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História Fire Meet Gasoline - III - Clouds


Escrita por: fmgwdm , mihfcosta e DayGal

Capítulo 3 - III - Clouds


Fanfic / Fanfiction Fire Meet Gasoline - III - Clouds

Sexta-feira, 28 de junho de 2013 | São Francisco, Califórnia - 10:15 PM

- Vai mesmo levar essa?- disse Rose encarando curiosamente a peça gasta que mostrava a Cosima, que com um aceno de cabeça confirmou.

- Amo essa blusa! - disse a morena enquanto colocava mais uma peça na mala que passaram o dia organizando.

- Se lembra daquela loira da Fusion? - Rose decidiu puxar o assunto que a muito lhe perturbava, estava realmente interessada na loira, queria logo apresenta-la aos amigos.

- Claro que lembro, você falou dela por quase uma semana: "Ela é tão linda", "Ela beija tão bem"- Niehaus fez sua melhor imitação da amiga com o novo jeito apaixonado.

- Você é bem chata, sabia? - fingiu mágoa acertando uma meia em cheio na cabeça de Cosima - ela me encontrou no Shopping e a gente tá saindo quase todos os dias! Tem problema se ela vier amanhã?

- Não, nenhum. - a falta de animação na voz de Cosima era evidente e mesmo tentando esconder, era nítido que algo a incomodava. Rose voltou ao que fazia, deixando a morena presa em seus próprios pensamentos.

As duas estavam no apartamento de Shay, esse que se encontrava uma verdadeira bagunça, Niehaus já organizava suas últimas peças de roupa, não demoraria muito para sua mudança. Dentre as peças de roupa, a  morena pega uma t-shirt rosa e leva ao nariz, o cheiro da loira que já estava impregnado na peça, Cosima dobrou-a, e em seguida a colocou na pilha de peças que continham o mesmo cheiro marcante de sua namorada.

•••

Ao meio-dia  em ponto a campainha do pequeno apartamento toca, anunciando a recente chegada do almoço que haviam pedido para entregar.

Enquanto Cosima pegava alguns pratos no armário, Rose foi até a porta.

O cheiro de comida tailandesa invadiu o cômodo fazendo a barriga de Niehaus roncar, já que mal tinham feito pausas para comer aquele dia.

Rose levou a comida até a cozinha, onde montaram os pratos. Com a comida servida, ambas foram para sala, sem se importar de comer no sofá, este que foi escolhido a dedo por Shay para estar em harmonia com o restante da mobília.

Depois de se acomodarem no móvel de cor escura, ligaram a televisão em busca de algo para entretelas, porém, não acharam nada de interessante então decidiram por ver o mesmo filme pela milésima vez. Contudo, Cosima não era capaz de prestar atenção alguma no filme, muito menos no que Rose tagarelava sobre a loira misteriosa. A verdade, é que há algum tempo nada prendia a atenção da morena, sua cabeça estava longe, distante o bastante para atravessar a fronteira de seus pensamentos.

Desde a ligação que recebera não conseguia parar de pensar na viagem que teria de fazer. Seus pensamentos eram tão confusos que nem mesmo a autora era capaz de decifrar.

•••

Cosima terminou a refeição em silêncio enquanto Rose ia em direção a cozinha colocar as coisas em ordem. Por mais que se esforçasse para acompanhar o ritmo da amiga, Niehaus não conseguia se entregar a animação.

Terminadas as tarefas na cozinha, ambas voltam as tarefas que estavam fazendo antes, se concentrando para terminar tudo o mais rápido possível.

Pouco antes das 16h Cosima e Rose se dão por satisfeitas, haviam guardado quase todas as roupas de Niehaus, deixando apenas algumas peças para que ela pudesse passar seus últimos dias, após um rápido lanche Rose se despede da amiga, antes de se despedir ir a garota de olhos azuis marcou de se encontrarem na entrada do auditório às 20h e como sempre, deixa bem claro que Niehaus não poderia se atrasar nem um mero minuto.

O resto do dia foi relativamente calmo, Niehaus se concentrou em arrumar o restante das poucas coisas que ainda permaneciam fora das caixas, tendo cuidado para que nenhum de seus livros fossem deixados para trás, ou fossem mal organizados.

Próximo das 19:30, Cosima encarava a namorada através do espelho admirando seus traços suaves recém destacados.

- Ta pronta, minha doutoranda? - disse lhe abraçando por trás e encarando seus olhos através do espelho. - pra mim, já está linda todos os dias mesmo toda bagunçada.

- Sim, vamos. - disse se virando para tomar os lábios da loira a sua frente para si. - tinha que estar linda para ficar a sua altura.

•••

As 20:05 Cosima avista Rose e Tyler parados no topo da escadaria do enorme auditório, assim que os olhos de Rose vão de encontro aos de Cosima, ela lhe lança um olhar mortal, com toda certeza Niehaus estaria morta caso ela tivesse poderes como o Ciclope ou a medusa. A morena subiu as escadas correndo quase caindo no processo, mesmo que tentasse, sempre se atrasava para eventos importantes.

Niehaus trajava um vestido vinho com finas alças que destacavam seus ombros, além de um caimento leve. Tudo convergia em harmonia fazendo suas curvas se destacarem de forma sutil até os pés onde trazia consigo um salto preto com tira. Chegando ao topo da avantajada escadaria ela encara Rose e seu queixo quase cai, a mulher de olhos claros usava um vestido preto simples, com as alças quase inexistentes, a seda escura ressaltava o seu belo corpo curvilíneo.

Niehaus deu uma sutil olhada em Tyler, e apenas o achou elegante em seu terno grafite, pois não era de exaltar nem reparar a beleza masculina. Rapidamente o quarteto adentrou o prédio seguindo por um largo corredor, Shay se despediu desejando boa sorte aos três e saiu rumo ao auditório, não sem antes dar um beijo na namorada, tomando cuidado de não retirar o batom vermelho da morena, continuaram andando pelo corredor onde logo encontraram vários outros doutorandos em uma espécie de coquetel, em poucos minutos à colação de grau se iniciaria e Cosima não poderia estar mais feliz, além de concluir o seu tão sonhado doutorado, ela havia conseguido o trabalho de seus sonhos em uma empresa reconhecida mundialmente.

•••

Sábado, 29 de junho de 2013 | São Francisco, Califórnia - 09:00 PM

A música em uma altura agradável embalava as pessoas pelo terraço do aconchegante prédio, a festa rolava a alguns minutos e o clima da noite não podia estar mais  convidativo para se estar ao ar livre.

Cosima estava encostada no parapeito no enorme prédio, ao seu lado Shay lhe abraçava pela cintura e tinha a cabeça apoiada em seu ombro, ambas olhavam para a cidade luminosa a sua frente.

- Cos, estão precisando de você ali. - disse Morgan, tirando o casal de sua bolha em seguida apontando um canto próximo a porta.

- Hey, tudo bem, já vou. - Cosima seguiu com Morgan ao seu lado e logo resolveu o problema com alguns fios soltos.

Ao terminar o serviço, a morena optou por ir para a parte coberta, onde uma espécie de pista de dança havia sido montada. Vários amigos de Niehaus estavam na festa o que a deixava feliz por poder se despedir de todos.

- Cos, Cos - Rose corria animada em direção a garota de grandes óculos - que bom que te achei, ela está chegando, eu quero apresentar vocês - Cosima não seu deu ao a trabalho de lembrar a quem Rose se referia, somente quando viu uma loira deslumbrante acabar de subir os últimos degraus do terraço. Está, era alta e sua calça jeans lhe  parecia ter sido feita exclusivamente para ela, a blusa preta com gola em V destacava sua pele alva, os cabelos estavam soltos com ondulações em todo o comprimento, Cosima teve que segurar seu queijo, aquela era a mulher com a qual Rose estava saindo.

- Oi- Cosima quis rir daquela versão da amiga, nunca havia visto Rose sem graça em todos os anos de amizade.

- Olá - a loira misteriosa deu um selinho na de olhos claros, a deixando vermelha de vergonha, Niehaus estava quase explodindo em gargalhadas.

- Essa é a Cosima, aquela amiga que eu te disse, é dela a festa- Rose apresentava as duas- Cos essa é a Beatrice, Bea essa é a Cosima.

Terminadas as apresentações Rose guia a provável namorada entre as pessoas, a apresentando a alguns amigos, Cosima vai até o parapeito a procura da loira, porém a encontrando-a em um canto mais afastado falando ao telefone. A  morena espera pacientemente até que Shay encerrasse a chamada e se aproxima. O casal troca um olhar cúmplice e com um aceno ambas se dirigem rumo a pista de dança, onde se entregam ao ritmo quente e acelerado de uma música que embalava a todos.

Logo, Rose se aproxima com Beatrice em seu encalço, se posicionando ao lado de Cosima que como efeito da bebida já dançava sensualmente a extremos com a loira a sua frente. Suas mãos mantinham-se presas aos pequenos quadris ditando os movimentos.

A noite segue entre flashes de bebida e danças relativamente eróticas, até que pouco tempo após a meia noite, as pessoas começam a se retirar, todos se despedindo das amigas que em breve embarcaram em uma viagem rumo ao desconhecido.  Ao fim, no salão restavam apenas os amigos mais próximos, que mantinham uma conversa animada tentando conter o clima de despedida que se instaurou no ambiente.

Tyler envolveu Cosima em seus braços, lhe dando um abraço apertado e em um sussurro quase inaudível que apenas Cosima pode ouvir soltou um "Vou sentir sua falta". Em seguida Morgan, Timothy, Bruce e todos os outros amigos que fizeram parte de um pequeno pedaço da história da morena repitam o processo, lhe prestigiando e incentivando a encarar os novos desafios,  deixando uma Cosima chorosa que com muita dificuldade ainda controlava as lágrimas.

Rose que iria fazer todo o percurso com as amigas, desceu junto com o casal as escadas em silêncio, Beatrice já havia ido embora. Niehaus odiava despedidas então fez todo o curto percurso de lábios selados. O trio adentra o apartamento onde todas as malas já estavam devidamente posicionadas. Rose se sentou no sofá enquanto tagarelava sobre o quanto Beatrice havia gostado da noite, Shay a incentivava e prestava atenção em tudo que a morena de olhos claros falava, já Cosima não escondia o desconforto, então pediu licença e foi para o quarto.

Após um banho rápido, a garota de dreads coloca uma roupa confortável, o vôo seria longo, deveria descansar, porém volta até a sala onde encontra Shay vestida com uma calça jeans e regata,  constatou que ela havia tomado banho no outro banheiro. Niehaus estava a procura de seu pequeno bichinho, desde que a movimentação da mudança havia começado Cary estava sempre escondida em um canto, depois de alguns minutos ela encontra a filhote em baixo do criado mudo, logo a colocou em sua casa temporária até chegarem ao destino final. O vôo sairia as 3:15 da manhã e era melhor chegar bem cedo, Cosima queria resolver algumas questões referentes ao envio de sua filhote. O caminho de carro foi rápido e silencioso e já que pelo horário não havia trânsito,  chegaram em poucos minutos ao aeroporto. Niehaus foi direto ao guichê de informações, resolver a única papelada que a separava de sua viagem.

Às 2:50 a chamada para o embarque do vôo foi feita, Cosima se levantou e abraçou a morena, um abraço de até breve, porém parecia que iam se fundir de tão apertado que aquele havia sido, Rose era o mais perto de uma melhor amiga que Cosima tinha,  e ela iria morrer de saudades. Quando se soltam ambas choravam, Rose fez Cosima prometer que manteria contato e frisou que iria sentir saudades, e que as maratonas de séries não teriam a mesma graça sem ela, Rose se afastou indo em direção à saída do aeroporto.

Cosima arrastava sua única mala de mão em direção a fila das pessoas que entrariam no avião, seu coração palpitava e olhos claros piscavam inúmeras vezes os olhos para absorver, sua mente estava tão distante que mal notou a loira que a chamava.

- Sua passagem, por favor. - insistiu mais uma vez a assistente de bordo.

- Oh, desculpa. - Cosima se sentiu imensamente boba - aqui está.

- Está tudo certo.

A morena adentrou a ave de metal caçando entre as poltronas, a de número 32, processo que demorou um tempo considerável. Quando finalmente encontrou seu assento, o piloto já indicava a todos que era hora de apertar seus cintos e colocar o celular em modo avião.

Quando ia fazer a segunda tarefa, viu em seu visor a notificação de uma mensagem de Shay.

- Também vou sentir sua falta. - Cosima respondeu em voz, para que pudesse assimilar as informações - Logo nos veremos...

...

Domingo, 30 de junho de 2013 |Aeroporto Internacional de Kansas City, Kansas - 06:05 AM 


O Sol acabara de nascer quando Cosima finalmente desembarca no aeroporto. Seu corpo lutava para permanecer acordado, seu cansaço era evidente em destaque para as arroxeadas olheiras que se formaram em seus olhos. Mesmo consumida pelo sono, tudo ainda lhe parecia desajeitadamente nostálgico, a cidade onde crescera nunca lhe tinha parecido tão pequena como agora.

Parada próximo a área de integração, procurava entre tantas pessoas aquele rosto por ela tão conhecido. Para facilitar a busca, havia descarregado suas bagagens em um carrinho, a pequena Cary ainda cochilava tranquilamente em sua gaiola de transporte esta, posicionada sobre todas as outras malas.

Após rastrear o local com os olhos, Niehaus avista finalmente a figura magra vindo em sua direção, o sorriso da morena não poderia ser maior. Toda a tensão da noite não dormida de esvaiu em um segundo.

A vida adulta e a liberdade sempre foram fascinantes para Niehaus, mas estar de volta as asas da mãe era uma sensação indescritível. Se lembrava de quando era apenas uma menina e como a mãe insistia em dizer, Cosima havia voado tão alto, que o mundo a cada dia se tornava pequeno demais para si.

- É tão bom te ver - disse a mais nova já se aninhando nos braços de Olívia. Sentiu em seu interior como aquele abraço lhe fazia falta.

- Você está tão linda, minha filha - o abraço era apertado e nenhuma das duas parecia querer se soltar.

- Eu tive a quem puxar, mamãe - Cosima se soltou do abraço para encarar a mãe com um lindo sorriso - Você precisa conhecer a Cary, ela é a coisa mais fofa do mundo!

- Vamos para casa, e lá você pode fazer as devidas apresentações.

Olívia ajudou a filha com o resto da bagagem para serem colocados na velha caminhonete que usava no trabalho. Veículo frequentemente usado no transporte de animais de maior porte, principalmente quando ocorram acidentes ou partos inusitados. Com todas as malas organizadas e recém já acomodadas, a mulher deu partida no carro de cor avermelhada e seguiram para o pequeno sítio da família Niehaus.

Em menos de 30 minutos, Cosima já se jogava no confortável sofá da sala. Sentia falta da casa onde passou toda sua infância e juventude, tudo ali tinha um significado e uma história para a morena, cada metro quadrado correspondia a um pedaço da história da morena. Ao olhar as escadas que levavam ao segundo andar, se lembrou da vez em que no auge dos seus cinco anos, cogitou ser uma bela ideia descer a escada da grande casa usando seu recém ganho par de patins, resultando em um corte no queixo e uma visita ao hospital, aquela casa era e sempre seria seu lar.

As lembranças faziam escorrer de seus lábios sorrisos vagos, mas que em sua cabeça fazia-se explodir uma gama de sentimentos. Desde o cheiro das árvores cultivadas por sua avó antes de falecer, até seus antigos quadros pendurados pela casa. Tudo acalentava o coração da morena fazendo-a se sentir confortável, a confusão de memórias deixou Cosima mais cansada do que já estava, então acabou dormindo ali mesmo no sofá e quanto sua mãe examinava Cary.

Passado algum tempo, Olívia retorna com a felina em seus braços e logo a coloca no chão para que pudesse explorar o novo espaço. Sem perder tempo, a gata correu até Cosima que ainda dormia pesadamente e se aconchegou próximo a morena.

Tal cena encheu os olhos da veterinária, sentia tanta falta de encontrar Cosima deitada naquele mesmo sofá rodeada por bichos ou mesmo acordada pintando mais uma de suas adoráveis telas, nunca mediu palavras para expressar o orgulho que tinha da filha, sempre soube dos dons que sua garotinha tinha e do quanto seria capaz de conquistar.

Tentando afastar os pensamentos de mãe coruja, seguiu até o quarto de Cosima onde pegou a manta favorita da filha para que não passasse frio, moravam próximas a um lago onde seu marido estudava os peixes da região. Desceu as escadas rapidamente e depositou o tecido sobre a morena, tomando cuidado para não encobrir Cary por completo, essa que já se entregava para mais um cochilo.

Afagou as bochechas da filha uma última vez depositando um beijo suave para não acorda-la.

- É bom te ter de volta, minha pequena artista - sabia que a filha não podia ouvi-la, dizia aquilo mais para si. Seu coração de mãe implorava pela presença da filha e finalmente a tinha ali, no sofá onde sempre passava as tardes de inverno.



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