- O que você está fazendo ai? –Eu pude ouvir meu pai gritar com o Gui do corredor.
-Calma pai! –Gui disse tentando amansar o nosso pai. –Eu sabia que o senhor iria acordar por agora para irmos á padaria, estou pronto, só fui pegar as chaves da caminhonete que eu tinha guardado na bolsa da Bella.
Que bela contornada! Suspirei aliviada quando eu escutei os dois descerem as escadas. Para não passar por mais sustos fui dormir na companhia da minha amiga, deixando o Bruno ali sozinho.
Cochilei por mais um tempinho, mas logo levantei para realizar minhas higienes matinais, e logo depois encontrar com Bruno na cozinha para tomarmos café e conversarmos.
-Vão sair? –Minha mãe perguntou ao me ver engolir o mais rápido que eu podia meu café.
-Vou levar o Bruno até a montanha do vovô, precisamos de um lugar tranquilo pra conversar... –Respondi.
-Montanha do vovô? Tem certeza? –Ela perguntou, e eu apenas assenti com a cabeça e ela não me questionou mais.
[...]
-Chegamos! –Disse ao jogar a minha mochila no chão e me sentar perto dela.
-Esse lugar é incrível!- Bruno disse maravilhado com a vista para a cidade que a montanha tinha.
-Faz anos que eu não venho aqui! –Eu disse.
-Por quê? –Ele perguntou sentando-se ao meu lado.
-Eu costumava vir aqui com o Gui e meu avô, por isso o nome de montanha do vovô, esse é um lugar nosso. Nunca mais eu tinha vindo depois que o vovô faleceu. –Eu expliquei.
-Então por quê decidiu vir agora? –Ele perguntou.
-Por que você é especial, e eu sei que ele gostaria de te conhecer. –Eu disse.
-Muito obrigada por me confiar isso! –Ele me abraçou.
-O que será de nós Bruno? –Eu perguntei.
-Se me permitir iremos descobrir isso junto! –Ele beijou a minha testa. –Cansei de ir contra o destino. Nós sabemos que do jeito que você entrou na minha vida foi para ficar, hoje não consigo imaginar outro alguém a não ser você, eu não sei mais o que fazer, mas eu quero te mostrar que seu lugar é do meu lado.
-Eu quero estar ao seu lado e jamais sair, mas não posso fazê-lo abrir mão de tudo por mim, eu tenho medo do que essa pessoa das mensagens pode faze conosco. –Eu tentei explicar.
-Juliana Ziguerman! Sobre a pessoa das mensagens, pedir uma medida protetiva contra o seu ex-namorado vai resolver a nossa vida! É ele o autor. –Ele afirmou. –Eu sei que você me ama, assim como eu te amo, então não vamos separar o que Deus quer junto!
-Sobre o meu emprego? O babaca do Rodrigo está certo, eu sou um campeão olímpico, não será difícil encontrar outro clube, eu te prometo que se eu perceber que você esta sendo ameaçada eu peço demissão, e assim você não estará tendo relações com um colega de time... Eu pensei muito sobre isso durante esse tempo. –Bruno ia encaixando tudo.
Eu por um tempo estava sem o que dizer, então apenas o olhava com os meus olhos cheios de lágrimas, nossas mãos estavam entrelaçadas, e eu apertava cada vez mais, sentindo a segurança que só ele era capaz de me passar.
-Só espero que saiba que eu sou capaz de mudar os meus planos se isso for garantia de uma vida inteira com você, eu sou capaz de largar tudo para você ser o meu tudo! Por favor, me deixa te fazer feliz, você sabe o quanto é ruim quando estamos longe um do outro.
-Eu sou capaz de abrir mão do mundo, para você ser meu mundo Bruno Rezende, eu quero você pra mim!–Funguei seus cabelos. –Você será louco o suficiente para apostar na gente?
-Louco eu sou por você! –Ele encostou a ponta do nariz dele no meu.
[...]
Passamos o dia juntos, fizemos um piquenique na parte da tarde e quando o sol ameaçou se por voltamos para casa. A felicidade era visível em nós.
Meus pais puderam conhecer um pouco do Bruno durante o final de semana que passamos juntos, e eu consegui perceber que eles gostaram dele, e isso faz uma grande diferença.
Bruno ficou conosco durante o final de semana, mas na segunda-feira ele retornou para São Paulo, pois tinha que resolver alguns compromissos. Eu fiquei para matar as saudades dos meus pais.
Eu e Bruno conversamos todos os dias via Skype e WhatsApp, a semana foi uma espécie de namoro a distância, já que concordamos que estamos namorando.
Entramos em acordo em por enquanto continuarmos em segredo para o time, contando apenas para alguns jogadores bem próximos, dos quais sabemos que não iriam vasar noticia.
[...]
Depois de uma semana ao lado dos meus pais cheguei ao meu lar. O táxi estacionou em frente ao nosso prédio e eu peguei minhas coisas o mais rápido que eu pude. Como decidi fazer surpresa ao Bruno estava ansiosa para chegar ao nosso andar.
Com a ajuda de Danilo guardei minhas malas em casa. Tomei um banho só pra tirar o suor do corpo, vesti a primeira coisa que eu vi na minha frente e fui em direção ao apartamento do meu namorado.
Ao abrir a minha porta me deparei com uma cena nada agradável, Bruno estava abraçado a uma loira bem na porta do elevador. Como eu pude ser tão burra? Entrei novamente em meu apartamento batendo a porta e sem dizer uma palavra.
Não demorou muito para o Bruno bater em minha porta, ele bateu varias vezes e eu não respondi, ele esperava um curto espaço de tempo e tentava novamente, e eu não respondi nenhuma vez. Quando eu pensei que ele havia desistido, ele abriu a porta com a chave reserva.
-Juliana, por que não abriu a porta? –Ele entrou bravo.
-Vai embora Bruno! –Eu disse da sala.
-Para de graça, estou com saudades! –Ele disse se aproximando de mim.
-Vi mesmo o quanto estava com saudades, desde quando eu tenho cara de palhaça? –Eu disse encarando-o.
-Você fica ai fazendo graça e vem perguntar sobre cara de palhaça? Não tô vendo graça. –Ele disse irritado.
-Se não tá achando engraçado vai embora do circo! –Eu falei arqueando a sobrancelha em sinal de irritação.
-Quando estiver mais calma, você sabe onde me procurar! –Ele disse saindo sem nem fechar a porta.
Levantei-me para fechar a porta que ele havia deixado aberta e pude ver ele caminhando para fora do apartamento dele com um buque de rosas vermelhas e uma caixinha colorida de bombons, e arremessa-las no lixo do corredor, antes de me olhar bravo e bater a porta.
Fui até a lixeira e peguei a caixa de bombons, ele conseguiu me deixar deprimida, então nada mais justo do que eu comer pelo menos os bombons para e sentir melhor.
Comi alguns bombons enquanto desfiz minhas malas, tentei focar minha mente em qualquer outra coisa que não seja o Bruno. Fui até a cobertura do prédio, o que me fez pensar no porque de eu nunca ter ido ali desde que me mudei, a vista era maravilhosa.
Sentei em uma das cadeiras de área que haviam por ali e me dediquei a ler um livro do Fred Elboni que ganhei do Gui antes da minha viagem de volta. Acabei pegando no sono e fui despertada por uma ligação do Alexandre com o intuito de saber se estava tudo certo para a viagem de amanhã.
Eu tinha me esquecido desse pequeno detalhe. A sorte é que como eu havia acabado de desfazer as malas, faze-las não era um problema. Eu o tranquilizei e combinamos um horário mais cedo para uma breve preparação da equipe antes de embarcarmos.
Já viajamos algumas vezes juntos para amistosos, mas essa é a primeira vez que viajamos pela superliga, então isso requer uma breve preparação, principalmente da minha parte, não sei se me deixar no mesmo ambiente do que o Bruno será a melhor escolha.
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