Depois de um final de semana agradável e com distrações, o trabalho os chamava novamente. Infelizmente as coisas não estavam boas para tirar férias mais longas, era necessário voltar a rotina.
Já era de madrugada quando Luna retornou à Exoterra após passar alguns dias no acampamento de Mileena. Emergiu de uma nuvem de fumaça e caminhou por entre as árvores até chegar a caverna, lá dentro estava escuro e úmido, mas não precisava enxergar para saber aonde estava indo. Sacou a arma que haviam lhe dado e atirou em uma pedra, não demorou muito para uma passagem se abrir em meio a escuridão, continuou pelo corredor até chegar a uma sala cheia de homens lutando e se matando com armas enquanto os outros gritavam tanto que não conseguiu entender nenhuma frase.
O encontrou em uma posição privilegiada para as lutas, sentado confortavelmente em uma poltrona assistindo a tudo com um sorriso perverso. Se aproximou dele e assim que a viu seu sorriso aumentou.
- Benzinho, chegou bem a tempo do treinamento. - Kano fez um sinal para que ela se aproximasse.
A ninja se sentou no colo dele e se virou para olhar os homens do Dragão Negro.
- Isto é um desperdício. - Luna falou em um tom sério.
- É bom ver você também. - Ele suspirou irritado.
Luna sorriu minimamente e o beijou.
- Estou falando sério, não podemos perder mais ninguém, Hanzo já sabe que vamos atacar em breve e a essa hora já avisou as forças...
- Preciso dos mais fortes no Dragão Negro, isso aqui não é o Lin Kuei, Luna. - Kano a interrompeu, não estava gostando nada de ser questionado daquele jeito. - Deixe as F.E. comigo, eles vão ter o que merece.
- Tudo bem, tem certeza de que ele está pronto? - Luna olhou para o filho de Kano, que desferia socos em um outro homem até ele ficar inconsciente.
- Sim, vamos atacá-los esta noite... - Ele respondeu vagamente e se levantou. - Antes preciso receber o pagamento.
A ninja o olhou com raiva, mal acreditou no que havia acabado de ouvir.
- Você continua negociando com aquela coisa? - Luna falou, sua voz quase foi abafada pelos gritos.
- O que você esperava? Mileena está pagando bem, e se quiser ter sua vingancinha da ninja amarela então vai ter que aprender a cooperar. - Kano falou se virando para continuar andando, mas Luna o seguiu.
- Ela matou minha amiga, isso não vai ficar impune. - A ninja rebateu.
- Já está decidido, Luna. - Kano fez sinal para alguns homens, eles apontaram as armas para Luna para que ela não o seguisse.
A ninja estava disposta a ir atrás dele, mas sabia que estava sendo vigiada e foi obrigada a permanecer ali.
*
Naquele mesmo dia...
Hanzo estava do lado de fora da base das F.E, estava tentando encontrar alguma solução para tudo que estava acontecendo. Uma parte de si, se arrependia de ter ficado com Luna e permitido que ela estivesse sempre dentro do Shirai Ryu. Olhava para o céu, enquanto pensava em algo que pudesse ajudar em toda aquela situação; mas acabou se distraindo com um toque delicado em suas costas.
- Hanzo. - Aiko parou ao seu lado e sorriu. - Não sabia que estava aqui.
Scorpion a mirou dos pés, ela usava uma regata branca que a deixava com um decote discreto, uma calça azul e um coturno. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo; não conseguia parar de olha-la.
- Aiko, eu que não sabia que você ainda estava aqui. - Sorriu de volta.
- Estou, tive que ajudar no treinamento de alguns soldados que chegaram a algumas horas - Suspirou ao sentir que Hanzo passou as mãos pela cintura dela a abraçando. - E você? Está bem?
- Estou...só um pouco pensativo a respeito de toda essa situação. Não deveria ter me envolvido com a Luna.
- Não se culpe, você não tinha como saber. Ela enganou vocês dois. - Falou indo para a frente dele. - Você é um homem maravilhoso e um excelente mestre, Hanzo. Vai encontrar uma solução...mas não se culpe por tudo que aconteceu...a única responsável é a Luna. - Completou colocando as mãos no rosto dele.
- Você me traz paz, Aiko...você não faz ideia. - Ele suspirou com as mãos dela em seu rosto e a puxou para um abraço apertado.
As mãos dele a puxaram pela cintura, aproximando seus corpos. Aiko agarrou nos cabelos dele enquanto colocava seu rosto no pescoço dele. Era algo tão íntimo que os dois sentiam como se as horas parassem ali.
- Droga, Sonya. Doeu. - Johnny falou um pouco alto colocando as mãos no braço após ter levado um tapa da general.
Instantaneamente os dois se separam do abraço um pouco sem graça.
- Nós estávamos procurando vocês. - Akemi olhou com um sorriso malicioso nos lábios e de braços cruzados.
- Sim, nós iremos para uma missão em breve. - Sonya disse segurando o riso.
- Nós...já estamos indo, General. - Aiko falou indo para próximo a Sonya.
As duas, juntamente com Johnny começaram a caminhar à frente de Akemi que quis esperar seu irmão para ir.
- Não precisa dizer nada. - Hanzo falou olhando para a irmã que começou a rir. - Eu já sei o que você vai dizer.
- Não está aqui mais quem falou. - Akemi colocou as mãos nos ombros dele
Um pouco mais à frente, Aiko e Sonya caminhavam em silêncio. Até a general olhar para a sargento segurando o riso.
- Você ainda tem coragem de me dizer que não sente nada?
- Sonya, agora não...- Aiko começou a rir. - Depois conversamos...e antes de você falar algo, nós não temos nada.
- Ainda. - Johnny falou, mas ficou em silêncio após o olhar de reprovação das duas mulheres ao seu lado.
Assim que chegaram a sala que os demais estavam, os olhares foram para eles.
- Mais um casal, isso aqui está parecendo novela. - O ator suspirou - Mas ao menos, agora eu também me dou bem.
- Pai, cala a boca. - Cassie olhou para ele segurando o riso.
- Obrigada, Sargento Cage. - Sonya falou e piscou para a filha
- Acho que vou entrar para o Shirai Ryu também, o Hanzo vive se dando bem. - Johnny comentou com ele mesmo, ainda não desistindo daquela conversa.
- Só se o treinamento ninja te ensinar a calar a boca. - Kenshi falou sorrindo de canto.
- Resposta engraçadinha, ok. - Johnny cruzou os braços ao olhar par ao espadachim.
Todos riram pela resposta de Kenshi, serviu para quebrar a tensão da reunião para qual haviam sido convocados.
Durante todo o dia a única coisa que havia tido tempo de fazer foi ficarem preocupados. Akemi, quando estava no Shirai Ryu, seu irmão estava no pátio com outros ninjas discutindo estratégias para o caso de invasão. E pouco tempo depois receberam uma ligação das F.E. para aquela reunião de emergência; ela não teve outra escolha a não ser ir, fazia tempo que não sentia aquele medo, que fazia seu coração bater mais forte e suas mãos tremerem. Daquela vez, Luna não apenas atacaria por querer conquistar um clã, mas também por vingança, e havia sentido na pele como era a sensação insaciável de derramar sangue apenas para pagar uma dívida.
- Isso é foi tudo o que conseguimos recuperar. - Sonya desligou o monitor onde haviam visto as imagens de Kano explodindo a cela da prisão e libertando Luna.
Um silêncio fúnebre se seguiu, todos ali estavam preocupados com o que haviam visto.
- Será muito mais difícil prendê-los desta vez. - Aiko suspirou.
- Prender não... - Sonya falou olhando para baixo.
- Espera, você está pensando mesmo em... - Cassie perguntou incrédula.
Foi a vez de Sonya suspirar, ela estava prestes a responder quando Johnny falou primeiro.
- Cass, não se trata apenas de matar uma pessoa só porque ela causou problemas. A principal função das F.E. é garantir a segurança da população, e essa gente é perigosa e já escapou muitas vezes...Vão começar a questionar se nós somos realmente capazes de lidar com isso.
Todos estavam pensativos naquela sala. Akemi sempre tentava encontrar uma solução que resolvesse tudo, mas parecia que os problemas nunca acabavam. A porta foi aberta de repente e olharam na esperança de ouvirem boas notícias. Kenshi entrou na sala com outros soldados e se aproximou da mesa.
- Conseguiu alguma informação? - Johnny perguntou.
- Os guardas de Kotal Kahn vieram aqui para dar notícias, três deles estão lá fora, disseram que Mileena foi vista hoje de manhã negociando armamento com Kano. Segundo eles, o imperador está pedindo nossa ajuda para deter Mileena e seu exército, que estão se fortalecendo a cada dia. - O espadachim respondeu.
- Será que vamos conseguir? - Kung Jin perguntou preocupado. - Não levem a mal, mas, nós já derrotamos eles dezenas de vezes e continuam voltando.
- Temos que conseguir, eu sei que já tivemos muitas missões e finalmente achamos que havia acabado, mas temos que tentar. - Akemi respondeu sem muita convicção.
Definitivamente não se sentia motivada ou corajosa, mas não havia outra escolha a não ser lutar. Sentiu seu noivo segurar sua mão e apertar, olhou para ele e sorriu, mesmo quando tudo parecia perdido ele estava lá para que pudesse achar seu caminho de volta. Quase podia sentir a aliança esquentar em seu dedo, queria voltar para casa para que pudessem passar o dia juntos sem se preocupar com mais nada.
- O que faremos, general? - Kenshi perguntou.
Sonya pareceu pensar por alguns segundos antes de tomar uma decisão, pela primeira vez ela parecia indecisa.
- Quero falar com os soldados de Kotal Kahn primeiro, mas vamos atacá-los antes que nos ataquem. - Sonya falou. - Cassie, sua equipe vai para a Exoterra ficar de olho em Mileena, se notarem a presença de vocês voltem imediatamente. Vamos falar com Kotal Kahn, precisamos saber se o imperador está mesmo disposto a cooperar.
- E depois? Acho que deveríamos achar o deus do trovão, já faz um tempo que o Raidengoso não é útil para nós. - Johnny perguntou piscando para Sonya, que não fez nada a não ser ignorar.
- Daremos conta disso, mas Mileena ainda é uma ameaça principalmente se estiver negociando com Kano. - Sonya respondeu pensativa.
- Pela primeira vez concordo com o Johnny, acho que Raiden deveria saber que nossos problemas continuam. – Sub Zero se pronunciou.
- Muito bem, Kenshi envie alguns soldados para falar com Raiden e diga que estamos precisando de ajuda. - A general falou e o espadachim saiu da sala.
Saíram da sala e foram para o campo de refugiados.
Esperaram alguns minutos até os soldados se reunirem, quando o portal foi aberto, Johnny e Kenshi foram na frente. A cidade havia mudado bastante desde a última vez em que estiveram ali. O pôr-do-sol vermelho e laranja deixavam o ambiente ainda mais sinistro. Várias casas próximas a rua onde estavam haviam sido derrubadas, outras mais próximas ao palácio estavam em um estado melhor do que as demais, além de muitas pessoas feridas.
- Precisa de ajuda, cowboy? - Johnny perguntou se aproximando de Erron Black, que tentava retirar um muro caído de cima de si.
Akemi nem havia notado sua presença, quando chegaram mais perto pode ver que ele estava ferido, mas não parecia nada grave.
- De você? Prefiro morrer aqui. - Ele respondeu.
Johnny estava prestes a continuar andando quando viram Kotal Kahn caminhando até eles.
- Seres terrenos, fico contente que tenham ouvido meu chamado. - O imperador falou olhando para eles e depois se virou para o pistoleiro caído. - Tirem ele dali.
Alguns soldados da Exoterra ergueram o muro para tirá-lo de lá. Enquanto isso, a ninja notou que mais pessoas chegavam até a cidade em busca de abrigo.
- O que aconteceu aqui? - Akemi perguntou.
- Fomos atacados, Mileena e seu exército estiveram aqui a algumas horas, roubaram as casas e mataram quem quer que estivesse no caminho. - Kotal Kahn suspirou. - Conseguimos expulsá-los mas receio que sem ajuda, seremos alvos fáceis.
- E o que quer que a gente faça? - O ator perguntou para ele.
- Que deem abrigo para os cidadãos, e que mandem seu exército para cá o mais rápido possível, Mileena é uma ameaça para todos e se conseguir tomar a cidade vai atacar o Plano Terreno junto com o Dragão Negro. - Kotal Kahn respondeu.
- Sei, seus soldados apareceram hoje na base dizendo que Mileena e Kano estavam negociando. - Sonya completou. - Kenshi abra um portal para o Plano Terreno, vamos mandar mais refugiados para lá.
- Eu agradeço pela ajuda, podem contar com a Exoterra na guerra contra seus inimigos.
- Assim espero, estamos sendo ameaçados pelo Dragão Negro e não sei se poderemos manter os refugiados a salvo. - A general respondeu.
Agora eu preciso ir, tenho que interrogar os prisioneiros. - Kotal Kahn começou a se afastar.
- Eu também vou, eles podem saber alguma coisa sobre o Dragão Negro. - Sonya disse. - Akemi e Aiko comigo, o resto do grupo espera aqui até nós voltarmos.
Akemi escutou seu comunicador emitir um ruído enquanto andavam, quando o pegou o único som que pode ouvir foi mais um ruído antes de ficar completamente em silêncio.
- Deve estar quebrado. - Aiko sugeriu. - Posso?
A ninja o entregou e assistiu a sargento desmontar o aparelho rapidamente e ligar alguns fios soltos a uma placa. Quando terminou, entregou o comunicador de volta. Estava prestes a agradecer quando uma explosão forte fez o chão tremer e o comunicador acabou caindo das mãos da sargento.
- O que foi isso? - Akemi perguntou, mas ninguém ali parecia ter a resposta. Pode ver mais casas desmoronando com outras explosões antes de dezenas de tarkatanos surgirem por todos os lados.
Os inimigos começaram a atacar os feridos, que tentavam inutilmente se defender. Akemi lançou sua kunai na direção do primeiro que chegou perto e sacou a espada para golpeá-lo, mas ele abaixou rapidamente para tentar uma rasteira, que foi revidado com um chute. A ninja correu para junto de seu noivo e passou a lutar ao seu lado. Olhou de relance para o lado e viu que Mileena estava dando trabalho, e pior, os tarkatanos a sua volta possuíam armas. Sonya estava quase pegando seu comunicador para pedir reforços quando um portão do palácio foi aberto e vários soldados da Exoterra saíram de lá.
A luta não durou mais do que mais alguns minutos. Os soldados das F.E. conseguiram revidar com as armas e juntos conseguiram expulsar Mileena e seu pequeno exército. Kotal Kahn foi com seus soldados caçar a ex-imperatriz e os deixou ali com os civis feridos e os inimigos inconscientes.
- Vamos interrogar alguns deles, Kenshi abra um portal para o Plano Terreno e encaminhe os refugiados para lá. - Sonya falou enquanto soldados erguiam um tarkatano e o deixava de frente para ela. - Só vou perguntar uma vez, onde conseguiram essas armas?
Ele apenas a encarou. A general suspirou impaciente.
- Akemi... - Sonya pediu.
A ninja fez uma de suas mãos pegarem fogo e o inimigo pareceu apreensivo.
- Kano, ele e Mileena estavam negociando hoje de manhã. - Ele respondeu tentando inutilmente se afastar de Akemi.
- E onde ele está? - A general perguntou.
- E... Eu não sei, Mileena disse que está na Exoterra.
Sonya suspirou, não seria fácil encontrá-los. Akemi estava tão concentrada na luta que nem se deu conta de que apesar de ter tanta gente ali, tudo parecia bastante calmo.
- O que faremos com ele, General? - Um dos soldados que o segurava perguntou.
- Entreguem-no para Kotal Kahn, precisamos voltar e falar com Cassie.
A ninja olhou em volta e viu que um portal já havia sido aberto e Kenshi e Hanzo ajudavam as pessoas a atravessar enquanto os outros reuniam mais refugiados.
- Sonya... Cadê a Aiko? - Akemi perguntou para ela.
A general franziu as sobrancelhas.
- Pensei que estivesse com os outros... - Ela respondeu olhando em volta.
Akemi correu para perto de seu irmão enquanto escutava Sonya dar ordens a outros soldados para irem procurá-la.
- Você viu a Aiko? - A ninja perguntou para ele.
- Ela não estava do seu lado agora pouco? - Hanzo perguntou em um tom preocupado.
- Estava, mas...- Akemi começou a olhar em volta e não avistou a Sargento, sem dizer nada correm em direção a general. – Sonya, ela está desaparecida...o que fare...- Antes de continuar, ouviu um forte estrondo vindo de uma casa.
Todos olharam para lá, foi a tempo de ver Aiko saindo com suas roupas um pouco sujas e segurando dois homens pela roupa.
- Aiko, você está bem? – Hanzo correu na direção dela.
- Estou, Hanzo. Obrigada. – Falou jogando um dos homens na frente dele. – Eles tentarem me sequestrar e eu deixei...porém não são tão espertos assim. – Completou jogando o outro no chão. – Aproposito, encontrei um pequeno depósito de armas naquela casa. – Apontou para o lugar.
- Bom trabalho, sargento. – Sonya foi para perto da amiga e sorriu. – Sub Zero, Akemi...vocês podem me acompanhar para ver o que mais encontramos ali?
- Claro, general. – Sub Zero pegou nas mãos de Akemi e começaram a seguir Sonya.
Enquanto os dois se afastavam, Aiko respirava fundo; havia sido cansativo e o dia já estava ficando longo demais; não via a hora de ir para sua casa, tomar um banho demorado e ficar sem fazer nada. Estava olhando para o sol quase se pondo, quando sentiu um leve arrepio ao perceber que uma mão estava em sua cintura.
- Fiquei preocupado. – Hanzo a olhou sorrindo.
- Não precisa, você me treinou bem. – Respondeu colocando sua mão em cima da dele. – E eu sou grandinha, posso me cuidar sozinha.
- Já te falei que adoro sua confiança? – Scorpion disse ficando de frente para ela. – Na verdade, gosto de muita coisa em você. – As mãos dele foram direto para o rosto dela.
- Hanzo...- Aiko respirou fundo, queria roubar um beijo dele; mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ouviu a voz da general os chamando.
Ambos suspiraram, se olharam em silêncio e foram até a casa.
Ao chegarem lá, notaram diversas armas de fogo, espadas e alguns computadores, sabiam que Kano iria utilizar tecnologia para aprimorar seu exército. Sonya olhava para cada cômodo frustrada, não aguentava mais aquela situação...queria que tudo se resolvesse logo, aquela praga deveria ser exterminada e sabia que precisaria fazer isso mais cedo ou tarde.
- Pegaremos eles na próxima, Sonya. – Akemi foi para o lado dela e colocou as mãos em seu ombro.
- Eu sei. – Respirou fundo e olhou para a ninja. – Vamos para casa. – Abraçou Akemi e começou a caminhar juntamente com os demais.
*
No dia seguinte
Kuai Liang entrou pela porta da frente, cumprimentou alguns ninjas que estavam na porta do Templo do Shirai Ryu; encontrou Hanzo e Takeda treinando e foi na direção de ambos.
- Mestre Hasashi, Takeda. – Disse fazendo um cumprimento.
- Grão-Mestre. – Takeda respondeu fazendo um aceno com a cabeça
- Kuai Liang. – Hanzo sorriu para o cunhado.
- Vou ver a Akemi, com licença. – Correspondeu o sorriso, fez um aceno e caminhou para dentro do templo.
Enquanto se dirigia para o quarto de sua noiva, pensou a respeito daquele ano e tudo que havia passado com ela. Lembrou-se da primeira vez que a olhou, que a abraçou...sentia como se o mundo estivesse em sua frente. Abriu a porta do quarto dela devagar, a viu deitada e instantaneamente sentia uma vontade de beija-la.
Era verão, a noite estava tranquila e uma brisa leve entrava por sua janela. Akemi estava deitada de bruços com um short curto e uma fina regata vermelha. Seus olhos fechados, mas estava acordada. Pensava no seu dia, como as coisas estavam difíceis e como ansiava por sua estar bem de uma vez. Tateava com seus dedos a sua aliança recém-chegada, brincava com ela enquanto sentia um alívio enorme de que, apesar de tudo, tinha Kuai Liang ao seu lado; estava ouvindo uma música que a fazia lembrar de seu noivo...e aquilo a fez sentir uma falta enorme dele. Do corpo, dos beijos, das mãos, do olhar...tudo nele a atraia.
Tentando não fazer muito barulho, fechou a porta e a trancou. Caminhou até a cama e se deitou ao lado dela. As mãos dele começaram a passear pela cintura e a perna de Akemi. Ela suspirou e continuou de olhos fechados, se arrepiou instantaneamente quando sentiu os lábios dele em seu pescoço.
- Olá para você também, meu amor. – Akemi falou ainda de olhos fechados sentindo as mãos dele acariciando sua cintura.
- Não tinha intenção de te acordar. – Se aproximou da orelha dela e depositou uma mordida. – Ou tinha? – Disse quase sussurrando a fazendo se arrepiar.
A ninja colocou a música que estava ouvindo para tocar alto, o ritmo parecia embalar mais ainda aquele momento.
I ain't tryin' to think about it, no...
Yeah, I said it, boy, get up inside it...
Akemi não aguentou, virou-se para ele e o olhou: Sempre tão lindo, não importava o quanto tempo passasse, o desejava como se fosse a primeira vez. As mãos dela foram diretamente para os cabelos dele, seus olhares estavam fixos um no outro. Sub Zero a ficou admirando, fazia tempo que não via aquele olhar tão imponente e extremamente sexy em Akemi.
Desde a morte de seu filho, eles estavam retomando sua vida sexual aos poucos, a ninja havia deixado de lado as provocações e tudo que fazia para deixa-lo fora de si. Mas naquele dia, algo nela parecia estar de volta. Kuai sentou-se na cama, Akemi se acomodou em seu colo enquanto sentia as mãos geladas dele em sua cintura.
- O que você tem hoje? – Manteve seus olhos nela, o semblante de Akemi carregava algo diferente.
- Sabe....- Falou abaixando um pouco sua cabeça e levando em direção ao pescoço dele. Subiu com os beijos até chegar próximo a orelha de Kuai Liang e depositar uma mordida. – Hoje, quando te vi andando tão sexy e imponente...me lembrou do motivo de eu te desejar tanto. – Ao falar, voltou seu olhar para o rosto dele. – Você é lindo, você me deixa louca só de colocar as mãos em minha cintura e me beijar. – Disse enquanto seus dedos passavam pelo rosto dele, delineando sua cicatriz.
Give me some love, boy, give it to me till the morn'
Ele não disse nada, apenas desceu suas mãos para as pernas de Akemi e foi subindo delicadamente enquanto a via respirar fundo e se arrepiar. Sub Zero conhecia cada parte dela, e amava cada uma delas. Uma das mãos parou na cintura da ninja e a outra foi em direção ao seu cabelo.
- Eu senti falta desse seu olhar, você não faz ideia. –Ao falar isso, a beijou.
Ao contrário dos outros beijos, esse foi urgente, intenso. Akemi suspirava enquanto o beijava; a boca dele sempre gelada a despertava sensações em seu corpo que jamais pensou que fosse possível. Kuai forçou seu corpo para frente à fazendo deitar, o beijo continuava cada vez mais profundo. Fazia tempo que a ninja não sentia um grau de satisfação ao tê-lo daquela forma; o corpo dele parecia se encaixar perfeitamente no seu.
Eles se separaram do beijo, Kuai começou a subir com suas mãos sobre a blusa dela a trazendo para cima; enquanto isso sua boca mordia e beijava cada extensão de seu corpo, a ninja suspirava enquanto agarrava nos cabelos dele com força.
A ninja sentou-se na cama e o puxou para mais próximo dela, fazendo os dois ficarem ajoelhados um na frente do outro. Suas mãos foram diretamente para o peito dele, aonde começou a soltar cada um dos fechos que prendiam seu traje ninja, o fazendo se soltar. Colocou as mãos nos ombros dele e abaixou uma parte da roupa. As mãos desceram pelos braços dele, abrindo cada uma das proteções que haviam ali.
- Senti falta de tirar seu uniforme...- Akemi sorriu e o olhou.
Se aproximou ainda mais dele, finalmente foi retirando os cintos, fivelas e tudo que ainda faltava finalmente o deixando apenas de cueca. Kuai começou a passar delicadamente seus dedos pelas pernas da ninja a fazendo suspirar. Sua boca desceu até o pescoço dela, a beijando enquanto retirava o short que sua noiva vestia. Suas mãos subiram para a parte de cima se livrando da camiseta. Estava impaciente, ela o havia deixado fora de si por muito pouco. O olhar de Akemi o tirava do chão, o fazia querê-la ainda mais. As mãos dela desceram para cueca dele em uma urgência enorme, os beijos começaram a ser mais intensos que antes, enquanto isso Akemi sentia os dedos gelados de seu noivo abaixando sua calcinha.
Kuai a puxou para cima a fazendo sentar em seu colo, os dois se olharam por alguns instantes até os beijos voltarem com um certo fervor. Akemi se acomodou no colo dele, sentindo a invasão do seu corpo e suspirou; Sub Zero arfou enquanto a beijava, tudo era tão intenso que seus pensamentos estavam desconexos e não conseguia se concentrar em nada, apenas em olhar para ela. A ninja movimentava seu corpo de maneira lenta e intensa, suas mãos agarravam nas costas dele cada vez aumentando mais a cadência.
- Kuai...- Ela suspirou enquanto fazia movimentos mais rápidos.
- Não para, Akemi...por favor. – Respondeu apertando suas mãos na cintura dela.
Não demorou para que os dois chegassem ao seu clímax juntos, a ninja suspirou e encostou a cabeça nos ombros dele enquanto sentia o abraço ficando cada vez mais apertado. Com um pouco de dificuldade, se levantou do colo dele e deitou na cama; sub zero alguns segundos depois repetiu o ato com ela.
- Estava com saudades...- Kuai a puxou para mais perto.
- Deuses...eu também. – Suspirou e o abraçou. – Não sinto mais um remorso, medo ou tristeza pela morte do nosso filho. – Levantou a cabeça e olhou nos olhos de seu noivo. – Sei que ele deve estar bem e gostaria que ficássemos bem.
- Eu também sinto o mesmo. – Sub Zero depositou um beijo no rosto dela. - Ainda me dói saber que ele não está entre nós, mas sei que nada acontece por acaso...nós precisamos seguir em frente.
- Eu te amo, amo o homem maravilhoso que você é. – A ninja respondeu sorrindo e passando as mãos pela cicatriz dele.
- Eu também te amo, Akemi. Você é o melhor presente que eu poderia ter ganho. – Kuai retribuiu o sorriso e a beijou de maneira terna.
- Nós precisamos sair daqui?
- Daqui a pouco. – Ele a puxou para próximo e a abraçou. – Quero ficar um pouco com você.
*
Hanzo aguardava Aiko na sala de treinos, haviam passado um ótimo final de semana juntos; teve tempo para conhece-la um pouco melhor; mas não conseguia compreender suas atitudes, às vezes demonstrava que queria algo e outrora parecia se afastar; estavam cada vez mais próximos, isso já estava ficando cada vez mais evidente a cada missão que compartilhavam.
- Hanzo? – Falou entrando e fechando a porta.
- Aiko...bem-vinda. – Ele sorriu
- Obrigada. – A sargento olhou e ficou sem jeito ao vê-lo sorrindo. – Você fica bem com seus cabelos soltos.
- Obrigado.
- O que faremos hoje? – Falou se aproximando dele
- Bom, você ainda precisa treinar como manuseia a kunai.
Aiko não respondeu mais nada, apenas pegou a espada e a apontou para Hanzo; ele sorriu de canto ao ver o olhar e o sorriso provocante dela. Scorpion pegou sua kunai e bateu contra a dela; podia sentir que ela já havia firmado uma boa posição para aquele tipo de arma.
Os dois começaram a se golpear, mas em um ato distraído, a sargento caiu e deixou sua arma cair. Sentou no chão e respirou fundo.
- Você está bem, Aiko? – Respondeu se ajoelhando em frente a ela um pouco sério, o olhar compenetrado dele a fez perder um pouco do foco.
- Está sim, Hanzo. Me desculpe. – Falou olhando para o lado. – É só que...hoje o dia não está muito bom. Mas vou me focar.
- Aiko...- Falou segurando o queixo dela a fazendo olhar para ele. – O que me importa é você estar bem, o treinamento é o de menos. O que houve?
- Eu era casada. – Falou respirando com pesar – Me separei fazem quase dois anos.
- Eu sinto muito – Respondeu um pouco surpreso e a olhando nos olhos – O que houve?
- Ele me traiu. – Suspirou – Sabe, foi bem no período na invasão daquele deus louco e eu não tinha muito tempo...estava uma verdadeira loucura, não podia faltar com meu dever...mas ele sempre foi tão egoísta, nunca compreendeu meu trabalho.
- E você ainda o ama? – Hanzo olhou nos olhos dela
- Não. Não o amo. Deixei de ama-lo no momento que o peguei com outra mulher. – Aiko respondeu prontamente. – Mas hoje ele me ligou, irônico, não é? Dizendo que sentia minha falta. – Deu uma risada abafada. – E ele ainda está com a mulher que me traiu...
- E você está como com isso?
- Bem, realmente estou bem. – O olhou nos olhos – Não apenas por já ter superado, mas por você estar aqui comigo. – Respondeu colocando as mãos no rosto dele. – Você tem sido um ótimo mestre e amigo.
- Você sabe que terá meu apoio quando precisar. – Ele sorriu, pegou a mão dela e depositou um beijo – Quer dar uma volta pelo templo?
- Mas e o treino?
- Faremos isso amanhã, hoje você está dispensada. - Ele levantou e estendeu a mão para ela.
Aiko não disse nada, apenas segurou as mãos dele e se levantou. Levou suas mãos para os braços dele, subiu devagar até chegar a seu pescoço; o abraçou forte. Hanzo segurou forte na cintura dela a trazendo para perto de seu corpo. Colocou sua cabeça no peito dele, quis ficar ali por muito tempo, mas infelizmente não podia.
Foi se separando daquele abraço com vontade de ficar e de ir para outras coisas, tinha vontade de beija-lo, mas preferiu tentar afastar aqueles pensamentos.
- Você deveria ter um abraço menos gostoso, Mestre. – Falou enquanto saia dos braços dele. – Dá uma vontade enorme de ficar nele. – Olhou para ele sorrindo.
- Acredito que seja por que ele se encaixou no seu. – Scorpion sorriu de volta. – Mas não me importaria se você ficasse nele por mais tempo.
- Você não disse que ia me levar para andar pelo templo? – Aiko disse tentando afastar o assunto, por mais que quisesse continuar.
Os dois foram caminhando até a porta em silêncio, a sargento não conseguia parar de olhar para ele. Hanzo estava com seus cabelos presos em um coque, suas espadas estavam presas por uma fivela em sua calça e estava sem camisa...era inevitável não olhar para ele e ficar atraída.
- Se me permite a intromissão, não sabia que você era casada. – Scorpion começou a conversa.
- Está tudo bem. – A mulher sorriu para ele. – Sim, eu era. Nós nos conhecemos enquanto eu estava servindo o exército em um bar. Ele era sempre muito gentil e amoroso, mas quando as coisas com minha carreira ficaram mais difíceis e apertadas, fui traída. – Respirou fundo. – Na mentalidade dele, minha atenção deveria ser praticamente 24h por dia ao nosso casamento e infelizmente com a vida que temos, isso é impossível.
- Sim, eu te compreendo. – Hanzo pegou as mãos dela, colocou em seu braço e as segurou. – Ele não merecia você. Mulheres fortes assustam homens que não sabem lidar com isso.
- Você é viúvo, não é? – Viu ele assentir com a cabeça e continuou. – Não te faz falta ter alguém? Se casar?
- Não fazia. – Viu Scorpion respirar fundo. – A primeira mulher desde Harumi foi Luna, mas como você pode saber não deu muito certo. Mas...- Parou em frente a sargento. – Por algum motivo que desconheço, me deixei levar por um sentimento de curiosidade e talvez inconsequência, não havia amor como era com Harumi...pensei em diversas vezes ficar sozinho, mas acabava não fazendo. – Colocou as mãos no rosto dela. – Mas um dia, em uma missão quase decisiva para mim eu vi alguém, que fez meu coração bater mais forte só pela maneira que ela andava. Não posso afirmar se isso é amor, mas foi algo diferente. – Completou sorrindo e olhando nos olhos dela.
- Hanzo...- Aiko suspirou, o puxou pelo braço e o abraçou. – Talvez eu entenda você. – Falou baixo e quase suspirando.
- Acho melhor continuarmos caminhando. – Scorpion respondeu se separando do abraço e sorrindo.
Antes de continuarem o passeio, ouviram uma voz os chamando.
- HANZO! – Ouviu sua irmã e se virou no mesmo instante. – Precisamos ir para as forças especiais, o dragão negro atacou a base!
Continua...
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