Zayn POV
- C-claro. - Gaguejei. - Quer que eu apenas fique aqui em seu quarto ou que eu deite aí com você?
- Deita aqui. - Ela bocejou.
Deitei ao seu lado, e ela encostou sua cabeça no meu peito e rápidamente pegou no sono. Estava com muita pena de Summer. Desde que eu vim trabalhar aqui, tive pena dela, mas depois de tudo que ela passou, antes e depois, a história dela era uma completa tragédia. Os pais se traíam, não tinham tempo para ela, o pai comprava o amor de um garoto para anima-la. Margaret era como a mãe dela, e eu era como o irmão mais velho. Ela não tinha a ninguém. Apenas a nós.
Ouvi ruídos no corredor. Tentei me concentrar ao máximo para ouvir.
- Ruby, porque tem que acontecer justo com minha filha? Eu tentei tudo! - A voz era do Sr. Hastings.
- Amor... Converse com ela.
- NÃO! ELA VAI QUERER SE MATAR! O QUE EU FAÇO?
- Pelo que eu ouvi de você, ela tem um grande apego com o mocinho... Hm... Qual seu nome mesmo?
- Zayn. Sim, ela gosta muito dele. Ela fala muito dele para mim. Mas, não, ele não a faria mudar de idéia, ela odeia a vida dela. Não pode andar. Ela tem algo para querer viver? Não.
- Ela vivia pelo Dylan, pelo amor. - Dizia suavemente a dama, provavelmente a amante do Sr. Hastings. - Dê oportunidades a ela. Ela precisa amar. Se ela amar alguém, ela nunca desistirá de viver.
- Você está certa, Ruby. Mas quem? Ela não pode sair de casa para conhecer gente nova, ela amava mesmo o Dylan, só que ele saiu machucado daqui e... Apenas falou que o contrato acabou...
- O coração dela decidirá por ela. Ela vai ser amada.
- Como? Quem se apaixonaria por uma paraplégica, Ruby?
- Eu. - Sussurei baixo para mim mesmo.
Summer POV
- Calma. - Zayn me puxava pelo braço devagar, me fazendo quebrar meu record de 5 passos. - Viu? Você conseguiu!
- É. Consegui. - Lamentei. - Queria saber dar milhares igual você, Zayn.
- Calma, Sum. Estamos treinando faz apenas 5 ou 6 dias. Você vai pegar o jeito, vamos fazer uma coisa? Em um mês, você vai dar 20 passos. E eu te ajudarei. Ok?
- Ok. - Sorri para ele. - O que eu fiz para te merecer? - Me joguei na grama fofinha do meu quintal. Ele sentou do meu lado. - Você é tão fofo e atencioso, Zayn, e eu não faço nada para te retribuir, apenas te exijo coisas.
- Summer, é sempre um prazer ajudar você. Gosto muito de você. Por isso me esforço para ver você feliz. - Ele sorriu para mim. Ele tinha um sorriso único, um dos mais bonitos que já vi na vida. - Quer tentar mais uma vez?
- Claro.
12:00
- Então, Summer, porquê terminou com o Dylan? - Meu pai perguntava andando em círculos pela sala. - O que houve? Você o amava tanto...
- Ele tentou me estuprar. - Meu pai engasgou. - Queria que eu ficasse com um cafajeste desses?
- N-n-não, você fez o certo... Eu só... Me pergunto como você se livrou, sendo que você é indefesa, filha.
- Zayn me ajudou. - Meu pai pareceu surpreso. - Ele é um ótimo garoto.
- Sim... Sum... Lembra que você me disse sobre... o Dignitas?
- Sim, papai. Ainda não mudei de idéia, papai - Falei falando seus olhos se encherem de lágrimas. - Me dê apenas um motivo para continuar aqui! Eu não ando, pai, dependo de pessoas para fazer um mísero movimento! O que eu tenho a perder?
- Filha... É sua vida. Um presente dado a você. Mesmo com esse problema, existem situações piores... Você tem uma família, vive bem, tem uma casa, alguém para cuidar de você...
- Pai. Você me ouviu.
- Mas...
- Seis meses. - Fechei a porta.
Papai achava que eu adorava minha vida, cheia de mordomias e essas coisas. Não, eu odiava minha vida. O que seria de mim sem ninguém para amar, para passar a vida ao meu lado. Não tinha ninguém.
Dignitas é como uma clínica de suicídio. Estou pensando seriamente nisso ainda, penso todo dia nas propostas de Zayn, em algum dia, eu voltar a andar, talvez, isso implique. E tem o Zayn também. Ele ficaria triste. Todo esse esforço em vão. Penso nele todo dia antes de pensar nessa escolha. Ele é o garoto mais fofo e prestativo que já conheci. Nunca conheci um garoto com o coração mais puro que o dele, com prazer de ajudar as pessoas.
Não podia negar que mesmo ele sendo meu cuidador, ele era lindo, sempre quando ele se aproximava, sentia uma vontade imensa de beijá-lo. Não sei o que deu em mim ontem, mas quando dormi com ele, gostei de cheirar seu perfume de perto, dormir ao seu lado e abraçá-lo daquele jeito, não sei o que deu em mim, mas ele de certa forma, mexia comigo.
Ele entrou no meu quarto sorrindo, e fechou a porta com cuidado, veio com um pote de pipoca e um DVD. Ri da sua ação, o que ele estava tramando?
- Como sabe que eu amo filmes?
- Sei muita coisa de você, Srta. Hastings. - Ele piscou para mim. - Margaret que me contou. - Ele riu.
- Ah, tinha que ser. Ela cuida de mim desde pequena. - Revirei os olhos. - Mas então, que filme é esse?
- Se chama Sempre ao seu lado, já ouviu falar? Já deve ter ouvido.
- Não.
- Então, vamos assistí-lo. - Zayn colocou o DVD no player, e se deitou ao meu lado na cama novamente. - É um filme um pouco triste.
- Quem chorar primeiro, tem que pagar um preço. - O desafiei.
- Como quiser, madame.
Nunca vi um filme tão triste, mas Zayn começou a chorar primeiro que eu. Confesso, que meu choro era pior que o dele, eu soluçava e gastei uma caixa inteira de lenços. Zayn chorava mais do que eu, porém, bem discretamente.
- Perdeu. Você vai pagar o preço.
- Tudo bem. O que quer que eu faça?
- Quero que me ajude a passar um trote no Dylan. - Ele sorriu.
- Porquê não me pediu isso antes?
Zayn e eu ligamos restrito para seu número de celular, estavamos nos contendo para não rir. Ele finalmente atendeu, Zayn imitou uma voz de travesti, que eu ri para dentro.
- Olá, meu nome é Puta Nicole. Bem, vi suas ligações, e vim avisar que vou transar com você. Mas vou logo avisando, não faço anal e não beijo na boca.
- Que porra é essa? - Dylan disse do outro lado da linha.
- Oi? Gato, pare de se fazer de desentendido. Sei que você está doidinho para me comer de quatro.
Dois bipes.
Eu e Zayn quase morremos de rir, eu fiquei até sem ar, pegamos até bombinha para asma. Foi uma cena muito engraçada, ficamos falando do trote até de noite.
- Ah, Zayn. Você é demais.
- Você também, Sum. - Ele entrelaçou nossas mãos. - Queria te pedir uma coisa.
- Pode pedir.
- Então... Daqui dois dias, é meu aniversário. Minha mãe vai fazer um jantar em casa, sei que não é muita coisa, mas gostaria que você fosse. - Ele falou com vergonha.
- É claro que eu vou. Não fique com vergonha.
- É que na minha casa não é tanto luxo e...
- Ssh. Eu não vou lá por isso, Zayn. Eu vou por você.
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