História Fireproof - Contract.

Summer POV

- Dylan, para com essas manias de escalar minha janela, que saco! - Joguei uma almofada nele, já que não conseguia me levantar da cama.

Dylan sempre teve mania de chegar de noite do nada e escalar minha janela, normalmente era quando meus pais saiam, e quando todas as funcionárias estavam dormindo. Quando ele escalava a janela, já sabia o que ele queria. 

- Desculpa, eu queria te ver. - Ele deitou do meu lado da cama.

- Tá, tá certo. Meu Deus, você está fedendo. - Tampei o nariz e abanei o ar com a outra mão, ele tinha acabado de voltar do treino.

- Desculpa, não tive tempo de tomar banho, o treino acabou muito tarde hoje. Me perdoa, eu só queria ver você.

- Tá bem, só não quero que você deixe minha roupa de cama com esse cheiro de suor horroroso. Vocês não tomam banho quando saem do vestiário, não?

- Hm... Eu queria ver você rápido, aí não tomei banho. - Falei acidentalmente um "puta merda!" e ele riu. - Quer que eu tome um banho?

- Por favor. - Apontei para o banheiro. - Pode ficar de roupão, desde que use cueca. 

- Tudo bem, amor. - Ele beijou minha testa e entrou no chuveiro.

Esperei Dylan enquanto eu lia um livro, já que eu não ia para a escola, eu estudava em casa mesmo, para se um dia eu conseguisse algum emprego, eu soubesse do que se tratava, mesmo com esse problema que eu tinha. Pensei em escrever livros, mas era tudo bobagem, preferia ter um emprego sério.

Dylan voltou com um roupão e com os cabelos molhados, deitou do meu lado e começou a observar o que eu estava lendo. Aí depois, percebi que ele estava olhando para minha tatuagem.

- Fez uma tatuagem? - Ele pegou na minha mão e a analisou. 

- Fiz. 

- Seu pai sabe disso? - Dylan perguntou arqueando as sombrancelhas. Neguei com a cabeça. - Então como foi fazer?

- Pedi para Zayn me levar para fazer uma. - Respondi sorrindo. Ele encarou o chão e fechou a cara. - Se você falar alguma coisa para o meu pai, eu te mato.

- Não vou falar nada, Sum. Só acho que... Ele não tem experiência com paraplégicos, e ele tem mais ou menos sua idade, ele pode ter segundas intenções...

- Dylan, nós temos dois anos de diferença. Então, não fala nada. Zayn é apenas meu cuidador. - Respondi nervosa. - E ele é um cara muito legal. Não fale assim dele.

- Ei! Eu não falei nada demais, só quero o melhor para você...

- Se quer o melhor para mim, comece me chamando de "Summer" e não de "paraplégica". - Voltei a ler meu livro sem olhar para sua cara.

Ele encostou sua mão em meu braço, e eu não fiz nada, continuei lendo meu livro, não iria me deixar levar pelos dengos do Dylan. Ele encostou sua cabeça no meu ombro, e seus cabelos molhados estavam molhando todo meu rosto.

- Desculpa, amor. 

- Dylan, não estou para conversas agora, pode vestir sua roupa suada e voltar para sua casa, ou faça o que quiser, só não fala comigo.

- Tá bem. - Ele baixou a cabeça.

Zayn POV

- Calma, Summer, você tem que se equilibrar antes de andar. - Segurei seus braços para ela se equilibrar. - Agora, tenta chegar até mim.

Ensinar Summer a andar era como ensinar um bebê, praticando com ela, quem saiba eu não consiga ajudar Doniya com o filho ou filha. 

Summer era muito determinada, mas ela tinha muita dificuldade para andar, o máximo que ela havia dado eram três passos. Era complicado ensiná-la a andar, mas quando ela estava realmente empenhada e feliz, sentia que ela dava tudo de si. Agora, senti que ela estava triste, e caíndo porque algo tinha acontecido.

- Desculpa. - Ela pegou na minha mão para levantar.

- O que houve?

- N-nada. - Ela pegou o cabelo gigantesco e colocou para um lado. - P-porquê?

- Eu sei que aconteceu alguma coisa. - A ajudei a sentar e em seguida sentei. - Você está diferente. Pode falar.

- Não aconteceu nada, Zayn. - Ela encarou a grama e começou a brincar com as mechas do cabelo. 

- Summer...

- NÃO ACONTECEU NADA! - Ela levantou e andou três passos até a cadeira de rodas.

Sorri ao ver a cena, ela levantou sozinha e conseguiu andar até a cadeira de rodas. Mas depois, o sorriso desapareceu. Percebi que ela havia um corte na coxa gigante, mas não parecia ser de ontem. Estava branco, um pouco rosado. Deveria ser do acidente.

Ela moveu a cadeira de rodas até dentro da casa, fui atrás dela correndo. Ela se levantou da cadeira e deu dois passos até o sofá. Deitou-se lá e ligou a TV.

- Ei. - Sentei do seu lado. - Desculpa se eu falei algo errado.

- Tá. - Ela disse fria. - Faz um café, por favor.

- Como quiser. - Me levantei e fui até a cozinha.

As velhas estavam lá cozinhando e conversando sobre os netos, os filhos e essas coisas. Fui fazendo o café, até que Margaret chegou até mim. 

- O que houve com a Summer, rapazinho? - Margaret me cutucou e eu quase pulei, deixando a xícara quebrar. 

- Perdão! - Peguei os cacos de vidro na mão. - Desculpa.

- MAS O QUE QUEBROU? - Sr. Hastings brotou na porta da cozinha. - Oh, céus. Você não deveria estar com a Summer, Zayn?

- Ela pediu um café...

- VOCÊ NÃO PODE DEIXÁ-LA SOZINHA, ZAYN! É PERIGOSO! - Sr. Hastings estava tão estressado que eu achei que eu ia ser demitido. - Vá lá com ela. Margaret pode fazer o café.

Fui até a sala onde ela havia dormido. Fiquei a olhando dormir por uns minutos, e vi o Sr. Hastings subir a escada, e vi Dylan em um canto da porta de cima. 

Não contive a curiosidade, subi as escadas e encostei o ouvido na porta.

- Aqui, Dylan, o pagamento. - Sr. Hastings pareceu folhear alguma coisa.

- Obrigada.

- Está fingindo bem, certo? Não quero que ela tente se matar de novo, Dylan. 

- Pode deixar, Sr. Hastings, ela acha que eu estou apaixonado por ela. Estou cumprindo minha palavra, não estou?

- Seis meses... 

- Para com isso. Você disse para eu fingir por seis meses. E não por mais tempo. E a propósito, está faltando cinquenta libras.

Meu estômago embrulhou. Summer tentou se matar por causa daquele canalha, o pai dela suborna o garoto para estar com ela, e daqui seis meses, provavelmente ela tentará isso de novo.

Eu preciso fazer alguma coisa. Preciso impedi-la de se matar.