe com a Taylor Swift, Rebeca. – Pediu.

- Não irei. – Disse Rebeca, e os dois se juntaram em um “toquinho”.

- Como foi se assumir para o seu pai? – Perguntei e na mesma hora me arrependi. Eu mal conhecia aquela família e já estava fazendo um interrogatório, mas não era minha culpa, eu nasci assim. Sempre fui muito comunicativa e estava fascinada por eles. As palavras saiam sem freio era como se eu não controlasse a minha própria boca ou pensasse alto. Por sorte eles pareciam não se intimidar com as minhas perguntas, muito pelo contrario, pareciam animados em responde-las.

- Na verdade ele arruinou meu momento. – Disse Victor. – Quando eu disse para ele “pai eu sou gay”, ele me respondeu “eu sei, agora me conta uma novidade.” – Completou na tentativa de imitar a voz de Fernando.

- Mas eu realmente sabia. Ele me contou isso quando tinha seis anos. Victor chegou da escola e disse “Papai acho que estou gostando do Pedro, mas isso é estranho porque meninos devem apenas namorar meninas.” Então eu disse para ele que meninos podiam namorar quem eles quisessem, mas antes ele tinha que ter certeza que o Pedro gostava de garotos também.  Depois disso ele nunca mais mencionou nada, mas ele sempre teve esse jeitinho. – Explicou Fernando.

- Ok, é oficial, eu tenho o melhor pai do mundo. – Disse Rebeca.

- É você tem. – Concordou Fernando. – E o mais bonito também.

- Definitivamente o que mais se acha. – Implicou Victor.

A conversa seguiu agradável falamos sobre variados assuntos desde problemas ambientais a fofocas de celebridades. Eu nunca me senti tão acolhida, os quatros tinham gostos e opiniões bastante parecidas com as minhas, principalmente Fernando.

- E sobre todos esses filmes de super-heróis? – Perguntou Gustavo.

- Eu odeio super-heróis. – Falei ao mesmo tempo que Fernando. Entreolhamos-nos e rimos.

- Eu tenho uma exceção. – Falou ele.

- Eu também. – Respondi. – Batman. – Falamos novamente ao mesmo tempo.

- Ok, isso é meio bizarro. – Disse Victor.

- Vão para o quarto vocês dois. – Sugeriu Rebeca.

- Rebeca! – Gritou Fernando.

Rebeca estava um pouco animada devido ao vinho e isso era notável ela ria exageradamente de tudo e começou a falar algumas besteiras.

- Você reparou que está em desvantagem aqui pai?

- O que você quer dizer? – Perguntou Fernando.

- Eu, Victor e Gustavo gostamos de pênis e acredito que Letícia também. – Disse olhando para mim como se esperasse uma resposta.

- Sim. – Respondi.

- Então eu sou o único Team Vagina? – Perguntou Fernando.

- Definitivamente. – Disse Rebeca que disparou a rir. Ela riu tanto que começou a ficar com falta de ar.

- Ok, acho que alguém precisa de um banho e cama. – Falou Fernando se levantando e pegando a filha no colo que parecia desmaiada de tão mole. – Victor, Gustavo, façam sala para a Letícia. E por favor, me desculpe por isso. – Disse ele apontando para Rebeca em seu colo enquanto subia as escadas.

- Boa noite Letícia. – Falou Rebeca com sua voz de bêbeda.

- Boa noite. – Respondi acenando, ela me mandou um beijo e Fernando revirou os olhos indo em direção ao segundo andar.

Eu, Victor e Gustavo continuamos conversando sobre musica e cinema, e eu não vi o tempo passar até que meu celular apitou ao receber uma mensagem de Gabriela, não abri a mensagem pois me assustei com as horas. Já se passava das 1h da manhã.

- Já esta tarde, eu preciso ir. – Falei me levantando. Abracei Gustavo e Victor como forma de me despedir. – Avisa o seu pai que eu tive que ir? – Pedi a Victor.

- Você vai como? Esqueceu que veio comigo de carro? Eu te levo. – Disse Fernando enquanto descia as escadas. – Demorei porque tive que tomar um banho, Rebeca vomitou em mim. Sabe como é? Pensam que depois que fazem dezoito pode sair enchendo a cara.

- Eu aposto que você fazia o mesmo. – Disse Gustavo.

- Claro! Mas Rebeca não precisa ter isso como incentivo. – Falou. – Vocês dois fiquem de olho na Becks, qualquer coisa me liga. Vou levar Letícia e já volto.

Os dois concordaram e nos saímos da casa. Estava frio e Fernando ao me ver encolhida me entregou sua jaqueta.

- Não precisa. – Falei devolvendo.

- É claro que sim, você esta quase batendo queixo. Não se preocupe a Rebeca não vomitou nela.

Eu ri e me vesti com a jaqueta, é claro que Rebeca não havia vomitado nela, afinal aquela blusa tinha o cheiro maravilhoso do perfume dele o qual eu torcia para que ficasse pregado na minha pele.

Entramos no carro e ele ligou o som.

- Gosta só de pop ou curte também músicas mais antigas, do tipo Aerosmith? – Perguntou.

- Eu amo Aerosmith. – Respondi. Ele sorriu satisfeito e colocou um CD para tocar. A primeira música foi Jaded e nos dois cantamos juntos. Parecíamos dois amigos de infância, era como se eu conhecesse Fernando a vida toda. Eu me sentia livre com ele e mesmo desconfiando de seu possível envolvimento na morte de Rodolfo eu não tinha medo. Eu queria estar perto dele e não era para investiga-lo, mas sim porque sua companhia me fazia muito bem.

- É aqui. – Falei quando chegamos em minha casa. – Fernando estacionou do carro e saiu dando a volta e abrindo a porta para mim. – Obrigada. – Falei.

- Foi um prazer ter você como companhia hoje à noite. – Disse Fernando segurando em minha mão. Senti um frio na barriga com aquele gesto e encarei nossas mãos juntas.

- O prazer foi todo meu. Você tem uma família adorável.

- Obrigado! – Ele respondeu alisando a minha mão com o seu dedão e soltando aquele sorriso, já estava passando dos limites. – Eu amo essa música. – Ele falou e só então percebi que tocava “Fly away from here” minha música preferida não só do Aerosmith, mas sim de todas as músicas.

- Eu também. – Respondi o olhando.

- Quer dançar? – Perguntou e confesso ter me surpreendido com esse convite.

- Aqui? – Perguntei.

- Por que não? Tenho certeza que em plena quarta-feira a essa hora da noite todo mundo está dormindo. Escuta essa música, olha para essa lua, seria pecado desperdiçarmos um momento desses.

- Tem razão. – Falei e ele sorriu me puxando para perto. Ele depositou suas mãos na minha cintura e eu coloquei as minhas em seus ombros. Finalmente pude olha-lo de perto. Percebi que Fernando era definitivamente o homem mais bonito que eu já tinha visto, seus traços eram perfeitos, o nariz os olhos e o formato da boca e que boca. Eu não conseguia parar de encara-la, por isso fechei os olhos e prestei atenção na música e no seu perfume o qual me embriagava, era um tumulto de sensações e distraidamente acabei pisando no seu pé. – Me desculpe. – Falei sem graça. Ele gargalhou dizendo que estava tudo bem. Novamente encarei aquele sorriso e eu não sei o que me deu, mas me aproximei, ainda mais. Ele me olhou como se esperasse pelo meu próximo passo e então por um impulso e uma coragem que só Deus sabe de onde veio eu o beijei. No inicio ele ficou imóvel, sem nenhuma reação e eu comecei a me arrepender do que tinha feito, até que Fernando correspondeu e todas as minhas preocupações foram embora. Sentir seus lábios macios de encontro aos meus foi maravilhoso, nossas línguas dançavam em sintonia e ele me apertou mais contra seu corpo. Tentávamos deixar o mínimo de espaço possível entre nos eu estava sentindo o calor de seu corpo, o sabor de seus beijos e eu não queria que tudo terminasse ali, mas eu sabia que deveria terminar ou eu botaria tudo a perder. Afastei-me de Fernando com cuidado e ele me olhou confuso. – Eu não deveria... Oh meu Deus, me desculpe. – Falei apreensiva.

- Você não... – Ele me olhou e coçou a cabeça. – Não... Precisa se desculpar. – Completou.

- Eu não sei o que me deu... Eu não... Desculpa. Acho melhor eu entrar. – Falei, eu estava realmente envergonhada. Não conseguia encara-lo. – Boa noite. – Falei sem olhar para trás correndo em direção a minha casa, mas mesmo assim pude ouvi-lo responder “Boa noite, até amanhã.”. 

 

 



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