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História Fernando - Capítulo 6


Escrita por: lavegass

Notas do Autor


Olá! Primeiramente gostaria de agradecer novamente por todos os comentários, eu realmente fico muito feliz em lê-los. Segundo gostaria de me desculpar, esse infelizmente será o único capitulo da semana, estou apertada com os trabalhos da faculdade e não terei tempo de escrever o novo capítulo. Espero que gostem desse e que tenham uma boa semana!

Capítulo 6 - Capítulo 6


Estava tudo escuro, eu abria meus olhos e mesmo assim não conseguia ver nada, minha respiração saia de forma pesada e um frio insistente se apoderava de minha barriga, só então percebi que estava caindo. Eu tentava me agarrar em algo, mas não havia nada, eu estava em um completo vazio o qual não parecia ter final. Eu gritava e ao mesmo tempo acreditava que aquilo era em vão até sentir uma mão segurar a minha. Era Rodolfo.

“Eu te amo Letícia, eu sempre estarei aqui protegendo e apoiando você, mas preciso que tenha cuidado.” Disse ele, e nesse momento acordei com o som da campainha.

Tive dificuldade para me levantar, minha cabeça não doía, mas estava pesada principalmente após aquele sonho. Dei uma leve sacudida nela como se tentasse esquecer de tudo aquilo. Ao abrir a porta dei de cara com Lucas, que estava extremamente sorridente e pessoas sorridentes às sete da manhã me irritam profundamente.

- Bom dia!- Falou animado. – Nossa você esta um caco! Otávio deu tanto trabalho assim? – Ele me encarou e desviou o olhar para o meu pijama e antes que eu pudesse respondê-lo começou a falar novamente. – Você não tinha que esta se arrumando para o trabalho? Vim correndo buscar o Otávio para não te atrasar.

- Primeiramente bom dia para você também, está contente e muito falante então devo interpretar que a noite foi boa. Segundo, não Otávio não me cansou só estou com um pouco de dor de cabeça. – Menti. – E terceiro, hoje eu não tenho trabalho.

- Sério? Se eu soubesse tinha vindo buscar o Otávio só à tarde e teria aproveitado mais meu tempo sozinho com a Gabi. – Resmungou Lucas.

- Nada disso, só porque eu não tenho trabalho não significa que eu não tenha outros compromissos, o Otávio está dormindo no meu quarto a propósito. Boa sorte para acorda-lo.

Lucas caminhou em direção ao quarto, mas continuou falando ao longo do caminho.

- E que compromissos é esse que você tem? – Perguntou.

- Não é da sua conta. – Respondi para implica-lo.

- Você é insuportável sabia?

- Diz isso de novo que nunca mais fico de babá.

Lucas bufou e apareceu na sala com Otávio em seus braços.

- Não vai acorda-lo?

- Eu não, esse menino acorda em um mau humor que só Jesus. Assim como você eu e Gabriela tiramos folga hoje então não vamos leva-lo na escola. Ontem foi a minha noite com a Gabriela e hoje o dia será de nos três.

- Isso é fofo. Quero ver fotos, ok? – Falei o acompanhando até a porta.

- É só você ficar ligada no meu Snapchat que verá. Tchau. Obrigado por cuidar dele. – Falou Lucas despedindo-se de mim com um beijo na minha testa.

- Foi um prazer passar essa noite com meu afilhado, quando precisar é só falar.

Ele acenou e colocou Otávio delicadamente no banco de trás do carro. Assim que Lucas deu partida eu entrei para minha casa e comecei a organiza-la, afinal em algumas horas eu teria a visita de Fernando.

...

Após terminar de arrumar a casa foi à vez de me arrumar e eu nem sabia por onde começar. Não podia exagerar, mas ao mesmo tempo não queria estar muito simples. Optei por um vestido soltinho floral e uma maquiagem leve. Quando fiquei pronta faltavam apenas dez minutos para que desse a hora combinada com Fernando. Sentei-me no sofá da sala e fui assistir televisão. Ele era extremamente pontual e assim que o relógio marcou meio-dia a campainha tocou.

- Oi. – Falei assim que abri a porta e o vi. Ele estava com uma bermuda jeans e uma camisa polo preta.

- Oi. – Respondeu ele me abraçando. Respirei fundo para sentir melhor seu perfume. – Posso entrar?

- C... Claro. – Gaguejei. – O que é isso? – Perguntei ao notar varias sacolas na mão de Fernando.

- Isso é o nosso almoço. Combinamos de fazer a sobremesa, mas não falamos nada dele. Então resolvi trazer. Gosta de comida mexicana?

- É a minha preferida.

- Ótimo. – Disse Fernando. – Onde eu coloco isso?

- Pode deixar no balcão da cozinha. – Falei indo com ele até lá.

- Essas são as coisas para fazer a torta. Pode conferir se eu não esqueci de nada? – Pediu Fernando.

Peguei as sacolas e conferi se ele havia comprado todos os ingredientes exigidos pela receita.

- Está tudo aqui. – Falei assim que terminei. – Quer beber alguma coisa? Água, suco, vinho...

- Tem cerveja? – Perguntou Fernando me interrompendo.

- Tem sim.

- Eu aceito uma.

Bebemos a cerveja e conversamos um tempo sobre vários assuntos, com Fernando não importava sobre o que estivéssemos falando, seja política ou cinema, as conversas com ele sempre me divertiam.

Almoçamos e logo em seguida começamos a fazer a torta.

- Você é boa na cozinha? – Perguntou.

- Na verdade não, mas você é, então acho melhor você fazer e eu só ajudo.

- Nada disso. Nós vamos fazer juntos. – Falou. – Você pode pegar o liquidificador enquanto eu separo os ingredientes da massa?

Apenas concordei e fiz o que ele pediu. A torta demorou quase três horas para ficar pronta. Apesar de Fernando levar jeito na cozinha ele era extremamente desajeitado, sempre derrubava e derramava algo. No final de tudo eu havia perdido um prato e dois copos. Ele se sentia mal quando quebrava as coisas e me pedia desculpa o tempo todo, além de prometer que iria pagar por tudo. Colocamos a torta para gelar e fomos arrumar cozinha. Eu não queria correr o risco de perder mais louças, por isso achei melhor lavar as vasilhas e pedi apenas para que Fernando limpasse o chão.

Quando terminamos, nos sentamos para experimentar a torta. Ela ainda não havia gelado o suficiente, mas seu gosto estava maravilhoso, tão bom ou talvez até melhor que a de Roberto.

- Nós conseguimos. – Disse Fernando ao terminar de mastigar sua primeira colherada. – Não acredito que conseguimos. – Comemorou.

- Está muito boa. – Falei com a boca cheia, não queria comemorar, queria comer.

- Nós somos um bom time. – Disse Fernando me olhando de forma terna. Eu o olhei de volta e sorri.

- Sim nos somos.

Após terminarmos a torta nos sentamos na frente da minha casa para conversarmos. E novamente falávamos sobre tudo.

- Uma coisa que você ama fazer, mas não faz a muito tempo? – Perguntou Fernando. E a primeira coisa que veio na minha cabeça foi sexo, mas eu não poderia responder isso.

- Dançar. Eu não danço desde... – Ia dizer desde a ultima vez que eu e meu marido fomos a uma balada, mas também não poderia responder isso. – Desde muito tempo. – Completei.

- Que coincidência, hoje tem uma festa no clube é dos anos setenta. Omar e Carolina me chamaram para ir, eu disse que não porque não estava a fim de segurar vela, mas se você vier comigo... Acho que pode ser divertido.

Eu o olhei hesitante. Não sabia o que responder e novamente o meu sonho veio em minha cabeça, eu realmente estava me deixando levar pelos encantos do Fernando e esquecendo do meu real objetivo?

- O que me diz? Pode ir ou vai ficar de babá de novo? – Perguntou. – Além disso soube que você se identificou com a Carolina e isso poderia ser uma oportunidade para as duas se conhecerem melhor. – Fernando tinha razão, essa podia ser uma grande oportunidade. Eu havia gostado de Carolina e por isso fiz uma breve pesquisa sobre ele. Carolina havia estudado com Márcia e desde a faculdade as duas eram grandes amigas, estão ela seria a pessoa ideal para me dar um real pista sobre essa mulher. – O que me diz? Aceita ou não? – Insistiu Fernando.

- A que horas você me busca? – Perguntei. E eu já não via a hora de ir a essa festa.

...

Fernando me buscaria às 8h, por isso assim que ele foi embora comecei a preparar tudo. Tomei meu banho e escolhi o vestido que usaria, optei por um preto o qual eu havia comprado há um tempo, mas ainda não tivera ocasião para usar. Sentei-me em minha penteadeira e arrumei o meu cabelo, assim que terminei comecei a me maquiar, quando estava escolhendo o batom à campainha tocou. Olhei para o relógio e vi que ainda eram 7h15, então não poderia ser Fernando, e se fosse ele estava muito adiantado.

- Gabriela? – Falei surpresa assim que atendi a porta.

- Boa noite para você também. – Respondeu ela me empurrando e entrando em minha casa. – Vim buscar o tênis do Otávio que o Lucas se esqueceu de levar.

- Ah sim! Eu ia deixar ele lá amanhã de manhã para você. Esta no meu guarda-roupa eu vou buscar. – Falei andando em direção ao meu quarto e pude perceber que Gabriela estava indo atrás de mim.

– A onde vai com esse olho todo maquiado? – Perguntou.

- Vou sair com o Fernando. – Respondi por impulso, mas afinal uma hora Gabriela iria saber.

- O que? – Falou assustada. – Como assim? Eu... Eu não estou entendo...

- Estou fazendo o que você sugeriu, ele vai se apaixonar por mim. – Expliquei enquanto me sentava e passava o meu batom.

- Eu estava só brincando e você disse que não faria...

- O Lucas tinha razão, se o Fernando for inocente eu posso ter um relacionamento com um homem bonito, rico e carismático, mas se ele for culpado vai sofrer por ir à prisão por minhas mãos.

- E se você sofrer? – Perguntou Gabriela preocupada.

- O que quer dizer?

- Se você também se apaixonar por ele e depois descobrir que...

- Isso não vai acontecer. – A cortei.

- Você não vai se apaixonar ou não vai descobrir que ele é o culpado?

Eu não respondi, apenas desviei o olhar de Gabriela e fui em direção ao meu vestido. Gabriela se aproximou e me puxou para um abraço.

- Eu te amo Letícia e preciso que tome cuidado.

- Eu vou, eu prometo. – Falei dando a ela um beijo na bochecha.

- Ótimo. – Ela respondeu secando seus olhos que começaram a lacrimejar. – Bom eu vou indo, você está linda!

- Obrigada. – Respondi em meio a um sorriso e a acompanhei até a porta.

...

Após Gabriela ter ido embora não demorou muito para Fernando chegar, eu havia acabado de calçar o sapato quando a campainha tocou, me olhei no espelho e por um momento pensei que tivesse exagerado, mas ao ver Fernando tomo arrumado de terno, percebi que estava com a roupa adequada.

- Ual! Você esta parecendo a Sandy Olsson no final de Grease, só que morena.

- É, mas você não esta nada parecido com o Danny Zuko. – Falei.

- Ainda bem, já viu o John Travolta atualmente? Ta um caco. – Respondeu Fernando de forma divertida. – E mesmo se estivéssemos realmente iguais a ele estaríamos errados, a festa é dos anos 70, Grease foi feito nós 70, mas a história...

- Se passa nos anos 50. – Completei.

- Isso. – Falou Fernando em meio a um sorriso. – Pronta Sandy? – Perguntou cedendo o seu braço para que eu segurasse.

- É claro que sim. – Respondi entrelaçando o meu braço no dele.

O clube ficava no final da cidade e devido ao transito mais agitado que o normal para uma quinta feira à noite, gastamos mais de 10min para chegarmos até ele. Fernando como um grande cavaleiro abriu a porta para mim e deixou que eu apoiasse nele, afinal a entrada era cheia de pedras o que dificultava caminhar de salto. A decoração estava maravilhosa, cheia de detalhes incríveis, e apesar de estar admirada com aquele lugar eu não me sentia a vontade por não conhecer nem se quer 1% das pessoas que estavam ali. Decidi não me importar, afinal eu tinha mais no que pensar.

Fernando e eu caminhamos até uma mesa próxima ao palco onde Carolina e Omar estavam sentados, os dois pareciam distraídos e cochichavam no ouvido um do outro de forma intima, ao notarem nossa presença eles pararam e automaticamente se levantaram. Tirei meu braço do de Fernando e me afastei dele um pouco.

- Lety! Eu não acredito que você veio! – Falou Carolina animada me cumprimentando com um abraço.

- Meu chefe me obrigou. – Brinquei.

- Não foi bem assim. – Disse Fernando se defendendo.

- Eu confio mais na Lety e você Carol? – Perguntou Omar.

- Eu também.

- Vem, vamos nos sentar. – Chamou Omar.

Nos quatro nos sentamos e começamos a conversar, a noite estava ótima. A comida era boa, o som era bom e honestamente a companhia também. Fernando e Omar quando se juntavam era algo extremamente engraçado, os dois brigavam e se implicavam o tempo todo, Carol era um amor, sempre atenciosa e muito carismática. Eu estava me divertindo como não fazia há muito tempo.

- Fernando! – Chamou Omar dando um empurrão no ombro dele.

- Ai! O que foi isso animal? – Resmungou Fernando acariciando o próprio ombro.

- Aquele ali não parece o Victor da faculdade? – Falou Omar apontando para um homem loiro e alto.

- É ele sim. – Disse Fernando. – Vamos lá falar com ele? – Chamou. Omar concordou já se levantando. – Quer vim Letícia? – Perguntou.

- Não, eu vou ficar aqui conversando com Carolina.

- Você que sabe. Qualquer coisa é só chamar. – Falou Fernando em meio a um sorriso, eu apenas assenti e ele saiu com Omar.

- Como você conseguiu? – Perguntou Carolina assim que os dois se afastaram.

- Consegui o que? – Questionei confusa, eu realmente não fazia ideia do que ela estava se referindo.

- O Fernando agir dessa forma, ele nunca levou nenhuma das namoradas dele para sair em um local com tanta gente conhecida.

- Nós... Não estamos namorando. – Expliquei.

- Não? Tem certeza? – Perguntou Carolina espantada.

- Sim...

- Não aconteceu nada entre vocês, nem um beijo?

- Bom...

- Eu sabia! – Interrompeu Carolina. – Me desculpe, é que eu torço muito para que o Fernando encontre alguém tão legal como você. Desde o que aconteceu com a Márcia ele só arruma mulheres insuportáveis que não duram com ele mais de uma semana.

O que aconteceu com Márcia, era tudo o que eu queria saber!

- De qualquer forma vejo que você não se sente confortável em falar sobre isso, pelo menos não agora. Só quero que saiba que o que quer que esteja acontecendo entre vocês dois eu torço para que dê certo.

- Obrigada. – Falei, confesso que aquela conversa estava me deixando desconfortável porque eu também não sabia o que estava acontecendo entre nos dois.

- Mudando de assunto... – Falou Carolina e eu quase comecei a cantar aleluia. – Como esta no trabalho.

- Esta indo bem. Adiantei grande parte do serviço. Só preciso terminar o balancete.

- E esta tranquilo a Conceitos não gastou demais?

- Está sim, eu só tenho que tirar algo que sem querer o seu Fernando pagou com o cartão da empresa, mas ele já repôs o dinheiro na compra de uma das novas filmadoras.

- E por acaso eu posso saber o que ele pagou com o cartão da Conceitos? – Perguntou Carolina, a qual parecia bastante curiosa. Por um momento pensei em não dizer, mas depois me toquei que aquela parecia ser a oportunidade para descobrir quem diabos era o Dr. Marcos.

- Um tal de Dr .Marcos. – Falei.

- O cirurgião plástico? Ele finalmente vai deixar a Rebeca colocar silicone?

- Eu não... Eu não sei se é isso. – Falei desconfiada, duvidava muito que Fernando tivesse mudado de opinião quanto assim, além do mais a fatura era do mês passado então não fazia sentido.

- Bom esse é o único Dr. Marcos que o Fernando conhece além do... Merda. – Falou Carolina e sua expressão de animação mudou para algo parecido com raiva.

- O que foi? – Perguntei.

- O outro Dr. Marcos que Fernando conhece é um detetive particular. – Explicou. Um detetive? Por que Fernando contrataria um detetive? Um milhão de coisas se passaram por minha cabeça após a fala de Carolina. Será que Fernando havia descoberto algo sobre eu ser esposa do Rodolfo? E queria saber minhas reais intenções na empresa? – Ele já contratou esse cara antes para... Procurar pela Márcia. – Completou Carolina e após isso confesso que senti um certo alivio. Eu a olhei esperando por uma explicação mais detalhada, ela entendeu e voltou a falar. – Isso me irrita, porque o Fernando sabe exatamente o que aconteceu com a Márcia e insiste nisso. É frustrante, ele precisa seguir em frente. – Ok, a explicação dela tinha ajudado em absolutamente em nada, então desisti de jogar o meu olhar questionador e resolvi perguntar diretamente.

- O que aconteceu com a Márcia? Quero dizer... Eu sei que ela sumiu, mas isso é tudo.

- Ela não sumiu. – Falou Carolina dando um gole em seu vinho. – Ela abandonou o marido e os filhos.

- É sério?

- Sim, eu me lembro como se fosse ontem. – Falou olhando para o nada como se estivesse revivendo tudo o que aconteceu. – Eu e Márcia nos conhecemos na faculdade, ela sempre foi uma alma livre, mas muito encantada pelo luxo. Um dia ela conheceu Fernando e se apaixonaram, os dois eram o tipo de casal que todos admiravam, o relacionamento deles era maravilhoso, se casaram tiveram dois filhos lindos e tudo parecia ir as mil maravilhas, até que um dia Márcia se enjoou daquela vida perfeita. Ela deixou um bilhete dizendo que havia ido embora e que sentia muito, mas não queria que a procurassem. Fernando não quis acreditar e começou a criar diversas teorias de que ela havia sido sequestrada e que estava em perigo, a polícia a procurou por um bom tempo, mas ninguém encontrou pistas de um possível assassinato ou rapto então pararam. O único que não desistiu de procura-la foi Fernando.

- E ele nunca a encontrou? – Perguntei. Pensei que ficaria surpresa com o que havia acontecido com Márcia, mas nem tanto.

- Não, e nem irá. Márcia não quer ser encontrada.

- Você tem certeza que ela realmente fugiu? – Questionei, porque honestamente eu entenderia uma mulher querer abandonar o marido, mas os filhos não parecia algo aceitável para mim.

- Sim. Há dois anos um amigo meu se encontrou com ela nos EUA, eu contei para Fernando, mas ele não acreditou. Nem mesmo vendo as fotos.

- Isso é horrível, principalmente com o Victor e a Rebeca...

- Essa é Márcia, não se importa com ninguém além dela mesma. Rebeca e Victor tem sorte por terem o melhor pai do mundo. Fernando foi o pai e mãe deles e os ama mais do que qualquer um é capaz de amar. Ele já sofreu tanto e merece ter tranquilidade, se apaixonar de novo. E Letícia, se você for essa pessoa, por favor, nunca o magoe esta bem? – Eu não sabia o que responder, estava encurralada, toda essas informações só me deixaram ainda mais confusa. Fernando era inocente com relação a Márcia, então por que não séria com relação a Rodolfo? E se tudo que eu fiz até ali foi tentar me vingar de uma morte que teve como causa um simples assalto?

Fernando e Omar chegaram me livrando assim de responder Carolina.

- Sobre o que estavam conversando? – Perguntou Fernando se sentando ao meu lado.

- Assunto de mulheres. – Respondeu Carolina.

- Quer dançar? – Perguntou Fernando estendendo-me a mão. Como por impulso eu olhei para Carolina que assentiu com a cabeça me incentivando a ir.

- Claro. – Respondi.

Levantamos-nos e fomos para a pista de dança, estava tocando uma música lenta a qual eu não conhecia. Dançávamos bem agarradinhos assim como todo mundo, e eu estava tentando evitar olhar para o seu rosto, por um motivo o qual nem eu mesma sábia. A música acabou e “You’re The One That I Want”.

- É Grease! – Disse Fernando animado sorrindo de forma divertida.

- Você fez isso não foi? – Perguntei desconfiada. Ele me olhou com um sorriso de lado extremamente sexy e levantou as sobrancelhas.

- Talvez? Vem vamos dançar. – Disse me puxando.

Modesta a parte nos simplesmente arrasamos na dança daquela música, sabíamos e coreografia de cor e parecíamos os próprios Danny e Sandy. Todos no salão estavam nos observando e logo eles se juntaram a nos tentando acompanhar nossos passos. Quando a música acabou Fernando me abraçou e encostou nossas testas, estávamos prestes a nós beijar quando alguém nos interrompeu. Era Omar.

- Vamos cantar no Karaokê? – Chamou.

- Claro. Letícia é ótima nisso, com certeza vamos ganhar de vocês. – Falou Fernando. Sim, nos ganhamos. Porque eu não era a única boa no Karaokê, Fernando também era. Na verdade talvez ele fosse ainda melhor do que eu. Carolina e Omar estavam perdendo feio e acabaram desistindo. Voltamos a nos sentar e bebemos e conversamos um pouco mais, não demorou muito para que o cansaço chegasse. Omar e Carolina decidiram ir e eu e Fernando resolvemos ir também.

Fernando e eu conversamos o caminho todo relembrando os melhores momentos daquela festa, os quais, modesta a parte eram muitos. Eu me sentia como uma adolescente ao lado dele, ele estava sempre me surpreendendo e me fazendo rir. Eu estava feliz, algo o qual eu não sentia há mais de dois anos.

- Muito obrigada por essa noite. – Falei enquanto fechava a porta do meu apartamento.

- Eu é que agradeço.

- Quer beber alguma coisa? – Perguntei.

- Não, eu só preciso ir ao seu banheiro. Não aguentar esperar até chegar em casa.

- Fica a vontade.

Fernando foi até o meu banheiro e em menos de dois minutos já estava de volta na sala, ele havia tirado o palito e segurava-o.

- Acho que já vou indo. – Falou, e confesso que esta me segurando para não pedir para que ele não ficasse mais. – Obrigado por tudo, eu me diverti muito. – Disse ele.

- Eu também. – Respondi e Fernando me puxou para um abraço, eu correspondi e depois o olhei, eu queria beija-lo e eu iria beija-lo, mas dessa vez estava esperando que ele tomasse a atitude e como se lesse meus pensamentos Fernando me beijou. De inicio foi um beijo calmo e lento, mas foi se acelerando conforme o nosso corpo pediam por isso, eu timidamente o conduzi até o sofá onde nos dois nos sentamos sem separarmos o beijo. Eu estava no seu colo e minhas mãos alisavam o seu peitoral enquanto as suas seguravam firmemente a minha cintura. Os beijos ficavam ainda mais quentes e ele começou a transferi-los para o meu pescoço, eu me arrepiei, estava dominada pelo desejo, lentamente abri meus olhos para olhá-lo, mas a primeira coisa que vi foi um quadro que Rodolfo havia pintado o qual havia sido o ultimo presente que ele me deu. Com isso percebi que não poderia dar esse passo com Fernando. Pelo menos não agora, eu evidentemente estava gostando dele, mas precisava ter certeza de que ele era inocente.

- Desculpa. – Falei saindo do colo dele. Fernando me olhou e se levantou me abraçando.

- Tudo bem! Não precisamos apressar as coisas. Eu me diverti muito essa noite e quero repetir isso com você e espero que você queira também.

- Sim... Eu quero. – Respondi.

- Ótimo. – Ele disse me dando um beijo na testa, mas eu o puxei e dei a ele um selinho. Fernando sorriu satisfeito. – Vejo você amanhã, infelizmente não posso dar folga para todo mundo de novo.

- Tudo bem. Até amanhã seu Fernando.

- Até amanhã Lety. – Respondeu ele saindo de minha casa. Novamente o observei caminhar até o carro, mas dessa vez foi através da minha janela. Eu estava sentindo algo por Fernando, mas não sabia o que era, ou sabia mais tinha medo de admitir, medi porque eu poderia me decepcionar e descobrir que as minhas suspeitas estavam certas, e medo porque sabia que estava indo rápido demais. Não éramos Rose e Jack para nos apaixonarmos e dois dias e o cenário de nossa história não era o Titanic, mas tinha grandes chances de se afundar e era isso que eu tanto temia e torcia para que não acontecesse. 


Notas Finais


Tenho uma notícia, mas não sei se é boa ou ruim haha, pelos meus cálculos essa fic terá 16 capítulos, ou seja, ainda faltam 10 (=


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