1. Spirit Fanfics >
  2. Fire Meets Gasoline >
  3. What I Like About You

História Fire Meets Gasoline - What I Like About You


Escrita por: softgothjk

Notas do Autor


Eu e essas minhas demoras colossais... Sem comentários pra você, Eloisa.

Yehet, bolotas!

Depois de um mês, ressuscito-vos FMG e dE CAPA NOVA! Vamos todos amar a Ana (a.k.a VMin) por essa capa xerosa, obrigado saeng <33

Sem mais delongas, fiquem com o capítulo.

PS: Lembrem-se que os parágrafos em itálico são lembranças que se passam, muitas vezes, através de sonhos, tá?

Perdoem os erros e enjoy! :)

Capítulo 11 - What I Like About You



A sala da mansão se encontrava em uma completa bagunça. Não no sentido literal da palavra, e sim se formos analisar as expressões repletas de caos dos ocupantes do cômodo. E Jimin estava, mais uma vez, sem entender nada. 


Todos estavam ali. Seus tios, primos, alguns amigos de seus pais e até mesmo sua avó, que viera de Busan e costumava comparecer apenas nas festas da família. E apesar da quantidade considerável de pessoas, as conversas entre elas eram raras, sendo que, quando aconteciam, não passavam de murmúrios que o pequeno Park não era capaz de compreender. E aquilo lhe irritava. 


Com suas bochechas salientes, cabelos negros como a noite e estatura um tanto abaixo da média considerando seus quase oito anos, o garotinho permanecia sentado com a postura ereta no sofá, como seu appa mandava ser. Os adultos ao seu redor cochichavam, algumas moças choravam e seus primos pequenos – com quem nunca brincava, pois eles diziam que era bastardo, e mesmo que não fizesse ideia do que aquilo significava, sabia que não era bom – permaneciam sentados nos colos de suas mães, que lançavam olhares piedosos ao menino, vez ou outra. Fato que só lhe causava mais confusão. 


O que aquelas pessoas faziam ali, afinal? Não podiam estar ali por seu appa, pois ele estava no trabalho, como sempre. Seu tio Channie tinha saído cedinho, antes mesmo que acordasse, e sua omma tinha ido ao médico uns dias atrás, tomar aquele remédio para o dodói na cabeça. Jimin entendia que ela precisava ficar no hospital por dias, já que o dodói doía muito, mas sentia falta dela. Muita mesmo. E não gostava de vê-la tão fraca depois que ela voltava. 


Com um biquinho nos lábios cheios, erguera o olhar de seus pezinhos calçados por meias no exato momento em que a porta principal da mansão se abria, revelando a imagem apreensiva do alto rapaz, que portava feições chorosas em seu rosto sempre tão sorridente. 


— Channie-Hyung! — permitira-se falar mais alto, correndo em direção ao tio e abraçando-lhe a perna comprida, conseguindo assim a atenção de todos os presentes no recinto. 


— Oi, meu bem. Como você 'tá? — Chanyeol indagava docemente, abaixando-se até estar da altura do sobrinho e engolindo a vontade de chorar, apreciando o afago que as mãos gordinhas do menino deixavam nos fios compridos de seus cabelos. 


— Bem... — o garotinho murmurara em resposta, fitando, com o rabo do olho, todos aqueles que estavam a os observar. Tinham virado o centro das atenções. — Por que eles estão aqui, Hyung? — questionava em um quase sussurro, com medo de que alguém que não fosse o tio ouvisse. Brigavam quando fazia questionamentos fora de hora.


— Ah, meu bem, é tão complicado... — a voz de Chanyeol tremulara, ao tempo que puxava o corpinho do sobrinho para um abraço apertado e não tentava mais controlar as lágrimas. Era um destino injusto demais. — Olha só, o Hyung vai precisar que você seja forte agora, 'tá bem? — tentara transpassar o mínimo de segurança que fosse, afastando-se do menino apenas o suficiente para conseguir olhar em seus olhos, vendo-os se arregalaram ao fitar o rolar espesso de seu pranto. 


— Ser forte? Ser forte por que, Hyung? Por que você 'tá chorando? Para, por favor! — pedia quase desesperado, desprendendo as mãozinhas dos fios castanhos do tio e rumando-as à suas bochechas, secando de modo suave os rastros de seu chorar. Chanyeol permitira-se sorrir minimamente ante a doçura do garoto. 


— Você sabe que a sua omma 'tá muito doente, não é, Jiminie? — inquirira, preferindo ignorar as perguntas anteriores da criança e buscando no interior de seu âmago uma forma suave de dizer-lhe aquilo. 


— Sei sim, tio Channie, mas ela já foi no médico tomar o remédio 'pro dodói na cabeça. Então ela logo vai ficar boa, 'né? Sempre que eu vou no médico, fico bom rapidinho. — e sorrira larga e inocentemente, fazendo com que seus olhos se tornassem adoráveis fendas. O rapaz sentira-se desmoronar por dentro. 


— Ah meu Deus, isso é tão difícil... — murmurara, voltando a abraçar o menino e cerrando os olhos, apertando-o cada vez mais em seus braços. Se recusava a soltá-lo. — Eu queria tanto te proteger, ChimChim... Te levar embora comigo... — lamentava, sentindo as lágrimas rolarem por seu rosto outra vez. 


— Me levar embora? Embora 'pra onde? Você vai me deixar, Hyung? — o tom choroso já era presente na fala embargada da criança, porém, mais uma vez, Chanyeol preferira não responder. 


— Meu bem, você se lembra de quando fomos visitar a omma? — indagara, engolindo o choro e recebendo uma confirmação de cabeça do sobrinho. — Ela 'tava dormindo, não 'tava? Por isso você não pôde ver ela, 'né?  — novamente, sua pergunta fora respondida com um menear, fazendo com que um suspiro deixasse seus lábios. Aquilo era cruel demais. — Então, amor, o dodói deixou ela tão fraquinha, mas tão fraquinha, que ela não conseguiu mais abrir os olhos, Jiminie. Nem acordar. — explicara, torcendo para que o garotinho entendesse mas não conseguindo decifrar seu cenho franzido e olhar distante. 


— Quer dizer que... quer dizer que a omma vai dormir 'pra sempre? — a pergunta fora feita pausadamente depois de alguns bons segundos fitando nenhum ponto em especial, o tom confuso e notoriamente assustado.


O castanho respirara fundo em busca de coragem para prosseguir, mas antes mesmo que cogitasse fazê-lo, a porta atrás de si se abrira, revelando a figura impassível de Park JungHyun.


— Não seja eufemista, Chanyeol. Soyoung está morta e fim. Jimin pode até ser bastardo, mas não vai ser um marica como você, que não aguenta ouvir a verdade. Agora pegue as suas coisas e saia da minha casa. Vá arrastar as asas para o seu macho. Não sei como Soyoung foi capaz de te manter por tanto tempo mesmo sabendo o quão imundo você é. — e lançara um último olhar desgostoso ao irmão antes de atravessar a sala e subir as escadas, deixando todos boquiabertos para trás. 


Mesmo sentindo-se humilhado pelas palavras ofensivas que lhe foram dirigidas e puxando o ar com dificuldade até que lhe alcançasse os pulmões, Chanyeol procurara centrar-se apenas no garotinho em seus braços, voltando o olhar a ele e vendo-o completamente estático, a tez pálida e os olhinhos arregalados, as lágrimas jorrando deles como torneiras abertas. 


E Jimin desmaiara. 



[...] 



Com uma inspirada profunda, Jimin despertara de seu sono, o coração batendo desenfreado no peito e a respiração ofegante reverberando por todo o cômodo. Não era, nem de longe, a primeira vez que tinha um sonho como aquele, mas fazia tempos desde a última vez em que ocorrera. Incrível era o fato de sempre ser tão doloroso. 


Nunca conseguia recordar-se totalmente daquelas memórias, mas as palavras de Chanyeol e parte das JungHyun ficaram grafadas em sua mente, assim como o rosto bonito e expressivo do tio. Tinha saudades do Hyung, raiva do pai e melancolia quando em relação à Soyoung. O pouco tempo que passara ao seu lado fora tão precisoso que chegava a ser injusto ela ter ido tão cedo. Seu passado não era nada glorioso. 


Sentindo um arrepio repentino apossar-se de seu tronco desnudo, atentara seus ouvidos aos pingos de chuva que se chocavam contra a janela e dera-se conta de que ainda chovia, além do breu que inundava o quarto, denunciando o horário já passado da tarde. Tentado a procurar uma camiseta ou até mesmo um cobertor para proteger-se do frio, pondenrara erguer-se da cama, mas fora impedido ao que notara a presença de um peso consideravelmente leve em seu abdômen. Com o cenho franzido, dirigira os olhos sonolentos até a citada área e arregalara-os de imediato ao reconhecer a mão pálida repousando despretensiosamente sobre si. As lembranças que o atingiram fizeram sua cabeça doer. 


Deitado ao seu lado, com sua cabeleira esverdeada espalhada desordenadamente pelo travesseiro e respiração ressonante, um Min Yoongi profundamente adormecido, os lábios entre abertos e o rosto portando feições serenas, realmente diferentes de sua costumeira carranca mau humorada. Parando para analisa-lo, Jimin concluira que o pálido era mesmo mais bonito que o considerado saudável para seu coração. 


Seu rosto era perfeito. Os olhinhos miúdos e levemente caidinhos, fato que lhe conferia um olhar constantemente sonolento, o nariz delicado e bem feito, com a pontinha arredondada, a boca pequena e rosada, de lábio inferior cheinho, o maxilar bem marcado terminando no queixo triangular... Ele era lindo. 


Engolindo em seco a súbita vontade que o acometera de beijá-lo, retirara delicadamente a mão alheia de cima de si, levantando-se da cama devagar, evitando fazer barulho, e vendo o esverdeado se remexer no colchão, soltando um suspiro antes de voltar a ressonar baixinho. Se lembrava perfeitamente de como tinha chegado ali, mas não fazia a menor ideia de quando havia adormecido na cama de Min Yoongi, e o pior, junto dele. Sentia as bochechas arderem. 


Varrendo a escuridão do quarto com o olhar ainda se acostumando a ela, encontrara, ao pé da cama, a camiseta preta que vestia anteriormente, e sendo assim não se demorara ao alcançá-la e enfiar-se nela, soltando o ar pelo nariz lentamente, notando só então que tinha a boca seca. Precisava de água. 


Mesmo sentindo-se inconveniente, rumara a passos hesitantes até a porta do quarto e abrira-a, fechando-a ao passar por ela, caminhando lento pelo negror do corredor à procura da cozinha. Não fora tão difícil acha-la, afinal, o apartamento não era tão grande assim. 


Ainda um tanto deslocado, tateara a parede em busca do interruptor e, ao acha-lo, acendera a luz, piscando diversas vezes até se acostumar com a claridade para só então correr o olhar pelos armários, visando em qual seria mais apropriado guardar copos. Sentira-se minimamente realizado ao abrir o que ficava fixado à parede, logo acima da pia, e encontrar os ditos cujos. 


Achando que seria ousadia demais abrir a geladeira, se limitira a encher o objeto com a água do filtro mesmo, levando-o à boca em seguida e bebendo o primeiro gole, apreciando a sensação de alívio que o tomara mas gelando a espinha ao ouvir um tilintar de chaves se sobressair ao baque surdo das gotas de chuva caindo. Travado no lugar, atentara os ouvidos ao som da porta se abrindo e fechando, do interruptor sendo pressionado e de passos firmes a serem dados pelo piso, virando-se lentamente ao perceber que a pessoa havia estancado na porta da cozinha e, provavelmente, o observava. 


A imagem com a qual se deparara não poderia ter sido mais cômica: SeokJin parado rente ao batente da porta, fitando-o com o rosto bonito distorcido em surpresa, trajando uma capa de chuva cor de rosa totalmente respingada, as calças erguidas até os tornozelos, os pés calçados por meias brancas com estampas de corações azuis e várias sacolas de supermercado em mãos, de onde podiam-se ver alguns vegetais, caixas de pizza congelada e kimchi. Muito kimchi. 


— B-Boa noite, SeokJin-Ssi, desculpe o incômodo. — curvara-se em respeito, sentindo-se constrangido ao ser pego invandindo a cozinha alheia daquela maneira.

 

— Pelo amor de Deus, garoto, que susto! Pensei que houvesse algo de errado com você, eu hein. — o rapaz mais velho parecia aliviado ao falar, adentrando a cozinha e deixando as compras sobre a bancada. Jimin franzira o cenho. — E me chame apenas de Seokjin-Hyung, Jin ou Hyung, sem o Ssi. Não me faça sentir como se eu fosse um vovô. — resmungara, mas seu tom era bem humorado. Embora fosse evidente o cansaço em suas feições, ele sorria. 


— Certo... novamente, me desculpe. — terminando de beber sua água em um único gole, Jimin deixara o copo sobre a pia e curvara-se outra vez, pronto para deixar a cozinha mas sendo impedido pela voz suave, embora que masculina, do castanho ali presente. 


— Espera! Jimin, certo? — SeokJin indagava, vendo o mais baixo parar no lugar e virar-se para si mais uma vez. 


— Sim, Hyung. — respondera acanhado. Ainda se sentia desconfortável ante a presença do rapaz, mesmo que ele tivesse sido tão agradável. 


— O Yoongi 'tá aí? — questionara, sorrindo para o ruivo e começando a guardar as compras. Engraçado era o fato de ele ainda trajar a capa de chuva e suas meias... estilosas. 


— 'Tá, ele 'tá dormindo. — confirmara em um tom baixo, tentando devolver o sorriso, mas falhando. O corte em sua boca ainda doía. 


— Novidade... — novamente, o mais velho resmungava, e Jimin, outra vez, franzia o cenho. — Onde já se viu, dormir quando se tem visita?! — seu tom soava indignado, e o Park se vira a arregalar os olhos. 


— Não, não, não tem problema! Eu também acabei dormindo, um pouco. — justificara, não querendo que a culpa caísse para cima do pálido, embora duvidasse muito que SeokJin fosse fazer algo contra o primo por algo tão banal. 


— Ah, então tudo bem. Eu devia desconfiar que essa coisa de dormir demais é uma fase adolescente... Eu era assim? Não lembro. — soltara tudo de uma vez e dera de ombros, enquanto Jimin se pegava tentando acompanhar a velocidade de sua fala. Ainda estava meio lerdo pelo sono, e aquele Hyung definitivamente era mais agitado do que esperava. 


— Ahm... é. Acho que sim. — rira sem graça e coçara a nuca, deslocado. — Você... você quer ajuda? — oferecera-se educadamente, vendo as sobrancelhas do mais alto se arquearem em surpresa. Notara que, além de bonito e falante, ele era bem expressivo, também.


— Olha, se não for pedir demais... — encolhera os ombros com uma cenoura em mãos e sorrira, um sorriso realmente bonito, tanto que o mais novo não fora capaz de negar. 


— Claro que não. — sorrira de volta, ignorando a dor em seu lábio inferior ao fazê-lo, juntando-se ao castanho e ajudando-o na tarefa de desempacotar as compras. 


Um silêncio estranho se instalara entre ambos. Não era de todo desconfortável, porém passava longe de ser cômodo. Realmente estranho.


— Nós nunca paramos para conversar, não é? — SeokJin resolvera quebrar o silêncio, puxando assunto como quem não quer nada.

 

— Nossa... é verdade. — rira nasalmente, tentando relaxar e deixar a conversa fluir. Se Taehyung e Jeongguk gostavam tanto do Kim, não tinha como ele ser alguém desagradável. 


— É, sim... você e o Yoongie estudam juntos? — indagara o mais velho, abrindo a geladeira e guardando os legumes no compartimento próprio para eles. 


— Nós temos algumas aulas em comum, não todas elas, mas sim, estudamos juntos. — dera de ombros, passando a alface para o rapaz e virando-se outra vez para tirar as caixas de leite das sacolas. 


— E como foi que se conheceram? — genuinamente curioso como era, não conseguira conter sua língua, acabando por mordê-la, como em um castigo para si mesmo. Não queria pressionar o garoto. 


— Bem... É um pouco complicado. — o ruivo rira nervoso, apertando o plástico da sacola entre seus dedos suados. — Na verdade, nos odiávamos até um tempo atrás. Digo, há uns quatro dias. — murmurara a última parte, mas Jin fora perfeitamente capaz de ouvir. 


— Se odiavam? Como assim? — não mais tentando esconder seu interesse, o mais velho agora tinha suas orbes brilhando em indiscrição voltadas ao ruivo, que evitava encara-las. 


— Nós não começamos do jeito certo, ou como duas pessoas normais fariam. — suspirara, lembrando-se de como conhecera o Min. Fazia pouco mais de um mês, mas parecia tanto tempo... — Foi através de uma briga que começamos a nos falar. Ou melhor, a odiar um ao outro. — nem se dera conta de que já conversava normalmente com o Kim, e que este ouvia atentamente suas palavras. 


— O Yoongi sempre foi encrenqueiro mesmo, não me surpreende ele ter te brigado antes mesmo de te conhecer. — rolara os olhos negando com a cabeça, fazendo Jimin rir. Realmente, SeokJin era alguém agradável. — Me desculpe se eu parecer intrometido, Jimin, mas... o que foi que aconteceu com você? — se referira aos machucados em seu rosto, e vira um suspiro deixar os lábios fartos do garoto. 


— Problemas em casa. — sorrira forçado, deixando claro que não queria tocar naquele assunto, e o castanho compreendera na hora. Não o forçaria a dizer nada. 


— Entendo... olha, se você quiser passar alguns dias aqui, não vejo problema. O quarto do Yoongi cabe mais um colchão, nós temos um reserva no... no quarto da omma. — sugerira, sua fala adquirindo um tom pesaroso ao citar a mãe. Ainda doía muito, afinal, era tudo muito recente, mas tentava mascarar sua dor com sorrisos e atitudes gentis. Sabia que YooHae não gostaria de ve-lo afundando em tristeza, muito menos destratando ou sendo rude com alguém, então fazia aquilo por ela. Por sua mãe. 


— Não, não precisa, Hyung. Só estou esperando a chuva passar 'pra voltar 'pra casa. — negara, dando um sorriso sincero dessa vez, sem nenhum resquício de pena, era apenas... confortável. Um sorriso confortável. 


— Você acha mesmo que essa chuva vai parar hoje? 'Tá quase caindo um dilúvio lá fora, Jimin! Essa noite, você fica. Meu argumento pode não ser tão convincente quanto o que o Yoongi usou 'pra te arrastar até aqui, mas nada de rua 'pra você hoje. — repreendeu como um verdadeiro irmão mais velho faria, e Jimin pegara-se rindo. Tinha gostado do Hyung. 


— Certo, tudo bem, eu fico. E saiba que o argumento do cabeça de alface nem foi tão eficiente assim. — rolara os olhos, e fora a vez de SeokJin rir, pelo apelido dado pelo ruivo ao primo. Fazia tempos que Jimin usava aquele nome para se refirir à Yoongi quando falava dele com Taehyung ou Jeongguk, e parando para pensar, dera-se conta de que, talvez, falasse um pouco demais sobre ele. 


— Aquele pirralho sempre foi muito bom argumentando, desde pequeno ele me vinha com cada uma, que eu vou te contar... — bufara e, novamente, provocara um riso no mais baixo. 


— Então deve ser por isso que o rap dele é tão bom... — devaneara o Park, e SeokJin arregalara os olhos. 


— Ele já fez rap 'pra você?! Não brinca?! Nem a mim ele deixou ver aquelas letras! Como você conseguiu?! — indagava exasperado, pegando Jimin de surpresa. Tinha pensado alto. 


— Na verdade, eu vi sem querer... — justificara, e ouvira o "oh" compreensivo solto pelo Kim. — Mas a letra era realmente forte, e... e intensa. Foi muito bonito. — elogiara, nem se dando conta da expressão abobada que portava. 


— Imagino... uma vez, quando fui arrumar o quarto dele, li uma. Era triste, mas ao mesmo tempo bonita e confusa. Acho que ele até pode ganhar uma graninha com isso se for vendê-las. — brincava, guardando as pizzas no congelador e juntando todas as sacolas plásticas em seguida, colocando-as no latão que seria levado para a reciclagem. 


— Eu queria saber de onde sai inspiração 'pra isso... — confessara o ruivo, escorado à bancada, observando um ponto aleatório da cozinha. 


— Talvez sirva como desabafo, uma válvula de escape. Cada um tem a sua forma, não é? Creio que a do Yoongi seja essa. O destino já foi cruel demais com ele. — o mais alto comentava distraído enquanto tirava a garrafa d'água da geladeira, não percebendo que começava a falar demais. 


— Se formos pensar assim, o destino é um pouco cruel com todo mundo. — Jimin repara que o rapaz era um tantinho avoado, mas não se aproveitaria daquilo. Não achava justo. 


— É... realmente. Mas enfim, 'tá com fome?


E ali Jimin concluira que o papo não se findaria tão cedo. 



[...] 



Em determinada hora da noite, Yoongi resolvera sair de seu estado de hibernação ao notar a ausência de certo ruivo ao seu lado, e ao menos tentara esconder sua surpresa ao chegar à cozinha e deparar-se com Jimin e SeokJin cozinhando juntos, conversando como velhos amigos e rindo de algo que não sabia o que era. Não hesitara também ao reclamar de fome – apenas para chamar a atenção dos dois – e sentar-se sobre a bancada, sendo fuzilado pelo primo com os olhos e trocando um olhar indecifrável com o Park. Observara-os cozinhar, Jin com sua experiência e leveza costumeiros e Jimin com toda a sua boa vontade atrapalhada, que rendera algumas boas gargalhadas ao mais velho entre os três por seu jeitinho desengonçado. Por mais que tivesse feito careta e criticado a comida, o Min duvidava muito já ter comido um jjajjangmyun tão bom algum dia, embora jamais fosse deixar que um daqueles dois convencidos emburrados de frente a si soubessem daquilo. 

 

E, bem, o restante da noite transcorrera surpreendente calmo. Isso até a hora de dormir. 


SeokJin praticamente obrigara os garotos a dividirem o quarto, mesmo com Jimin protestando o tempo todo que ficaria bem na sala, mas tanto insistira o castanho que o mais novo acabara por ceder. Logo, se via estirado no colchão confortável ao lado da cama de Yoongi, fitando o teto falsamente negro do cômodo e movendo o pé de modo inquieto por baixo do cobertor espesso. Não tinha sono, mas não queria chamar o esverdeado, pois ele parecia realmente adormecido, e além do mais, não tinha o que dizer. Remexera-se de um lado para o outro, a cabeça fervendo com o turbilhão de pensamentos que por ela passavam até que, sem ter mais o que fazer, adormecera, ouvindo o som calmante dos pingos de chuva batendo suavemente contra a janela. 


Mal sabia ele que Yoongi esteve, o tempo todo, bem acordado. 



[...] 



Os dias seguintes decorreram no mínimo... estranhos. Tanto que até mesmo Taehyung e Jeongguk notaram.


Afinal, seria impossível não perceber a proximidade assustadora e repentina entre Jimin e Yoongi. 


A relação dos dois era esquisita. Gostavam da presença um do outro, mas quase nunca diziam algo quando juntos. Em compensação, eram incontáveis as vezes em que se perdiam no olhar um do outro pelo que pareciam eras. 


Se eles admitiam que estavam agindo como duas garotinhas apaixonadas? É óbvio que não! Ora essa, não estavam apaixonados. Claro que não, de modo algum. 


O que há de mais em gostar de estarem juntos? O que há de mais em Jimin gostar dos olhos de Yoongi? E Yoongi dos de Jimin? 


Ah, e havia tanto a mais que gostavam um no outro... 


A pele pálida de Yoongi encantava Jimin. Tão branca quanto neve. Os cabelos alaranjados de Jimin agradavam Yoongi. Gostava de imaginar se ele era tão quente quanto aquela cor. A voz de Yoongi soava como a melhor que já ouvira aos ouvidos de Jimin. O timbre rouco e grave o fazia tremer. O sorriso de Jimin era, sem dúvidas, o mais bonito que Yoongi já vira. Até o incisivo tortinho o tornava atraente à seus olhos. 


Não tinha nada de mais em gostar de tantas coisas um no outro.


Tinha?




Notas Finais


Ai, que saudadinha que eu tava de atualizar essa fic <33 tava quase dando teia, isso aqui

Sei que tá meio parado e curtinho, mas capítulos ponte são necessários, e nesse eu decidi colocar várias pistinhas que serão essenciais num entendimento futuro, por isso, prestem atenção no itálico, galere!
E não, FMG não vai entrar em hiatus!

Era só isso mesmo que eu queria falar.

PS: O Chanyeol que eu citei é o do EXO mesmo, meu bias supremo e futuro marido, deixa eu me iludir. Imaginem ele com o cabelo comprido, bem naquela época 2013 – se não me falha a memória

PS2: Tô ouvindo WINNER, nesse exato momento. Badzona mesmo.

PS3: Meus estudos ainda não deram folga, mas juro de dedinho que tô tentando me organizar.

PS4: Obrigado pelo suporte, bolotas. Amo oceis tudo

XOXO ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...