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História Fire Meets Gasoline - I Hate You. A Lot.


Escrita por: softgothjk

Notas do Autor


yehet, bolotas!

não esperavam que eu ia voltar tão rápido, né? pois é, cá estou eu akhkhfzkx

bom, esse capítulo tá... hihi

aproveitem esses 4K de palavras, por que deu um trabalhão editar isso tudo, e por mais que o aniversário seja meu, o presente é de vocês, meus bolinhos.

perdoem os erros e enjooy! :)

Capítulo 13 - I Hate You. A Lot.



O dia estava surpreendentemente quente para um outono.

 

O mormaço nas ruas era quase insuportável, e mesmo com todas as janelas da casa abertas, Jimin ainda sentia-se suar descomunalmente, o que era deveras desconfortável. A camiseta lhe grudava ao tronco, os cabelos se pregavam à testa, e o tédio daquela tarde de sábado só fazia tudo parecer ainda pior.

 

A semana havia se passado, e junto dela, um pouquinho da sanidade do Park fora junto. Desde a madrugada que passara aos beijos com Yoongi, Jeongguk e Taehyung não lhe davam paz, querendo saber detalhes do tipo se ele beija bem e se tem pegada e se repetiram a dose e mais uma infinidade de perguntas inconvenientes que eram a cara do casal. Os dois estavam completamente alheios ao seu envolvimento com o esverdeado no dia da boate, e aquilo apenas parecia contribuir com o estado em que Jimin se encontrava: à ponto de arrancar os cabelos.

 

Porque sim, ele beijava bem. E também tinha pegada. Mas não, nada daquilo se repetira.

 

O ruivo se sentia frustrado, pensativo e chateado. Por que Yoongi parecia querer afastá-lo? Poxa, não estava na cara que o queria para mais que apenas alguns beijos?

 

Tudo bem que o colégio não era o melhor lugar para darem uns amassos, mas nada justificava as atitudes indiferentes do Min em relação ao que tinham. Se é que tinham alguma coisa.

 

Fora difícil para Jimin digerir a ideia de que estava mesmo de quatro pelo cabelo de alface encrenqueiro que até pouco tempo jurava odiar, mas ao aceitar o fato, uma onda de insegurança o acometera, e Yoongi estar agindo tão impassivelmente sobre aquilo fazia sua cabeça pipocar em dúvidas. E se ele não gostasse de si? Se o quisesse apenas para diversão? Mas ele havia dito que se importava, não é? Então por que agia daquela maneira?

 

Virando-se de bruços na cama, abafara um grito agoniado contra o travesseiro apenas para enterrar a cabeça sob ele em seguida, querendo fugir do mundo e, consequentemente, de suas incertezas.

 

Embora soubesse ser impossível.

 

 

[...] 

 

 

O som de bate-panela vindo da cozinha fizera Taehyung sorrir ao tempo que se levantava da cama e deixava o notebook ligado com as inscrições para a faculdade por lá mesmo, procurando fazer o maior silêncio possível ao descer as escadas, chegando ao dito cômodo e deparando-se com um Jeongguk virado de costas para a porta, mexendo algo parecido com lámen em uma panela como se fosse a coisa mais monstruosa desse planeta. Sorrateiramente, caminhara na ponta dos pés até estar atrás do moreno e agarra-lhe a cintura, ouvindo seu arfar surpreso e sentindo o corpo um ou dois centímetros menor que o seu retesar. Gargalhara.

 

— Meu Deus, Taehyung! Não faz isso! Quase me mata de susto! — levara a mão ao peito completamente dramático, fazendo com que o riso do Kim se intensificasse.

 

— Desculpa. — e beijara a nuca do mais novo, sorrindo ao vê-lo se contorcer, arrepiado. — O que o meu namorado mais lindo do mundo ‘tava fazendo? — questionava interessado, apoiando o queixo no ombro alheio e passando a abraçar-lhe verdadeiramente.

 

— Namorado mais lindo do mundo? Isso quer dizer que tem outros, Kim Taehyung? — o tom falsamente ciumento podia enganar qualquer um, menos o castanho, que já era vacinado contra as encenações do Jeon.

 

— Você sabe que não. — murmurara grave perto da orelha do de pele mais clara, mordendo a cartilagem de levinho e virando-o de frente para si, deixando um selo longo e carinhoso em seus lábios. — O meu único namorado é Jeon Gostoso Jeongguk, o cara mais dramático, birrento, infantil e teimoso dessa Seul, mas que eu amo mais que japchae e que tem o meu coração por completo. — por mais besta que tenha sido aquela declaração, Jeongguk se sentira fremir. Eram raras as ocasiões em que Taehyung expressava mais que um “eu te amo”, e mesmo que não fossem um casal do tipo açucarado, era bom ouvir algo meloso de vez em quando.

 

— Você é um idiota. — abraçara o mais velho pelo pescoço, selando os lábios mais uma vez mas precisando separá-los em prol do sorriso enorme que lhe rasgava o rosto. — Eu te amo. — e dito aquilo, as bocas foram grudadas novamente, dessa vez com as línguas se entrelaçando daquele modo caloroso e intenso que era costumeiro dos dois.

 

Como Jeongguk tinha ido parar sem roupas sobre a bancada da cozinha? Nenhum dos dois sabia.

 

E o lámen?

 

Hm... Foda-se.

 

 

[...] 

 

 

O relógio já marcava 19h48min quando o celular de Jimin vibrou, notificando uma nova mensagem.

 

Yoongi [7:48 PM]

jimin?

 

Jimin [7:49 PM]

oi

 

Yoongi [7:50 PM]

tá tudo bem?

 

Jimin [7:50 PM]

eu tô

e você?

 

Yoongi [7:51 PM]

tô também

cê tá fazendo alguma coisa?

 

Jimin [7:51 PM]

eu tô

falando com você

 

Yoongi [7:51 PM]

não tô falando esse tipo de coisa, seu estúpido

tá ocupado?

 

Jimin [07:52 PM]

não

pq?

 

Yoongi [07:52 PM]

tá a fim de sair?

chamei o jk e o tae mas eles tavam transando

não querem vir

 

Jimin [07:53 PM]

é de se esperar

bom saber que sou sua segunda opção :)

 

Yoongi [07:53 PM]

não viaja, jimin

eu só chamei eles primeiro pq ces tão sempre juntos

imaginei que eles fossem te trazer se eu chamasse

 

Jimin [07:54 PM]

você não precisa me explicar nada

eu só tava brincando

 

Yoongi [07:54 PM]

vem ou não?

 

Jimin [07:55 PM]

me espera na esquina daqui de casa

saio em meia hora

 

Confuso, Jimin deixara o celular carregando no criado-mudo ao lado da cama e seguira até o banheiro de seu quarto, despindo-se das roupas com o pensamento distante. O que tinha sido aquilo? Uma espécie de DR? Mas como, se nem tinham relacionamento algum? Céus, sentia seus miolos torrando.

 

Na velocidade da luz, banhara-se do melhor modo que conseguira e saíra do cômodo nu mesmo, o corpo ainda orvalhado e os cabelos gotejantes sendo secos de modo desajeitado pela toalha. Mesmo com a pele úmida, vestira uma boxer azul e enfiara as pernas em uma jeans apertada tingida de preto, os pés em coturnos da mesma cor e o tronco em uma blusa folgada de mangas longas tecida em crochê em um tom arroxeado de marsala, a gola larga deixando parte da clavícula e ombro expostos.  Um pouco de perfume fora borrifado no pescoço e aleatoriamente por sobre a roupa, os cabelos sendo ajeitados para trás com os dedos mesmo. Carteira e celular nos bolsos, deixara o quarto e descera as escadas da mansão com pressa, passando pela sala como um furacão mas, infelizmente, não conseguindo passar despercebido pelo homem de meia idade sentado à poltrona encourada próxima a um dos sofás, bebendo de algum whisky caro que não fazia questão de saber qual era.

 

— Aonde pensa que vai? — JungHyun indagava friamente, observando os trajes ousados do filho de cima a baixo com evidente desgosto. O ruivo achava o máximo quando ele tentava bancar o pai preocupado que não era.

 

— Aonde vou não te interessa, o que você deve saber é que ‘tô indo e não tenho hora ‘pra voltar. Passar bem. — e dito aquilo, deixara a casa sem ao menos olhar para trás, parte por pressa parte por não querer ouvir o possível sermão que o pai lhe passaria.

 

— Bastardo... — o homem murmurava para si mesmo, dando um gole longo na bebida em suas mãos.

 

A passos rápidos, Jimin seguia pelas ruas nobres demais do bairro em que morava, sentindo-se ansioso, nervoso e deslocado. Ansioso para ver  Yoongi, nervoso pelo mesmo motivo e deslocado pelo simples fato de estar onde estava. Tinha consigo a impressão de não pertencer àquele lugar. Todo aquele luxo lhe fazia doer a cabeça.

 

À medida que ia se aproximando da dita esquina, conseguia visualizar uma silhueta já bastante conhecida vir de encontro a si, arrancando-lhe um suspiro contido. Yoongi estava simplesmente lindo.

 

Vestido em jeans claras justas demais com rasgos nos joelhos e coxas, uma blusa de mangas longas branca e uma camiseta preta bem maior que si, como de costume, por cima, vinha caminhando despreocupado pela calçada, as mãos enfiadas nos bolsos da calça e os olhos preguiçosos focados em qualquer coisa, que não o Park.

 

— Oi. — cumprimentaram o Park ao ver-se próximo o suficiente, analisando o mais velho de perto e contendo-se para não fungar o ar, naquele momento empesteado pelo perfume gostoso de outrem.

 

— E aí. — o esverdeado parecia curiosamente sem jeito, o que deixara o ruivo com um ponto de interrogação a pairar sobre a cabeça.

 

— ‘Pra onde vamos? — indagava, vendo o pálido começar a andar e seguindo-o, lado a lado.

 

— ‘Tá tendo uma social lá na casa do Namjoon. Sei que vocês não se dão muito bem, mas o Jin-Hyung ‘tá lá e tem muita gente bacana também. Não acho que você vá ficar desconfortável. Mas se acontecer, pode ir embora. Eu te trago aqui. — Yoongi sequer o olhava ao falar, e aquilo começava a incomodar-lhe.

 

— ‘Tá bem. — limitara-se a responder, chateado demais para prolongar a conversa ou discutir.

 

Imersos em um silêncio desagradável, seguiram caminhando juntos por algumas poucas quadras, o suficiente para que se vissem livres do requinte desnecessário do bairro em que Jimin vivia, chegando assim à uma casa grande até demais para uma só pessoa, de onde já se podiam ouvir a batida alta de música eletrônica e conversas gritadas, típicas de festas. Passaram pela porta escancarada ao mesmo tempo e logo a visão de Jimin fora tomada por luzes cor de rosa e vermelhas e azuis e verdes, pessoas e mais pessoas pulando naquilo que acreditava ser a sala da residência e algumas poucas mais sossegadas, conversando nos cantos do cômodo. O cheiro era predominantemente de bebida e cigarro, nada de novo, e apesar de conhecer um ou dois rostos ali, a maioria eram desconhecidos. Suspirou.

 

— Tudo bem? — Yoongi indagara repentinamente ao pé de seu ouvido, pegando-o de surpresa, fazendo com que os poucos pelos de sua nuca se arrepiassem. Olhara-o feio.

 

— ‘Tá. — respondera de mau grado. Estava aborrecido com o comportamento do Min. Ele era bipolar? O que o fazia pensar que podia agir daquela maneira?

 

— Vamos procurar o Jin-Hyung, quando saí ele estava —

 

— Não precisa. Eu procuro sozinho. Vai aproveitar a festa, hm?! Pode acreditar, eu estarei fazendo o mesmo. — afastara-se a passos pesados ao fim de seu dizer, deixando um Yoongi atônito para trás.

 

Enfurecido, esgueirara-se entre os corpos agitados nem tão educadamente assim, procurando com olhos afoitos o seu Hyung e suspirando aliviado ao encontra-lo escorado à bancada da cozinha, acompanhado de um rapaz de fios rosados que já sabia ser Namjoon e um outro, de cabelos escuros, até então anônimo. Alcançara-os rapidamente, vendo o rosto de SeokJin se contorcer em surpresa.

 

— O seu primo é um idiota. — fora a primeira coisa dita ao aproximar-se do trio, ao tempo que roubava o copo das mãos do castanho e dava um gole na bebida desconhecida mas que, ao sentir o sabor, identificara como sendo vodka.

 

— Oi, ‘né,  Jimin? — o tom de SeokJin era divertido, o que fizera um sorriso falso tomar esboço nos lábios do mais baixo dos quatro. Rira. — O que foi que o Yoongi fez agora? — deixara que o ruivo terminasse de virar a bebida no copo que um dia fora seu antes de responder.

 

— Ele acha que pode me ignorar e depois vir bancar o preocupado, como se nada estivesse acontecendo! Quem ele pensa que é ‘pra brincar comigo desse jeito?! — explanava realmente bravo, apenas se acalmando ao notar as caretas confusas dos outros dois ali presentes. — Ah, e oi ‘pra vocês. — cumprimentara mais calmo, vendo ambos rirem.

 

— O Yoongi é seu namorado? — o desconhecido questionava genuinamente curioso, fazendo com que uma coloração avermelhada tomasse conta das bochechas do Park, esta sendo ocultada pelas luzes coloridas.

 

— N-Não, não tem nada a ver, a gente é só —

 

— Não são namorados mas gostariam de ser. — Namjoon o interrompera, lançando um olhar de quem sabe tudo ao rapaz, que retribuíra com uma expressão maliciosa.

 

— Oh, entendi. — assentira mantendo suas feições sujas, dessa vez olhando para Jimin, que alternava entre desviar o olhar e estapear SeokJin, este apenas rindo.

 

— N-Não é nada disso, Yoongi e eu somos só amigos e mais nada, fui claro?! — a fala era dirigida ao Kim rosado, que arqueara as sobrancelhas murmurando um “aham, sei”.

 

— Relaxa, eu sei bem como funciona isso. — o desconhecido se aproximara, passando um braço por sobre seus ombros e virando seu corpo em direção à pista de dança. — ‘Tá vendo aquele cara ali? — e apontara para um rapaz consideravelmente alto de fios descoloridos, falando com uma garota ao pé de seu ouvido, como se a cantasse. Assentiu. — Pois bem. Também somos essa coisa de amigos-que-não-querem-ser-tão-amigos-assim, mas Wonsik insiste em pegar garotas e mais garotas nas festas ‘pra provar que é hétero quando, na verdade, geme gostosinho ‘pra mim entre quatro paredes. Ah, e a propósito, sou Lee Jaehwan, mas pode me chamar de Ken, e se você quer saber onde tudo isso de amigos coloridos termina, só te digo uma coisa: ou no rolo, ou na merda. — encerrara sua fala com um sorriso doce, enquanto Jimin o olhava, espantado.

 

— Vai traumatizar o garoto dessa maneira, Jaehwan. — Namjoon ditava aos risos, afastando o moreno do mais novo com um puxão nada delicado na camisa social que trajava.

 

— Traumatizado mas preparado ‘pro mundo, não é mesmo? — Ken parecia levar aquilo tudo como uma grande brincadeira, e o ruivo se perguntava como ele conseguia.

 

— Ok, vocês dois, vão caçar um rumo e me deixem conversar com o Jimin em paz, sim? Vamos, não tenho todo o tempo do mundo. — Jin mal esperara uma resposta antes de enxotar os dois rapazes com empurrões nas costas, ouvindo resmungos descontentes mas não se importando realmente com aquilo.

 

— De onde é que você conhece aquele cara? — o Park ainda se mantinha estupefato, o que provocara risos ao Kim.

 

— Fizemos o ensino médio juntos, mas isso não vem ao caso. — voltara a se escorar à bancada, dessa vez sendo acompanhado pelo mais baixo. — O que eu quero saber mesmo é o que o Yoongi fez ‘pra te deixar tão puto. E não, não adianta negar por que eu já ‘tô sabendo de vocês dois.

 

— O quê?!

 

— Vocês não são tão bons em disfarçar, sabia? Desde aquele dia lá em casa eu desconfiava que tinha rolado alguma coisa, e depois que o Yoongi chegou de madrugada sábado passado, com o pescoço marcado e com um cheiro diferente nas roupas, minhas suspeitas foram confirmadas. — revelava calmo, enquanto era fitado pelos olhos arregalados do ruivo.

 

—M-Mas como ass—

 

 — Olha só, Jimin — assumira uma postura mais séria, encarando o mais novo com sinceridade. — Eu conheço o meu primo. Ele nunca foi de me contar muito sobre os relacionamentos dele, mas de todos os que eu soube, juro que nunca vi os olhos dele brilharem tanto quanto brilham quando fala de você. ‘Tá na cara que vocês se gostam, e deve ter algo muito errado por trás disso ‘pra ele estar agindo desse jeito. O Yoongi não é assim. — suas palavras eram francas, e Jimin se pegara a suspirar. Novamente.

 

— Eu não sei o que ‘tá acontecendo. — confessara, murchando um pouco contra a bancada. — Ele agiu estranho comigo a semana toda, parecia querer me evitar, sabe? E o pior de tudo é que eu percebia ele me olhando, querendo falar comigo, mas quando eu me aproximava ele simplesmente se afastava, inventava uma desculpa ‘pra ir embora ou fingia estar ocupado com qualquer outra coisa. Nem com o Tae e com o Gukkie ele ‘tá falando direito, ‘pra não ter que ficar perto de mim. E agora, do nada, me chama ‘pra sair. Qual é a dele?! — toda a indignação imposta em sua fala parecia totalmente válida para SeokJin, que assentira, compreensivo. 

 

— Você devia tentar conversar com ele, sei lá, dizer como está se sentindo. Antes que seja tarde demais e vocês acabem se afastando de vez. — o Kim aconselhava, sabendo do gênio difícil de ambos os garotos.

 

— Ou eu faço isso ou vou acabar ficando louco. — murmurava, arrancando uma risada curta do mais velho e mascarando assim a insegurança que sentia em relação a tudo que envolvia o Min.

 

Preferindo encerrarem a pauta, abandonaram a bancada em busca de bebida e mais companhia, acabando por encontrarem ambos, no meio do caminho, tendo em vista que Jaehwan vinha cambaleante junto de um outro rapaz, que mais tarde descobriram se chamar SangHyuk, ambos partilhando de uma garrafa de vodka que não se importaram em dividir com os dois. Jimin estava achando a dupla deveras divertida com todo aquele jogo de gato e rato que encenavam, e quando a batida de BOOMBAYAH preencheu as caixas de som, as risadas foram garantidas, pois a soma de um Ken girl group stan e um SangHyuk completamente bêbado não podia ser diferente do que os dois arrasando na coreografia bem no meio da “pista”. O Park até mesmo se esquecera de toda sua chateação inicial enquanto dançava e conversava com um casal simpático que conhecera, mas aquilo não durara muito. Logo, a música parara, as luzes se apagaram e apenas a iluminação azul restara, esta sendo focada em cima de uma mesa de jantar grande, onde Namjoon estava de pé, com um microfone em mãos e um sorriso sacana no rosto.

 

— Ou, ou, ou, calma aí, galera. — sua voz grave soara ao microfone assim que burburinhos reclamatórios passaram a ser ouvidos por toda a casa, calando, aos poucos, a indignação daqueles que ocupavam a residência. — Todo mundo aqui gosta de rap, não é? — a pergunta era bem óbvia, visto que todos ali se animaram de imediato, até mesmo Jimin, que preferia girl groups ou cantores solos ao gênero citado em si. — Pois bem, o que acham de uma competição? Do tipo freestyle? — gritos empolgados preencheram todo o local, bem como alguns candidatos deram passos à frente. O Park se vira interessado. — Então, pessoal, vai funcionar da seguinte maneira: cada batalha acaba quando um dos lados desistir. Aquele ou aquela que conseguir vencer três rodadas seguidas ganha uma garrafa de tequila. Alguém quer começar? — mal a fala fora encerrada e logo praticamente choviam moças e rapazes entusiasmados em dar início às batalhas, formando um pequeno alvoroço em frente à mesa.

 

Depois de uma ordem ser estabelecida, uma garota loira e de traços estrangeiros subira à mesa, alcançando um dos microfones sobre a madeira que a sustentava enquanto outra garota, de cabelos castanhos, pouca coisa mais e baixa e igualmente bela, se postava junto a si, também tomando em mãos um microfone e olhando para a loira como se a desafiasse. Logo um beatbox começava a ser feito por um rapaz baixinho e musculoso, ao tempo que a mais alta começava a sibilar palavras rimadas no ritmo da batida. Ela parecia saber o que fazia, seu tom era estável e quase debochado para com a castanha, que a observava com um sorriso de canto no rosto, como se não se abalasse. A vez fora passada e a mais baixa soltara um riso contra o microfone, sua voz suave passando a mesclar insultos somados à palavras provocativas que fizeram a loira fechar a cara de imediato, semicerrando os olhos para a moça que parecia se divertir às suas custas.

 

Jimin observava animado. As duas tinham talento, e era realmente divertido vê-las se xingando e caindo na gargalhada em seguida. Tão entretido estava com tudo aquilo que nem percebera as rodadas se passando, mais interessado em rir das rimas toscas junto de SeokJin do que prestar atenção propriamente. Jaehwan fora à loucura quando Wonsik subira ao “palco”, e ninguém, ninguém mesmo, conseguira segurar seus gritos estridentes de “arrasa mozão”, o que fizera todos desatarem a gargalhar.  Até mesmo Namjoon chegara a competir, mas era propriamente injusto que o fizesse com o intuito de ganhar algo, visto que não era novidade para ninguém sua carreira underground. Porém, o que surpreendera o Park, de fato, fora reconhecer o dono de certa cabeleira esverdeada subir à mesa com uma confiança esbanjada, o sorriso sarcástico no rosto e o olhar quase feroz a encarar seu oponente: Jung Hoseok.

 

— Mas... hein? — indagava confuso para si mesmo, não gostando nem um pouco da aura provocativa que cercava aqueles dois. Quando Hoseok tinha aparecido ali?

 

Os espectadores se calaram repentinamente, criando um clima tenso, e somente o som do beatbox preenchia o ambiente, logo sendo somado à voz rouca e rasgada característica de Yoongi, sibilando palavras ofensivas em um tom consideravelmente mais baixo e arrastado que o usual. Chegava ser excitante. Sua rima era boa, constante e rápida, ele parecia um rapper profissional em cima daquela mesa, o que encantaria Jimin, se, logo no segundo seguinte, a vez não tivesse sido passada para o rapaz moreno que era seu adversário, este que não hesitara em mudar totalmente o rumo do rap para uma conotação provocativa, beirando o sexual. Os dois se encaravam diretamente nos olhos, Yoongi completamente sério e Hoseok com um sorriso irônico a deslizar sapeca pelos lábios, enquanto a música ia se tornando mais e mais ardente, libidinosa. O ruivo estava à ponto de subir naquela mesa e arrancar o Min dali à força por ele estar se envolvendo tanto naquela droga, chegando tão perto do Jung, olhando-o tão afoitamente. A situação em si já era inaceitável, mas a gota d’água para o Park fora quando, com um sorriso sujo, Yoongi aproximara-se do moreno mais alto e colara suas testas em um baque forte, as bocas definitivamente muito próximas, sendo separadas apenas pelo microfone do esverdeado, enquanto as sílabas deslizavam incansáveis por seus lábios e seus olhos permaneciam conectados aos do Jung.

 

Sentindo o rosto arder de raiva, Jimin não pensara duas vezes antes de dar as costas para aquela palhaçada e sair daquela casa, esbarrando em qualquer coisa que lhe despontasse no campo de visão, acabando assim por enroscar o pé na fiação da tomada próxima à porta ao passar rudemente por ela, fazendo assim com que a luz se apagasse e as caixas de som ficassem mudas. Yoongi mal tivera tempo de assimilar o que acontecia, apenas vira o vulto portador de madeixas alaranjadas deixar a residência a passadas pesadas, e assim soube que tinha feito uma merda das grandes.

 

O vento agora frio da noite encontrava impiedoso o rosto retorcido em fúria do Park, o som das solas das botas se chocando em uma marcha dura contra o asfalto ecoando por toda a rua deserta, os chamados constantes daquela voz que assolava cada momento de seu dia soavando estridentes, mas nem aquilo o fazia parar. Se sentia triste, com raiva, traído. Mesmo que não tivessem oficializado nada, mesmo que não passassem de dois babacas covardes; nada dava ao esverdeado o direito de fazer aquilo, brincar com seu coração como se ele nada fosse. Aquilo doía, inferno, doía para um caralho.

 

A garganta de Yoongi já ardia de tanto gritar o nome de Jimin; seus pulmões clamavam por ar em meio àquela corrida desesperada atrás do ruivo, e que se fodesse todo o resto. A batalha de rap, a festa, Namjoon, Hoseok, tudo. Nada mais importava. Apenas a silhueta bonita do Park a se afastar cada vez mais apressada lhe parecia interessante no momento, e impulsionado pela súbita vontade de agarrá-lo e não soltar nunca mais, impusera ainda mais velocidade em suas pernas, conseguindo alcançar o mais novo e puxando-o sem muita delicadeza pelo braço, fazendo-o parar, ofegante.

 

— Me solta! — o ruivo gritava, debatendo-se no aperto firme do mais velho.

 

— Não! — o Min bradava de volta, levando, dessa vez, ambas as mãos aos braços de outrem, prendendo-o estático de frente para si. — O que aconteceu? O que foi que eu fiz? — indagava entre lufadas de ar, vendo o Park rir com escárnio ao tempo que se soltava sem um pingo de cuidado.

 

— O que aconteceu?! O que foi que você fez?! Ah, Yoongi, pelo amor de Deus! Você é idiota?! Eu praticamente jogo na sua cara o que ‘tá acontecendo e você ainda me vem com essa?! Será que você não percebe?!

 

— Percebo o que?!

 

— Que eu simplesmente gosto de você! Caralho, que merda! Eu sou completamente apaixonado por você! Deu ‘pra entender agora ou quer que eu desenhe?! — e ao fim da confissão, tudo que se fazia ouvir no breu da noite eram as respirações descompassadas dos dois rapazes, e algumas buzinas de carro ao longe.

 

Yoongi permanecia atônito processando aquela ideia; seus olhos arregalados fitavam o Park sem ao menos piscar, a postura rija no lugar, como que em choque. E Jimin, que vasculhava a expressão alheia em busca de alguma reação, suspirara desistente ante a falta de resposta vinda do Min, dando as costas e sentindo os olhos marejarem em um misto de vergonha, raiva e arrependimento. Porém, tão rápido quanto se virara, sentira seu pulso ser agarrado com força por uma mão tão fria quanto a brisa que por seu corpo passava, trazendo seu tronco de volta à posição anterior e, antes mesmo que pudesse pensar em dizer algo, colando seus lábios àqueles pelos quais tanto ansiava.

 

O beijo era bruto e forte; beirando o raivoso. As mãos Yoongi apertavam cega e desmedidamente a cintura delgada do ruivo, que tinha as suas em uma alternância atrapalhada entre puxar os fios coloridos do mais velho e arranhar sua nuca sem medir força, o que renderia belos vergões na pele pálida do esverdeado. As línguas se entrelaçavam rapidamente, sem dar espaço para que o ar passasse, o que fizera com que se separassem bem antes do esperado – e desejado – pelos dois.

 

— Por que você faz isso? — o mais novo questionava baixinho em meio a ofegos, os olhos ainda fechados e a mente perdida na sensação surreal que era beijar Min Yoongi.

 

— Isso o quê? — o Min indagava de volta, tão absorto quanto Jimin.

 

— Brinca desse jeito comigo. Primeiro me beija, depois diz que se importa e então se afasta. Aí me beija outra vez, faz eu me apaixonar e se afasta de novo. O que há de errado com você? — seu dizer beirava o indignado, o que fizera Yoongi rir, embora não houvesse graça alguma.

 

— Me desculpa. — pedia sincero, transformando o aperto de suas mãos na cintura alheia em um abraço confortável. — É que... sei lá. Isso tudo é tão louco, Jimin. Eu nunca me senti assim antes. Esse frio na barriga e o coração acelerado. Isso não é normal, entende? E... eu fiquei assustado. Você é demais ‘pra mim. Eu sou todo errado. E por mais que eu realmente não queira machucar nenhum de nós dois, percebi que tentar te afastar não vai fazer o que eu sinto por você simplesmente sumir. Eu não quero te beijar só quando estiver bêbado. — e sentira, com muito gosto, a risada soprada do ruivo contra seus lábios, formigantes de vontade de beijar de novo.

 

— Eu te odeio. É sério. Eu te odeio muito. — e dito aquilo, deixara um último sorriso se esboçar em seus lábios antes de uni-los aos alheios outra vez, com calma e delicadeza.

 

O toque era repleto daquele sentimento que nenhum dos dois conhecia direito, mas que se tornava cada vez maior no brilho de seus olhos, no esboçar largo de seus sorrisos, no aquecer de seus peitos e no bater descompassado de seus corações. Mesmo no meio da rua, ainda que um pouco bêbados. Nada daquilo fazia diferença. Afinal, estavam juntos, finalmente. E era aquilo que realmente importava.

 

 


Notas Finais


exagerei no clichê? espero que não, por que eu adorei escrever esse capítulo!

vocês me abandonaram :( fiquei tristinha, mas tudo bem.

obrigado por ter chego até aqui e até breve.

XOXO ^^


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