Zayn POV
- Sr. Hastings, me escute. Ela precisa conhecer o mundo lá fora, ela ainda pode fazer isso! Isso pode fazê-la mudar de idéia!
- Mas... Zayn... Ela é indefesa, e se ela ficar doente, e se algo acontecer, quem vai socorrê-la? As vezes eu acho que a Summer ainda é a garotinha de 7 anos que assistia aqueles desenhos animados no sofá comigo. - Sr. Hastings sentou na cadeira e pareceu pensar. - Mas... Você estará lá. Ela gosta muito de você. Mas, Zayn, para onde você pretende ir?
- Para a cidade dos sonhos da sua filha. - Sorri á ele. Ele deu um sorriso fraco. - O que me diz?
- Vai cuidar bem dela, Zayn?
- Como se ela fosse minha vida, como prometi ao senhor.
Xx
- NÓS VAMOS PARA PARIS? É SÉRIO? EU NÃO CONSIGO ACREDITAR, ZAYN! EU VOU CONHECER PARIS! - Summer pulou no meu colo e me deu um abraço. - VOCÊ NÃO EXISTE!
- Vai ser ótimo, ruivinha. - Passei a mão por seus cabelos. - Iremos daqui uma semana. - A tirei do meu colo e a coloquei na cama.
- Só nós dois? - Ela perguntou direcionando os olhos azuis para mim.
- Só nós dois. - A selei com carinho.
Alguém bateu na porta, me separei da Summer na hora, e me sentei do seu lado. Era o Sr. Hastings.
- Zayn te contou da notícia, filha? - Summer assentiu com a cabeça. - Ótimo. Está feliz? - Ela assentiu novamente. - Quero falar algo para vocês. Quero que aproveitem ao máximo. Já reservei o melhor hotel da cidade, de frente com a Torre Eiffel. Vão ficar 8 dias e 9 noites. 6 em paris, e 2 na EuroDisney.
- EU VOU PARA UM PARQUE DE DIVERSÕES? - Summer ficou mais animada.
- Sim, minha filha. Só não vá para aqueles brinquedos que possam prejudicar sua coluna. O resto, está liberada. - Ela me abraçou na frente de seu pai, a abracei de volta. - No dia 4 de Paris, irão almoçar em um restaurante dentro da Torre Eiffel. Já reservei tudo para vocês. O hotel que vão ficar tem piscina, massagem, e tudo que vocês precisam.
- Obrigado pela oportunidade, Sr. Hastings. - Sorri para ele.
- Paris deve ser um sonho. - Summer deitou a sua cabeça no meu ombro. Sr. Hastings pareceu não ligar. - Obrigada, pai.
- Não foi nada, filha. Zayn, pode ir. Está liberado.
- Adeus, ruivinha. - Passei a mão em seus cabelos e dei um beijo em sua bochecha. - Obrigado, Sr. Hastings.
Saí da casa dela pulando de alegria. Uma semana em Paris? Quem diria. Só eu e ela. Teria como esse dia ficar melhor?
Queria fazer dessa viagem a melhor de sua vida. Estava tudo em minha mente, quando chegasse em casa, iria pesquisar sobre programas para fazer ao lado dela em Paris. Lugares para conhecer, o que ela gostaria de comer. Quero que tudo saia perfeito.
Cheguei em casa, e vi minha irmã, Doniya chorando no sofá. Mal pude conversar com ela, que meu pai apareceu gritando e ela correu para o quarto. Olhei para ele e ele me retribuiu o olhar. Estava confuso. O que a Doniya havia feito?
- Sua irmã voltou com o Patrick. - Meu pai cruzou os braços, desapontado. - Depois de tudo que ele fez, Zayn. Sua irmã voltou com aquele imbecíl.
- Mas pai! Não é tão ruim assim, a criança precisa de um pai. Pelo menos Doniya não vai criar o bebê sozinha, pense por esse lado.
- Pense pelo lado de: Patrick é um atleta sem rumo, gasta todo seu dinheiro com equipamentos e não quer saber de trabalhar. Onde acha que ele vai morar, Zayn? Quem vai alimentá-lo? Somos nós, meu filho. Já não basta o bebê, vamos ter que alimentar o canalha do Patrick.
- Pai...
Iria terminar a frase, mas ouvi um grito de horror que parecia ser da minha mãe, e o grito vinha do quarto de Doniya. Eu e meu pai fomos correndo para lá. No quarto da minha irmã, vazio, mas indo para o banheiro, havia um rastro de sangue. Olhamos para Doniya, que estava com um bebê vermelho na mão. Meu pai quase caiu duro no chão. O bebê havia nascido com 4 meses e meio.
- Doni, calma.
- É MEU FILHO, ZAYN, NÃO TEM COMO FICAR CALMA! OLHA SÓ, ELE PODE MORRER! A PORRA DA AMBULÂNCIA NÃO CHEGA! E A CULPA É SUA, PAI!
Me afastei de Doniya e fui para o meu quarto. A culpa realmente era do meu pai. Ele havia feito Doniya passar nervoso, e por isso o bebê veio antes do previsto. Ouvi o barulho da ambulância do lado de fora da casa, minha mãe gritando e chorando, e o bebê não fazia sequer um som.
Desci correndo as escadas, e pulei junto de Doniya e minha mãe dentro da ambulância. Segurei a mão da minha irmã firme, e lágrimas teimosas desciam de seus olhos. Acreciei a face de sua mão com o polegar, e tentei acalmar as duas.
Chegamos no hospital, e Doniya foi para uma das salas. Fiquei na sala de espera com minha mãe, que estava suando e tremendo.
- Calma, mãe. - A abracei. - O bebê vai ficar bem, e a Doni também.
- É difícil para nós, Zayn. Não temos dinheiro, não temos nada. Todo dinheiro vai para o tratamento de seu avô.
- Mas o que vocês fazem com meu salário? Faz dois meses que trabalho lá, mãe! 14.000 reais já foram ganhos.
- Eu depositei na sua conta bancária, 5.000 reais, e os outros 2.000 vão para o tratamento de seu avô, Zayn. Quando você cansar do trabalho de cuidador, vai poder entrar para uma faculdade, Zayn. E aí vai conhecer uma garota legal, terem uma família e...
- Mãe. Eu já conheci uma garota. - Respirei fundo. Minha mãe me encarou surpresa. Uma lágrima desceu do meu rosto. - Não era para acontecer, mãe. Mas eu a amo tanto. Não pretendo largar aquele emprego nunca. Eu só quero vê-la feliz. Ela sofre, mãe, ela quer se matar, os pais não ligam para ela. Ela é sozinha. Eu sinto tanta pena dela.
- Oh, Zayn... - Minha mãe me abraçou forte. - Não acredito que se apaixonou pela Summer... Ela é uma menina tão boa, Zayn. Faça de tudo para mudar a cabeça dela.
- Vamos para Paris semana que vem.
- Isso é ótimo, meu filho. Obrigada por contar para mim.
Uma médica veio em nossa direção, eu e minha mãe levantamos na hora, e ela fez um sinal com a cabeça. A acompanhamos, e ela nos levou até a maternidade. O bebê de Doniya estava entubado, mas conseguia se mexer.
- O bebê está bem, e sua filha também. - Minha mãe me abraçou e começou a chorar. - O garoto se chama Thomas. Vai demorar alguns dias até ele ficar da cor normal. Uns 3 meses, eu diria. O bebê foi um milagre.
- Graças a Deus. Vou dormir aqui com a Doniya. Volte para casa, meu amor. - Minha mãe me deu um beijo. - Vá.
Saí do hospital e peguei um metrô. Mas eu não queria ir para casa. Não depois de tudo isso. Fui até a casa dos Hastings, mas não podia ser visto.
Na hora, lembrei de Summer falando que o Dylan subia até sua janela, e ele entrava. Vi o muro alto que havia perto do quarto dela, e o escalei. Pulei no telhado, e quase caí, mas consegui me levantar. Dei duas batidas na janela.
A imagem estava embaçada por causa da chuva, estava frio lá fora e eu não conseguia ver a hora de ela abrir a janela.
Ouvi o barulho das trancas da janela se abrindo, ela me olhou espantada e me colocou para dentro. Ela nem me disse nada, foi direto pegar uma toalha. Ela voltou andando, ANDANDO.
- O que houve com você? - Ela secou os meus cabelos com a toalha. - Meu Deus, eu vou pegar alguma bebida quente para você.
- Espera, Sum. - A segurei pelo braço. Sorri. - Você está andando.
- B-bem... Estou. - Ela sorriu. - Estou praticando. Já bati um record de 8 voltas nesse quarto, deve dar uns 80 passos, as vezes me desequilibro, mas consigo andar bem.
- Estou tão orgulhoso de você.
- Tá bem, tá bem. - Ela corou. - O que houve?
- Doniya abortou o filho. - Ela cobriu a boca com as mãos. - Meu pai e ela brigaram feio, e ela se irritou e o filho nasceu, estava com ela no hospital. O bebê está bem, e ela também. Minha mãe falou para eu ir para casa, mas não queria ir. Não estou muito bem. Queria ficar com você. Posso?
- Não precisa nem pedir, Zayn. - Puxei ela pelo braço, fazendo-a sentar em meu colo. - Vou pegar uma roupa para você.
- Esqueci de comentar que você fica bonitinha com esse pijama. - Ela corou. - O que foi? Você fica maravilhosa.
- Vou pegar sua roupa. - Ela fugiu do assunto.
Tirei a blusa e a calça que eu usava, e ela voltou da lavanderia com uma blusa sem alça branca e com uma calça moletom cinza. Ela ficou nervosa ao me ver de boxer.
- Obrigado.
- Er... Eu vou... Hm... - Ela virou de costas.
Ri. Coloquei as roupas que ela me deu, e puxei ela para perto de mim. Abracei sua cintura.
- Te amo tanto. - Dei um beijo em sua bochecha. - Eu amo ficar com você.
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